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Guias e Dicas
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Revisão - Ambiência em Avicultura de Postura - PARENTE, Notas de estudo de zootecnia

revisão sobre ambiência em avicultura

Tipologia: Notas de estudo

2013
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Compartilhado em 14/12/2013

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ranniere-parente-2 🇧🇷

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Baixe Revisão - Ambiência em Avicultura de Postura - PARENTE e outras Notas de estudo em PDF para zootecnia, somente na Docsity! UFI Universidade Federal do Tocantins AMBIÊNCIA NA AVICULTURA DE POSTURA ARAGUAÍNA-TO 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA DISCIPLINA: BIOCLIMATOLOGIA PROFESSORA: ROBERTA VAZ AMBIÊNCIA NA AVICULTURA DE POSTURA Seminário apresentado como requisito para obtenção parcial da nota na disciplina de Bioclimatologia do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins. ACADÊMICOS: Railton França, Raimundo Nonato, Ranniere Parente. ARAGUAÍNA-TO 2012 AMBIÊNCIA NA AVICULTURA DE POSTURA 1. RELAÇÃO AVE x AMBIENTE 1.1 A ave e o ambiente A ave de postura exige do meio em que habita, condições precisas de ambiente, tais como temperatura, umidade, pressão, luminosidade, nível sonoro, conteúdo de oxigênio, anidrido carbônico e nitrogênio. Cada individuo tem específicos poderes de adaptação que lhe permitem (ate certo limite de adversidade), sobreviver quando alguma daquelas variáveis se modifica; estes parâmetros dependem de diversos fatores, tais como a aclimatação da ave, idade e sexo, mas para que não ocorra prejuízos no seu desempenho, sempre é possível estabelecer limites ótimos dentro dos quais a espécie se desenvolve em sua plenitude. Dentre os fatores ambientais, os térmicos, representados por temperatura, umidade, radiação térmica e movimentação do ar, são aqueles que afetam mais diretamente a ave, pois comprometem sua função vital mais importante que é a manutenção da própria homeotermia. Assim, as aves necessitam manter a temperatura interna do corpo em níveis relativamente constantes, em ambientes cujas condições termohigrométricas são as mais variáveis, através de mecanismos orgânicos de controle representados por severas compensações fisiológicas. Estes ajustes são feitos em detrimento da produção destes animais que, ao invés de empregar os nutrientes para a síntese, os utilizam para produzir ou dissipar calor. Quando não ocorre nenhum desperdício de energia, seja para compensar o frio, ou para acionar seu sistema de refrigeração em combate ao excesso de calor do ambiente, diz-se que a ave está em condições de conforto e, consequentemente, de produtividade máxima; fora da zona de conforto ocorre decréscimo de desempenho produtiva, reprodutiva e resistência do organismo, sendo que extremos num e noutro sentido podem vir a ser letais. Desta forma, se o conforto térmico não é atingido e a ave é exposta ao estresse calórico, situação muito frequente em boa parte do ano, especialmente no verão brasileiro, ocorrerá uma queda no consumo de ração , no ganho de peso, além de levar a piores valores de conversão alimentar e maior mortalidade. Especificamente no caso de aves de postura e reprodutoras, ocorrerá uma redução na espessura da casca, número, peso e volume dos ovos; em consequência haverá uma queda na taxa de incubação, no peso dos pintos e na taxa de fertilidade tanto de machos quanto de fêmeas. O problema se agrava a medida que a ave se desenvolve, pois existe uma correlação negativa da dissipação de calor com o peso corporal. Considerando-se que o Brasil encontra-se localizado até a latitude de 30º sul, ou seja, na faixa mais quente do planeta, verifica-se que este País inspira uma situação de maior cuidado com o estresse por calor do que propriamente por frio, (embora deva-se também contemplar as prerrogativas necessárias ao conforto térmico no inverno e nas fases iniciais da vida da ave). Caso não se atente para este fato ao se