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KUHN a estrutura das revoluções cientificas, Notas de estudo de Medicina

revoluções cientificas

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 01/05/2016

marcia-de-jesus-perrucci-6
marcia-de-jesus-perrucci-6 🇧🇷

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Baixe KUHN a estrutura das revoluções cientificas e outras Notas de estudo em PDF para Medicina, somente na Docsity! 1 KUHN, Thomas s. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 5ª edição, 1998. P. 257 Subsídios de Estudo – Professor Sandro Luiz Bazzanella • Prefácio Pg. 13 – (...). Tanto a História como meus conhecimentos fizeram-me duvidar de que os praticantes das ciências naturais possuam respostas mais firmes ou mais permanentes para tais questões do que seus colegas das ciências sociais. Pg. 13 – (...). Considero “ paradigmas” as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo,, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência. Pg. 14 – (...) cada revolução científica altera a perspectiva histórica da comunidade que a experimenta, então esta mudança de perspectiva deveria afetar a estrutura das publicações de pesquisa e dos manuais do período pós-revolucionário. INTRODUÇÃO: UM PAPEL PARA A HISTÓRIA Pg. 20 – observação minha – conceitos de ciência existentes nos textos científicos de manuais, livros didáticos caracterizam-se por estereótipo a histórico . Pg. 20 - Se a ciência é a reunião de fatos, teorias e métodos reunidos nos textos atuais, então os cientistas são homens que, com ou sem sucesso, empenharam-se em contribuir com um ou outro elemento para essa constelação específica. O desenvolvimento torna-se o processo gradativo através do qual esses ítens forma adicionados, isoladamente ou me combinação, ao estoque sempre crescente que constitui o conhecimento e a técnica científicos. Pg. 21 - Talvez a ciência não se desenvolva por acumulação de descobertas individuais. Pg. 21 - (...), as concepções de natureza outrora correntes não eram nem menos científicas, nem menos o produto da idiossincrasia do que as atualmente em voga. Pg. 23 – (...). A observação e a experiência podem e devem restringir drasticamente a extensão das crenças admissíveis, porque de outro modo não haveria ciência. Pg. 24 – A ciência normal, atividade na qual a maioria dos cientistas emprega inevitavelmente quase todo o seu tempo, é baseada no pressuposto de que a comunidade científica sabe como é o mundo. Grande parte do sucesso do empreendimento deriva da disposição da comunidade para defender esse pressuposto (...). (...), a ciência normal freqüentemente suprime novidades fundamentais, porque estas subvertem necessariamente seus compromissos básicos. Pg. 25 – (...), a ciência normal desorienta-se seguidamente. E quando isto ocorre – isto é, quando os membros da profissão não podem mais esquivar-se das anomalias que subvertem a tradição existente da prática científica – então começam as investigações extraordinárias que finalmente conduzem a profissão a um novo conjunto de compromissos, a uma nova base para a prática da ciência. 2 Pg. 25 – As revoluções científicas são os complementos desintegradores da tradição à qual a atividade da ciência normal está ligada. Pg. 26 – (...), a nova teoria implica uma mudança nas regras que governam a prática anterior da ciência normal. Por isso, a nova teoria repercute inevitavelmente sobre muitos trabalhos científicos já concluídos com sucesso. É por isso que uma nova teoria, por mais particular que seja seu âmbito de aplicação, nunca ou quase nunca é um mero incremento ao que já é conhecido. Sua assimilação requer a reconstrução da teoria precedente e a reavaliação dos fatos anteriores. Pg. 27 – A competição entre segmentos da comunidade científica é o único processo histórico que realmente resulta na rejeição de uma teoria ou na adoção de outra. 