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relatorio-final-2 projeto, Provas de Cultura

Relatorio - Relatorio

Tipologia: Provas

2011

Compartilhado em 25/09/2011

Francisco-Ferreira-Pires-9
Francisco-Ferreira-Pires-9 🇧🇷

4.8

(11)

83 documentos

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Baixe relatorio-final-2 projeto e outras Provas em PDF para Cultura, somente na Docsity! LYDIA FIGUEIREDO PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE UM PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL SÃO PAULO 2009 LYDIA FIGUEIREDO PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE UM PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho de formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para Obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção Orientador: Prof. Dr. Miguel Cezar Santoro SÃO PAULO 2009 FICHA CATALOGRÁFICA Figueiredo, Lydia Planejamento e programação de um projeto de construção civil / L. Figueiredo. -- São Paulo, 2009. 119p. Trabalho de Formatura - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Produção. 1. Construção civil (Projeto; Planejamento; Controle) 2. Materiais (Armazenagem) I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Produção II. t. AGRADECIMENTO Gostaria de começar agradecendo ao meu orientador Professor Dr. Miguel Cezar Santoro por ajudar a concretizar esse trabalho. Agradeço por confiar na minha capacidade e, mais do que isso, agradeço pelos conselhos e dicas dados durante todo o período de orientação. Sua contribuição foi de extrema importância na realização desse trabalho. Também agradeço à minha família por todo apoio e suporte durante meus estudos. Aos meus pais, Maria José Maia Telo Figueiredo e José Aparecido Figueiredo, pela formação que me proporcionaram sem nunca pedir nada em troca, pela preocupação e pelo carinho. Ao meu irmão, Augusto José Telo Figueiredo, por sempre acreditar no meu potencial e à minha irmã Lygia Figueiredo, pelo companheirismo durante todos esses anos. Agradeço imensamente ao pessoal de desenvolvimento da Living Construtora e seus consultores externos, pela oportunidade que me deram dentro da empresa e por acreditarem no meu trabalho. Em especial, à equipe de laboratório por realizarem todos os testes que contribuíram para o desenvolvimento desse projeto. Sou grata a todos os meus professores da Poli- USP por me ensinarem muito do conteúdo presente nesse trabalho, e também aos seus funcionários, especialmente ao Osni e à Cris, por darem suporte a todas as atividades realizadas durante minha formação. Também quero agradecer a todos os meus amigos, em especial o pessoal da produção por compartilharmos e superarmos juntos todos os desafios desse momento de nossa vida. Por fim, agradeço a todas as outras pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para esse trabalho, e que infelizmente não foram citadas aqui. Todos tiveram um papel muito importante no meu desenvolvimento. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo desenvolver o planejamento e a programação de duas etapas de um projeto de construção civil. Além disso, também procura estudar toda a movimentação e armazenagem de materiais envolvida nessas mesmas etapas. O projeto trata de uma construção de edifícios destinados à população de baixa renda. Devido às características do público comprador, o mesmo deve obedecer a rígidas metas de tempos e de consumo de recursos a fim de reduzir custos. Essas premissas serviram de base para a elaboração do programa de produção. A principal resposta obtida foi a quantidade de mão-de- obra utilizada em cada uma dessas etapas. Após a definição desse programa, foi possível estudar também o fluxo de materiais envolvido bem como propor sugestões em termos de localização dos mesmos e de características dos equipamentos de entrega. Palavras-chave: planejamento e programação de projetos, construção civil, movimentação e armazenagem de materiais ABSTRACT This study aims to develop the planning and the programming of two stages of a civil construction project. It also aims to study the complete materials handling and storage involved in both of these steps. The project involves the construction of buildings intended for low-income housing. Due to the characteristics of the buying public, it must conform to rigid goals of time and resource consumption in order to reduce costs. These assumptions formed the basis for the production program. The main response was the amount of labor used in each step of the project. After defining this program, it was also possible to study the flow of materials involved in these steps and to propose suggestions for their physical distribution and delivery. Keywords: projects planning and programming, civil construction, materials handling and storage Figura 3.25- Foto do palete de blocos ..........................................................................97 Figura 3.26- Localização dos paletes em cada apartamento (figura sem escala). ..........97 Figura 3.27 - Organização dos escantilhões na