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Análise de “rei édipo”, de sófocles, em conformidade com a poética, de aristóteles, Provas de Literatura

Esta é a minha primeria análise em Teoria da Literatura. Peço que perdoe os erros análiticos que provavelmente este arquivo contém. A linguaguem é direta e simples, e a Poética utilizada é propriedade da obra aristotélica Ética a Nicômaco.

Tipologia: Provas

2016

Compartilhado em 25/04/2016

Alexandre98
Alexandre98 🇧🇷

4.6

(97)

152 documentos

1 / 7

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Baixe Análise de “rei édipo”, de sófocles, em conformidade com a poética, de aristóteles e outras Provas em PDF para Literatura, somente na Docsity! ANÁLISE DE “REI ÉDIPO”, DE SÓFOCLES, EM CONFORMIDADE COM A POÉTICA, DE ARISTÓTELES Maria Vitória Martins Souza (UESPI)1* O mito trágico “Rei Édipo”, de Sófocles é considerado como uma fábula perfeita em sua epóca, tornando-se inestimavel clássico da cultura ocidental. Esta produção será analisada de acordo com a Poética, de Aristóteles, no qual o filosofo grego definiu as características que os gêneros devem compor, de tal forma que resultem perfeitos. Estes como imitação são diferenciados basicamente de acordo com os meios, objetos e modos nos quais são manifestados: “Diferem porém, umas das outras, por três aspectos: ou porque imitam por meios diversos ou porque imitam objetos diversos ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira.” (ARISTÓTELES, 1987, p. 201) Este mito de acordo com a definição aristotelica está, em relação aos meios, utilizando-se por ritmo, linguagem e harmonia, sequencialmente, tornando-a ornamenada. Por sua vez, o objeto que esta trágedia imita são as ações de homens elevados, pois Édipo é dotado de um grande feito, excluso a vicíos, considerado bem- aventurado diante dos deuses e dos homens. Porque tu livrastes a cidade de Cadmo do tributo que nós pagávamos à cruel Esfinge; sem que tivesses recebido de nós qualquer aviso, mas com auxílio de algum deus, salvaste nossas vidas. […] Tu, que és o mais sábio dos homens, reanima esta infeliz cidade e confirma tua glória! (SÓFOCLES, 1950, p. 50, p. 51) O modo pelo qual esta fabula caracteriza-se é o dramático, porque este é explicitado atráves de atores, apresenta coro e não há a presença de um narrador. Os personagens falam e agem por si, diretamente. Isto comprova a pertença ao gênero trágico, distinto dos demais. Entretanto, a trágedia como forma de imitação, congênito no homem, de acordo com o filosofo grego, não somente apresenta estas definições, mas inclui intrísecamente elementos essenciais para que este alcançe a perfeição. 1 1* Aluna graduanda no curso de Licenciatura Plena em Letras/Português, pela Universidade Estadual do Piauí ─ UESPI, Campus de Piripiri, Bloco I É pois a tragédia imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com as várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes […] (ARISTÓTELES, 1987, p. 205) As partes que o filosofo refere-se são estas: mito, caráter, elocução, pensamento, espetáculo e melopéia. Acrescenta-se que a emoção que a trágedia deve suscitar por excelencia é a de terror e piedade (ARISTÓTELES, 1987, p. 205), esta última será tratada mais a diante. Sobre a definição de mito, Aristóteles afirma que a própria imitação representada e sua composição, e isto leva-se a desdobrar-se nas demais características essenciais. Nisto pode-se considerar que a obra de Sófocles é realmente um mito, pois é imitação composta de elementos característicos da trágedia. A respeito do caráter, um elemento do mito, pode-se exemplificar como a personalidade, pensamento próprio que cada personagem apresenta e que através deste diferencia-se dos demais, tornando cada um especifíco premeditadamente. É perceptível que o héroi Édipo tem sua conduta única assim como os outros. Neste caráter é visível a conveniencia com a qual cada um adquire em relação a si, propiciando o desenvolver desta trágedia. Um dos meios que a fabula de Sófocles está apresentada é a linguaguem, e dentro desta pode-se tratar da elocução, que consiste na enunciação das palavras, expondo no dialógo o pensamento de cada ator, propiciando a ação de cada personagem. Dentro desta inclui-se a avaliação de cada verso, de acordo com a composição utilizada pelos poetas da Grécia Antiga, inviáveis para esta presente análise, pois o recurso utilizado é a tradução em prosa da obra de Sófocles. Uma outra peculiaridade é o pensamento, pertencente à linguagem ornamentada desta tragédia, pois é definida como a declaração de algo a ser manifestado, revelando decisões e enunciações que determina os caminhos que o mito deve trilhar. Por meio desse