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Guias e Dicas
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Administração e liderança, Notas de estudo de Teologia

Administração e liderança

Tipologia: Notas de estudo

2015
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Compartilhado em 28/02/2015

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Baixe Administração e liderança e outras Notas de estudo em PDF para Teologia, somente na Docsity! Ministério da Igreja IBADEP Instituto Bíblico da Assembléia de Deus - Ensino e pesquisa IBADEP - Instituto Bíblico da Assembléia de Deus - Ensino e Pesquisa Av. Brasil, S/N° - Eletrosul - Cx. Postal 248 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-mail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com Aluno(a):............................................................................ DIGITALIZAÇÃO IBADEP ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL Diretorias C I E A D E P Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - Io Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - Io Secretário Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro A E A D E P A R - C o n se lh o D e l i b e r a t i v o Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro A E A D E P A R - C o n se lh o de A d m i n i s t r a ç ã o Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - Io Secretário Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - I o Tesoureiro Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro I B A D E P Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Cremos 1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: O Pai, Filho e o Espíri to Santo. (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). 3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9). 4) Na pecaminos idade do homem que o desti tuiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatór ia e redentora de Jesus Cristo é que pode res taurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19). 5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espíri to Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8). 6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna jus ti f icação da alma recebidos gra tuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9). 7) No batismo bíblico efe tuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espíri to Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2 . 12). 8) Na necessidade e na possibi l idade que temos de viver vida santa mediante a obra exp ia tória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, insp irador e santi f icador do Espíri to Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e lP d 1.15). 9) No batismo bíblico no Espíri to Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras l ínguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 10) Na atual idade dos dons espiri tuais dis tr ibuídos pelo Espíri to Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade ( IC o 12.1-12). 11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases dist intas. Pr imeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal , com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16. 17; ICo 15.51- 54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). 12) Que todos os cr istãos comparecerão ante o Tr ibunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). 13) No ju ízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15). 14) E na vida eterna de gozo e felic idade para os fiéis e de tr isteza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da discipl ina na sala-de-aula; b) Participar a tivamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado. d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos. Estudo extraclasse: Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer dia riamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se constatar alguma dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na aula seguinte. Procure não deixar suas dúvidas se acumulem. d) Materiais que poderão ajudá-lo: ■ Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; ■ Atlas Bíblico; ■ Dic ionár io Bíblico; ■ Encic lopédia Bíblica; ■ Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; • ■ Um bom dicionário de Português; ■ Livros e aposti las que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: ■ A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; * O direito de todos os in tegrantes opinarem. Como obter melhor aproveitamento em avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia a tentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho! Currículo de Matérias > Educação Geral 03 Histór ia da Igreja 09 Educação Cristã n/ 03 Geografia B í b l i c a ' / > Ministér io da Igreja CU Ética Cristã / Teologia do Obreiro 09 Homilética / H erm enêu t ica 1̂ -/ 09 Família Cristã ^ 03 Adminis tração Eclesiás tica s / > Teologia , 09 B i b l i o l o g i a x / CQ A Trindade 03 Anjos, Homem, Pecado e Salvação 03 Heresiologia J 03 Eclesiologia / Miss iologia > Bíblia 03 Pentateuco CQ Livros Históricos 03 Livros Poéticos 03 Profetas Maiores 03 Profetas Menores 03 Os Evangelhos / Atos 09 Epístolas Paulinas / Gerais d Apocalipse / Escatologia s índice Lição 1 - A Ig re ja ................................................................. 15 Lição 2 - Organização da Ig r e ja ........................................ 41 Lição 3 - A Administração da I g r e j a .............................. 67 Lição 4 - 0 L í d e r ...................................................................99 Lição 5 - A L i d e r a n ç a .................................................... 125 Referências B ib l io g rá f ica s ............................................ 151 Lição 1 A Igreja Na linguagem comum, o vocábulo Igreja tem um significado muito amplo. É aplicado ao edi fíc io em que se realiza o culto cristão; a uma congregação de adoradores crentes; a um estabelecimento religioso; a de terminado t ipo de ordem eclesiástica; ao con junto de todos os crentes em Cristo, e a um grupo local de discípulos cristãos associados num pacto com propósitos religiosos. Este últ imo significado é o comumente encontrado no Novo Testamento. O vocábulo 7 ‘igrej l u / - ^ n i - d j í palavra g r e g a i ekklesicr j que significa j^chamado para fo ragi) uek” para fora, e “k les is” , chamado. Entre os gregos, o termo designava um grupo de pessoas dotadas do privi légio e c idadania incumbidos de certas funções públicas adminis tra tivas importantes, convocado, ou chamado para fora, dentre a massa comum do povo. No Novo Testamento, a “Ekk les ia” é um grupo de pessoas chamadas e separadas da multidão comum, em virtude de uma vocação divina, escolhida para serem santas, investidas nos privilégios e incumbidas dos deveres de cidadania no reino de Cristo. Conforme o NT, uma Igreja cristã é um grupo de pessoas div inamente chamadas e separadas do mundo, batizadas sob prof issão de sua fé em Cristo, 15 de uma Igreja local; nem se é membro dessa Igreja por tocar ou cantar no coro ou por fazer qualquer outro serviço, mas para isso é preciso ser nova criatura, uma criatura nascida de novo; caso contrário, não subirá com o Senhor na sua vinda. Se não nascer de novo e viver de acordo com os ensinos bíblicos não é membro da Igreja de Cristo no sentido real. A salvação não é privi légio de nenhuma denominação; alguns pre tens iosamente afirmam, mas estão enganados! Jesus não fundou nenhuma denominação, o que ele fundou e inaugurou no dia de Pentecostes foi a sua Igreja, verdadeira, imaculada e comprada por seu sangue derramado na cruz. A Verdadeira Igreja de Cristo é aquela que o serve em novidade de vida e pauta o viver cristão pelos ensinos sagrados. > Aspectos dentro do conceito de Igreja Universal: ■ Igreja Inv is íve l : São os fiéis no Senhor, aqueles que estão dentro da Igreja visível. ■ Igreja O rgan ism o: Como organismo, é uma comunidade de crentes unidos em Cristo pelo Espíri to Santo; dotada de dons e minis térios para aper fe içoamento dos santos (Ef 4.11-16); a Igreja organismo precede a Igreja organização. ■ Igreja M il i tan te : É a comunidade cris tã que peregrina em direção ao descanso eterno, revestida pela armadura de Deus para vencer o inferno (Mt 16.18). Esta luta contra as hostes do maligno, contra o pecado, que é comprometida com a pregação do Evangelho de Cristo, a f im de promover a salvação dos pecadores. Representada por todas as igrejas locais: ministros, membros, que guardam a unidade do Espíri to Santo pelo vínculo da paz (Ef 4.3-16). 18 ■ Igreja Triunfante: É o grupo incontável de cristãos que estão nos céus, arrebatada pelo Seu Senhor e Salvador Jesus Cristo, é a Igreja livre da ação do pecado, reinando com Cristo, é a mesma Igreja Universal do mundo inteiro, agora unida com Cristo nas Bodas do Cordeiro, depois de trocar a espada pela palma da vitória, as lágrimas pelos cânticos, e a cruz pela coroa. ■ Aspecto Inclusivo da Igreja : A Igreja é composta de pessoas de todas as raças, tribos, línguas e nações! A Igreja Local. Representa uma parte pequena da Igreja Universal . É formada pelo conjunto de salvos por Cristo de um determinado local, cidade, distrito ou munic ípio. Dentro do aspecto geral a Igreja é um grupo unido no mesmo propósito e fé, um corpo cooperando com outros de semelhante natureza. Um estudo do Novo Testamento demonst ra c laramente que a Igreja local tem uma importância super la t iva1. A Igreja local é uma célula viva do corpo de Cristo, atuando na comunidade onde está situada. Não devemos l imitar este conceito à reunião dos crentes no prédio da Igreja. A Igreja Primitiva se reunia para a adoração e edificação, em diversos lugares, nas sinagogas, em edifícios públicos ou domicíl ios particulares. Portanto, não estavam reunidos em um único lugar; os crentes mantinham suu condição de sal da terra e testemunhas de Cris to na sociedade em que viviam. 