sua embalagem de entrega...................98 Figura 3.28- Disposição dos gabaritos de batente em cada pacote................................99 Figura 3.29- Esquema da organização dos gabaritos de batente em sua embalagem- Vista frontal (figura sem escala) .........................................................................................100 Figura 3.30- Esquema com a organização dos racks em sua embalagem de entrega- Vista de cima (figura sem escala) ..............................................................................101 Figura 3.31- Esquema com a organização dos andaimes em cada uma de suas embalagem de entrega- Vista de cima- (a) andaimes de 75 cm; (b) andaimes de 55 cm na embalagem de 8 peças; (c)andaimes de 55 cm na embalagem de 6 peças (figura sem escala) .......................................................................................................................101 Figura 3.32- Esquema com a organização dos contra marcos em sua embalagem de entrega- Vista frontal (figura sem escala) ..................................................................102 Figura 3.33- Esquema da organização dos insumos dentro do caixote- vista frontal (figura sem escala) ....................................................................................................104 Figura 3.34- Foto das embalagens dos equipamentos de medição- (a) maleta com laser e detector sonoro; (b) bolsa do tripé; (c) bolsa da régua de prumo digital .....................105 Figura 3.35- Esquema da organização dos equipamentos de medição em sua embalagem de entrega- vista de cima (figura sem escala) ..........................................105 Figura 3.36- Esquema da organização dentro do EATV dos carrinhos para transporte de blocos e dos acessórios para pedreiro- Vista de cima (figura sem escala)...................106 Figura 3.37- Figura representativa do suporte para carregar bisnagas de argamassa- Vista de cima (figura sem escala) ..............................................................................107 Tabela 3.22- Quantidade de entregas de cada insumo transportado pela grua..................... 103 Tabela 3.23- Peso dos insumos transportados pelo EATV. ................................................ 108 LISTA DE ABREVIATURAS ADM Arrow Diagramming Method CPM Critical Path Method EATV Equipamento Auxiliar de Transporte Vertical MAM Movimentação e Armazenagem de Materiais MCMV Minha Casa Minha Vida PDM Precedence Diagramming Method PERT Program Evaluation and Review Technique PPCP Planejamento Programação e Controle da Produção 3.6. Movimentação e armazenagem de canteiro.........................................................86 3.7. Características dos equipamentos de entrega.......................................................96 3.8. Implementação e resultados..............................................................................109 4. CONCLUSÕES .................................................................................................110 4.1 Síntese..............................................................................................................110 4.2 Análise crítica...................................................................................................111 4.3 Desdobramentos ...............................................................................................112 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................113 6. ANEXOS............................................................................................................115 I. Planta do pavimento do projeto.........................................................................115 II. Cálculo do consumo de blocos no processo ......................................................116 III. Cálculo do consumo de argamassa no processo ................................................118 19 1.2 Definição do problema Devido às margens de lucro reduzidas que os projetos de moradias populares oferecem, a empresa em estudo decidiu investir em melhorias de seu processo produtivo. Para isso, ela está desenvolvendo um processo de construção totalmente inovador e que precisa seguir rígidos padrões de tempo e de custos. Esses padrões foram definidos em um estudo preliminar. Eles incluem metas de quantidade máxima de homens-hora utilizados e também de prazos para se executar cada etapa do processo. De acordo com essas premissas, esse trabalho se propõe a resolver o problema de alocação de mão-de-obra para duas etapas do processo de construção. Para isso, foram utilizados conceitos de planejamento e programação de projetos. As duas etapas analisadas foram a marcação e a elevação de paredes para cada pavimento do edifício. Uma etapa é feita em seguida da outra e em termos de tempo, a marcação deve durar no máximo 1 dia útil (8 horas) e a elevação, 3 dias úteis. Em relação ao consumo de homens- hora, foi estabelecido um consumo máximo de 400 homens-hora para essas duas etapas. O outro problema a ser discutido nesse relatório é o estudo sobre a movimentação e armazenagem de materiais no canteiro de obras, também durante a execução dessas duas etapas. 