01. A ROTA PARA A CIÊNCIA NORMAL Pg. 30 – Homens cuja pesquisa está baseada em paradigmas compartilhados estão comprometidos coma as mesmas regras e padrões para a prática científica. Esse comprometimento e o consenso aparente que produz são pré-requisitos para a ciência normal, isto é, para gênese e a continuação de uma tradição de pesquisa determinada. Pg. 35 – A História sugere que a estrada para um consenso estável na pesquisa é extraordinariamente árdua. Pg. 38 – Para ser aceita como paradigma, uma teoria deve parecer melhor que suas competidoras, mas não precisa (e de fato isso nunca acontece) explicar todos os fatos com os quais pode ser confrontada. Pg. 38 – (...) Francis Bacon: “A verdade surge mais facilmente do erro do que da confusão”. Pg. 39 – (...). Quando pela primeira vez no desenvolvimento de uma ciência da natureza, um indivíduo ou grupo produz uma síntese capaz de atrair a maioria dos praticantes de ciência da geração seguinte, as escolas mais antigas começam a desaparecer gradualmente. Obs. Na medida em que uma ciência vai afirmando seu paradigma, torna-se gradualmente inteligível aos leigos que não conseguem acompanhar os progressos realizados. Pg. 40 – Em vez disso, aparecerão sob a forma de artigos breves, dirigidos apenas aos colegas de profissão, homens que certamente conhecem o paradigma partilhado e que demonstram ser os únicos capazes de ler os escritos a eles endereçados. 02. A NATUREZA DA CIÊNCIA NORMAL Pg. 44 – (...), na ciência um paradigma raramente é suscetível de reprodução. (...) o paradigma é um objeto a ser melhor articulado e precisado em condições novas ou mais rigorosas. Pg. 44 – A ciência normal consiste na atualização dessa promessa, atualização que se obtém ampliando-se o conhecimento daqueles fatos que o paradigma apresenta como particularmente relevantes, aumentando-se a correlação entre esses fatos e as predições do paradigma e articulando-se ainda mais o próprio paradigma. 5 Pg. 72 – A ciência normal pode avançar sem regras somente enquanto a comunidade científica relevante aceitar sem questões as soluções de problemas específicas já obtidas. Por conseguinte, as regras deveriam assumir importância e a falta de interesse que as cerca deveria desvanecer-se sempre que os paradigmas ou modelos pareçcam inseguros. Pg. 72 – O período pré-paradigmático, em particular, é regulamente marcado por debates freqüentes e profundos a respeito de métodos, problemas e padrões de solução legítimos – embora esses debates sirvam mais para definir escolas do que para produzir uma acordo. Pg. 73 – Quando os cientistas não estão de acordo sobre a existência ou não de soluções para os problemas fundamentais de sua área de estudos, então a busca de regras adquire uma função que não possui normalmente. 05. A ANOMALIA E EMERGÊNCIA DAS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS Pg. 77 – A ciência normal, atividade que consiste em solucionar quebra-cabeças, é um empreendimento altamente cumulativo, extremamente bem sucedido no que todo ao seu objetivo, a ampliação contínua do alcance e da precisão do conhecimento científico. Pg. 78 – A descoberta começa com a consciência da anomalia, isto é, com o reconhecimento de que, de alguma maneira, a natureza violou as expectativas paradigmáticas que governam a ciência normal. Pg. 81 – A proposição, “ O oxigênio foi descoberto”, embora indubitavelmente correta, é enganadora, pois sugere que descobrir alguma coisa é um ato simples e único, assimilável ao nosso conceito habitual (e igualmente questionável) de visão. Por isso supomos tão facilmente que descobrir, como ver ou tocar, deve se inequivocamente atribuído a um indivíduo e a um momento determinado no tempo Pg. 81 – (...), qualquer tentativa de datar a descoberta será inevitavelmente arbitrária, pois a descoberta de um tipo novo de fenômeno é necessariamente um acontecimento complexo, que envolve o reconhecimento tanto da existência de algo, como de sua natureza. Obs.: (Pg. 84) Em casos significativos as descobertas acontecem ao acaso... Pg. 84 – (...) a percepção da anomalia – isto é, de um fenômeno para o qual o paradigma não preparara o investigador – desempenhou um papel essencial na preparação do caminho que permitiu a percepção da novidade. Pg. 87 – Os procedimentos e aplicações do paradigma são tão necessários à ciência como as leis e teorias paradigmáticas – e têm os mesmos efeitos. Restringem inevitavelmente o campo fenomenológico acessível em qualquer momento da investigação científica. Isto posto, estamos em condições de perceber um sentido fundamental no qual uma descoberta como a dos raios X exige uma mudança de paradigma – e porotanto uma mudança nos procedimentos e expectativas – para uma fração especial da comunidade científica. Pg. 87 – Mas nem todas as teorias são teorias