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Considerações em torno da psicanálise e a educação , Notas de estudo de Pedagogia

Os estudos mais recentes em torno de uma ligação entre psicanálise e educação, provocam um enorme choque de idéias e uma discussão a partir das possibilidades e dos limites existentes entre ambas, com foco no ensino, na aprendizagem e nas relações que se estabelece entre o sujeito que educa e o sujeito que aprende. As discussões alteraram consideravelmente o contexto influente da psicanálise nos contextos educativos. As duas vertentes são diferentes a começar pelos objetos de interesse e pe

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 03/03/2013

edinei-messias-12
edinei-messias-12 🇧🇷

4.6

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Baixe Considerações em torno da psicanálise e a educação e outras Notas de estudo em PDF para Pedagogia, somente na Docsity! FACULDADES DE ARTES DO PARANÁ - FAP SEGMENTUM - INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL EDINEI MESSIAS ALECRIM JUDITE MÁRCIA DE OLIVEIRA SILVA TIARA NAIENE G. DOURADO SOUZA PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES 00 IRECÊ-BA 2009 EDINEI MESSIAS ALECRIM JUDITE MÁRCIA DE OLIVEIRA SILVA TIARA NAIENE G. DOURADO SOUZA PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES Trabalho apresentado à disciplina Psicanálise e Educação, a docente Maria da Glória Gonçalves Santos ao Curso de Pós Graduação Psicopedagogia - Clínica e Institucional da Faculdade de Artes do Paraná-FAT, Segmentum Instituto de Educação, como requisito para avaliação. IRECÊ-BA 2009 problemas de aprendizagem. Assim, a pedagogia tenta ignorar a realidade da condição humana, esperando que o aluno seja um ser ideal enquadrado em normas que acredita, o façam aprender, enquanto que a psicanálise aponta para essa realidade contraditória. Todavia, para o discente, o educador é aquele que cultua o saber, que detém o conhecimento e o poder e o professor precisa tomar conhecimento disso para se colocar no lugar de conhecedor de compreensões já culturalmente e socialmente aceitas, para aí sim, passar a ser mediador do conhecimento entre o aluno e o próprio conhecimento. Aqui se assenta o verdadeiro papel do professor no processo de ensino-aprendizagem. No contexto educativo o processo ensino-aprendizagem é por si só, violento e ultrapassado, pois desde que o aluno chega à escola, na educação infantil, quase tudo é obrigatório como os próprios conteúdos, regras, filas, horários a cumprir e as avaliações. Assim, o sujeito aprendente torna um ser ineducável, incapaz de efetivar no seu psíquico o processo educativo formal imposto pela escola. Rosa (2003) fundamenta que: “O desenvolvimento da criança vai depender do funcionamento psíquico, em seu conjunto, das relações de dependência e independência e diferenciação progressiva do eu com o outro e com o meio exterior” (p. 206). Uma outra questão fundamental é a organização escolar que por si só gera abusivamente uma enorme violência, um grande choque de identidade, pois vai de encontro com tudo àquilo que a criança trás de casa antes de chegar a idade de estar na escola. Esta, por sinal é submetida a normas e regras, isto tudo tem função de defesa contra a ansiedade, desejando a falência das pulsões e dando oportunidades do professor de exercer o seu poder, sua autoridade, por outro lado, favorece as questões transferenciais e de identificação da rede de relacionamentos e papéis, no contato com os colegas e com o próprio professor. No atual cenário educacional não cabe ao professor a função de desencadear a sublimação, por esta ser inconsciente. Mas, ele poderia pelo menos abrir um espaço de escuta do desejo do aluno, que se desenvolverá resignificando a perda do objeto imaginário por objetos pertencentes à cultura de maneira geral, não pertencente a alguém em particular. Numa relação de perder-ganhar-reconquistar, num ciclo que permite inúmeras possibilidades. Aqui, a escuta do desejo do educando é fundamental, pois esta escuta proporcionará ao professor um olhar