1 Que expr im e uma qua l id ade em grau mui to al to, ou no mais al to grau. 19 A Igreja local é uma expressão do corpo de Cristo na comunidade onde habita, e é também o representante de Deus para evangelizar e testif icar aos pecadores nessa região em particular. E necessário que haja uma Igreja estabelec ida que possa expressar a vontade e os propósitos de Deus, comple tando sua missão no mundo. Não se pode considerar comple ta a obra de evangelismo, conquanto não haja igrejas estabelecidas. A Missão da Igreja Qual o propós ito de Deus ao mante r a Igreja no Mundo? Qual sua final idade ou missão? A Bíblia ensina que a Igreja está no mundo para uma missão tríplice: p (1) Adoração (glor ificação ao nome de Deus). A Igreja é um precioso tesouro de Deus na qual Ele se deleita. A adoração é preciosa para Deus. Eis a missão da Igreja: adorar e glorificar a Deus em espíri to e em verdade (At 13.13). 0 (2) Edificação (aperfe içoamento, fortalecimento, crescimento dos salvos). Esta é uma missão qua l i ta t iva1 que a Igreja tem para consigo mesma. O ensino é a sa lvaguarda2 dos que são ganhos para Cristo. Atendendo às necessidades do membro e, desta maneira, fortalecendo e edificando a Igreja (Ef 3.14-21; 4.11- 16; G1 4.19,20; Jo 17.15-23; IPe 3.15; 2Pe 3.18). 1 Que expr ime ou de te r mi na a(s) qual idade(s ) . 2 Pro te ção e garan t ia (de d ire i to , de l ibe rdade , de segu rança) con cedid as por au t o r id a d e ou inst i tuição a um ind iv íduo , a uma co le t iv idade , a um es tatuto. > O governo da Igreja é: * Teocrát ico - isto é, governo de Deus, onde o poder e as leis emanam de Deus: o ensino é de Deus, a doutrina é de Deus e o seu código é a Bíblia, a Palavra de Deus. Os minis tros são eleitos por Deus e são dados à Igreja por Deus. Algumas igrejas se jactam de terem o seu governo baseado no sistema democrát ico, mas nós damos graças a Deus pelo governo teocrático. > Governo da Igreja na terra. Na terra, Deus usa os seus minis tros, o qual escolhe e capacita com dons e os dá à Igreja, para governá-la. Tudo feito através de Cristo, o cabeça da Igreja. Os minis tros operam com o poder e na direção do Espíri to Santo, que é o guia no governo da Igreja. Na lis^a dos dons minister ia is está escri to que Deus pôs governo na Igreja ( I C o 12.28; Rm 12.8). O governo da igreja na terra é executado pelo corpo de ministros. Uma igreja cristã é uma sociedade com vida coletiva, organizada de conformidade com algum plano definido, adaptado a algum propósito estabelecido, que ela propõe realizar. Por conseguinte, conta com seus oficiais e ordenanças, suas leis e regulamentos, apropriados para a adminis tração de seu governo e para o cumprimento de seus propósitos. Exis tem três formas especiais e largamente diferentes de governo eclesiástico, que tem obtido prevalência nas comunidades cristãs através dos séculos passados, e que cont inua sendo mantida com diferentes graus de sucesso, cada uma das quais reivindicando ser a fo rma original e primitiva. 23 Formas de Governo Episcopal ou Prelática. Forma em que o poder de governar descansa nas mãos de prelados ou bispos diocesanos, e no clero mais alto; tal como sucede nas igrejas romanas, grega, anglicana, e na maior parte das igrejas orientais. Os defensores desta forma de governo declaram que Cristo, como o cabeça da Igreja, tenha confiado o contro le da Igreja na terra a uma ordem de oficiais chamados bispos que seriam os sucessores dos apóstolos. É a s i lhue ta1 mais antiga de governo de Igreja local. Episcopal vem do termo grego “ep iskopos”, que significa “superv isor” , a tradução mais freqüente desse termo é “bispo” ou “super in tendente” . Presbiteriana ou Oligárquica . Forma em que o poder de governar reside nas assembléias, sínodos, presbitérios e sessões; é o que sucede na Igreja escocesa, luterana, e nas várias igrejas presbiter ianas . Esse sistema tem um controle menos central izado que o modelo episcopal confia na l iderança de representação. Seus escolhidos (geralmente escolhidos por eleição) para ser representantes diante da Igreja l ideram nas atividades normais da vida cristã (adoração, doutrina e adminis tração). O perfil presbi ter iano de consti tuição ecles iás tica deriva seu nome do ministério bíblico presbu teros (presbítero, ancião). Normalmente na forma de governo presbiter iana, a Igreja é regida por níveis. 1 D e senh o repre sen ta t ivo do perfi l de uma pessoa ou obje to , segundo os con tor nos que a sua so mb ra pro jeta . 24 Congregacional ou Independente . f<\ 3 Como o próprio nome sugere seu enfoque de autoridade recai sobre a congregação, sobre o próprio corpo local de crentes. Nesta forma de governo a entidade pratica o auto-governo, pois cada Igreja individual e local admin is tra seu próprio governo mediante a voz da maioria de seus membros; é o que acontece entre os batistas, os congregacionais , os independentes, e alguns outros grupos evangél icos . Esse sistema é o que dá mais autoridade para os membros comuns da Igreja. É o que mais se aproxima da democrac ia pura. Neander, destacado historiador, diz a respeito do período primitivo: “As igrejas eram ensinadas a se governarem por si mesm as” . “Os irmãos escolhiam seus própr ios oficiais dentre seu própr io número” . “No tocante à eleição de oficiais eclesiásticos, o princípio antigo continuou sendo seguido: o consentimento . da comunidade era necessário para a va lidade de qualquer eleição semelhante, e cada membro t inha a l iberdade de oferecer razões por sua opos ição” . Moshiem diz a respeito do primeiro século: “Naqueles tempos primitivos , cada Igreja cris tã era composta do povo, dos oficiais pres identes , e dos assistentes ou diáconos. Essas devem ser as partes componentes de cada sociedade. A voz principal pertencia ao povo, ou seja, a todo o grupo de c r i s tãos” . “O povo reunido, por conseguinte , elegia seus própr ios governantes e m est res” . A respeito do segundo século, ele acrescenta: “Um presidente, ou bispo, pres ide sobre cada Igreja. Ele era criado pelo voto comum do povo” . “Durante uma grande parte desse século, todas as igrejas continuaram sendo como no princípio , independentes umas das outras, cada Igreja era uma 25 mandou chamar os presbíteros da Igreja de Éfeso (At 20.17). Por essas passagens , há abundantes precedentes bíblicos que autorizam a exis tênc ia de presbíteros na Igreja. Também se poderá ver, pelo exame das Escrituras, que o presbítero é um obreiro que exerce um minis tério do Evangelho. Pedro escreveu: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles.. . pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós... Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a im arcesc íve l1 coroa de glória” ( IP e 5.1-4). Não há dúvida que Pedro foi pregador e apóstolo da mais alta ordem. Ele instruía aos ministros que cuidassem do rebanho. Também afirmou ser ele mesmo um “presbí tero” que exortava os outros presbíteros. Assim sendo, concluímos que um presbítero ou um ancião exerce um ministério. Quando João escreveu a segunda e terceira epístolas, a si mesmo designou-se de “presbítero” ,(2Jo 1; 3Jo 1). Com referência aos presbíteros, em Atos 11.30; 15.2,4,6,22,23; - 16.4; 20.17,28 e 21.18, e part icula rmente nos trechos de Tito 1.5,7, é evidente que os vocábulos “presbítero” (ancião) e “b ispo” (supervisor) são sinônimos, e que ambos se referem a homens consagrados, a líderes oficiais das igrejas. Parece claro que a palavra “presb í tero” se refere ao homem em sua exper iência espiri tual , e que o termo “bispo” a seu cuidado. A conclusão a que se pode chegar, baseada nos parágrafos acima, portanto, é a seguinte: nas igrejas cristãs primitivas havia plura lidade de presbíteros ou anciãos. Noutras palavras, cada Igreja t inha certo número de homens consagrados que servia 1 Que não murcha . Incor rupt íve l , ina l te rável . 