paradigmáticas. Tanto os períodos pré- paradigmáticos, como durante as crises que conduzem a mudanças em grande escala 6 do paradigma os cientistas costumam desenvolver muitas teorias especulativas e desarticuladas, capazes de indicar o caminho para novas descobertas. Pg. 89 – (....) são traços de todas as descobertas das quais emergem novos tipos de fenômenos. Essas características incluem: a consciência prévia da anomalia, a emergência gradual e simultânea de um reconhecimento tanto no plano conceitual como no plano da observação e a conseqüente mudança das categorias e procedimentos paradigmáticos – mudança muitas vezes acompanhada por resistência. Pg. 90 – Na ciência, assim como na experiência com as cartas do baralho a novidade somente emerge com dificuldade (dificuldade que se manifesta através de uma resistência) contra um pano de fundo fornecido pelas expectativas. Pg. 90 – Essa consciência da anomalia inaugura um período no qual as categorias conceituais são adaptadas até que o que inicialmente era considerado anômalo se converta no previsto. Nesse momento completa-se a descoberta. (...) esse processo (ou muito semelhante) intervém na emergência de todas as novidades científicas fundamentais Pg. 90 – (...) a ciência normal – um empreendimento não dirigido para as novidades e que a princípio tende a suprimi-las – pode, não obstante, ser tão eficaz para provocá-las. Pg. 92 – Quanto maiores forem a precisão e o alcance de um paradigma, tanto mais sensível este será como indicador de anomalias e, conseqüentemente de uma ocasião para mudança de paradigma. 06. AS CRISES E A EMERGÊNCIA DAS TEORIAS CIENTÍFICAS Pg. 95 - A emergência de novas teorias é geralmente precedida por um período de insegurança profissional pronunciada, pois exige a destruição em larga escala de paradigmas e grandes alterações nos problemas e técnicas da ciência normal. (...). O fracasso de regras existentes é o prelúdio para uma busca de novas regras. Pg. 99 – Essa proliferação de versões de uma teoria é um sintoma usual de crise. Pg. 105 - A História da Ciência indica que, sobretudo nos primeiros estágios de desenvolvimento de um novo paradigma, não é muito difícil inventar tais alternativas. Mas essa invenção de alternativas é precisamente o que os cientistas raro empreendem, exceto durante o período pré-paradigmático do desenvolvimento de sua ciência e em ocasiões muito especiais de sua evolução subseqüente. Enquanto os instrumentos proporcionados por um paradigma continuam capazes de resolver os problemas que este define, a ciência move-se com maior rapidez e aprofunda-se ainda mais através da utilização confiante desses instrumentos. Pg. 105 – O significado das crises consiste exatamente no fato de que indicam que é chegada a ocasião para renovar os instrumentos. 07. A RESPOSTA À CRISE Pg. 108 – (...) uma teoria científica, após Ter atingido o status de paradigma, somente é considerada inválida quando existe uma alternativa disponível para substituí-la. 7 Pg. 108 – (...) o juízo que leva os cientistas a rejeitarem uma teoria previamente aceita, baseia-se sempre em algo mais do que essa comparação da teoria com o mundo. Decidir rejeitar um paradigma é sempre decidir simultaneamente aceitar outro e o juízo que conduz a essa decisão envolve a comparação de ambos os paradigmas com a natureza, bem como sua comparação mútua. Pg. 110 – (...) nenhum paradigma aceito como base para a pesquisa científica resolve todos os problemas. Os raros paradigmas que pareciam capazes disso, em pouco tempo deixaram de produzir quaisquer problemas relevantes para a pesquisa. Em vez disso, tornaram-se instrumentos para tarefas técnicas. Pg. 110 – (...), a crise, ao provocar uma proliferação de versões do paradigma, enfraquece as regras de resolução dos quebra-cabeças da ciência normal, de tal modo que acaba permitindo a emergência de um novo paradigma. Pg. 111 – A ciência normal esforça-se (e deve fazê-lo constantemente) para aproximar sempre mais a teoria e os fatos. Pg. 113 – O cientista que se detém para examinar cada uma das anomalias que constata, raramente realizará um algum trabalho importante. Pg. 113 – Quando, (...), uma anomalia parece ser algo mais do que um novo quebra-cabeça da ciência normal, é sinal de que se iniciou a transição para a crise e para a ciência extraordinária. Pg. 115 – Todas as crises