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Merecem confiança os livros apócrifos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Teologia

Merecem confiança os livros apócrifos

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2015

Compartilhado em 24/03/2015

edson-nobre-6
edson-nobre-6 🇧🇷

4.8

(212)

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Baixe Merecem confiança os livros apócrifos e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Teologia, somente na Docsity! MERECEM CONFIANÇA OS LIVROS APÓCRIFOS? A Constituição Dogmática sobre Revelação Divina, o Concílio Vaticano II, declarou que "Ela (a igreja) sempre considerou as Escrituras junto com a tradição sagrada como a regra suprema de fé, e sempre as considerará assim". Nós, cristãos evangélicos, rejeitamos a tradição como regra de fé. Quando a Igreja Católica Romana se refere ao cânon do Velho Testamento inclui uma série de livros chamados "apócrifos", os quais não aparecem nas versões evangélica e hebraica da Bíblia. O resultado disto foi que, na opinião popular dos católicos, existem duas Bíblias: uma católica e outra protestante. Mas semelhante asseveração não é certa. Só existe uma Bíblia, uma Palavra (escrita) de Deus. Apócrifos, o que significa? No grego clássico, a palavra apocrypha significava "oculto" ou "difícil de entender". Posteriormente, tomou o sentido de "esotérico" ou algo que só os iniciados podem entender; não os de fora. Na época de Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não- canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como "pseudepígrafos". Como os apócrifos foram aprovados A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 para combater a reforma protestante. Nessa época, os protestantes se opunham violentamente às doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras etc. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII. Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e o Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629. A famosa versão inglesa King James (Versão do Rei Tiago) de 1611 ainda os trouxe. Mas, após 1629, as igrejas reformadas excluíram totalmente os apócrifos das suas edições da Bíblia, e "induziram a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, sob pressão do puritanismo escocês, a declarar que não editaria Bíblias que tivessem os apócrifos, e de não colaborar com outras sociedades que incluíssem esses livros em suas edições". Melhor assim. Tinham em vista evitar confusão entre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo. Há várias razões porque rejeitamos os apócrifos. Eis algumas delas: Não temos nenhum registro de alguma controvérsia entre Jesus e os judeus sobre a extensão do cânon. Jesus e os autores do Novo Testamento citam, mais de 295 vezes, várias partes das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas nem uma vez sequer mencionam alguma declaração extraída dos livros apócrifos ou qualquer outro escrito como se tivesse Autoridade Divina. Historicidade A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império greco- macedônico. Morrendo Alexandre, seu domínio dividiu-se em quatro ramos, ficando o Egito sob a dinastia dos Ptolomeus. O segundo deles, Ptolomeu Filadelfo, preocupou-se em enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Muitos livros foram traduzidos para o grego. Segundo um relato de Josefo, o sumo sacerdote de Jerusalém, Eleazar, enviou, a pedido de Ptolomeu Filadelfo, uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco. A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de Cristo. Essa tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta, foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos livros apócrifos foram acrescentados ao texto grego como apêndice do Velho Testamento. Mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados. Depois de referir-se aos cinco livros de Moisés, aos treze livros dos profetas e aos demais escritos (os quais "incluem hinos a Deus e conselhos pelos quais os homens podem pautar suas vidas"), ele continua afirmando: "Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto que a sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos em nossos próprios escritos é percebida através de nossa conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que seja". interbíblico (400 a.C. 3 A.D.) lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação do seu povo e terra. II MACABEUS - (100 a.C.) - Não é a continuação de 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu. Apresenta: • a oração pelos mortos - 12.44 - 46 • culto e missa pelos mortos -12.43 • o próprio autor não se julga inspirado - 15.38-40; 2.25-27. • intercessão pelos santos - 7.28 e 15.14 ADIÇÕES A DANIEL: Capítulo 13 - A história de Suzana - segundo esta lenda Daniel salva Suzana num julgamento fictício baseado em falsos testemunhos. Capítulo 14 - Bel e o Dragão - Contém histórias sobre a necessidade da idolatria. Capítulo 3.24-90 - o cântico dos três jovens na fornalha. Lendas, erros e outras heresias: 1. Histórias fictícias, lendárias e absurdas Tobias 6.1-4 - "Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse-lhe: Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti. Tendo assim feito, puxou-o para terra, e o começou a palpitar a seus pés". 