1.3 Importância desse estudo A construção civil também é considerada uma manufatura, pois temos as entradas, mão-de-obra, insumos e equipamentos, que, após um processo são transformadas em uma saída, a obra finalizada, como mostra o esquema a seguir. Figura 1.1- O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil (SOUZA, 1998) Materiais Equipamentos Mão-de-obra Serviço/ Obra 20 A eficiência de um processo produtivo é avaliada através do conceito de produtividade. Este inclui competências como custo, qualidade, tempo, flexibilidade e inovação. No setor da construção civil, o aumento da competitividade entre as empresas e das exigências dos clientes finais têm levado as construtoras a oferecerem produtos melhores dentro de prazos e custos cada vez menores (SOUZA, 1996). Além disso, diversos estudos mostram como a produtividade nesse setor precisa ser melhorada. Como exemplo, temos o estudo de Souza (1996), apud Paulson, o qual compara a variação percentual dos custos unitários ao longo do tempo para diversas indústrias. Esse estudo é mostrado no gráfico a seguir. Variação Percentual dos Custos Unitários dos Produtos 0 25 50 75 100 125 1950 1975 2000 Ano P o rc e n ta g e m Construção Automóveis Aeronaves Computadores Figura 1.2 - Custo Unitário Relativo, ao longo do tempo, para diferentes indústrias Com base no que foi apresentado, pode-se perceber que o setor de construção civil apresenta diversos temas que podem ser explorados utilizando os conceitos e técnicas da engenharia de produção. Um desses temas é o estudo das atividades a fim de se melhorar a produtividade dos operários envolvidos. Assim, pode-se fazer todo o planejamento dessas atividades e conseqüentemente a programação dos recursos utilizados. 1.4 Objetivos O principal objetivo desse projeto é contribuir para a melhoria dos processos envolvidos no setor de construção civil utilizando conceitos de Engenharia de Produção. Para isso será realizado o planejamento e a programação das etapas de marcação e elevação das 21 paredes de um pavimento para um projeto de construção civil. Cabe ressaltar que o estudo será realizado com base em metas pré-estabelecidas de uso de mão-de-obra, já que este é o recurso limitante do processo. A partir das conclusões dessa primeira parte do estudo, será também realizada uma análise da movimentação e armazenagem de materiais envolvidas nessas duas etapas a fim de determinar quais as características mínimas dos transportes de entregas. Por fim, os resultados obtidos serão analisados em termos de viabilidade e alguns projetos de pesquisas futuros serão sugeridos para dar continuidade a esse estudo. 1.5 Resumo dos capítulos O trabalho está dividido em 4 partes principais: Introdução, Revisão Bibliográfica, Desenvolvimento e Conclusões. O conteúdo de cada uma dessas partes está mostrado a seguir.  Introdução: Nessa parte é apresentada a empresa e especificado o problema que se pretende resolver. Inclui-se também uma análise da importância desse estudo, bem como um resumo de cada capítulo.  Revisão Bibliográfica: Nessa parte há uma revisão dos conceitos utilizados para resolução do problema apresentado.  Desenvolvimento: Mostra todo o trabalho realizado. Começa com a metodologia utilizada, apresenta as soluções propostas e por fim, analisa os resultados alcançados com a implementação do processo sugerido.  Conclusões: Essa parte começa com uma síntese do trabalho, depois faz uma análise crítica dos resultados e termina sugerindo trabalhos futuros nessa área. 24 Cada tipo de produção apresenta um modelo de planejamento e de programação específico, como mostrado no quadro abaixo. Tabela 2.1- Modelos de planejamento e de programação para cada tipo de produção. TIPOS DE PRODUÇÃO X MODELOS TIPO DE PRODUÇÃO MODELO DE PLANEJAMENTO MODELO DE PROGRAMAÇÃO Processo Contínuo Planejamento Agregado Balanceamento de linhas Produção em massa Planejamento Agregado Balanceamento de linhas Lotes ou bateladas Planejamento Agregado Seqüenciamento Jobbing Planejamento Agregado Seqüenciamento Projetos Planejamento em Redes Programação em redes Fonte: adaptado de SANTORO, 2007 Como este trabalho trata da produção de um projeto, no próximo item será explicado como fazer o planejamento e a programação desse tipo de produção. 2.3. Planejamento e Programação de Projetos De acordo com Corrêa (2005), na gestão de projetos, os projetos são planejados e executados seguindo um processo sistemático. Ele ainda complementa que um projeto pode ser entendido como um conjunto único de atividades inter-relacionadas, estudadas a fim de se produzir um resultado definido (especificação de qualidade), dentro de um prazo (especificação de tempo) utilizando uma alocação específica de recursos (especificação de custo). O planejamento e programação que serão estudados para esse projeto dizem respeito ao gerenciamento de seu tempo. De acordo com Carvalho (2006), os processos considerados pelo PMBok nesse gerenciamento são: a) Definição das atividades: as atividades são todas tarefas que compõe o projeto. São como as unidades mínimas em que o trabalho pode ser dividido. Essa definição de divisão depende de como o projeto foi definido em termos de recursos e métodos. 