Baixe prognostico agua pluvial em uniao e outras Trabalhos em PDF para Meteorologia, somente na Docsity! PROGNÓSTICO PARA ARMAZENAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS DE ACORDO COM A VARIABILIDADE ANUAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL EM UNIÃO, PI Alana COÊLHO MACIEL (1); Raimundo MAINAR DE MEDEIROS (2) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, Praça da Liberdade, nº. 1597, CEP: 64.000 – 020, Teresina-PI, (86) 3215-5212, email: alanacmaciel@gmail.com (2) Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí – SEMAR, Rua 13 de Maio, nº. 307 Centro/Norte 5º Andar, CEP: 64001-150, Teresina-PI, (86) 3216-2038, email: mainarmedeiros@gmail.com RESUMO Para a realização do presente trabalho, utilizou-se a série de precipitação pluvial de União, PI, latitude 04o35´S, longitude 42o52´W e altitude de 5,0 metros, referente ao período hidrológico de 1913 a 2008. Os dados foram agrupados utilizando-se a distribuição de freqüência em intervalos de classes regulares de 200,0 mm para ciclos ordenados cronologicamente de 20 em 20 anos, determinando-se, em seguida, as medidas de tendência central, dispersão e histogramas. Os resultados preliminares mostraram ocorrências de totais anuais de chuva abaixo da média em 17 anos no período de 1913/1942, de treze anos para o período de 1943/1962, de sete anos para o de 1963/1982 e de doze anos para o período de 1983/2003 e de um ano para o período de 2004 a outubro de 2008. A variabilidade espacial e temporal não oferece indícios de redução ou acréscimo de chuva nesta localidade, embora exista uma oscilação na quantidade de chuva observada de um ano para outro. O gráfico da série temporal de precipitação média anual correspondente ao período 1913 a outubro de 2008 demonstra condições necessárias para uma eficiente captura e armazenamento de água de chuva mesmo que durante o período estudado tenham sido constatados índices abaixo da média histórica na região. Palavra-Chave: Clima, Variabilidade Pluviométrica, e armazenamento de água - Piauí 1 INTRODUÇÃO A precipitação pluviométrica é um dos elementos meteorológicos que apresenta maior variabilidade tanto em quantidade quanto em distribuição mensal e anual de uma região para outra ALMEIDA (2001). Segundo ARAGÃO (1975), a principal razão da existência do semi-árido nordestino, bem como de sua área de transição, é a ausência de um mecanismo dinâmico que provoque movimentos ascendentes. Trabalho de modelagem feito por GOMES FILHO (1979), mostra que a topografia da região tende a intensificar os movimentos subsidentes sobre esta região, enquanto o albedo diferencial não interferiria nos resultados. Estudos têm mostrado que a distribuição de freqüência tem sido usada para caracterizar o regime pluvial de uma região, embora a distribuição gama incompleta seja o modelo teórico que melhor ajusta os dados originais REIS et al (1995). De acordo com ASSIS et al (1996), um erro muito comum em análise de dados é desprezar as características da distribuição de probabilidade mais adequada para os dados em estudo. Este trabalho teve por objetivo verificar de forma simples a existência ou não de modificações no “padrão” de chuva anual na localidade de União, PI, ao longo dos últimos noventa e cinco anos, comparando-se a freqüência de ocorrência de totais anuais de chuva em ciclos de 20 em 20 anos para realizar um prognóstico das condições de armazenamento de água de chuva. 2 MATERIAL E MÉTODOS Os dados mensais e anuais de precipitação pluvial utilizados no presente trabalho foram coletados na Estação pluviométrica de União, PI, latitude 04o35´S, longitude 42o52´W e altitude de 5,0 m referentes ao período: 1913 a outubro de 2008. Agruparam-se os dados utilizando a distribuição de freqüência, ordenando-os, cronologicamente, de forma mensal (soma dos valores diários) e anual (somatório dos totais mensais). Determinaram-se, em seguida, as medidas de tendência central: média aritmética e mediana e de dispersão amplitude e desvio padrão. Os dados de chuva anual foram agrupados em dez intervalos de classes: 0-399, 400-599, 600-799, 800-999, 1000-1199, 1200-1399, 1400-1599, 1600-1799, 1800-1999 e maior que 2.000 mm, os quais foram determinados às freqüências de ocorrência do número de anos em cada uma dessas classes em cinco períodos distintos: 1913/1942; 1943/1962; 1963/1982, 1983/2003 e devido à quantidade insuficiente de anos o último gráfico só possui cinco anos de análise 2004/2008. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A média aritmética anual do período 1913 a outubro de 2008 foi de 1.456,8 mm com desvio padrão de 609,7 mm. Constatou-se que existem períodos mais chuvosos e menos chuvosos, com a ocorrência de 42 anos com índice maior que a media total de chuvas. Ressalta-se, entretanto, que nos anos de 1962 a 1987; 1932/1947; 1959/1962; 1976/1983 e de 1990/1993, ocorreu maior irregularidade, uma vez que choveu abaixo da média nestes intervalos de tempo. 150,0 250,0 350,0 450,0 550,0 650,0 750,0 850,0 950,0 1050,0 1150,0 1250,0 1350,0 1450,0 1550,0 1650,0 1750,0 1850,0 1950,0 2050,0 2150,0 2250,0 2350,0 2450,0 2550,0 2650,0 2750,0 2850,0 2950,0 3050,0 3150,0 3250,0 3350,0 3450,0 3550,0 3650,0 3750,0 3850,0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 anos Pr ec ip ita çã o an ua l ( m m ) Precipitação anual Gráfico 1 – Distribuição espacial e temporal dos índices pluviométricos anual de União. No gráfico 1 é mostrado a distribuição de freqüência dos totais anuais de chuva.Os gráficos 2 a 6 mostram a distribuição dos totais de chuva anuais em intervalos de classes regulares de 200,0 mm e para ciclos ordenados cronologicamente de 20 em 20 anos. Verificam-se nos referidos gráficos que, a freqüência de ocorrência de anos com totais abaixo da média (até a terceira classe do histograma e para o ciclo de vinte anos) foi de 17 anos, para o período de 1913/1942, de treze para o período de 1943/1962 e de sete para o de 1963/1982, e de doze anos para o período 1983 a 2003 e que no período de 2004 a outubro de 2008 aconteceu so um ano com chuvas abaixo da média. Destaca-se, também, que em um ano do ciclo 1913 a 1942 choveram menos que 500,0 mm, enquanto que, de 1943 a 1962, choveu menos de 900,0 mm em dois dos 20 anos analisados, para o período de 1963 a 1982, as chuvas foram superiores a 2000,0 mm em 3 anos e no período de 1983 a 2003 choveram menos de em dezesseis anos. Isso demonstra, portanto, que a priori não há indícios de diminuição de chuva nesta localidade, quando se comparam ciclos de anos com outros, embora exista uma elevada variabilidade espacial e temporal na quantidade de chuva observada de um ano para outro. 0 1 2 Fr eq uê nc ia s 0 - 39 9 40 0 - 59 9 60 0 - 79 9 80 0 - 99 9 10 00 - 1 19 9 12 00 -13 99 14 00 - 1 59 9 16 00 - 1 79 9 18 00 - 1 99 9 > 2 00 0 Classes Anos 2004 - out/2008 Gráfico 6: Histograma de distribuição de freqüência dos totais de chuvas anuais em intervalos de classes regulares de 200,0 mm para União, PI, referente ao período 2004 a 2008. 4 CONCLUSÃO Notam-se as questões dos ciclos para a agricultura, onde os gestores públicos devem incentivar a produção nos ciclos chuvosos e diminuir os incentivos nos ciclos seco, reduzindo desta forma os desperdiço dos recursos naturais, financeiros e humanos. As informações dos mecanismos de prever a precipitação da próxima estação chuvosa são efetivadas através das informações dos boletins climáticos efetivados mensalmente pelos núcleos estaduais de meteorologia. As reversões dos ciclos chuvosos e secos com relação aos lençóis freáticos e as recargas dos poços ora em atividade e inativos devem ser fiscalizadas com maiores critérios de armazenamento de água, com o rebaixamento do lençol freático ocorrem uma maior contribuição para o secamento do rio, devido ao uso inadequado da utilização das águas para o sistema de irrigação e do uso em geral para abastecimento de água potável para o ser humano, animal e vegetal. As análises preliminares nos indicam que a captação e o armazenamento de água de chuvas para o município de União - conforme as distribuições espaciais e temporais de precipitações é de extrema importância para poder conviver com o clima, levando em considerações os fatores meteorológico de largas escalas (El Ñino/La Ñina) que predominam provocando excesso ou escassez de chuvas. 5 REFERÊNCIAS ARAGÃO, J. O. R. Um estudo das estruturas das perturbações sinóticas do Nordeste do Brasil. (INPE- 789-TPT/017). Dissertação (Mestrado em Meteorologia), 1975. ASSIS, F. N., ARRUDA, H. V., PEREIRA, A. R. Aplicações de estatística à climatologia: teoria e prática. Pelotas, RS, Ed. Universitária/UFPEL, 161p, 1996. GOMES FILHO, M. F. Um estudo sobre a influência do albedo diferencial e da orografia na circulação atmosférica: uma aplicação para o Nordeste brasileiro. Instituto de Pesquisa Espaciais, INPE-1640- TDL/015, Dissertação (Mestrado em Meteorologia), 1979. REIS, A. S., LACERDA, F. F., VAREJÃO-SILVA, M. A. Climatologia do sertão de Pernambuco. In: Congresso Brasileiro de Agrometeorologia, 9, Campina Grande, 1995. Anais, Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, pp. 199-201, 1995.