iniciam com o obscurecimento de um paradigma e o conseqüente relaxamento das regras que orientam a pesquisa normal. Pg. 116 – A transição de um paradigma em crise para um novo, do qual pode surgir uma nova tradição de ciência normal, está longe de ser um processo cumulativo obtido atravéss de uma articulação do velho paradigma. É antes uma reconstrução da área de estudos a partir de novos princípios, reconstrução que altera algumas das generalizações teóricas mais elementares do paradigma, bem como muitos de seus métodos e aplicações. Pg. 117 – É exatamente porque a emergência de uma nova teoria rompe com uma tradição da prática científica e introduz um nova dirigida por regras diferentes, situadas no interior de um universo de discurso também diferente, que tal emergência só tem probabilidades de ocorrer quando se percebe que a tradição anterior equivocou-se gravemente. Pg. 120 – Ao concentrar a atenção científica sobre uma área problemática bem delimitada e ao preparar a mente científica para reconhecimento das anomalias experimentais pelo que realmente são, as crises fazem freqüentemente proliferar novas descobertas. 08. A NATUREZA E A NECESSIDADE DAS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS Pg. 125 – (...) revoluções científicas aqueles episódios de desenvolvimento não-cumulativo, nos quais um paradigma mais antigo é total ou parcialmente substituído por um novo, incompatível com o anterior. 10 Pg. 157 – O que ocorre durante uma revolução científica não é totalmente redutível a uma reinterpretação de dados estáveis individuais. Em primeiro lugar, os dados não são inequivocamente estáveis. (...). Consequentemente , os dados que os cientistas coletam a partir desses diversos objetos são, (...) diferentes em si mesmos. (...). em vez de ser um intérprete, o cientista que abraça um novo paradigma é como o homem que usa lentes inversoras. Defrontado com a mesma constelação de objetos que antes e tendo a consciência disso, ele os encontra, não obstante, totalmente transformados em muitos de seus detalhes. Insigth Entender que a mudança no paradigma da produção do conhecimento em ciências humanas, em educação passa pela percepção das transformações constantes do fenômeno humano e suas formas de organização social, política, econômica e cultural... Pg. 158 – Paradigmas não podem, de modo algum, ser corrigidos pela ciência normal. Em lugar disso, (...), a ciência normal leva, ao fim e ao cabo, apenas ao reconhecimento de anomalias e crises. Essas terminam, não através da deliberação ou interpretação, mas por meio de um evento relativamente abrupto e não estruturado semelhante a uma alteração na forma visual. Observação minha (iluminação, sonho, insigth). Pg. 161 – As operações e medições que um cientista empreende em laboratório não são “o dado” da experiência, mas “o coletado com dificuldade”. Não são o que o cientista vê – pelo menos até que sua pesquisa se encontre bem adiantada e sua atenção esteja focalizada -; são índices concretos para os conteúdos das percepções mais elementares. Pg. 164 – (...), nem o cientista, nem o leigo aprendem a ver o mundo gradualmente ou item por item. Pg. 165 – (...), a ciência pós-revolucionária invariavelmente inclui muitas das mesmas manipulações, realizadas com os mesmos instrumentos e descritas nos mesmos termos empregados por sua predecessora pré-revolucionária. Pg. 171 – (...), após uma revolução os cientistas trabalham em um mundo diferente. 10. A INVISIBILIDADE DAS REVOLUÇÕES Pg. 175 – (...), sendo os manuais veículos pedagógicos destinados a perpetuar a ciência normal, devem ser parcial ou totalmente reescritos toda vez que a linguagem, a estrutura dos problemas ou as normas da ciência normal se modifiquem. (...), precisam se reescritos imediatamente após cada revolução científica e, uma vez reescritos, dissimulam inevitavelmente não só o papel desempenhado, mas também a própria existência das revoluções que produziram.. Pg. 175 – (...), os manuais começam truncando a compreensão do cientista a respeito da história de sua própria disciplina e em seguida fornecem um substituto para aquilo que eliminaram. É característica dos manuais científicos conterem apenas um pouco de história, seja um capítulo introdutório, seja, como acontece mais freqüentemente, em referências dispersas aos grandes heróis de uma época anterior. Através dessas referências, tanto os estudantes como os profissionais sentem-se participando de uma longa tradição histórica (..), que jamais existiu. 