28 como pastores. Nos dias dos apóstolos Paulo e Pedro, o Novo Tes tamento ainda não estava completo, pelo que não havia também padrões fixos a seguir, através dos quais fossem resolvidas todas as questões. A Igreja de Cristo estava passando pelo processo de recebei' a revelação total da parte de Deus. A fim de salvaguardar a verdade e resguardá-la das “ in terpretações part iculares” (ver 2Pe 1.20), foi plano de Deus que houvesse, em cada agrupamento evangélico, um corpo de homens dirigidos pelo Espíri to Santo, que pudessem comparar entre si suas impressões divinas, defin indo junto o pensamento e a mente de Deus no tocante à Sua verdade re la tiva às igrejas. Igualmente, nesse período format ivo, a questão de alguém ser um pastor era algo in te iramente novo para todos, havendo necessidade do surgimento e aperfeiçoamento de muitos obreiros dessa categoria, mediante padrão de vida conveniente. Através da associação uns com os outros, comparti lhavam eles o ministério das igrejas primitivas, e estavam assim capaci tados a observar as práticas uns dos outros, aprendendo mutuamente da exper iênc ia coletiva. Isso desenvolveu com p res teza1 aqueles l íderes das igrejas que, indubitavelmente , foram capazes de assumir maiores responsabil idades , como a tarefa de estabelecer novas igrejas e treinar novos presbíteros ou anciãos. Mas, que havia certa dis t inção nas fileiras desses presbíteros parece ficar entendido em IT im óteo 5.17, onde lemos que alguns laboravam na Palavra e no ensino. Isso indicaria que esses t inham uma capacidade maior, enquanto que outros eram menos capacitados. Alguns talvez se ocupassem no cuidado dos pobres , na 1 Lig e i reza , p ront idã o . Ra pi dez , agi l idade . 29 música ou na visi tação pessoal e funções pastorais semelhantes. Esses homens eram apoiados e estimados pela Igreja, conforme IT imóteo 5.17,18, onde a T imóteo é relembrado que o obreiro é digno do seu salário. Igualmente os presbíteros ou anciãos podem servir em outras funções espiri tua is, até mesmo como responsáveis por congregações ou igrejas, estando capacitados a exercerem eventualmente o minis tério de pastor. (2) Diáconos. Os primeiros diáconos foram escolhidos pelos crentes, segundo está regis trado em Atos 6.1-7, para a tender aos interesses temporais da Igreja. Diácono significa “ministro ou servo” . Participação do Membro no Governo da Igreja Não resta dúvida de que os membros devem part ic ipar do governo da Igreja. Mesmo sendo uma teocracia, como já foi dito, a Igreja não pode deixar de ter a participação, embora relativa, dos que a ela pertencem. A relação de partic ipação do povo no governo da Igreja deve ser operado pelo menos em três sentidos: (1) Cooperando. A fim que os governantes tenham condições de desempenhar as suas funções sem embaraço. Essa cooperação é extensa e começa com a contribuição com os dízimos e as ofertas, a fim de que não venha faltar o necessário à manutenção da obra em todas as suas áreas de ação, desde o sustento dos obreiros à construção de templos e a manutenção do patrimônio. 30 > A Igreja poderá receber, também, por aclamação: a) Membros de organizações genuinamente evangélicas. b) Membros de igrejas que não dão carta de transferência. c) Membros cujos documentos foram extraviados. > Além do que prescreve o estatuto , deve o membro: » a) Consagrar-se; a b) Aprender a levar as almas a Cristo; c) Honrar, respeitar, sustenta r a obra com díz imos ; A d) Assist ir aos cultos; e) Votar nas várias reuniões; f) Participar da Ceia; g) Visitar e ser visi tado; ^ h) Tomar parte nas a tividades da Igreja; <■ i) Ser separado, eventualmente , para obreiro local. > Perigos a serem evitados: a) Pensar o pastor somente no número de membros; b) Pensar demais em apoio financeiro ou social; (c) Ter na Igreja, como membros, pessoas que não ) querem se compromete r com o bom exemplo; /d) Ter na Igreja, como membros, pessoas que crêem K em doutrinas diferentes; c) Aceitar como membros pessoas que se separaram ^ bruscamente de suas igrejas originais. 33 Cartas Recom endação . Deve ser expedida apenas a membros em comunhão com a Igreja e que farão uma viagem temporária a um ou mais lugares. A validade da primeira apresentação é de 30 dias. Caso o membro vá permanecer em lugar fixo, mais de 3 meses , o ideal é levar carta de mudança. M udan ça . A carta de mudança é legada1 a membros em comunhão com a Igreja e que este jam transfer indo residência para outra localidade onde exis ta Igreja da mesma organização. Declaração . No caso de um membro querer transferir -se para uma Igreja aceita como evangél ica, mas que não seja da mesma fé e ordem, podemos dar-lhe uma declaração, d izendo que foi membro da Igreja de tanto a tanto, sendo, agora, desligado do rol de membros a pedido. A presentação . Entre congregações de um mesmo campo ou município pode-se dar uma carta de apresentação. Pode ainda ser usada para pessoas que, de passagem ou mudança, são apenas congregados e não membros. Em todos os casos ver também questão de prazo, destino, portador. Antes de receber qualquer pessoa de outra Igreja, é bom consultar o pastor ou responsável de sua 1 R epas sada , passada . 34 Igreja, procurando saber, se, na verdade, não expede qualquer documento para pessoas que mudam de organização, ou se a pessoa não está documentada por outros motivos. O tra tamento de qualquer destes casos deve ser feito com sabedoria. As cartas de mudança ou recomendação podem ser revogadas1 em qualquer ocasião, antes de serem usadas, se, no entender da Igreja, houver motivos suficientes para tal ação, conforme disposi t ivos es ta tu tá r ios2. A Disciplina na Igreja A discipl ina é uma benção, e uma necessidade na Igreja (At 5.1-11; 2Ts 3.6-14; ^ n T > (J 6 . 17JJT^ ICo 5). Jesus falou sobre "a disciplina (Mt 18.15-17). Deus é um Deus de ordem. Como um pai disciplina seus filhos na famíl ia (Hb 12.5-11), assim deve haver disciplina na Igreja. Apesar da Igreja não ter condição de obrigar a consciência do membro, ela tem de ju lgar sobre a observação dos ensinos bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem. Sem dúvida um dos fundamentos da Igreja é a disciplina. Nenhuma ins ti tuição tem condições de atingir os seus objetivos se os membros não obedecerem às disciplinas. > Para ensinar é preciso antes aprender. ^ Daí surge à necessidade do obreiro freqüentar regularmente as Escolas Bíblicas, ler bons l ivros e estudar a Bíblia, para ser um obreiro aprovado. 1 Tor na r nulo, sem efe i to; fazer que de ixe de vigorar ; anular , inva lidar , revocar . 2 R el a t i vo a, ou con t id o em es ta tu to(s ) . 35 > Casos especiais de disciplina aplicada por muitos. Casos de perdão para pessoas que exercem cargos na igreja ou liderança. Ex: Regente de coral ao se ar repender deve voltar imedia tamente a exercer a função? E necessár io um tempo de prova, no qual a pessoa tem de demonst rar arrependimento. Precisa-se dar tempo para que a Igreja veja o arrependimento e restabeleça a confiança. Nunca se deve faci l i tar tanto a ponto de se pensar que o pecado é coisa tão simples que a Igreja nem sequer se incomoda. > Atitude do pastor frente ao procedimento de disciplina do membro. ■ Deve ministrá-la com espíri to de humildade e de amor (G1 6.1); ■ A disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar; ■ Tudo o que tem espíri to de represá l ia1 ou revanche é carnal e dificulta a submissão da pessoa; * O bom pastor dá a vida e deve estar ansioso pela volta da ovelha que se perdeu. ■ A disciplina deve ser aplicada imparcialmente; ■ A disciplina nunca deve se transformar em arma nas mãos do pastor ou dirigente, como meio de impor a sua própr ia vontade: Nada há mais reprovável que amedrontar membros com disciplina para colocá-los na linha. Além do mais, pastor não é ditador. E, sim, um guia e exemplo do redil ( IP e 5.1-3). 1 De sfor ra , v ingança , desp ique , des forço , re ta l iação . 38 Questionário ■ Assinale com “X ” as a lternativas corretas 6. Foram escolhidos pelos crentes (segundo At 6.1-7), para atender aos interesses temporais da Igreja a) 13 Os primeiros diáconos b)| I Os primeiros anciãos c)l I Os primeiros presbíteros d)| I Os primeiros pastores 7. O ingresso na Igreja Universal a)l I É pelo batismo em água b ) 0 É pela exper iência de salvação c)l I E pelo batismo no Espíri to Santo d)l I E pelo cadastro no rol de membros 8. Quanto aos perigos a serem evitados pelo pastor, é incerto dizer que a)| I Não deve ele somente pensar no número de membros b)l I Deve nao pensar demais em apoio financeiro ou social c ) @ Deve aceitar como membros pessoas que se separaram bruscamente de suas igrejas originais d)l I Não deve ter na Igreja, como membros, pessoas que crêem em doutrinas diferentes ■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 9.|fc| A carta de apresentação é passada aos membros que estejam transferindo para outra localidade 10.[£] O que ensina precisa primeiramente disciplinar- se a si mesmo, a f im de dar o exemplo Em terceiro lugar, o fim co l im ado1 por essa organização da Igreja local é assegurar a p rob idade2 em sua adminis tração, j á que um pequeno grupo poderá monopolizar a posse e os privi légios legais, se a Igreja local não for devidamente organizada. Pode ocorrer alguma parc ialidade na dis tribuição das tarefas do ministério e das a tividades da assembléia. Não havendo registros nem qualquer sistema de controle, poderá ocorrer in jus tiça no a tendimento aos membros como, por exemplo, nos casos de visitação. > Organização composta de regenerados. 'Yv - V\ Ao pensar-se sobre a organização de uma Igreja local , p ressupõe-se a existência de um grupo de pessoas realmente nascidas de novo. Esse é o único material com que se pode levantar a Igreja local , pois não há outro fundamento além daquele que já foi posto, a saber, Jesus Cris to ( I C o 3.11). A Igreja compõe-se daqueles que pertencem ao reino espiri tual (Mt 18.3; Jo 3.3). Qualquer outro material que não seja almas nascidas do alto, será como madeira, feno e palha, que será consumido pelo fogo, naquele dia ( I C o 3.12,13). Quão insensato é o pastor que edifica com material perecível. > Argumentos a favor do rol de membros. Contando com o bom material, como já definimos, o pastor pode lançar-se tranqüilo na organização de uma Igreja local. O simples fato de conseguir uma aglomeração de pessoas para pres tar culto não significa que esteja edificando uma Igreja. Deve haver ato de ins ti tuir e pôr em ordem a Igreja. O primeiro passo em direção a tornar a Igreja 1 Mira do , v i sado, obse rv ado . 