25 b) Seqüência das atividades: nesse processo são estabelecidas as relações de dependência das atividades previamente definidas. c) Estimativa dos recursos das atividades: serve para definir todos os recursos utilizados pelas atividades. d) Estimativa da duração das atividades: refere-se ao tempo de duração de cada atividade. e) Desenvolvimento do cronograma: nesse processo são reunidas e analisadas todas as informações anteriores em conjunto para se realizar a programação do projeto e seu cronograma. f) Controle do cronograma: utilizado para controlar todas as mudanças feitas no cronograma. Em termos de relações de precedência, um projeto pode ter os seguintes tipos:  Término/ início: uma atividade sucessora só inicia quando sua predecessora acabar;  Término/ término: o término do trabalho da atividade sucessora depende do término do trabalho da predecessora;  Início/ início: o início da sucessora depende do início da predecessora;  Início/ término: o fim da atividade sucessora depende do início da predecessora. A representação de um projeto costuma ser feita através de redes, as quais, por sua vez, mostram os eventos e as atividades do projeto, com suas durações e recursos necessários (SANTORO, 2007). Como exemplos dessas redes, temos o diagrama de precedência (PDM- Precedence Diagramming Method) e o diagrama de flecha/ arco (ADM- Arrow Diagramming Method). No primeiro as atividades são representadas no nó e as relações de precedência nas setas. Já no segundo, as atividades são representadas nos arcos e só admitem a precedências do tipo término/início. Em termos de programação do projeto, podemos utilizar os seguintes modelos:  Gráfico de Gantt: trata-se de um instrumento utilizado para representar as etapas de um projeto, incluindo seu início, duração e fim. As tarefas de cada membro da equipe são representadas por uma barra sobre o eixo horizontal do gráfico. De acordo com Santoro (2007), esse tipo de instrumento serve para representar programas de produção, mas vem sendo empregado intensivamente para programação. Apesar da facilidade de operação, seu uso pode representar um fator de risco já que conta apenas com a experiência dos executores do programa. 26  CPM (Critical Path Method): trata-se do método do caminho crítico. Por esse método, todas as atividades do processo são representadas por redes, com suas relações de precedência e duração. O objetivo com isso é calcular o caminho mais longo da rede, considerado o caminho crítico. Utiliza-se nesse método uma estimativa para a duração das atividades. De acordo com Santoro (2007), a vantagem desse método é que as atividades de planejamento do produto são separadas das atividades de programação. Além disso, ele utiliza cálculos simples que auxiliam na tomada de decisão mesmo antes da programação do projeto estar completa.  PERT (Program Evaluation and Review Technique): é semelhante ao método CPM, mas utiliza um sistema estocástico para a estimativa de tempos.  Simulação: nesse modelo também são utilizadas redes com tratamento estocástico, mas não há a necessidade de simplificações do modelo formal. Além disso, pode-se trabalhar com uma rede probabilística. Utilizam-se nesse modelo as técnicas de Monte Carlo (SANTORO, 2007).  Rede probabilística: nesse modelo o tratamento estocástico é estendido a outros elementos além dos tempos das atividades, como a própria rede que pode variar em função da existência de retrabalhos. O estudo desse trabalho será realizado utilizando o método CPM. Sua elaboração está mais detalhada no item a seguir. 2.4. Programação utilizando o método do caminho crítico (CPM) Para realizar a programação utilizando o CPM, o primeiro passo é identificar todas as atividade do projeto. A partir daí, deve-se atribuir os recursos e tempos necessários para a execução de cada atividade. Nessa parte, é importante lembrar que o método utiliza estimativas de tempos para a duração das atividades. De acordo com o PMBok 2004 (apud CARVALHO, 2006), pode-se utilizar estimativas bottom-up ou top-down para a duração e os recursos de uma atividade. Na primeira, as atividades muito complexas, de difícil mensuração, são desagregadas em atividades menores de mais fácil estimativa. Já a segunda, utiliza atividades análogas como base para realizar uma estimativa de duração da atividade futura. 