11 Pg. 175 – Em parte por seleção e em parte por distorção, os cientistas de épocas anteriores são implicitamente representados como se tivessem trabalhando sobre o mesmo conjunto de cânones estáveis que a revolução mais recente em teoria e metodologia científica fez parecer científicos. Pg. 176 – Do mesmo modo, não é de admirar que, ao ser reescrito, a ciência apareça, mais uma vez, como sendo basicamente cumulativa. Pg. 176 – Por certo os cientistas não são o único grupo que tende a ver o passado de sua disciplina como um desenvolvimento linear em direção ao ponto de vista privilegiado do presente. Insight O conhecimento “transmitido” hoje na escola é um conhecimento que se processou de forma cumulativa, linear ao longo da história da humanidade. Não se trabalham os paradigmas e seus contextos sócio, político, econômicos e culturais vivenciados pelo fenômeno humano neste processo. Pg. 176 – A depreciação dos fatos históricos está profunda e provavelmente funcionalmente enraizada na ideologia da profissão científica, a mesma profissão que atribui o mais alto valor possível a detalhes fatuais de outras espécies. Pg. 178 – (...) atmosfera geralmente a-histórica dos escritos científicos e com as distorções ocasionais (...): a ciência alcançou seu estado atual através de uma série de descobertas e invenções individuais, as quais, uma vez reunidas, constituem a coleção moderna dos conhecimentos técnicos. Pg. 178 – Mas não é assim que uma ciência se desenvolve. Muitos dos quebra-cabeças da ciência normal contemporânea passaram a existir somente depois da revolução científica mais recente. Poucos deles remontam ao início histórico da disciplina na qual aparecem atualmente. As gerações anteriores ocuparam-se com seus próprios problemas, com seus próprios instrumentos e cânones de resolução. Usando o pensamento do autor: Pg. 181 - Mais do que qualquer outro aspecto da ciência, esta forma pedagógica (linear, cumulativa, descontextualizada...) determinou nossa imagem a respeito da natureza da ciência e do papel desempenhado pela descoberta e pela invenção no seu progresso. 11. A RESOLUÇÃO DE REVOLUÇÕES Pg. 184 – Na medida em que se dedica à ciência normal, o pesquisador é um solucionador de quebra-cabeças e não alguém que testa paradigmas. Pg. 184 – (...), o teste de um paradigma ocorre somente depois que o fracasso persistente na resolução de uma quebra-cabeça importante dá origem a uma crise. E, mesmo então, ocorre somente depois que o sentido de crise evocar um candidato alternativo a paradigma. Pg. 188 – A competição entre paradigmas não é o tipo de batalha que possa ser resolvido por meio de provas. 12 Pg. 189 – Dado que os novos paradigmas nascem dos antigos, incorporam comumente grande parte do vocabulário e dos aparatos, tanto conceituais como de manipulação, que o paradigma tradicional já empregara. (...). Dentro do novo paradigma, termos, conceitos e experiências antigas estabelecem novas relações entre si. Pg. 190 – (...), os proponentes dos paradigmas competidores praticam seus ofícios em mundos diferentes. (...). Por exercerem sua profissão em mundos diferentes, os dois grupos de cientistas vêem coisas diferentes quando olham de um mesmo ponto para uma mesma direção. Pg. 191 – Max Planck, ao passar em revista a sua carreira no seu Scientific Autobiografy, observou tristemente que “uma nova verdade científica não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo com que vejam a luz, mas porque seus oponentes finalmente morrem e uma nova geração cresce familiarizada com ela. Pg. 191 – A transferência de adesão de um paradigma a outro é uma experiência de conversão que não pode ser forçada. Pg. 192 – A fonte dessa resistência é a certeza de que o paradigma antigo acabará resolvendo todos os seus problemas e que a natureza pode ser enquadrada na estrutura proporcionada pelo modelo paradigmático. Pg. 192 – É somente através da ciência normal que a comunidade profissional de cientistas obtém sucesso; primeiro, explorando o alcance potencial e a precisão do velho paradigma e então isolando a dificuldade cujo estudo permite a emergência de um novo paradigma. Pg. 194 – Algumas vezes, a prática mais livre que caracteriza