significativo sobre a postura do aluno e sua identificação com o espaço educativo e com o objeto do conhecimento. A falta é fonte indispensável na observação e escuta do sujeito aprendente. Esta falta é subjetiva faz parte do sujeito, do desejo. É uma falta impossível de ser preenchida por um objeto real, mas a busca é incessante e advém como falta de um objeto que foi perdido para sempre. Na busca pela compreensão do ensino-aprendizagem, a educação ainda não parou efetivamente para discutir o que cada sujeito em cada sala de aula diz, anseia e sonha para suas vida. É preciso resignificar a prática, escutar afetivamente cada sujeito aprendente. Uma outra discussão pertinente na compreensão da subjetividade do aluno é o complexo de Édipo. O complexo de Édipo é entendido aqui como a superação da criança em relação à mãe com a aparição do Outro que garanta a função paterna de Lei que se inscreve no inconsciente da criança como proibição do incesto que impe Assim, permeados por saberes essenciais dentro da sua formação, os educadores neste cenário conturbado deveriam conhecer toda influência que sofre a formação psíquica da criança desde seus primeiros anos de vida no ambiente familiar na sua relação com pais, irmãos, amigos. Tais influências vão se refletir na sua personalidade e que irão perdurar por toda sua vida adulta, como afirma Rosa (2003): ”No início da vida, a criança é indefesa e suas relações influenciarão o curso de seu desenvolvimento” (p. 206). O processo de formação dos atuais professores deve possuir uma incontestável possibilidade de refletir sua prática pedagógica, estar atento ao que se passa na mente de seus alunos, procurar conhecer sua individualidade psíquica através de pequenos gestos que às vezes escapam, tais como mudanças de atitude e de comportamento no seu dia a dia em sala de aula. Esse processo é visualizado na psicanálise como o momento da escuta flutuante, ou seja, quando o professor sai de si mesmo e passa a observar cuidadosamente o ambiente e as relações que cerca o aluno. A postura do aluno na relação com o conhecimento é o objeto do desejo que se propaga na relação professor-aluno, é fruto da identificação que o aluno tem com o seu mestre, que tem papel importante em despertar esse desejo. O educador funciona como dirigente desse processo que se dá nessa relação triangular. Esse triângulo significa dizer que, o aluno aprende quando se identifica com o seu mestre, ao vê-lo como alguém que lhe foi muito querido, uma lembrança do período de sua infância, assim como salienta Rosa: “Cada pessoa localiza e reconhece seu desejo por intermédio da sua imagem refletida no semblante do Outro” (2003, p.225). Nesse tocante, o sujeito que aprende imagina que o professor detém todo o saber e o mestre precisa estar atento a isto, sabendo que este conhecimento não é totalitário, podendo ser ampliado, modificado e acrescido, pois novos saberes sempre são adquiridos e vivenciados. Todavia, o desejo de aprender é algo presente não unicamente no sujeito aprendente, mas também na imagem que este sujeito realiza do Outro e nas suas relações estabelecidas. POSSIBILIDADES DA ARTICULAÇÃO ENTRE A PSICANÁLISE E A EDUCAÇÃO Muitos estudos entre psicanalistas colocam uma enorme dúvida sobre a possibilidade de existir formas de colaboração efetiva da Psicanálise para alguma intervenção nos fenômenos do cotidiano da sala de aula. Assim, partem de uma premissa de que cada sujeito deve ser considerado singularmente, portanto o professor ou o aluno necessitariam ser escutados individualmente, para que alguma transformação ou modificação nas suas relações oriunda da Psicanálise possa se fazer notar. Provavelmente uma possibilidade de articulação entre a psicanálise e a educação seja a concretização de um espaço de fala e escuta, ou seja, da necessidade de se criar momentos de observação flutuante pelos professores dentro de sua prática em sala de aula e fora dela. Assim, professores e especialistas envolvidos no ato educativo e até mesmo nos cursos de formação
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