29 projeto a fim de enxergar precedências antes não verificadas. A segunda consiste em tentar encolher a duração do projeto. Para isso, começa-se tentando acelerar as atividades críticas. Nas etapas anteriores, fazia-se a programação sem limitação de recursos. As próximas etapas consistem em realizar a programação considerando limitação de recursos. De acordo com Santoro (2007), primeiro realiza-se o nivelamento dos recursos que é a atividade que procura um programa que utilize os recursos da forma mais nivelada possível sem ultrapassar o tempo crítico do projeto. Não se considera uma limitação quantitativa. Depois, realiza-se a alocação de recursos que tem o objetivo de fazer um programa que utilize somente os recursos disponíveis, podendo ultrapassar o tempo crítico se necessário. Uma outra etapa dessa programação com recursos consiste na minimização dos custos. Normalmente essa etapa não é realizada, pára-se na etapa anterior. Trata-se de um problema mais completo que procura otimizar diversos aspectos ao mesmo tempo. Ele envolve a consideração das curvas custo x tempo, da alocação de recursos e das receitas e custos associados a cada entrega do projeto (SANTORO, 2007). 2.5. Softwares utilizados para gerenciamento de projetos Existem diversos softwares disponíveis no mercado para auxiliar na programação de projetos mais complexos. Os dois mais conhecidos são o MS Project da Microsoft e o Primavera. O MS Project possibilita a programação do projeto através do controle de custos e das cargas de trabalho e também através do acompanhamento do cronograma, que pode ser de forma simples ou detalhada. O Primavera, além das mesmas funções do MS Project, ele também efetua a simulação de Monte Carlo, podendo considerar outras características da empresa, como os riscos, as finanças, as compras e o RH. Nesse trabalho, optou-se por utilizar o MS Project e suas principais saídas serão os gráficos de Gantt do projeto com seus recursos. 30 2.6. Movimentação e armazenagem de materiais De acordo com Gurgel e Francischini (2002), para que as mercadorias possam ser trabalhadas, deve-se manter em movimento pelo menos um dos três elementos básicos da produção, o homem, a máquina ou o material. Normalmente a maior movimentação é dos materiais, mas há casos em que há maior movimentação do homem ou da máquina, como na aviação civil ou nas construções pesadas. As atividades de movimentação e armazenagem não agregam valor ao produto final e ainda incrementam seus custos. Dessa forma, deve-se projetá-las de maneira a reduzir esse efeito. Por outro lado, os custos de mão-de-obra podem ser reduzidos através da escolha de equipamentos mecânicos que minimizem o esforço humano. Já no caso dos custos de materiais, uma boa armazenagem e transporte evita perdas e no caso de equipamentos, seu uso correto evitará maiores custos com a compra de ativos para a empresa (GURGEL e FRANCISCHINI, 2002). Além dos custos, a movimentação e armazenagem corretas do material aumentam a capacidade produtiva através da racionalização do transporte dos materiais, a qual aumenta a rapidez de sua entrega até o processo produtivo. Elas também auxiliam na melhoria das condições de trabalho e de distribuição na fábrica. Complementando as questões acima, Dias (1993) coloca outras duas finalidades básicas que um sistema de movimentação e armazenagem de materiais deve atender, as quais são:  Melhorar condições de trabalho, através da redução da fadiga, da maior segurança proporcionada pelo uso de equipamentos de manuseio e do maior conforto pessoal, já que libera o homem de trabalhos pesados e repetitivos;  Melhorar a distribuição, a qual proporciona uma melhoria na circulação de mercadorias com a criação de corredores bem definidos de endereçamento fácil e de equipamentos eficientes. Além disso, a utilização de sistemas de manuseio torna possível a localização de pontos de armazenagem em locais distantes da fábrica. Em relação à movimentação, de acordo com Gurgel e Francischini (2002), para ela se manter eficiente, deve-se seguir algumas leis, as quais são:  Obediência ao fluxo das operações: tentar dispor a trajetória do material de forma a seguir a seqüência de operações; 31  Mínima distância: eliminar os fluxos cruzados dos materiais;  Mínima manipulação: reduzir a utilização de transporte manual através da utilização de equipamentos;  Segurança e satisfação: considerar a segurança dos operadores quando for escolher o equipamento de transporte;  Padronização: procurar utilizar equipamentos padronizados já que possuem utilização mais variada e flexível;  Flexibilidade: utilizar equipamentos que satisfaçam vários tipos de cargas em várias condições de trabalho;  Máxima utilização do equipamento: manter o equipamento o mais ocupado possível;  Máxima utilização da gravidade: utilizar a gravidade o máximo possível no transporte de materiais;  Método do espaço disponível: procurar utilizar o espaço o máximo possível, inclusive verticalmente;  Menor custo total: escolher equipamentos utilizando a base de custos totais e não somente o custo inicial mais baixo, ou o custo operacional ou o custo de manutenção. 