planejar uma instalação avícola, fatalmente ocorrerá uma situação de desconforto térmico por calor, que comprometerá substancialmente o desempenho das aves. Aliado a isto, verifica-se no Brasil, especialmente, que a criação de aves de postura, ocorre quase que maciçamente em instalações abertas, sem ambiente controlado, sendo que, por razões econômicas de curto prazo ou mesmo desconhecimento, muito pouca observância se tem dado às fases de planejamento e concepção arquitetônica, compatíveis com a realidade climática de cada região. Ou seja: basicamente não tem sido dada nenhuma atenção ao acondicionamento térmico natural, que é a técnica que baliza os procedimentos construtivos para que os espaços habitados apresentem as condições térmicas exigidas pelo animal, utilizando os meios naturais, como a ventilação, o paisagismo circundante, os materiais de construção e a concepção arquitetônica e espacial. Baseados no exposto, torna-se fundamentalmente importante planejar as instalações para aves de postura face as variações climáticas regionais. Inicialmente, é necessário que a instalação contemple, ao máximo, todos os recursos do acondicionamento térmico natural e, somente no caso do conforto térmico não ter sido alcançado, deve-se lançar mão do adequado acondicionamento artificial, com envolvimento de sistemas de ventilação, aquecimento e resfriamento artificiais. 1.2 Respostas fisiológicas As aves são animais homeotérmicos, apresentando a capacidade de manter sua temperatura interna constante, mas de maneira geral, não se ajustam muito bem a extremos de temperatura, o que, por sua vez, poderá causar alterações fisiológicas que comprometerão a qualidade e a produção dos ovos. A temperatura corporal de uma ave oscila em torno de uma faixa de 41 °C, e o controle desta temperatura se faz através das trocas de calor com o meio. Se uma ave se encontra em condições de temperatura e umidade elevadas, terá serias dificuldades de perder ou trocar calor como ambiente, ocasionando, assim, um aumento da temperatura corporal. Para acompanhar as mudanças na temperatura corporal das aves, utiliza-se como variável resposta a temperatura retal, que dará uma ideia de como de como o organismo em questão está reagindo às condições ambientais a que está exposto. Além de ocorrer aumento da temperatura retal, sob estresse térmico as aves apresentam também aumento da ofegação, que é uma forma de perda de calor latente por meio da evaporação do calor corpóreo na tentativa de evitar a hipertermia. Esse aumento na ofegação das aves é medido pela contagem da frequência respiratória. Se a umidade relativa estiver adequada, a maioria das aves será capaz de dissipar seu calor metabólico através da ofegação. Outro fator importante relacionado com os métodos possíveis de troca de calor dos animais é o consumo de água. Quando a ave sente calor, pode beber mais água que o usual, sendo, portanto, o consumo de água maior em ambientes quentes. Um aspecto importante nesse contexto é a temperatura da água fornecida às aves, uma vez que esta interfere no seu consumo, que tende a diminuir, quando a temperatura da água aumenta. Estudos mostram que, com temperaturas ambientais superiores a 30 °C, o consumo de água pode atingir até 0,5 l/ave/dia, e a principal razão para esse consumo seria o aumento da perda de água pelo processo de perda de calor por evaporação. 1.3 Respostas comportamentais A maioria dos comportamentos apresentados pelas aves domésticas atuais são baseados nos comportamentos considerados como padrão pelas suas ancestrais, tais como dominância dentro do grupo, o comportamento de ciscar o chão, a agressividade e a construção do ninho. A comparação de estudos de comportamento de aves selvagens e domesticadas indica que o repertório comportamental destas aves em ambientes não confinados em geral é preservado, havendo, no entanto, mudanças na frequência e intensidade das características comportamentais. De acordo com Sales et al. (2000), o fato de a ave pertencer a uma linhagem voltada para a produção e confinamento não altera seu comportamento padrão quando criada solta, pois comparando a linhagem comercial ISA com aves caipiras, puderam constatar que as aves apresentavam o mesmo padrão geral de comportamentos. Já foi comprovado também por estudos, que o maior problema de animais criados em confinamento (gaiolas) é a impossibilidade de expressar seus comportamentos naturais, o que leva os animais à frustração e a desenvolver comportamentos anômalos. 