a pesquisa extraordinária produzirá um candidato a paradigma que, inicialmente, não contribuirá absolutamente para a resolução dos problemas que provocam crise. Pg. 196 – As primeiras versões da maioria dos paradigmas são grosseiras. Pg. 198 – (...) os debates entre paradigmas não tratam realmente da habilidade relativa para resolver problemas, (...). A questão é saber que paradigma deverá orientar no futuro as pesquisas sobre problemas. (...). Requer-se aqui uma decisão entre maneiras alternativas de praticar a ciência e nessas circunstâncias a decisão deve basear-se mais nas promessas futuras do que nas realizações passadas. (...), precisa ter fé na capacidade do novo paradigma para resolver grandes problemas com que se defronta, sabendo apenas que o paradigma anterior fracassou em alguns deles. Uma decisão desse tipo só pode ser feita com base na fé. Insight Não existe conhecimento certo ou errado, maior ou menor, mas conhecimentos diferentes. Todos os conhecimentos estão inseridos num contexto histórico e buscam ler, entender e explicar o mundo, os fenômenos naquele determinado contexto. Pg. 200 – (...) o homem que continua a resistir após a conversão de toda a sua profissão deixou ipso facto de ser um cientista. 15 Pg. 221 – (...), os membros de uma comunidade científica vêem a si próprios e são vistos pelos outros como os únicos responsáveis pela perseguição de um conjunto de objetivos comuns que incluem o treino de seus sucessores. No interior de tais grupos a comunicação é relativamente ampla e os julgamentos profissionais relativamente unânimes. Pg. 224 – Um paradigma governa, em primeiro lugar, não um objeto de estudo, mas um grupo de praticantes da ciência. Pg. 225 – Para mim, uma revolução é uma espécie de mudança envolvendo um certo tipo de reconstrução dos compromissos de grupo. Pg. 225 - (...) as crises necessárias para a revolução (...); precisam apenas ser o prelúdio costumeiro, proporcionando um mecanismo de autocorreção, capaz de assegurar que a rigidez da ciência normal não permanecerá para sempre sem desafio 02. Os paradigmas como a constelação dos compromissos do grupo. 03.Os paradigmas como exemplos compartilhados. Pg. 236 – (...) relevante conhecimento da natureza que se adquire ao compreender a relação de semelhança, conhecimento que se encarna numa maneira de ver as situações físicas e não em leis ou regras. Pg. 237 – (...) Michael Polany: desse processo resulta um “conhecimento tácito”, conhecimento que se aprende fazendo ciência e não simplesmente adquirindo regras para fazê-la. 03. Conhecimento tácito e intuição Pg. 239 – Note-se que dois grupos cujos membros têm sistematicamente sensações diferentes ao captar os mesmos estímulos, vivem, em certo sentido, em mundos diferentes. Pg. 239 – Mas nosso mundo é povoado, em primeiro lugar, não pelos estímulos, mas pelos objetos de nossas sensações e esses não precisam ser os mesmos de indivíduos para indivíduo, de grupo para grupo. Evidentemente, na medida em que os indivíduos pertencem ao mesmo grupo e portanto compartilham a educação, a língua, a experiência e a cultura, temos boas razões para supor que suas sensações são as mesmas. Insigth A questão da produção do conhecimento que deve levar em consideração o contexto histórico, social, econômico e cultural do adolescente do jovem. Qualquer “(re)produção” de conhecimento que não levar em consideração este contexto, é um conhecimento elitizado, autoritário. Pg. 242 – (...) “conhecimento” (...). aquilo que constitui o processo neurológico que transforma estímulos em sensações possui as seguintes características: foi transmitido pela educação; demonstrou ser, através de tentativas, mais efetivo que seus competidores históricos num meio ambiente de um grupo; e finalmente, está sujeito a modificações tanto através da educação posterior como pela descoberta de desajustamentos como a natureza. 16 Pg. 244 – (...), a interpretação começa onde a percepção termina. 06. Exemplares, incomensurabilidade e revoluções Pg. 257 – Uma compreensão mais ampla da ciência dependerá igualmente de outras espécies de questões, mas não existe outra área que necessite de tanto trabalho como essa. O conhecimento científico, como a linguagem, é intrinsecamente a propriedade comum de um grupo ou então não é nada. FIM
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