aspecto nota-se que cada decisão explícita por Édipo torna-se a sentença para o qual irá direcionar-se futuramente, como o castigo imposto ao assassino do rei Laio. Que nenhum habitante deste reino, onde exerço o poder soberano, receba esse indivíduo, seja quem for; e não lhe dirija a palavra, nem permita que ele participe de preces ou de holocaustos, ou receba a água lustral. Que todos se afastem dele, e de sua casa, porque ele é uma nódoa inflamante [...] (SÓFOCLES, 1950, p. 58) 2 O prólogo é uma parte completa, antecede a primeira manifestação do coro. Em Édipo é notável essa parte, pois nela está situado toda a motivação para a busca do assassino do rei, onde o sacerdote, representante do povo, faz súplicas ao héroi e este compromete-se a resolver os problemas da população de Cadmo. Por sua vez pertence ao prólogo a primeira investigação feita por Creonte, no qual revela a ordem do oráculo. Logo após há participação do coro, está primeira denomina-se paródo, em seguida inicia-se o primeiro episódio. Este, Aristóteles definiu como “uma parte completa da trágedia entre dois corais”, no mito de Sófocles, há seis episódios completos. A segunda participação do coro e as demais seguida deste, denominam-se estásimo. O êxodo está localizado no “Rei Édipo” depois que há a última participação do coro, e neste está os momentos de aflição de Édipo, pois é a situação de realizar a punição ditada pelo próprio em relação ao assassino de Laio. Estas definições estão relacionadas a respeito da extensão da tragédia. É necessário delimitar a emoção causada pelo mito trágico, o terror e a piedade, nesta definição há a presença da hamartia, denominação dada ao acontecimento em que o destino traça o infortunio na vida dos individuos, não por merecimento, mas por simples acaso da infelicidade. Para que a trágedia de Sófocles causasse este sentimento era necessário que o héroi trágico devesse ser um ser dotado de virtudes em que não há vícios, portador de atos elevados e que este fosse atingido pelos ocasos, não por erros premeditados como o ato de assassinar Laio, mas por ignorância, em que casa-se com Jocasta, sua mãe. Nisto está consiso a definição dada por Aristóteles. É a do homem que não se distingue muito pela virtude e pela justiça; se cai no infortúnio, tal acontece não porque seja vil e malvado, mas por força de algum erro; e esse homem há de ser algum daqueles que gozam de grande reputação e fortuna […] (ARISTÓTELES, 1987, p. 212) Nisto caracteriza-se a noção de catastrofe, em que a tragédia deve ser situada, pois Édipo mata seu pai e casa-se com sua mãe, e isto é uma situação catastrófica, pois ocorre entre familiares. Aristóteles conceituou a respeito disto, afirmou que está situação sera propicia entre seres próximos, entre amigos ou irmãos, neste caso, entre pais e filho. Pois somente nestas condições será prossível haver a emoção de catástrofe. 5 Acrescenta-se que a resolução dos problemas do povo, e a questão em si das investigaões sobre o assassino deram-se sem a interfêrencia dos ‘deuses’ gregos, os personagens buscam a resolução por si próprios. Mas, é notável a presença de refêrencias às divindades, onde o oráculo, dado como mensagem dos deuses, indica o caminho para a erradicação das desgraças da população de Cadmo. Há, incluso nisto, a influência por parte de Jocasta a isinuação de que os oráculos devem ser tratados como insignificantes aos destino dos seres e é notavel o direcionamento do castigo de Édipo à fúria dos deuses. Aristóteles também aborda sobre nó e desenlance, onde conceitua nó como “toda a parte da tragédia desde o princípio, até aquele lugar onde se dá o passo para a boa ou má fortuna;” (ARISTÓTELES, 1987, p. 217) e desenlance como a “parte que vai do início da mudança até o fim.” (ARISTÓTELES, 1987, p. 217). A primeira parte, nó, em Édipo, é determina como toda problemática ao redor dos problemas do povo, estende-se aos indicios do passado do héroi trágico, e encerra- se na mudança de fortuna do personagem. Em relação ao desenlace, sucede todo o reconhecimento que Édipo realiza a encerração do mito, no qual está o fatídico destino do infortunado filho de Laio. Em razão da analise apresentada, depreende-se o porquê de Aristóteles ter admirado e utilizado esta tragédia para exemplificar um mito perfeito, tal fato corresponde à composição de todas as características essenciais à tragédia perfeita. 6 REFÊRENCIAS ARISTÓTELES. Poética. In: Ética a Nicômaco. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1987. SÓFOCLES. Rei Édipo. In: Teatro Grego. Tradução de J. B. Mello e Souza. Rio de Janeiro: W. M. Jackson Inc., 1950, v. 22., p. 45-116. 7
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