2 In te g r id ade de car á t e r ; ho nr ad ez , pundonor . 43 local em um organismo vivo, é reconhecer certo número de membros , havendo fortes razões para a formulação de um rol de membros. Em primeiro lugar, a necessidade instintiva de cada crente é de pertencer a um lar espiri tual . Tal como a pessoa deseja possuir um iar e ali viver, assim também as novas criaturas em Cristo anelam por pertencer a uma Igreja que considerem como sua. Em qualquer obra organizada, há certa condição de estabil idade que natura lmente atrai o povo, que não se arriscaria a associar-se a algo transitório. A fim de atender a essa necessidade e de contar com um lugar onde os crentes possam sentir-se em casa, dando- lhes a satisfação de “pertencer” a essa casa, é m is te r1 criar uma organização composta de seus próprios membros. Outro motivo pelo qual deve haver um arrolamento definido de membros, é que isto é bíblico. Nos dias dos apóstolos e da Igreja Pr imitiva , consta que “ ... dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles; porém o povo lhes tr ibutava grande admiração. E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor” (At 5.13,14). Dá a entender que havia um arrolamento bem como uma dist inta l inha de demarcação entre os discípulos e os infiéis. Por isso deve exis t i r o rol de membros, que evita promiscuidade3 e confusão. Pode-se perceber c laramente , em bom número de passagens, que se fazia a contagem dos membros , e disso havia registros. No dia de Pentecostes os irmãos eram 120 (At 1.15). Quase três 1 Pr ec iso , nece ssá r io ; u rgente. 2 L e v ant am ent o , inventár io, lista. 3 Qu a l id ade de promísc uo ; mistura d eso rd en ad a e confusa. Diz- se de pes soa que se ent rega sexua lme nte com fac i l idade . 44 mil foram acrescentados à Igreja naquele dia (At 2.41). Mais tarde o número aumentou para cerca de cinco mil (At 4.4). As inscrições que concernem à disciplina deixam claro que havia uma nít ida l inha de separação - o lado em que se encontravam os membros e o outro, onde permaneciam aqueles que não podiam part ic ipar da comunhão ( ICo 5.12,13). O apóstolo Paulo recomendou que a congregação em Corinto excluísse de seu rol aquela pessoa iníqua. Aqui temos uma s ituação dos que es tavam “den tro” e dos que estavam “fora” , o que é possível somente com um rol de membros. O próprio Senhor ins truiu que, após os passos preliminares apropr iados em direção à reconci l iação, se o irmão se mostrasse irreconcil iável, dever ia ser reputado como gentio e publicano (Mt 18.17). Isso o poria fora do p á l io 1 da comunidade, requerendo que começasse tudo de novo se desejasse yoltar a fazer parte da mesma. Essa exigência também revela a vontade de Jesus, no sentido de que haja definição exata sobre a si tuação dos crentes. Tito 3.10 ordena a rejeição do herege após a primeira e segunda advertência. Como poderia haver a rejeição se não houvesse pelo menos um grupo definido do qual pudesse ser excluído? Veja também 2Tessa lonicenses 3.6,14,15. Existe ainda uma outra razão em favor do rol de membros. E lógico do ponto de vista de qualquer empreendimento. Quando pessoas crentes f reqüentam uma Igreja e fazem invest imentos nela como seu lar espiri tual , adquirem por ela um interesse maior. Caso o templo seja de propriedade de alguém (do pastor, por exemplo), e esse alguém mais tarde o vende e muda-se 1 Manto, capa. deles, separa i-vos . . .” (2Co 6.17). E Ele também nos instruiu~~como segue: “Sede santos, porque eu sou san to” ( IPe 1.16). Diz-nos ainda que “Se a lguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” ( l J o 2.15). E tãmbem: “ Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas (certos pecados citados nos versículos 3 à 5) vem a ira de Deus sobre os fi lhos da desobediência" (Ef 5.6). Que devemos fazer em face dessas Escrituras? Haveríamos de aceitar em nossas igrejas, como membros, aqueles que demonst rarem amor ao mundo? Se a ira de Deus repousa sobre os tais e se de maneira âTgTímã~éntrárao no reino (G1 5.19-21), que direito temos nós de aceita-los na Igreja? Que coerência haveria nis to? Da parte de todo candidato a membro, deveria haver a declaração definida acerca da renúncia ao pecado e às coisas do mundo, com pTènà ^compreensão sobre este ponto. Se af irmarmos que a nossa doutrina é corre ta e bíblica, e que temos exper iênc ia com Deus, então a coerência requer que esperemos dos membros de nossas igrejas um alto padrão de vida e exper iência espiri tual . Mas, se nossa Igreja não é diferente das demais, nesse caso, por que exist imos como denominação separada? Esse é um desafio direto. (O cr is t ianismo em vários aspectos se acha dividido em muitas denominações e seitas). A menos que haja clara jus ti f ica tiva para nossa exis tência separada como denominação, estamos condenados por estar aumentando o número dessas divisões. Nossa própria existência, como Igreja, exige que tenhamos um padrão mais elevado de aceitação.de membros;(ê^u g ^ q u è ^ h aja certas quali f icações') impostas aos que queiram tornar-se membros de nossas igrejas. Se a Igreja for pura e santa, gozará da 48 aprovação de Deus e dos homens. O pecado crucificou nosso Mestre. Este mundo vil é inimigo da graça de Deus. A Igreja está a caminho de uma pátria santa e celestial , e nós adoramos a um Deus santo. Isso torna necessário que os crentes se aproximem o mais possível do estado “sem mácula nem ruga, nem coisa semelhante, mas antes, seja santa e sem defeito, como Igreja g lor iosa” (Ef 5.27). Deus derramará Suas bênçãos sobre uma comunhão l impa, de santos, e não sobre aqueles que acolhem o pecado e o mundanismo em seu meio. O povo, semelhantemente , aprecia a coerência de uma vida santa da parte daqueles que fazem tão vigorosa prof issão de fé. Desse modo as bocas serão fechadas e os corações ficarão convencidos da real idade dessa maravi lhosa salvação. A Diretoria É muito destacado o lugar do corpo adminis tra tivo da Igreja local. Após a escolha dos presbíteros e diáconos é conveniente e bíblico que haja uma consagração pública desses irmãos. Ao serem selecionados os primeiros diáconos, estes foram apresentados aos apóstolos, os quais oraram e impuseram as mãos sobre eles (At 6.6). Isso dará aos presbíteros e diáconos “certo pres t íg io” perante a Igreja, além de demonst rar publicamente que o pastor os aceite sem restrições. O secretário da Igreja, escolhido pelo presbitério , é o guardião e responsável por todos os documentos impor tantes, atas, etc. Sugere-se que haja pelo menos uma reunião mensal do presbitério , a não ser por mot ivo de força maior. E essa reunião deve ser levada a efeito, quer haja assuntos de re levância a 49 I_______________________________________________________________ tratar, quer não. Haverá sempre necessidade de companheir ismo e conselho, e de um período de oração fervorosa em favor do bem-estar espiri tual de toda a Igreja. Devem-se lavrar atas contendo todas as m o çõ es1 aprovadas em cada reunião. E seria conveniente que o secretário lavrasse em ata os assuntos tratados, e se chegaram ou não à aprovação. Além da reunião do presbitério é necessár io que o pastor se reúna com as outras comissões da Igreja. Há os oficiais da Escola Dominical com os quais terá de entrevistar-se, e deve estar presente às reuniões semanais ou mensais dos professores e obreiros da Escola Dominical . Se houver um grupo organizado da mocidade, o pastor será automaticamente membro ex-ofício de sua diretoria. O pastor não deve considerar que fazer-se presente a essas reuniões seja um privilégio, mas, sim, um dever. O pastor é o líder de cada depar tamento, bem como da Igreja em geral. Seu intuito, ao fazer-se presente a essas reuniões, é o de contribuir com seus conselhos e exercer uma influência benéfica, visando apr imorar o conhecimento dos crentes e a at ividade espiri tual . Sua presença não deve de forma alguma abafar ou in timidar e nem tirar deles a responsabi l idade no trabalho. O pastor deve dar valor à sabedoria e às opiniões deles, encorajando suas iniciativas. Jamais deve passar à frente desses subordinados, naqueles detalhes que são legit imamente deles. Caso tenha qualquer sugestão a fazer, que o faça ao membro encarregado, e este entre em contato com os demais. 1 Pro pos t a , em uma as semb lé ia , ace rca do es tudo de uma ques tã o , ou re la t iva a qu a lq uer inc idente que sur ja nessa assemblé ia ; p ropos ta . 