2.7. Modulação de cargas Com o objetivo de facilitar a movimentação, as empresas procuram utilizar a padronização, desde o fornecedor até o cliente final. Para isso, utilizam uma organização modal. Estas se baseiam no conceito de unidade de movimentação (Unimov). Dessa forma, todos os materiais utilizados na cadeia, desde matéria-prima até o produto final, devem ser alocados à Unimov. Essa padronização facilita o fluxo já que se pode utilizar os mesmos equipamentos para carga e descarga para diferentes materiais. De acordo com Gurgel e Francischini, esse padrão de modulação pode se originar da modulação externa ou da modulação interna. Na primeira, parte-se de um padrão de meios de transporte para se chegar ao tamanho da Unimov e das embalagens dos produtos. Na segunda, 34 desmontadas por trabalhadores qualificados. Devem ficar o mais próximo possível da edificação. Em relação ao elevador de transporte de material, a norma exige que não sejam transportadas pessoas no seu interior. Ele deve ter um dispositivo de tração de modo a impedir a descida em queda livre. A norma não especifica capacidade máxima de um elevador, apenas exige que em seu interior seja fixada uma placa contendo a indicação de carga máxima e a proibição do transporte de pessoas. Há dois tipos de elevador de obra. Os de cabo e os de cremalheira. Os primeiros são mais limitados, transportam de 800 a 1500 Kg, já os do segundo modelo podem transportar até 4000 Kg (REVISTA CONSTRUÇÃO MERCADO, 2009). 35 3. DESENVOLVIMENTO 3.1. Metodologia O propósito desse trabalho é realizar o planejamento e a programação das etapas de marcação e elevação das paredes de um projeto de construção civil e também fazer uma análise sobre a movimentação e a armazenagem de materiais utilizados nesse processo. Como o interesse do projeto é uma análise mais micro do processo, essas duas etapas foram estudadas apenas para um pavimento. Assim, o processo analisado consistiu da marcação e elevação das paredes de um pavimento de um edifício. Para cada uma dessas duas etapas separadas, foram feitas as análises mostradas a seguir. Depois, essas duas etapas foram examinadas em conjunto.  Planejamento e Programação O estudo de planejamento e programação usou como base o método do caminho crítico mostrado no item 2.4. Dessa forma, primeiro foi feita uma descrição de todo o processo definido em laboratório. Essa descrição tinha como principal propósito servir de base para se determinar os recursos e tempos necessários à execução de cada atividade. A partir desse estudo, as relações de precedência foram determinadas e uma tabela de precedências foi construída. Procurou-se com isso descobrir que atividades pertenciam ao caminho crítico. Toda essa informação foi colocada no software MS Project para se verificar a duração do plano proposto. Quando esta ultrapassou o limite de tempo estabelecido pelas premissas do projeto, o plano foi revisto. A revisão do plano foi feita de duas formas. Primeiro, utilizou-se o conceito de desagregação e superposição das tarefas. Todas as atividades do processo foram revistas e analisadas para se verificar se era possível dividi-las em mais partes. Com isso, novas precedências foram encontradas, bem como um novo caminho crítico. Depois, utilizou-se o conceito de aceleração de tarefas. Procurou-se diminuir o tempo do processo acelerando as atividades que pertenciam ao caminho crítico. Para realizar essa aceleração, optou-se por aumentar os recursos produtivos. O recurso analisado foi a mão-de- obra, já que o tempo do projeto está diretamente ligado à quantidade de mão-de-obra. Além disso, este era o único recurso que apresentava limitação. 36 O novo plano foi programado e a duração foi novamente analisada. Se esta ultrapassasse o tempo proposto, outra revisão seria feita. Esse processo se repetiu até se encontrar um plano com duração dentro do tempo solicitado. Depois de encontrado o plano ideal em termos de duração, foi feita uma análise de consumo de mão-de-obra. Como já dito, esse recurso também tinha uma meta estabelecida pelo projeto. Se esta ultrapassasse o limite, o plano seria revisto com toda equipe de desenvolvimento para se definir novas datas de entrega ou uso maior de recursos. Caso contrário, adotava-se a quantidade definida pelo plano. Por fim, depois de definido o plano, calculou-se o consumo dos outros recursos, os insumos. Esse cálculo serviu como base para o estudo de movimentação e armazenagem de materiais.  Movimentação e Armazenagem de Materiais A principal resposta dessa análise é a quantidade de insumos utilizados e em que momento da obra eles serão necessários. Com essa resposta, foram definidas as características dos equipamentos de MAM para cada etapa. Para isso, utilizou-se o que foi concluído na parte de programação em termos de quantidade de insumos por atividade. Depois, analisou-se de onde esses insumos vinham, se junto com os operários, se eram materiais novos que vinham do térreo ou se eram reaproveitados do pavimento anterior. Com essas duas análises, foi possível definir quando cada insumo deveria chegar ao pavimento e através de qual meio de entrega (carregado pelo operário, pela grua ou por outro equipamento). Por fim, os equipamentos de entrega foram estudados para se definir suas dimensões, capacidade de carga mínima e velocidade de entrega. 