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Cama sobreposta suinos, Notas de estudo de Agronomia

Cama sobreposta suinos

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 03/01/2015

mateus-valdir-muller-6
mateus-valdir-muller-6 🇧🇷

4.6

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Baixe Cama sobreposta suinos e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! Criação de suínos em cama sobreposta (fases: creche e gestação) Nos úl�mos anos, a proposta de produção de suínos sobre cama tem sido ampliada pela Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, SC). De acordo com as pesquisas realizadas, a produção de suínos em leito de maravalha, palha ou casca de arroz aumenta o bem-estar dos animais, evita a contaminação do meio ambiente por dejetos e fornece adubo de ó�ma qualidade. Com resultados comprovados, a Embrapa estendeu a tecnologia de criação de suínos sobre cama para as fases de creche e gestação. Antes, o uso comum desse sistema era restrito às fases de crescimento e terminação dos animais Suínos em cama sobreposta. Foto: Jorge Somensi Na década de 90, a tecnologia sofreu uma paralisação, pois foi associada à incidência de linfadenite. No entanto, sabe-se que a doença pode ocorrer tanto em suínos criados sobre cama, como em animais de sistema com piso ripado. Estudos desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa conseguiram dissociar a doença do sistema de cama sobreposta, mostrando que as camas não são portadoras do Mycobacterium, o causador da linfadenite. Caso o rebanho não esteja infectado, a doença não se manifesta. CRIAÇÃO DE SUINO EM CAMA SOBREPOSTA Menor custo de inves�mento em instalações. Baixo custo de manejo de dejetos. Melhor conforto e bem estar animal que corresponde a menos estresse. Menos mão de obra. Melhor aproveitamento da área da propriedade e eliminação do mau cheiro tradicional na criação de suínos. Em relação às oportunidades de marke�ng, este sistema atende ao conceito de "produção verde", aceito e exigido pelo consumidor moderno. Trata-se de um sistema socialmente justo e ecologicamente correto. Por isso, permite um marke�ng diferenciado, com grande potencial para agregar uma receita adicional, o que compensaria o seu maior custo de produção. Permite, também, a exportação para países com restrições ecológicas e ambientalistas, como é o caso de vários países europeus (especialmente a Inglaterra) e o Japão O comedouro/bebedouro permite o fornecimento de ração úmida, que melhora o consumo e o ganho de peso; o estrado de madeira evita que a cama suje a ração. É possível criar suínos de engorda como se fossem frangos de corte? Quem respondeu que "sim", acertou. Com o desenvolvimento do novo sistema Deep Bedding (em português chamado de "Cama Sobreposta"), velhos galpões de frangos estão sendo usados para criar suínos de engorda, em lotes que variam de 100 a 1000 animais em um só compar�mento. O sistema "Cama Sobreposta" consiste na criação de suínos sobre camas de material absorvente, que não permitem o escoamento de dejetos (sólidos ou líquidos) para fora do galpão. Quando estas camas são re�radas ao final do período de engorda, já na forma de "compostagem", são usadas como fer�lizantes agrícolas, completando um ciclo natural que não agride o meio ambiente. Trata-se de um sistema que atende às expecta�vas modernas da criação de animais, pois permite a produção de suínos respeitando o seu bem-estar e o meio ambiente em que vivemos. Por estes mo�vos a adoção do sistema permite ao criador desenvolver um marke�ng diferenciado, pois o produto final atende às exigências do consumidor moderna. Cama sobreposta - Os fundamentos que regem a engorda de suínos neste sistema, independentemente das suas vantagens e desvantagens, são: • Respeito ao animal, proporcionando-lhe maior bem-estar. • Proteção do meio ambiente, devido ao uso de todos os dejetos, sob a forma de compostagem, como adubos orgânicos. • Marke�ng e venda de um produto diferenciado, que atende às exigências do consumidor moderno. Em relação ao bem-estar dos animais este sistema atende às cinco principais leis européias, pregoadas pelos Par�dos Verde e Ecologistas: • Os animais não devem ser subme�dos à fome e à desnutrição. • Não devem ter incômodo �sico ou térmico. • Não devem estar sujeitos a instalações que causem lesões �sicas ou predisponham a enfermidades. • Os animais não devem estar sujeitos a situações de ansiedade ou estress. • Deve estar preservada a habilidade dos animais em expressar o seu comportamento normal. Em relação à proteção do ambiente, o sistema de "cama sobreposta", reduz a possibilidade de poluição das águas, do acúmulo dos dejetos em lagoas, do mau cheiro e das moscas. A cama é aplicada