50 lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus!” (Gn 28.16,17). Naquele local nada havia além da pedra que havia usado como travesseiro , e que erigiu como coluna, derramando óleo sobre essa pedra. É a presença de Deus que motiva o levantamento de uma casa de Deus. Por outro lado, está d iv inamente registrado que os filhos de Deus lhe edificaram tabernáculos e templos, nos quais Ele cond escen d eu 1 em habitar. E do conhec imento geral que precisamos estar f isicamente bem acomodados, em certo conforto, para nos assentarmos tranqüilamente a f im de darmos atenção às questões da alma e do espírito. Assim como o corpo é o veículo em que nossa natureza espiri tual está contida, do mesmo modo, o edifício de uma Igreja é o meio necessário às f inal idades espiri tuais e o local onde adoramos a Deus. Também a Igreja deve possuir uma aparelhagem de som que permita uma audição, por parte dos ouvintes e, dos que a estão uti l izando, da melhor maneira possível . É um depar tamento da Igreja onde é necessário invest imento considerável. Em alguns casos, gasta-se excessivamente com construções e ornamentações, sendo minimizado o interesse pela qualidade sonora produzida para àqueles que vão às reuniões, gerando assim um fruto negativo em função da má qualidade dos equipamentos sonoros. Não é aconselhável invest ir grandes fortunas como fez Salomão, quando existe a urgente necessidade de recursos consagrados com que possamos financiar a proclamação do Evangelho até às extremidades da terra. Por outro lado, cumpre-nos procurar a beleza simples nas casas de oração que levantarmos. 1 Tr ans ig i r es p o n ta n eam en te , ceder , anui r à vontade ou ao rogo de a lguém. 53 O templo que consiste em um único salão é quase sempre o primeiro passo na criação de uma Igreja. Conforme for aumentando em número e capacidade financeira, será lógico e apropriado providenciar melhores acomodações para os diversos usos: o gabinete do pastor, uma sala de oração, salas amplas para a Escola Dominical que é div idida em classes, salão para reuniões diversas, berçário biblioteca. O Senhor atende à nossa fé ativa, quando damos um passo à frente e procuramos à expansão necessária ao desenvolvimento de Sua obra. Manutenção É para a glória do Senhor, que, as igrejas sejam equipadas de modo a abrigar confortavelmente o público. O mesmo deve dar-se com os móveis da Igreja. Bancos e assentos confortáveis, púlpitos bem confeccionados, cadeiras, quadros-negros, mapas e todo o equipamento que se torne necessár io para o trabalho eficiente, devem ser providenciados. O exterior do edifício, o ja rd im e todo o imóvel devem ser conservados em boa ordem e sempre limpos. Os homens procuram a aparência das coisas e são esses homens que procuramos ganhar para Deus. Um letreiro atraente deve ser colocado em lugar apropriado no templo, pois o templo, em si, já consti tui um convite aos transeuntes1 a entrarem. Uma providência sumamente interessante é a divulgação do P l a n e j a m e n t o p a r a o T e m p l o 1 Indiv íduo que vai andando ou passando; passan te , caminhante , andante , v iandante . 54 número do telefone e que tal número apareça tanto na lista te lefônica como nos saguões1 de hotéis da cidade. Sempre deve ser fácil aos estranhos a localização da Igreja para que os interessados saibam onde se reunir com os irmãos. Cerimônias Talvez seja um tanto difícil para um pregador não l itúrgico do Evangelho, efetuar cer imônias eclesiásticas. No entanto, isto faz parte de seu dever e ministério diário, e dever ia familiarizar-se com todas as cer imônias a que um minist ro é chamado a realizar, aprendendo a oficiá-las com dignidade e correção. As pessoas em favor das quais, tais cer imônias são realizadas, consideram-nas como momentos relevantes em suas vidas. Delas participam com profundo respeito e reverência. Se não realizarmos nesse espíri to de reverência, elas perderão, o propósito e os benef ícios para os quais foram instituídos. Não queremos dizer com isso que deva haver r ituais inf lexíveis, artificiais, mas antes, certa ordem digna que honra a ocasião. Em muitas dessas oportunidades estarão presentes observadores que são revestidos de certa auréola sagrada. Se um ministro violar a santidade da ocasião, será um grande choque para tais pessoas e as levará a perderem o respeito por ele e por sua Igreja. Por essas razões, todos os minis tros dever iam conduzir as diversas cer imônias ecles iás ticas com dignidade e decoro , contando ao mesmo tempo com a presença e as bênçãos do Senhor nessas ocasiões. 1 Sala de en t rada , recepção. 2 C o r reção mora l ; decênc ia. D ig n id ade , honr adez . Co n fo rm id ad e do es t i lo do orador , do escr i to r , com o assunto de que trata. 55 os membros entendam que só deve ir à mesa do Senhor aquele que estiver com o coração l impo e sem pecado ( IC o 11.27-32). Por isso todo o que desejar participar da Ceia do Senhor deve preparar o coração. O que estiver em pecado deve arrepender-se e procurar o perdão. Em caso de haver rancores e desgostos entre alguns dos membros, estes devem reconci l iar-se antes de aproximarem-se da mesa do Senhor. O pastor também deve anunciar que tanto ele como os demais obreiros estão dispostos a ajudar esp ir i tualmente a quem lhes pedir. Depois da exortação, convém que todos se entreguem à oração e à medi tação diante de Deus. Ao oficiar a celebração da Ceia do Senhor, que o pastor prossiga calma e reverentemente . É uma cer imônia solene e sagrada e, devido à presença do Espíri to Santo em todo o seu transcurso, deve-se espera r que produza ricas bênçãos espirituais. Natura lmente que, os presbíteros e diáconos, cooperarão com o pastor nesse culto, como também os minis tros visitantes. Mediante claro entendimento , estabelecido de antemão com os cooperadores , deve prevalecer ordem e sistema durante a celebração. Depois que os cooperadores t iverem tomado suas posições, convém que sejam lidas passagens apropriadas, preferencialmente ICorínt ios 11.23 à 26 ou 31; opdonalrnFhtêT-- Mateus ~26.17-20,26-29; Marcos 14.12,17, 22-25; ou Lucas 22.7-20. Geralmente é de bom alvitre explicar que se trata de culto de Comunhão, mas que os não batizados sejam advertidos a não partic iparem. Após uma oração, o minis tro lerá novamente a porção concernente ao pão 1 Alv i t ra mento . Not íc ia , nov idade , nova . e entregará o e lemento aos diáconos, para que o dis tribuam sistematicamente entre o povo. Gera lmente a Santa Ceia é celebrada ao término do culto, no primeiro sábado do mês, ou no primeiro domingo do mês, pela manhã. Não se deve apressar esta cer imônia. Ela é um ato solene e deve-se esperar que os par tic ipantes recebam ricas bênçãos da parte do Espíri to Santo ao permanecerem em sua presença durante a cer imônia. O batism o em á g u a s . ^>1(9 O batismo em águas, por imersão, deve ser realizado no bat is tér io da própr ia Igreja, ou em uma lagoa, praia ou rio. O ministro deverá cert if icar-se, acima de qualquer dúvida, que o batizando compreende bem o ato e que tenha realmente exper imentado o novo nascimento. Ent revis tas preparatórias com os candidatos são a ssaz1 opor tunas . Essa cerimônia , com toda a propriedade, pode ser real izada como parte do culto noturno de domingo, posto que esteja unida à confissão de Cristo como Salvador. A solenidade e a natureza sagrada da ocasião devem ser sentidas tanto pelos candida tos como por toda a assembléia. No momento apropriado o pastor entregará o púlpi to a um minis tro colega ou auxil iar, enquanto ele e os candidatos se retirarão aos vestiários a f im de se prepararem para o batismo. O pastor deve entrar primeiro na água, e os candidatos comparecerão um a um; ou então, se a cer imônia for efe tuada em lugar espaçoso, o grupo inteiro de candidatos poderá aparecer ao mesmo tempo. Após uma oração, o 1 Bas tan te , suf ic ien te , ou mui to. 59 ofic iante se colocará em posição de efetuar a sua importante tarefa. ■ O batizando será orientado a colocar as mãos entre laçadas sobre o peito (mãos superpos tas1). ■ O batizan te colocará a mão que vai suportar o peso do batizando um pouco abaixo da nuca deste e, levantando a outra mão ao alto, fará as seguintes perguntas: • O(a) irmão(a) crê que Jesus é o Sa lvador e Senhor de sua vida? • Promete viver para Ele durante toda a sua exis tência? • Está disposto a obedecer à sua Palavra incondic ionalm ente? ■ Após ouvir o “S im ” do candidato, o oficiante dirá: Segundo a tua confissão, o teu testemunho e a ordem de nosso Senhor Jesus Cristo, eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espíri to Santo. Em seguida colocará a outra mão sobre as mãos postas do batizando, e, com fi rmeza e delicadeza, e, mais que tudo, muito reverentemente , o inclinará para trás até submergi- lo tota lmente, com a maior rapidez, levantando-o logo para a pos ição ereta e o conduzindo a quem esteja ajudando. ■ Durante a realização do batismo, o oficiante deve acautelar-se quanto à má com pos tu ra2 de algumas pessoas, especialmente irmãs. (Esta recomendação é feita para que tão solene ato não se torne uma ocas ião para escândalos ou gracejos). ■ O of ic iante terá sua vest imenta bem apresentável, 1 Posto em cima. 2 Seriedade ou correção de maneiras; comedimento, circunspeção, modéstia. 