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Guias e Dicas
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Pragas da canola, Manuais, Projetos, Pesquisas de Agronomia

Manual do iapar sobre as pragas da canola

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2014
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Compartilhado em 04/01/2014

mateus-valdir-muller-6
mateus-valdir-muller-6 🇧🇷

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Baixe Pragas da canola e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Agronomia, somente na Docsity! 4, : A ass à 8056-0010 NSSI T[ (QUINILIS — S£ oN ODINDIL 3 UÕOOD — 0ZL oN VSINDSAd VA JW! a vdvi ISSN-0100-9508 INFORME DA PESQUISA, 120 BOLETIM TÉCNICO, 35 SETEMBRO/96 PRAGAS DA CANOLA Bases preliminares para manejo no Paraná Nei Lúcio Domiciano1 Bráulio Santos2 Esta publicação recebeu apoio financeiro do Ministério da Agricultura/DENACOOP. INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - LONDRINA-PR COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICO - CASCAVEL-PR ¹Eng. Agr., Msc, pesquisador da Área de Proteção de Plantas. IAPAR, Caixa Postal 481. 86001-970 - Londrina-PR. 2Eng. Agr., Msc, pesquisador da COODETEC. Caixa Postal 301 85806-970 - Cascavel - PR. INTRODUÇÃO A canola é originária de uma seleção de cultivares de colza (principalmente Brassica napus e B. campestris) que possui cerca de 45% de óleo no grão e 35% de proteína no farelo. O óleo obtido possui excelente composição pela qualidade dos ácidos graxos onde, acima de 65% são monoinsaturados, 5% são saturados e 29% são polinsaturados, além disso, não contém colesterol.. Desperta interesse no meio industrial porque produz óleo comestível com 2% ou menos de ácido erúcico e, no farelo livre de óleo, 30 micromoles por grama ou menos de glucosinolatos, o que a torna mais adequada ao consumo humano e animal que a sua precursora (Younts, 1990). O cultivo dessa brássica, no Estado do Paraná, teve impulso a partir de 1991, por se apresentar como alternativa econômica para rotação de cultura com o trigo e outros cereais no outono-inverno, pelos agricultores, e para processamento dos grãos para obtenção de óleo e farelo na entressafra, pela indústria. Experiências realizadas na região centro-sul despertaram o interesse em outras regiões (Carraro & Balbino, 1993). No ano seguinte foram cultivados cerca de 2.000 hectares por agricultores do Estado, com resultados diversos: houve produtores que não conseguiram colher e outros que alcançaram produtividade superior a 2.500 kg/ha. A somatória dessas experiências, adicionada aos anos subseqüentes até 1994, mostrou a necessidade de planejamento e direcionamento dos órgãos de pesquisa e cooperativas para realizar atividades experimentais e de pesquisa para adaptação tecnológica (Carraro & Balbino, 1999). Atualmente, a região de Maringá é um pólo de produção da canola. Assim, dentre outros esforços, o IAPAR e a OCEPAR1 desenvolveram, nos anos de 1993/94, trabalhos de levantamento da entomofauna em regiões representativas do Estado do Paraná. No levantamento de pragas utilizou-se rede de varredura, passada na parte superior e mediana das plantas; coleta de partes de plantas portadoras de formas imaturas de artrópodos; e observação visual direta. O material recolhido foi acondicionado em sacos ou caixas de plástico, juntamente com a ficha de registro com dados do local/propriedade, cultivar , data da coleta, cultivo anterior, tipo de dano produzido, órgão afetado e grau de infestação. Como resultado deste levantamento e outros trabalhos, especialmente nas estações experimentais do IAPAR e COODETEC, complementados por 1 Atualmente COODETEC - Cooperativa Central. Agropecuária de Desenvolvimento Tecnoló gico e Econômico 1 revisões bibliográficas, procurou-se estruturar o manejo de pragas da canola no estado do Paraná, tendo como ponto de partida a definição das pragas principais, secundárias e potenciais; a estimativa do momento adequado ao controle das pragas com inseticidas e aplicação de outros princípios de manejo integrado, no sentido de minimizar, racionalizar e otimizar a utilização de produtos agrotóxicos. Tais informações serão expostas abaixo, com o objetivo de auxiliar técnicos e agricultores nas decisões de controle das pragas da canola. BASES PARA O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS No manejo integrado de pragas é essencial o monitoramento cuidadoso dos agentes fitófagos, através de amostragens, para predizer as tendências de explosões populacionais de pragas