diretamente na agricultura, diminuindo o uso de fer�lizantes químicos e aumentando a carga de matéria orgânica do solo. A cama pode ser feita com o aproveitamento dos resíduos agrícolas da região, diminuindo os problemas de sua eliminação. Como é a criação de suínos de engorda pelo sistema "cama sobreposta"? O sistema usa basicamente o aproveitamento de velhos prédios ou galpões de frangos de corte. A largura ideal desses galpões deve ser de 10 a 14 metros, sendo que o comprimento só interessa para determinar a quan�dade de suínos alojados. A densidade recomendada é de um suíno a cada 1,4 m2. Portanto, um galpão de 10 x 140 metros (1.400 m2), abrigaria 1.000 cabeças de uma só idade. Ter animais de uma só idade, com variação máxima de uma semana entre os mais novos e os mais velhos, é recomendada para evitar a transmissão de enfermidades. O tamanho ideal dos lotes é de 250 a 300 cabeças. Normalmente esses prédios possuem uma mureta de 0,30 a 0,40 metros de altura e uma tela de proteção de pássaros até o final do pé direito. Uma cor�na permite regular a ven�lação e a entrada de chuva e sol. O ideal, é que o prédio seja feito sobre solo arenoso, ou com boa capacidade de absorver água, e construído no sen�do transversal ao vento predominante. O piso é recoberto com cama, como nos frangos de corte. Os materiais mais usados são a casca de arroz, a palha do trigo, sabugo de milho triturado, palhada da soja, papel picado e a maravalha. Esta úl�ma, porém, é a menos indicada por causar linfoadenite (inflamações nos vasos linfá�cos nos suínos), que no abate podem ser confundidas com lesões de Tuberculose e causar a condenação das carcaças. Inicialmente a cama é colocada a uma altura de 35 cen�metros. Dependendo da umidade do tempo e da ven�lação, pode ser necessário acrescentar mais cama durante o período de Consumo médio, Kg 2,37 2,11 Conv. Alimentar 2,75 2,61 Esp.Toucinho P2 (mm) (Wastell, 1999) 13,8 11,2 Quadro 3: Mostra de maneira decrescente, as melhores opções de cama para uso neste sistema. Para o julgamento, foram usados os parâmetros de capacidade de absorção de água e a relação Carbono/Nitrogênio (quanto maior, menor é o cheiro de amônia no galpão): Tipo de Cama Capacidade de Absorção de Água Relação Carbono/ Nitrogênio Palha de trigo 210 125 Sabugo de milho triturado 210 90 Casca de arroz moída 170 120 Palha de capim/pasto 100 20 Areia 25 0 (não é vegetal) Maravalha 175 500 (cuidado com possíveis lesões semelhantes à Tuberculose) (Hill, 1999) Quem deve usar – O deep bedding é usado principalmente no Canadá, Estados Unidos, Austrália, Argen�na e Chile, e conta atualmente com 65 mil animais. Está sendo u�lizado por criadores pequenos e médios, que se viram forçados a adotar o sistema devido à falta de espaço nas instalações existentes e de capital para novos inves�mentos. As desvantagens, anteriormente mencionadas (disponibilidade de cama, maior custo operacional e pior conversão alimentar), associadas a um pequeno volume de informações e testes confiáveis a respeito dos resultados do sistema, se contrapõem às vantagens de uma produção que atende às exigências de bem-estar dos animais e de proteção ao meio ambiente, pleiteadas pelo consumidor moderno. Se de um lado o sistema tem um maior custo de produção, de outro lado, não podemos nos esquecer que o grande tema do momento, e que certamente direcionará os sistemas de produção do futuro, será o respeito aos animais e a proteção do meio ambiente, seja a que custo for, por uma imposição da sociedade e do consumidor. Por esses mo�vos, o sistema de cama sobreposta deverá ser avaliado com muita seriedade, evitando-se o o�mismo exagerado (de que ele é a solução de todos os problemas dos pequenos e médios criadores) ou o pessimismo deprimente (de que nem deve ser considerado como uma alterna�va dentro do processo moderno de produção de suínos), pois a dinâmica de nossa a�vidade nos coloca todos os dias frente a frente com novos desafios, que nos obrigam a buscar soluções cria�vas e eficientes. Nem que para isso tenhamos que quebrar velhos e intransponíveis paradigmas. A verdade é que os dados aqui apresentados, mostram que este sistema é viável e tem um excelente apelo comercial, aplicável às nossas campanhas de divulgação do consumo da carne suína. Não é o único sistema e talvez nem o melhor para atender a esses obje�vos, mas certamente é uma boa opção entre as que dispomos atualmente. * Médico veterinário e diretor de marke�ng da Nutron Alimentos. FONTE: Revista Suinocultura Industrial - Número 143 - Fev/Mar/2000 Gessulli Agribusiness Pça Sergipe, 156 – CEP 18540-000 – Porto Feliz-SP Tel: (15) 262-3133 / 262-3919 E-mail: gessulli@gessulli.com.br
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