60 cr iança nos braços, ou impondo as mãos sobre sua cabeça, o pastor dirá: “No nome do Senhor Jesus, dedico esta criança (nome da criança) a Deus e ao Seu santo serviço” . E em seguida fará uma oração de dedicação. A congregação, te rminada a dedicação de todas as crianças, poderá entoar um outro hino infantil , em conclusão. Outras Cerimônias Existem algumas outras cerimônias que per tencem mais apropriadamente às incumbências dos responsáveis e convenções estaduais ou regionais dentro da denominação, do que aos encargos de um pastor local . Refer imo-nos à dedicação de um templo, ao lançamento de uma pedra fundamental , e à ordenação de minis tros do Evangelho . Perturbação ao Sossego Alheio Conforme a legislação em vigor no país, const i tu i-se contravenção penal (f icando o infrator sob as penas da lei) qualquer perturbação ao sossego alheio, por meio de: ■ Gritar ia ou algazarra; ■ Exerc íc io de prof issão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescr ições legais; ■ Abuso de inst rumentos sonoros ou sinais acústicos (buzina ou apito); ■ Provocação de animal, ou não procurando impedir barulho produzido por animal sob a sua guarda. É bom atentarmos para isso, pois algumas igrejas têm sido fechadas por perturbação ao sossego 63 alheio (excesso de barulho) , pelas prefeituras do munic íp io onde estão localizadas. Para evitar t ranstornos com os vizinhos e com a lei, evite barulho acima dos decibéis permitidos. Questionário ■ Ass inale com “X ” as alternat ivas corretas 6. Antes de realizar a cer imônia de casamento, será necessário que o minis tro se familiarize com a ) 0 As leis do país onde o casamento está sendo efetuado b ) D O s convidados do casal a se casar c)l I As leis da Igreja onde será realizado o casamento d)l I A l inguagem e ora tória para esse t ipo de cer imônia 7. Quanto ao pastor no culto da Ceia do Senhor, é incerto dizer que a)| I Deve avisar aos não-convert idos acerca do per igo de tomá-la sem estarem preparados b)l I Deve exortar aos crentes a atentarem para a preparação espiri tual c)[y| Deve anunciar no dia da celebração, para que fiquem surpresos e espertos a não errarem d)[ I Deve prosseguir calma e reverentemente ao ofic iar a celebração da Ceia do Senhor 8. Passagens apropriadas para Ceia do Senhor a)8§ Preferencialmente Mateus 26.17-20,26-29 b)[Xl Preferenc ialmente ICorín t ios 11.23 à 26 ou 31 c ) @ Preferenc ia lmente Marcos 14.12,17, 22-25 d)fli] Preferenc ia lmente Lucas 22.7-20 64 Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 9.IM O profeta Ageu ins truiu ao povo que ouvisse a ordem do Senhor: “Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa” l O . d O bat ismo em águas, por aspersão, deve ser realizado no bat is tér io da própria Igreja, ou em uma lagoa, praia ou rio 65 O Senhor Jesus exor ta-nos a sermos admin is tradores precavidos (Lc 14.28-32). O que significa “Adminis tração Ecles iás t ica?” . Adminis tração Ecles iás tica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange a sua função de líder ou admin is trador principal da Igreja a que serve. Lembremo-nos que a Igreja é s imultaneamente , organismo e organização. É o povo de Deus organizado para a tender à missão que Deus a const i tuiu num tríplice aspec to: ■ Espir i tual v / ■ Social v / ■ Econômico {/* A organização de uma Igreja local consiste em articular o seu governo. E a adminis tração dessa, consis te em pô-la em funcionamento . Alguns asseveram que é mais fácil estabelecer uma organização que fazê- la funcionar. Mas cer tamente a sabedoria que capacita alguém para const i tu ir uma organização bíblica, também deveria capacitá-lo a cuidar da sua adminis tração. Todavia , deve-se admiti r que a paciênc ia necessária para cuidar do funcionamento detalhado duma máquina, do reparo de peças e de seu uso contínuo, em muitos casos falta ao gênio do indivíduo que a construiu. Seja como for, é absolu tamente necessário que uma Igreja seja não apenas bem organizada, mas que represente um organismo vivo, adminis trado de modo eficiente e fiel. Da mesma maneira que a organização de uma Igreja começa com a ag lu t inação1 dos membros, a adminis tração da Igreja visa a manter unidos tais membros. Cria-se uma norma de aceitação de membros, um arrolamento definido. 1 Unir , reunir , ligar. 68 Daí por diante cabe ao pastor adotar sempre esse padrão de acei tação e disciplina dos membros faltosos; para que permaneça nít ida a l inha de separação entre os que são membros e os que não o são. Conserve sempre atualizado o rol de membros da Igreja. Quando houver ocorrências graves, deve-se remover do rol o nome das pessoas envolv idas - com as que faleceram ou mudaram para outras cidades. Estas últ imas podem ter os nomes arrolados em um rol de inativos, na hipótese de ausência temporária. Quanto àqueles que se desviam ou deixam de viver segundo o padrão bíblico, devem merecer uma atenção particular. As instruções que o Senhor Jesus dá em Mateus 18.15-17 devem ser seguidas à r isca. Gálatas 6.1 é outra passagem bíblica que precisa ser observada: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espiri tuais, corrige-o com o espíri to de brandura; e guarda-te para que não sejas também ten tado” . Faz parte da incumbência do servo do Senhor instruir , humildemente , aqueles que se opõem: “ ... discipl inando com mansidão os que se opõe, na expecta tiva de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para reconhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, l ivrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade” (2Tm 2.25,26). Após uma pers istênc ia séria, amorosa, com oração, semelhante à longanimidade de Deus, pode obter resul tados pos it ivos; caso contrário será necessár io tomar medidas disciplinares, re t irando seus nomes do rol de membros (2Ts 3.6,14,15; ICo 5.2,13). Essa ação não deve ser tomada pessoalmente por quem 69 quer que seja, mas em consulta com presbíteros e diáconos. Entre tan to , não deve haver negligência nem fraqueza nesses casos, pois Deus é santo, e Ele' repreendeu severamente a Igreja de Pérgamo, por permiti r que cont inuassem em seu meio, os que adotavam a doutrina de Balaão; e em Tiatira, por tolerar o ens ino daquela mulher, Jezabel (Ap 2.14,20). O Senhor não deixa passar os pecados nas igrejas. E ainda apoiou a igreja de Efeso por não poder tolerar os in íquos (Ap 2.2). A Administração Patrimonial Eficiente A direção dos negócios da Igreja deve ser eficiente e completa. Alguns pastores são como o homem que edificou sobre a areia, e se descuidam disso. Os bens e a propriedade onde cultuam a Deus, se não forem cercados de providências legais correm riscos de pre juízos incalculáveis. O nome e endereço da Igreja local devem constar c laramente no t í tulo de compra, devidamente quitado e regist rado no Cartório de Imóveis. Isso evi tará qualquer dúvida sobre a legit imidade da posse. Deixar de fazê- lo é realmente perigoso. Com essa providência, caso haja uma perda acidental do t í tulo original , pode-se obter uma cópia por cert idão. É prudente conservar todos os documentos importantes (tí tulos, papéis de seguro, e outros) em local à prova de fogo ou no cofre de um banco. O secretário é o guardião oficial dos documentos da Igreja, qualquer que seja a natureza destes. Mas o pastor deve ter acesso aos mesmos, sempre que queira. 70 ■ C o m a n d a r : É determinar as providências , a f im de que toda a organização funcione de acordo com as normas vigentes. ■ C o o r d e n a r : É manter o organismo em funcionamento hom ogêneo1 e in tegrado em suas diversas atividades. É proporcionar o desenvolv im ento de cada órgão, procurando manter o equil íbrio do sistema operacional. Dessa forma, evitar-se-ão atritos, perda de tempo e complicações indesejáveis. ■ C o n t r o l a r : (Organização) aval iar e regular o trabalho em andamento e acabado. A Administração dos Bens da Igreja A Igreja não é uma sociedade com fins lucrativos nem o seu objetivo é comercial . O principal alvo da Igreja é a pregação do Evangelho, a propagação do Reino de Deus no mundo. Todavia , ela possui bens materiais como: templos , casas de moradias, veículos e etc. A admin is tração patrimonial da Igreja deve ser eficiente e completa. Origem dos Bens da Igreja Os bens da Igreja provem, especialmente , da contribuição sistemática dos seus membros, isto é, dos dízimos e das ofertas. O principal responsável pela adminis tração da Igreja é o pastor presidente o qual, é claro, deve fazer a sua adminis tração sempre de acordo com os demais membros da diretoria, bem como com a Igreja. 1 Cujas par tes ou unidades não ap re se n ta m ou quase não a p re sen t am des ig ua ld ades , al tos e baixos. 73 O adminis trador dos bens não deve ser um di tador, especialmente levando-se em conta que a propr iedade não é sua, mas da entidade. A adminis tração não deve ser feita em proveito próprio. Há casos de enriquecimento por administ ração d o losa1 dos bens da Igreja. O obreiro é um despenseiro de Deus, tanto das coisas espiri tua is como das materiais, portanto, devem ser fiéis. O administ rador nunca deve sobrecarregar de dívidas a Igreja. Se isso vier acontecer, tornar-se-á a adminis tração em desequil íbr io, podendo levar a Igreja ao descrédito. Departamento de Administração (Área Principal) Secretar ia . Este é um órgão de grande impor tância para o bom funcionamento de uma Igreja organizada. Poderá fornecer a direção, se bem atual izada nos seus serviços, informações de todas as a tividades programadas, bem como atender às mais diversas solicitações. > Instalações da Secretaria . Para um perfeito desempenho de suas atividades, deve a Igreja d ispor de um local (sala) própr io para a secretaria, e de fácil acesso para os membros. A sala deve ser bem iluminada e agradável, gerando boa impressão. Na secre taria deve-se ter todo o mobiliário necessário para o bom andamento dos trabalhos pertinentes à secretaria. 