1.4 Qualidade dos ovos em função do bem-estar A qualidade da produção é, sem dúvida nenhuma, um dos principais interesses dos produtores e consumidores de ovos, uma vez que está diretamente relacionada a fatores como: higiene, sanidade e principalmente a saúde e bem-estar dos animais. Muitos estudos têm sido conduzidos a fim de se evitar a influência do estresse térmico na qualidade dos ovos, onde foi observado que poedeiras submetidas a altas temperaturas, sofreram influência na qualidade das cascas dos ovos, além de um decréscimo nos valores de peso dos componentes constituintes do ovo. Segundo Pereira (1991), o pH sanguíneo das aves de postura decresce juntamente como nível de cálcio, após duas horas de estresse térmico. Isso é prejudicial à formação da casca do ovo, pois há uma diminuição de cálcio no sangue. Andrade et al. (1976) verificaram que aves expostas a uma temperatura de 32 °C apresentaram um decréscimo significativo em sua produção de ovos, além de um decréscimo de 25% no consumo de ração. Quanto à qualidade dos ovos, o estudo revelou um decréscimo significativo no peso dos ovos, nos valores de gravidade específica e na espessura da casca. 2.4 Disposições das construções O afastamento entre galpões deve ser suficiente para que uns não atuem como barreira a ventilação natural nos outros. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da construção, para os primeiros galpões a barlavento, sendo que do segundo galpão em diante o afastamento devera ser de 20 a 25 vezes esta altura. Na pior das hipóteses, deve-se possibilitar afastamentos entre galpões de no mínimo 35 a 40 metros. 2.5 Proteções contra a insolação (coberturas/telhados, oitões, beirais) A principal causa do desconforto térmico dos galpões avícolas no verão e a insolação, a qual, durante o dia, contribui com a parcela mais substancial de calor que penetra na construção. Para atenuar este efeito, o primeiro artifício objetivando o conforto térmico em climas quentes e o sombreamento natural ou artificial. 2.5.1 Coberturas A principal proteção contra a insolação direta e conseguida através da cobertura, sendo que um bom material de cobertura apresenta temperaturas superficiais amenas, devendo para isto ter alta reflexividade solar conjugada a alta emissividade térmica na parte superior da superfície e baixa absortividade solar conjugada a baixa emissividade térmica na parte inferior. A absorção de calor solar radiante pela telha e diretamente proporcional a superfície real exposta, por isso deve-se, para um mesmo material, dar preferencia as telhas não rugosas. Os telhados mais usuais podem ser constituídos dos seguintes materiais, na sequencia de sua qualidade térmica, do melhor ao pior: isopor entre duas laminas de alumínio (eficiente, porem dispendioso); sape (susceptível ao ataque de pragas e fogo, temores quanto ao comprometimento sanitário); madeira compensada, ondulada, revestida na parte superior por lamina de alumínio (durável, bom comportamento térmico, porem caro); alumínio simples (sujeito a danos por granizo e ventos, ha referencias de que são melhores que os de barro, porem oxidam com o tempo, perdendo a vantagem inicial, alem de propiciarem barulho.); barro – (exige engodamento mais caro, apresenta frestas que atuam como bolsas de ar e permitem certa ventilação, o que e desejável, mas dificultam a limpeza); amianto – (comportamento térmico ruim, melhorando quando pintados de branco); Chapa zincada ou ferro galvanizado (mais durável e econômica e tão efetivo na redução da carga térmica de radiação quanto a