39 3.3. Planejamento e programação da Marcação A marcação serve para preparar o pavimento para assentar os blocos das paredes dos apartamentos. Ao fim da marcação, o pavimento deverá ter os escantilhões e os batentes já instalados e a primeira fiada já assentada. A função dos escantilhões e dos batentes é direcionar verticalmente os blocos e a primeira fiada serve para o direcionamento horizontal. Uma foto do pavimento ao final do processo de marcação é mostrada na Figura 3.2. Figura 3.2- Pavimento ao final do processo de marcação 3.3.1 Planejamento da marcação O processo de marcação é composto pelas etapas mostradas no fluxograma da Figura 3.3. Em seguida, está apresentado um resumo de cada uma dessas etapas. Figura 3.3- Fluxograma do processo de marcação 1. Posicionar e fixar bases de escantilhão externas: as bases servem como apoio para os escantilhões. Por serem menores é mais fácil de instalá-las nos pontos corretos. As bases externas se referem às paredes externas do pavimento; 1- Posicionar e fixar bases de escantilhão externas 2- Posicionar e fixar bases de escantilhão internas 3- Mapear o nível do piso 4- Fixar os escantilhões 6- Nivelar a régua dos escantilhões 7- Assentar a primeira fiada 8- Colocar batentes 9- Colocar escantilhões nos batentes 10- Fixar rampas de passagem dos racks 5- Aprumar os escantilhões ESCANTILHÃO BATENTE 1a FIADA 40 2. Posicionar e fixar as bases de escantilhão internas: têm a mesma função das bases externas, mas se referem às paredes internas do pavimento; 3. Mapear o nível do piso: essa etapa serve para indicar qual o ponto mais alto do pavimento. Com essa informação, o ajuste dos escantilhões dos outros pontos será baseado nesse valor. Assim, todas as fiadas começarão na mesma altura; 4. Fixar os escantilhões: essa etapa consiste em colocar os escantilhões nas bases e fixá- los no pavimento; 5. Aprumar os escantilhões: para que os escantilhões consigam dar o direcionamento vertical correto eles não podem estar inclinados. Nessa etapa, todos os escantilhões serão ajustados nos dois eixos em 90 º; 6. Nivelar a régua dos escantilhões: os escantilhões possuem uma régua que serve de indicação para assentar os blocos. Por esse motivo, a partir do ponto com a cota mais alta, os escantilhões são ajustados para que suas réguas comecem na mesma altura. A diferença entre as alturas iniciais das réguas será compensada com a argamassa ao se assentar a primeira fiada; 7. Assentar primeira fiada: Consiste em se colocar os blocos da primeira fiada de todo o pavimento; 8. Colocar batentes: os batentes das portas também vão servir para direcionar as paredes e por isso serão instalados na marcação; 9. Colocar escantilhões nos batentes: como os batentes também devem servir para direcionar as fiadas, deve-se colocar um escantilhão neles e ajustar suas réguas; 10. Fixar rampas de passagem dos racks: como será mostrado mais adiante, na elevação das paredes, os operários utilizarão racks. Para que esses racks se desloquem entre os cômodos, existirão rampas nos batentes. I. Descrição detalhada do processo 1. Posicionar e fixar as bases de escantilhões externas A principal função das bases é servir de apoio para os escantilhões. Os escantilhões servem para direcionar as paredes e como há paredes externas e internas no apartamento, deverá também existir escantilhões e bases externos e internos. Antes de explicar o processo de alocação das bases de escantilhão é importante se conhecer os equipamentos e ferramentas diferentes que serão utilizados. Estes estão mostrados na Tabela 3.1. 41 Tabela 3.1- Explicação dos insumos utilizados na fixação das bases de escantilhão externas Equipamento/ Ferramenta Nome Descrição Laser de 5 feixes com tripé Equipamento que fornece 5 feixes de laser, em 5 direções (cima, baixo, esquerda, direita, frente) Bloco metálico L Ferramenta utilizada como gabarito das bases externas de canto Bloco metálico T Ferramenta utilizada como gabarito das bases externas que não são de canto Bases de escantilhão Apoio para os escantilhões Fonte: Elaborado pela autora Além desses, há também os equipamentos mais comuns, como furadeiras, martelos e pregos. Para alocar as bases externas serão necessários pontos de referência. Esses pontos são definidos por uma equipe de topografia terceirizada. Essa equipe localiza os pontos com o uso da estação total e operários marcam esse pontos com parafusos no pavimento térreo. Para cada base haverá dois pontos marcados no pavimento. Cabe lembrar que esses pontos somente serão marcados no pavimento térreo já que são externos ao espaço da construção. Definidos esses pontos, o processo de alocação das bases externas segue o seguinte procedimento: 1. O operário coloca o laser com o tripé alinhando seu feixe de baixo com um dos parafusos de referência. Repete o mesmo procedimento para o outro parafuso com outro laser. Fazendo isso, ele avisa o próximo operário para começar a fixação. A comunicação entre eles é feita por rádio; 2. Em seguida, o operário responsável pela fixação posiciona o bloco metálico correspondente (L para bases de