principais (e eventualmente secundárias), e decidir sobre a aplicação de inseticidas seletivos, se disponíveis, ou de forma seletiva (iscas, aplicação localizada etc). Recomenda-se, portanto, vistoriar sistematicamente as lavouras, intensificando-se a vigilância ao aproximar-se a tendência de rápido crescimento populacional das pragas. Para facilitar a constatação de pragas, deve-se observar as plantas (a começar pelas suspeitas) nas regiões das raízes, hastes, face inferior das folhas principalmente, ponteiros e flores. Esse procedimento permite muita economia na aplicação de inseticidas pois, em geral, tem-se verificado que a incidência de pragas, em quaisquer culturas, variam quantitativamente no tempo (entre anos e épocas de plantio), no espaço (entre áreas e dentro da área de plantio, nas reboleiras e bordas), com os estádios de desenvolvimento da planta e com a influência dos fatores ambientais. Somente como último recurso deve-se fazer o controle químico generalizado. É desaconselhável a aplicação preventiva, freqüente e generalizada de inseticidas, principalmente os de largo espectro, salvo na presença de agentes broqueadores de frutos, hastes e dos transmissores de viroses (insetos sugadores como pulgões, tripés, cigarrinhas, percevejos e outros) que, normalmente, causam danos econômicos Com esta medida usufrui-se do controle natural, preservando-se em especial o potencial do controle biológico e insetos polinizadores; diminui-se o aparecimento de pragas resistentes e surtos de pragas secundárias; diminui-se o uso de inseticidas; riscos de envenenamento de trabalhadores rurais e consumidores; minimiza-se a poluição; diminui-se o custo de produção; e se obtêm produtos de boa qualidade (Domiciano et al., 1985). 2 PRAGAS DA CANOLA Levantamentos realizados em plantios de canola em onze locais representativos da cultura no Paraná, no período de abril a setembro de 1993 e 1994, possibilitou constatar como pragas principais (artrópodos fitófagos que causam danos econômicos com freqüência e com maior abrangência geográfica) e como pragas secundárias (artrópodos fitófagos que ocasionalmente podem causar danos econômicos, ou ocorrem em regiões restritas) os insetos abaixo discriminados (Figura 1). PRAGAS PRINCIPAIS Traça-das-crucíferas Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae) A traça-das-crucíferas (Figura 2) é citada como a mais importante praga da colza no Rio Grande do Sul. Perdas na produção ocorrem em lavouras com grande percentual de desfolha (Silva, 1985; Dias, 1992). No Canadá, P. xylostella é considerada uma das principais pragas de canola (Turnock, 1990). Populações elevadas de lagartinhas deste inseto foram encontradas a partir do início de agosto até o final de setembro. Veirificou-se que há maior incidência na fase vegetativa da cultura. Concordando com Metcalf & Flint (1962), aumentos das populações desta praga têm estreita correlação com períodos de estiagem, como foi observado durante o período de levantamento. A mariposa é um microlepidóptero de coloração parda. Os machos têm a margem posterior das asas anteriores branca e, em repouso, forma uma mancha alongada característica sobre a face dorsal (Thomas, 1984; Gallo et al., 1988). Os ovos são microscópicos, de coloração esverdeada, sendo a postura realizada isoladamente ou em grupos de dois ou três, em ambas as faces das folhas. Cada fêmea põe em média 160 ovos e o período de incubação é de três a quatro dias (Thomas, 1984). As lagartas recém eclodidas penetram no interior dos tecidos da folha e alimentam-se do parênquima. Após dois a três dias do início da fase de alimentação, passam a comer a epiderme inferior da folha. Nessa fase, as lagartas mexem-se nervosamente quando tocadas. Ao final de nove a dez dias atingem o maior tamanho (8 a 10 mm) e transformam-se em pupas dentro de um pequeno casulo em forma de malha, fixados nas folhas. Após cerca de 7 a 14 dias emergem os adultos, que medem cerca de 9 mm de envergadura (Metcalf & Flint, 1962; Thomas, 1984; Gallo et al., 1988). Quando a população de lagartas é baixa alimentam-se apenas das folhas, mas com a proliferação atacam também as hastes e epidermes das síliquas 3 Figura 3 - Pulgão ceroso das crucíferas (Brevicoryne brassicae): ninfas e adultos ápteros. Estima-se que plantios tardios ou o uso de cultivares de ciclo longo, sejam mais infestadas por esta praga. Pequenas colônias de M. persicae também foram observadas durante o levantamento, colonizando apenas a face inferior das folhas de canola. A forma áptera de B. brassicae