chapa de alumínio, porem oxida mais rapidamente). Para melhorar o comportamento térmico das coberturas pode-se lançar Mao de alguns artifícios tais como: a) Uso de forros sob a cobertura O forro atua como uma segunda barreira física, a qual permite a formação de uma camada de ar móvel junto a cobertura, o que contribui sobremaneira na redução da transferência de calor para o interior da construção. Segundo COSTA (1982) esta redução e de 62% ao se passar de um abrigo sem forro para um abrigo com simples forro de duratex de 6 mm não ventilado e de 90% no caso de forro com ventilação. Os lanternins, quando bem planejados, contribuem muito nesta ventilação. b) Pinturas com cores claras e escuras Segundo vários pesquisadores, a combinação de cores que proporciona melhor resultado em termos de redução do desconforto térmico para climas quentes e a cor branca (que possibilita alta reflexividade solar) na face superior e a preta na face inferior do material de cobertura. Embora a superfície negra possua efeitos indesejáveis tais como: maior temperatura da superfície, maior emissividade e absortividade, tem a vantagem de possuir baixa reflexividade. Assim a CTR sobre as aves torna-se menor. Quanto maior a radiação proveniente do solo aquecido e sombreado, maior a importância da pintura negra. c) Uso de materiais isolantes Isolantes sobre as telhas (poliuretano), sob as telhas (poliuretano, Eucatex, lá de vidro ou similares), ou mesmo formando um forro abaixo da cobertura, podem se constituir ótima proteção contra a radiação solar. A disposição mais efetiva das três consiste na colocação de um forro isolante que aproveite a camada de ar formada entre o mesmo e a cobertura. e) Uso de aspersão de água sobre o telhado Com o objetivo de reduzir a temperatura da telha e circunvizinhança nas horas de calor intenso. Deve-se, equipar o telhado com calhas no beiral para recolhimento e reaproveitamento da agua, evitando-se umedecer os arredores do galpão. 2.5.2 Beirais Os beirais nos climas quentes devem ser projetados de forma a evitar simultaneamente a penetração de chuvas de vento e raios solares. Em regiões muito chuvosas aconselha-se inclinação de 45 graus com relação ao piso. De uma maneira geral, recomendam-se beirais de 1,5 a 2,5 metros, em ambas as faces norte e sul do telhado, de acordo com o pé-direito e com a latitude. 2.5.3 Inclinação do telhado A inclinação do telhado afeta o condicionamento térmico ambiental no interior do galpão, em dois pontos básicos: mudando o coeficiente de forma correspondente as trocas de calor por radiação entre o animal e o telhado e modificando a altura entre as aberturas de entrada e saída de ar (lanternim), que quanto maior a inclinação, maior será a ventilação natural devido aos termos sifão. Inclinação entre 20 e 30 tem sido considerada adequada, atendendo condicionantes estruturais e térmicos ambientais. 2.6 Dimensões das instalações A largura a ser considerada para o galpão esta relacionada ao clima da região e ao projeto de organização das gaiolas. Segundo HERMETO BUENO (1980), normalmente recomenda-se: larguras ate 8,00 a 10,00 m - clima quente e úmido larguras ate 10,00 a 14,00 m - clima quente e seco No que diz respeito ao pé direito do galpão, este deve estabelecido em função do projeto de organização das gaiolas e da largura adotada, de forma que os dois parâmetros, em conjunto, favoreçam a ventilação natural no interior da instalação. 2.7 Uso de Lanternins Para galpões com larguras iguais ou superiores a 8,0 metros, ou no caso de se utilizar mais de duas alas de gaiolas, o uso do lanternim e imprescindível. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura do galpão, em todo o comprimento da cobertura, com uma sobreposição de telhados com afastamento de 50% desta abertura ou, no mínimo 0,40 m. 2.8 Abastecimento de água (localização de caixas d’água, tubulações) Manter a agua de consumo das aves em temperatura ideal, próxima a 21 a 23°C, devendo-se, para isto proteger as tubulações de radiação solar direta. Assim, e importante evitar que as caixas de agua e tubulações passem perto do telhado ou fiquem expostas ao sol. Quando as caixas de agua estiverem fora do galpão, estas devem possuir cobertura ou isolamento. As tubulações podem ser enterradas ou protegidas com revestimentos térmicos como poliuretano. Em regiões de extremo calor, uma alternativa que pode ser adotada, e o resfriamento da agua de bebida no reservatório. 