1 Dolo - Q ua lque r ato consc ien te com que a lguém induz, mantém ou conf i rm a out rem em er ro; má-fé , logro, f raude , as túc ia ; m aq u in ação . 74 > A tribuições do Secretário (D iretoria). É necessário que o secretário possua habil idade profissional para o desempenho da função. Quando o volume de traba lho exigir que dê expediente em tempo integral, e o secretário da diretoria não dispõe de tempo para tal, deve designar alguém para que o faça, sob a sua supervisão. O secre tário deve possuir as seguintes qualificações: Maturidade espir i tual ; ' / Educação exemplar ; Boa caligrafia; Boa redação; Ser zeloso; v Se possível possuir tempo. > Variando de acordo com o estatuto, as principais a tr ibu ições do secretário são: Lavrar atas da Assembléia , em livro próprio, assiná-las e apresentá-las para aprovação nas assembléias seguintes; Assinar, com o presidente, os documentos oficiais da Igreja; Manter em dia o fichário de membros e todos , os serviços relacionados à secretaria; ^ Confeccionar e expedir toda a correspondência sob sua responsabil idade; Manter a tual izados todos os dados estatís t icos \ / na sua gestão; Prestar relatório de suas atividades; Tratar com afabi l idade e amor cristão todas as \ J pessoas que necessi tam de seus serviços; 75 registro dos nomes, pois nas futuras comemorações poder-se-á verificar quais os membros mais antigos. Nunca se substi tui um nome já registrado, somente para aprovei tar o número, em caso de morte ou exclusão do rol. O número dado a um membro jamais deve ser outro. Questionário ■ Assinale com “X ” as al ternativas corretas 1. Conjunto de princípios , normas e funções dest inadas a ordenar, dirigir e controlar a)| I Pastorear b)| I Subordinação c)| I Presidir d)FZl Adminis tração 2. É o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange a sua função de líder a)| I Adminis tração Geral b)[R| Adminis tração Eclesiás tica c)l I Adminis tração Organizacional d)| | Adminis tração Secular e Científ ica 3. É coerente dizer que, lavrar atas da Assemblé ia a)l I É atributo do pastor da Igreja b)| 1 É atributo do presbítero da Igreja c ) @ É atributo do secretário da Igreja d)| I É atributo do tesoureiro da Igreja ■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 4 . RH Igreja é uma sociedade com fins lucrativos e seu alvo é a pregação do Evangelho 5.FCI O principal responsável pela adminis tração da Igreja é o secretário 78 As Igrejas e o Direito Tributário Os templos destinados a prá ticas de fé, na verdade, as igrejas, à semelhança de todas as pessoas jurídicas, estão sujeitas às normas de tr ibutação, com base no principio da igualdade de todos perante a lei. Todavia, em virtude da excelência da posição da Igreja na organização da sociedade, e ao princípio fundamental e p é t reo 1 da l iberdade religiosa, o legis lador const i tuinte , para esta ins ti tuição, determinou um tra tamento tr ibutário excepcional , especif icando-o na Const i tuição Federal , entre as l imitações const i tucionais ao poder de tr ibutar do Estado. Ass im consta da Carta Consti tucional no seu artigo 150: Seção I I Das Limitações do Poder de Tributar Art. 150. Sem preju ízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte , é vedado à União, aos Estados, ao Distr i to Federal e aos Municípios: I - ex igir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - ins ti tuir tratamento desigual entre contr ibuintes que se encontrem em s ituação equivalente, pro ib ida qualquer dist inção em razão de ocupação prof iss ional ou fu n ç ã o p o r eles exercida, independentemente da denominação ju r íd ica dos rendimentos, t í tulos ou direitos; III - cobrar tributos: a) em relação a fa to s geradores ocorr idos antes do inicio da vigência da lei que os houver insti tuído ou aumentado; 1 Com apa rê n c ia ou res i s tê nc ia de pedra; pe t roso . 79 b) no mesmo exercício f inance iro em que haja sido publ icada a lei que os insti tuiu ou aumentou. IV - uti l izar tributo com efeito de confisco; V - es tabelecer l imitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pe la uti l ização de vias conservadas pelo Poder Público; VI - inst i tu ir impostos sobre: a) patr imônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto (grifo nosso); c) patr imônio, renda ou serviços dos partidos polít icos, inclusive suas fundações , das entidades sindicais dos trabalhadores, das insti tuições de educação e de assis tência social, sem f in s lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais , periódicos e o pape l destinado a sua impressão. § I o A vedação do inciso III, b, não se aplica aos impostos prev is tos nos arts. 153, I, II, IV e V, e 154, II. § 2° A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarqu ias1 e às fu n d a çõ es insti tuídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas f ina l idades essenciais ou às delas decorrentes. 1 En t i d a d e esta ta i autônoma, com p a t r im ôn io e recei ta p rópr ios , c r iada por lei para executar , de forma desc en t r a l i zada , a t iv idades t íp icas da admini s t r ação públ ica (p. ex. : Banco Central) . etc; mas, sim, apresentar o próprio documento . Quando efe tuar compras em supermercados, deve-se exigir sempre nota fiscal, jun tam ente com o t icket da caixa regis tradora. Exigir sempre a I o via da nota fiscal, pois os seguintes documentos não possuem credibil idade nem servem como comprovantes perante o fisco. Quando a Igreja f izer uma compra por recibo, e não por nota fiscal, existe uma maneira de torná-lo válido. Para tanto, o recibo deve ser feito conforme o modelo a seguir: A Igreja Evangélica (ou entidade sem fins lucrativos), para os devidos fins, declara haver pago a (nome do vendedor), portador da RG N°_________ e do CPF N °_____________ , o valor de R $ ____________(_________ ), pela compra de ________________ , usado e em perfeito estado de funcionamento. (Cidade), (data) (mês) (ano) (nome do responsável pela entidade compradora) Declaro ter recebido a importância acima declarada. (nome e assinatura do vendedor) *Obs. Efetuar r igorosamente, até a data do vencimento, os pagamentos de contas de água, luz, telefone e outras, pois os pagamentos efetuados com atraso de um dia j á o n e ra m 1 a Igreja com multas, ju ros etc. Seguramente, muitas igrejas e congregações têm as suas despesas oneradas porque pagam as suas contas com considerável atraso. 1 Suje i ta r , impor o ônus, ou ob r ig ação a; impor pesados t r ibutos. 83 Se as igrejas fizerem tudo conforme esclarecido aqui, com certeza ficarão isentas de problemas futuros com as autoridades fiscais. Desse modo, cada responsável deve atentar para estas orientações, a fim de cumprir satisfatoriamente as suas tarefas. Documentação da Igreja Para considerar-se uma pessoa ju r íd ica de direito, e não somente uma pessoa de fato, é necessário à pessoa ju r íd ica formalizar a sua existência física, e, para tanto, alguns documentos são muito importantes, sobretudo porque acompanham a pessoa juríd ica durante todo o seu período de existência. Atos de Constituição De acordo com a natureza jur íd ica da entidade, vários são os documentos considerados atos const i tutivos, exempli ficat ivamente , mencionamos, para as várias modalidades associativas, o tipo de documento que marca a sua consti tuição. ■ Entidade sem fins lucrativos, inclusive fundação privada. Estatuto registrado em Cartório de Registro Civil pessoas jurídicas. Registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) O Cadastro Nacional da Pessoa Jur ídica (CNPJ) substi tuiu o Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda (o antigo CGC). Por isso, os cartões CGC não mais valem ju r id icamente a parti r de 01/07/99. Não ocorreu, todavia, qualquer modif icação no número de inscrição anterior. 