2. Erros históricos e geográficos Esses livros contêm erros históricos, geográficos e cronológicos, além de doutrinas obviamente heréticas; eles até aconselham atos imorais (Judite 9.10,13). Os erros dos apócrifos são freqüentemente apontados em obras de autoridade reconhecida. Por exemplo: o erudito Bíblico DL René Paehe comenta: "Exceto no caso de determinada informação histórica interessante (especialmente em I Macabeus) e alguns belos pensamentos morais (por exemplo, Sabedoria de Salomão). Tobias contém certos erros históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (1.15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomada por Nabucodonosor e por Assuero (14.15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares... Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes... [Em II Macabeus]. Há também numerosas desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos, os quais refletem ignorância ou confusão..". 3.Ensinam artes mágicas ou de feitiçaria como método de exorcismo Tobias 6.5-9 - "Então disse o anjo: Tira as entranhas a esse peixe, e guarda, porque estas coisas te serão úteis. Feito isto, assou Tobias parte de sua carne, e levaram-na consigo para o caminho; salgaram o resto, para que lhes bastassem até que chegassem a Ragés, cidade dos Medos. Então Tobias perguntou ao anjo e disse-lhe: Irmão Azarias, suplico-lhe que me digas de que remédio servirá estas partes do peixe, que tu me mandaste guardar: E o anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas, o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte que não tomam mais a chegar a eles. E o fel é bom para untar os olhos que têm algumas névoas, e sararão". Este ensino de que o coração de um peixe tem poder para expulsar toda espécie de demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre superstição. 4. Ensinam que esmolas e boas obras limpam os pecados e salvam a alma a)Tobias l2.8,9 - "É boa a oração acompanhada do jejum, dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro; porque a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna". b) Eclesiástico 3.33 - "A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados". A salvação por obras destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador. 5. Ensinam o perdão dos pecados através das orações Eclesiástico 3.4 - "O que ama a Deus implorará o perdão dos seus pecados, e se absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de todos os dias". O perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o perdão, não é fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado. 6. Ensinam a oração pelos mortos II Macabeus 12.43-46 - "e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, sentindo bem e religiosamente a ressurreição (porque, se ele não esperasse que os que tinham sido mortos, haviam um dia de ressuscitar, teria por uma coisa supérflua e vã orar pelos defuntos); e porque ele considerava que aos que tinham falecido na piedade estava reservada uma grandíssima misericórdia. E, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados". É nesse texto de um livro não canônico que a Igreja Católica Romana baseia sua doutrina do purgatório. 7. Ensinam a existência de um lugar chamado purgatório Sabedoria 3.1-4 - "As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte. Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz (no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade". A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na última parte desse texto. Afirmam os católicos que o tormento em que o justo está é o purgatório que o purifica para entrar na imortalidade. Isto é uma deturpação do próprio texto do livro apócrifo. 8. Tobias 5.15-19 "E o anjo disse-lhe: Eu o conduzirei e to reconduzirei. Tobias respondeu: Peço-te que me digas de que família e de que tribo és tu? O anjo Rafael disse-lhe: Procuras saber a família do mercenário, ou o mesmo mercenário que vá com teu filho? Mas para que te não ponhas em cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias. E Tobias respondeu-lhe: Tu és de uma ilustre família. Mas peço-te que te não ofendas por eu desejar conhecer a tua geração". Um anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade sem violar a própria lei santa de Deus. Todos os anjos de Deus foram verdadeiros quando lhes perguntado a sua identidade. Veja Lucas 1.19. Decisão polêmica e eivada de preconceito Resumindo todos esses argumentos, essa postura afirma que o amplo emprego dos livros apócrifos por parte dos cristãos desde os tempos mais primitivos é evidência de sua aceitação pelo povo de Deus. Essa longa tradição culminou no reconhecimento oficial desses livros, no Concílio de Trento, como se tivessem sido inspirados por Deus. Mesmo não-católicos, até o presente momento, conferem aos livros
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