2.9 Arborizações (quebra vento, cobertura do solo). Renques de vegetação ou quebra-ventos são destinados a deter ou reduzir a ação de ventos fortes ou muito frios sobre as construções. Tem sido usado também como proteção sanitária, funcionando como cordões de isolamento aos núcleos, principalmente de aves e suínos. Em sua maioria são naturais, sendo constituídos por: pinus, casuarina (zonas costeiras), eucalipto, milho, acácia, etc., dispostos perpendicularmente à direção dos ventos dominantes. Os renques de vegetação, por sua vez, podem ter um objetivo inverso ao dos quebra-ventos, ou seja, o de incrementar a ventilação natural. A cobertura do solo pode afetar grandemente a CTR (carga térmica de radiação) sobre as aves devido à diferença de reflexividade dos diferentes tipos de materiais e cores. A grama e a melhor opção para a área externa de desta forma, a temperatura mínima que se conseguira obter no interior do galpão será exatamente aquela do ar externo usado na ventilação, a qual muitas vezes assume valores acima do desejável, tornando-se necessário promover o pré-resfriamento do ar que entra nas instalações. Uma das formas mais efetivas de resfriamento do ar que podem ser adotadas em instalações abertas ou fechadas e o resfriamento adiabático evaporativo (SRAE), o qual possibilita uma redução substancial da temperatura do ar de ate 12oC nas regiões mais secas, e em media 6oC nas condições brasileiras. Os sistemas de resfriamento adiabático evaporativo (SRAE), consistem em mudar o estado psicrométrico do ar para maior umidade e menor temperatura, mediante o contato do ar com uma superfície umedecida ou liquida, ou com água pulverizada ou aspergida. Como a pressão de vapor do ar a ser resfriado e menor que a da água de contato, ocorre vaporização da água; o calor necessário para esta mudança de estado vem do calor sensível contido no ar e na água, resultando em decréscimo da temperatura de ambos e, consequentemente, do ambiente . Uma vez que o SRAE consiste na redução da temperatura do ar com consequente aumento da umidade relativa, entende-se que sua maior eficiência ocorra em regiões de climas quentes e secos, com maior depressão de temperatura, o que e verdade; entretanto, e possível notar no ciclo diurno de certas regiões úmidas que a maior temperatura do ar e acompanhada pela menor umidade relativa, possibilitando assim o uso do SRAE nas horas de maior estresse calórico naquelas regiões. Nas instalações avícolas, os SRAE em geral, deverão entrar em funcionamento sempre que a temperatura do ar ultrapassar a do limite de conforto e permanecera funcionando enquanto a umidade relativa for inferior a máxima tolerada, que e geralmente em torno de 75% a 80%; processo este que poderá ser controlado automaticamente por umidostato e termostato. O resfriamento adiabático evaporativo, ou simplesmente resfriamento evaporativo pode ser obtido por vários processos, os quais podem estar associados a sistemas de ventilação positiva ou negativa: 3.2.5 Sistema de ventilação positiva em modo túnel em associação a nebulização (SVPTN) A utilização do sistema de nebulização associado a ventilação positiva para utilização na avicultura de postura pode ser feita através do túnel de ventilação. O sistema túnel consiste em criar um fechamento lateral do galpão através de cortinas bem vedadas, permitindo duas aberturas similares, nas duas extremidades do galpão. Se o galpão possui lanterníns, estes devem ser fechados com cortinas ou sistema de painéis de fechamento, afixados a terça superior através de dobradiças. Algumas vezes, a utilização de um forro para reduzir o