84 Desde a data mencionada, qua lquer registro de inscr ição, al teração de dados cadastra is bem como o cancelamento no CNPJ deverão ser procedidos mediante uti l ização do Documento Básico de Entrada do CNPJ, da Ficha Cadastral da Pessoa Jur ídica (FCPJ), do Quadro de Sócios ou Adminis tradores (QSA) e da Ficha Complementar (FC). ■ A inscr ição no CNPJ é obrigatória para todas as pessoas jurídicas inclusive àquelas que como tais são equiparadas . As pessoas físicas equiparadas à pessoa ju r íd ica também estão obrigadas a inscrever- se no Cadastro Nacional da Pessoa Jur íd ica (CNPJ) no prazo de noventa dias contados da data da equiparação (Decreto-Lei n° 1.381, de 1974, art. 9o, § I o, al ínea “a”). A inscr ição no CNPJ não se l imita s implesmente à existência da pessoa juríd ica , ela também se estende à sua estrutura, isto é, o CNPJ é uma necessidade do estabelecimento da matriz bem como de todas as f il iais que possuir a pessoa jurídica, todas da mesma forma, devem estar inscr i tas no CNPJ. O Pedido de inscrição será efe tuado nas unidades de cadastro da Secretaria da Receita Federal da região do domicíl io fiscal do estabelecimento. Para os estabe lecimentos matriz e filial, é necessário a seguinte documentação: 1. Documento Básico de Entrada do CNPJ (DBE), em duas vias, e ambas devem estar devidamente preenchidas e assinadas, com firma reconhecida em cartório, pela pessoa física responsável pela empresa perante o CNPJ. Alternativamente , e somente para a 2a via, poderá ser apresentada em cópia simples e servirá como recibo de entrega da FCPJ/QSA. 85 Documentos Necessários para as Congregações > Livro Ata. S O Livro Ata da congregação deve conter o endereço da mesma, o Termo de Abertura e o de Encerramento , além de constar que ela é subordinada à matriz, a qual é sua fiel m an tenedora1. Este livro deve ser ass inado pelo presidente da entidade. No Livro Ata da congregação, serão transcritos somente os seguintes assuntos: Número de membros em comunhão; V Número de membros apresentados para o v/ batismo; Número de crianças apresentadas; v 7 / Número de casamentos e o nome do pastor \ / celebrante; Nome do tesoureiro auxil iar , nomeado pelo V / dirigente da congregação; Nome do secretário auxil iar, nomeado pelo x / dir igente da congregação; Todos os casos de membros discipl inados pe la ' - / congregação; A congregação deve possu ir uma cópia da ata / que deu posse, por tempo indeterminado, ao seu dirigente. Atenção: A matriz é o órgão central e mantenedor da congregação. Assim, todos os atos civis, representação perante terceiros, isenção de impostos , recebimento de verbas, registros, processos, contraíos, f inanciamentos , contabi l idade e balanços são da competência da Igreja matriz, sua fiel mantenedora. 1 Que mantém, sus ten ta , p ro t ege ou de fende . 88 > Cartão do C N P J . ' 7' > Carimbo do C N P J . ^ > Livro Movimento Caixa.”1 As congregações deverão possuir um Livro M ovimento Caixa, adquirido em qualquer papelaria. Este livro possui duas vias: a primeira é destacável; a segunda é fixa. Deve ser escr i turado com uso de papel carbono. Para se efe tuar o trabalho correto e evitar possíveis erros, devem ser observados os seguintes quesitos: ■ Cabe ao tesoureiro da congregação escri turar todas as receitas e despesas, devidamente comprovados. ■ O referido livro deve ser rubricado, assinado em todas as folhas, pelo tesoureiro e pelo dirigente da congregação. ■ O Livro Movimento Caixa deve ser levado mensalmente para a sede mantenedora , no prazo máximo de cinco dias (ou seja, até o quinto dia do mês seguinte), após o fechamento das contas, para ser car imbado, datado e ass inado pelo tesoureiro oficial. ■ A primeira via do Livro Movimento Caixa, ficará em poder da sede mantenedora , para fins de contabil ização; a segunda via ficará fixa no referido livro da congregação, devidamente rubr icada pelo tesoureiro oficial. > Livro de Registro de Casamento. Este livro é do mesmo tipo que se usa para ata, devendo conter os termos de abertura e de encerramento, com a final idade especifica de se regis tra r as celebrações de casamentos na congregação. > Livro Registro de Apresentação de Criança. Semelhantemente ao anterior, este livro também deve conter os termos de aber tura e encerramento. É uti l izado com a finalidade específica de fazer as anotações dos nomes de crianças apresentadas na congregação. > Bolet im Informativo. As congregações devem elaborar um boletim informativo, para manter a Sede informada de todos os assuntos, a f im de atender possíveis exigências do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís t ica), contendo os itens seguintes: ■ Quantidade de celebração de casamentos; ^ ■ Quantidade de crianças apresentadas; J ■ Quantidade de novos convertidos; ■ Número de membros batizados em águas; -/ ■ Número de membros batizados no Espíri to Santo; ■ Número de pessoas visi tadas (enfermas ou n ã o ) \ / pela comissão de visitas da congregação; ■ Outros dados que se fizerem necessár ios . \ / É vedado à congregação lavrar assuntos estranhos à competência da mesma, no Livro Ata, sem o consentimento da Igreja Sede. O livro deve ser assinado pelos dirigentes da congregação, secretário auxiliar, secretário oficial e presidente da mantenedora. Aspectos da Legislação Trabalhista Tem se tornado rotineiro, na jus t iça do Trabalho, a discussão sobre a base ju r íd ica da relação de trabalho entre as insti tuições religiosas e os seus 90 pastorear a Igreja; minis tra r preleções; organizar e dirigir estudos teológicos; controlar, recolher e contar dízimos e ofertas; ajudar no preparo e celebrar cultos; realizar festas cer imonia is ; realizar casamentos; dirigir cer imoniais fúnebres; batizar os conversos; apresentar as crianças; fazer ordenações de obreiros, dentre outras atividades desenvolv idas consoante as necessidades da Igreja. Via de regra, estas ações re lig iosas são praticadas por membros congregados, que na qualidade de fiéis, e em exclusivo exercício de sua fé, pres tam de forma espontânea, gra tui ta e voluntária a sua parcela individual de ajuda, colaborando com a organização e expansão da Igreja. Trata-se, este trabalho, de uma pres tação de serviços solidária à entidade religiosa na consecução do processo de in tegração da Igreja na comunidade, no desempenho de sua efet iva participação social , na formação de uma verdadeira base sustentável de influência religiosa, no alargamento das práticas da fé na população onde se encontra, enfim uma maior abrangência do Reino de Deus junto à sociedade, no cumprimento do Ide ordenado por Jesus Cris to (Mc 16.15). É desta forma que se observa o cresc imento do povo de Deus através deste inigualável processo de transformação da sociedade e do homem que só a Igreja consegue perpetrar, transformar o homem da condição de vil pecador em um mili tante do Evangelho por amor de Cristo. Não acontece este crescimento por resultado de inércia. Não tenhamos dúvida: a at ividade religiosa, mais do que todas as demais, exige dedicação completa, ent rega cont inuada, amor pela obra, e a isso tudo se agrega mui tí ss imo trabalho. Por tanto é 93 inconcebível não se admitir a exis tência de um vinculo de trabalho, todavia, como veremos, nesta relação não existe pacto de emprego. Jurid icamente é mais sucinta a explicação que tem como norte o fato de que o trabalho religioso é vocacional , sem fundamento econômico. A Igreja é entidade sem fins lucrativos, e portanto às suas at ividades não se aplicam as regras da Consol idação das Leis do Trabalho, norma regulamentadora destinada às empresas, aos empreendimentos econômicos. A atividade relig iosa decorre de dever da própr ia religião, desenvolv ida por convicção personal íss ima, vinculada a motivação pessoal de in timidade da consciência, quando o religioso, se abdica dos valores terrestres, na busca do bem maior, no con tinuado no processo de aperfeiçoamento espiri tual , que se materia liza no procedimento de santi f icação, caracterizado pela separação de tudo, em preferência a Deus e a sua obra. O entendimento deve-se fundamenta lmente ao fato de que esta labuta tem uma essência diversa da relação traba lhis ta celetista, a ela é estranha, superior, de dimensão maior. A celet is ta é terrena por natureza, a religiosa ocorre na terra, por ci rcunstânc ia , porém a sua na tureza é divina. Não se trabalha para o homem, sequer para o irmão, senão para Deus, e o trabalho para Deus não está sujeito à lei dos homens, mas sim às re tribuições por Ele, Deus, reservadas a cada um segundo a personal íss ima dedicação a sua obra (“Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho. ICo 3 .8”). Esse panorama galardoador pode ser identif icado em todo o cenário bíblico , com ênfase em suas últ imas letras, quando em Apocal ipse 22.12, conclui -se que: “Eis que cedo venho, e o meu galardão 94 (a minha recompensa) está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” . Juridicamente, o trabalho religioso não se enquadra no ambiente celetista, pois que não permite a elaboração de contrato, visto que não se encontra nesta relação, interesses opostos , pensamentos diferenciados, razões que fundamentam a existência de um contrato. Não existe tecnicamente obrigação firmada entre as partes, onde alguém se constrange a dar, a fazer, ou ainda, a não fazer, alguma coisa em proveito de terceiro. Não se observa nos deveres religiosos, a sujeição do crente para com a Igreja, ao contrário identifica-se a generosidade, que levam as pessoas a aderir em livre e espontânea manifestação de vontade caracterís t ica do espíri to de fé. Por ser uma relação religiosa sua essência é divina, devendo ser in terpre tada segundo o Código Divino, que é no sentido de que, conforme João 10.11: “O bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas” . Esta afirmação nos traduz, ser a vida pastoral, uma vida de entrega total, uma vida de sacrifícios, uma vida muitas vezes desti tuída de regalias, sobretudo no que tange ao seu aspecto material , econômico, embora devamos como cristãos não admiti r um tratamento humilhante aos nossos pastores e demais obreiros, que se empenham na obra de Deus. Vínculo Empregatício do Pastor e a Lei Previdenciária A legislação atual e sobretudo o Decreto 3.048 de 1999, com alterações posteriores, class ifica como contribuinte individual , dentre outros, o minis tro de confissão religiosa, que na legislação anterior era contribuinte por equiparação ao profissional autônomo. 95
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