possui o corpo verde coberto por uma camada cerosa, e apresentando a cabeça branca com aparência vítrea, sendo que o adulto mede cerca de 2 mm de comprimento (Mariconi, 1985). Em condições climáticas favoráveis multiplica-se rapidamente, atingindo em elevada população em poucos dias, que por sucção de seiva nas folhas, brotos e inflorescências, pode causar prejuízos significativos. Os danos provocados pelos pulgões geralmente são pequenos quando o ataque ocorre em fase adiantada do enchimento de grãos, após o completo desenvolvimento das síliquas (Thomas, 1984; CETIOM, 1985). De acordo com Turnock (1990) B. brassicae é a^principal praga das crucíferas do noroeste dos EUA. 6 PRAGAS SECUNDÁRIAS OU POTENCIAIS Lagarta das síliquas Helicoverpa zea (Lepidoptera: Noctuidae) Foram observadas (Figura 4) broqueando síliquas e consumindo grãos de canola, ocorrendo no ano de 1994 de forma generalizada nas regiões amostradas. Levantamentos subseqüentes deverão defini-la como praga principal ou secundária. Figura 4 - Lagarta grande das síliquas (Helicoverpa zea): A)lagartas; B) adultos. 7 Broca dos ponteiros Hellula sp. (Lepidoptera: Pyralidae) A ocorrência da broca dos ponteiros (Figura 5), foi observada causando o broqueamento da haste no ponteiro e peciolos até antes da emissão da inflorescência. Quando ocorre na região apical surge o rebrotamento desordenado e quando no pecíolo, dá origem a perdas apenas de folhas. As lagartas possuem cor amarelada com faixas marrom no sentido longitudinal. O adulto é uma pequena mariposa com cerca de 16 mm de envergadura possuindo asas de cor parda com faixas brancas e pontos negros (Gallo et al, 1988). Figura 5 - Broca dos ponteiros das crucíferas (Hellula sp.): A) danos; B) lagarta e dano; C) adulto. 8 Figura 7 - Vaquinha (Diabrotica speciosa): danos nos cotiledones e inseto adulto . Abelha Irapuá Trigona sp. (Hymenoptera: Apidae) Tem o hábito de atacar em reboleiras. Os danos se caracterizam pelo corte de hastes e flores de canola (Figura 8 ). Na fase adulta possui cor preta, cerca de 5;5 mm de comprimento e 2,5 mm de largura. Esses insetos constroem ninhos em ramos de árvores e em cupinzeiros abandonados (Gallo et al, 1988). CONTROLE DAS PRAGAS PRINCIPAIS As observações mostram que há menor ocorrência de insetos-praga nas lavouras de canola emergidas em fins de março e início de abril. Para a traça-das-crucíferas, estudos preliminares sugerem a necessidade de tratamento com inseticida quando houver infestação generalizada de lagartinhas e cerca de 10% de desfolha. As infestações iniciais de pulgões tendem a ocorrer primeiro nas bordas, o que aconselha o uso de aficidas seletivos para evitar sua generalização. Os dados até agora obtidos indicam que o tratamento com inseticida deve ser efetivado ao se detectar, na área, cerca de 25% de plantas com infestação nas inflorescências. 11 Figura 8 - Abelha irapuá (Trigona sp.): danos nas flores es e hastes das inflorescências e inseto adulto. É preciso fazer observações adicionais com relação à lagarta das síliquas, a fim de verificar se a espécie é praga principal ou secundária. Entretanto, o inseto se alimenta de grãos e síliquas, o que indica a necessidade de controle logo no início das infestações. Na Tabela 1 são relacionados os inseticidas citados na literatura para controle de pragas em canola. Todavia, não estão ainda liberados para comércio e uso no Estado do Paraná, pois ainda carecem de avaliação pela pesquisa. 12 Tabela 1 - Inseticidas!? que, conforme a literatura, podem apresentar eficácia no combate às pragas da canola? (extraido de IAPAR, 1993; EMBRAPA/CNPSo, 199%; EMBRAPA/ CNPS0,1996b) Nome Lagartas Broca do Ponteiro técnico Pulgões (Ascia sp.) (Hellula sp.) (Brevicoryne) (Plutelia sp.) Clorpirifós x x x Triazofós x x x Metamidofós x x x Carbaryl x Pirimicarbet x Triclorfon x Monocrotofós x x Dimetoato x Cypermétrina XxX XxX Fenvalerato x x . Lambdacyalotrina x x Permetrina x x Deltametrina X x VEsta fabela fem caráter indicativo para a pesquisa. Os produtos listados estão sendo avaliados e ainda não estão liberados para comércio e uso em canola no Estado do Paraná. 2Na floração, se não houver outra opção, inseticidas tóxicos às abelhas meliferas somente devem ser aplicados nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, 3A canola hospeda grande quantidade de abelhas (Apis mellifera ), insetos polinizadores e inimigos naturais (predadores e parasitóides das pragas principais) (Figuras 9, 10 e 11. 4Aficida seletivo. -
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