volume de ar a ser carreado e desejável. Os ventiladores são posicionados ao longo do comprimento do galpão, entre as alas de gaiolas, de forma a selecionar o ar de uma extremidade, e levá-lo para fora através da extremidade oposta da forma mais uniforme possível. A ventilação em túnel cria uma corrente de ar de alta velocidade, ate 2,5m/s, gerando uma sensação térmica na ave que pode chegar de seis a oito graus centigrados abaixo da temperatura registrada no termômetro de bulbo seco. O sistema de nebulização possibilita um arrefecimento adicional do ar, através do processo evaporativo (em media 6°C para boa parte do Brasil), situação muito desejável nos momentos de estresse pelo calor. Nesse sistema, os ventiladores entram em funcionamento quando a temperatura interna do ar atinge 25°C. As linhas de nebulizadores, dispostas na direção dos ventiladores, devem entrar em funcionamento quando a temperatura interna do ar atingir 29°C, com as cortinas laterais previamente fechadas. Quando a umidade relativa do ar atingir 80%, o sistema de nebulização deve ser desligado e as cortinas abertas, permanecendo em funcionamento apenas os ventiladores e a aspersão sobre a cobertura, saindo, portanto, das condições de túnel. Este sistema e acionado durante o dia quantas vezes as condições ambientais de temperatura e umidade permitirem. O sistema de ventilação positiva no modo túnel e associado a nebulização, pode ser perfeitamente adaptado a maioria dos galpões de aves de postura brasileiros, bastando para isto tomar-se alguns cuidados no que diz respeito a melhoria do conforto térmico da instalação, por via natural (tais como promover aspersão sobre coberturas de amianto ou alumínio, melhorar cortinas de vedação, etc). Este sistema de ventilação também pode ser empregado sem utilização de cortinas, ou seja, sem estar em modo túnel. 3.2.6 Sistema de material poroso acoplado a ventilador e tubo de distribuição de ar (SMPVT) Este processo de resfriamento, em uma de suas formas mais comuns para instalações abertas, consiste em forçar a passagem do ar por material poroso umedecido por gotejador de água, utilizando-se para isto um ventilador. Com este processo, o ar externo e resfriado antes de ser conduzido, por ventilação, ao interior do galpão, o que poderá se dar com a utilização de tubos perfurados para melhor distribuição da vazão. Assim, o SMPVT e capaz de tornar um sistema de ventilação comum mais efetivo. No caso da avicultura de postura, os ventiladores devem ser dispostos da mesma forma que no túnel de ventilação descrito no item anterior, ou seja entre as alas de gaiolas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante um bom tempo as técnicas de alojamento e o ambiente de criação das galinhas poedeiras foram, em parte, negligenciados pela avicultura de postura brasileira. Somente muito recentemente, com a perspectiva do processo de globalização que movimenta a economia mundial, passou a se buscar nas instalações e no ambiente, as possibilidades de melhoria no desempenho avícola e de redução dos custos de produção como forma de manter a competitividade. É importante considerar que, ao se projetar ou reformar uma instalação para aves poedeiras, o primeiro cuidado que se deve ter e a atenta observância ao acondicionamento térmico natural, baseado no conhecimento das possibilidades de intervir sobre as variáveis do meio para melhorar a habitabilidade térmica dos espaços por meios puramente naturais. A forma e a orientação dos volumes conjuntamente com os dispositivos que controlam a radiação solar; a seleção adequada dos materiais e procedimentos construtivos; a previsão de uma ventilação natural perfeitamente controlada, o paisagismo circundante, etc., são todos elementos que podem ser explorados com vistas ao oferecimento do conforto térmico exigido para máximo desempenho produtivo das aves. O acondicionamento térmico artificial é fundamental, mas deve vir como recurso auxiliar ao acondicionamento natural.
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