canto e T para bases de meio) alinhando sua extremidade com o feixe de laser. Se for no pavimento térreo, será utilizado o feixe de baixo, para os outros pavimentos, utiliza-se o feixe de cima. Isso acontece pois o equipamento de laser não sai do pavimento térreo (este é o único que possui a marcação dos pontos de referência); 3. Depois o operário coloca a base alinhada com o bloco metálico; 44 Tabela 3.2- Explicação dos insumos utilizados no mapeamento do nível do piso Equipamento/ Ferramenta Nome Descrição Laser contínuo com tripé Equipamento que fornece um feixe de laser contínuo Detector sonoro Equipamento que indica se o ponto escolhido está acima ou abaixo do nível do laser contínuo Régua nível alemão Ferramenta graduada utilizada como suporte do detector Fonte: Elaborado pela autora Com esses materiais, deve-se medir vários pontos do pavimento, definidos pelo projeto, a fim de se determinar qual o ponto mais alto. O operário recebe uma planta do pavimento com os pontos a serem medidos. Esses pontos estão representados por números. O procedimento para essa etapa consiste dos seguintes passos: 1. Posicionar o nível laser contínuo com o tripé em um local que consiga abranger a área inteira do andar (pode ser em um dos cantos ou no andaime fachadeira); 2. Instalar o detector sonoro na régua e colocar o conjunto (régua + detector) no ponto inicial; 3. Ajustar a régua até zerar o sensor (isso acontece quando aparecer um traço na tela do sensor); 4. Ir até o próximo ponto e observar a seta do visor do detector: a. Se a seta mandar subir ou aparecer um traço, ir para o próximo ponto; b. Se a seta mandar descer, ajustar a régua até zerar (aparecer um risco na tela). Anotar esse ponto; 5. Continuar dessa maneira até o último ponto. Definiu-se para o projeto que seria necessário medir 84 pontos no pavimento. Para essa tarefa completa, se gasta 14 minutos. A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de mapeamento do nível do piso. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima. 45 Figura 3.6- Fotos das etapas de mapeamento do nível do piso Esse processo deve ser feito por duas pessoas. Uma é responsável por segurar a régua e olhar os dados do sensor e a outra deve anotar esses dados. 4. Fixar os escantilhões O processo de fixar escantilhão pode ser dividido nas seguintes etapas: 1. Colocar os escantilhões nas bases; 2. Soltar os apoios laterais dos escantilhões até eles baterem no chão e ajustar o pino do encosto do escantilhão; 3. Parafusar os furos dos apoios laterais com a broca de 6 mm; 4. Colocar os pregos nos apoios laterais e martelar. Há 56 escantilhões no pavimento. Para cada escantilhão, esse processo demora 3 minutos. A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de fixação de escantilhão. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima. Figura 3.7- Fotos das etapas de fixação do escantilhão Mapeamento do nível do piso 1 2 3 4 Fixar os escantilhões 1 2 3 4 46 5. Aprumar os escantilhões O processo de aprumar o escantilhão serve para deixar os escantilhões formando um ângulo reto com piso. Para isso será utilizado um instrumento chamado régua de prumo digital. Essa régua mostra a inclinação em graus do escantilhão em relação ao piso. Ela está mostrada na figura a seguir. Figura 3.8- Régua de prumo digital Esse processo é feito por uma única pessoa e está definido a seguir. 1. Colocar a régua na parede oposta de um dos apoios do escantilhão; 2. Ajustar o apoio oposto até que no visor da régua apareça um número de 89,9º a 90,01º (quando isso acontecer o aparelho vai apitar); 3. Repetir o mesmo procedimento para o outro apoio. Será necessário aprumar os 56 escantilhões. A duração desse processo é variável conforme a inclinação de cada escantilhão. Em média, entretanto, esse processo dura 2 minutos. A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de aprumar os escantilhões. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima. Figura 3.9- Fotos das etapas de aprumar o escantilhão 1 2 Aprumar os escantilhões 49 1. O abastecedor deve colocar todos os blocos e a argamassa que serão utilizados pelo assentador no cômodo que ele assentará; 2. Enquanto isso, o assentador coloca um esticador em cada escantilhão de todas as paredes do cômodo que ele executará e engancha as linhas nesses esticadores; 3. Na parede que será executada primeiro o abastecedor ajusta a linha de acordo com a primeira marcação da régua do escantilhão; 4. A seguir, ele coloca argamassa com a colher de pedreiro nessa mesma parede, no sentido contrário de colocação de blocos (sentido horário); 5. Por fim, o assentador coloca os blocos naquela parede no sentido anti-horário; 6. O mesmo procedimento é repetido para as outras paredes do cômodo e depois para as outras paredes do apartamento. Para assentar a primeira fiada inteira do pavimento, uma dupla demora em média 13 horas e 20 minutos. A seguir é apresentado um desenho esquemático com fotos das etapas de assentamento da primeira fiada. Os números correspondem à numeração utilizada na descrição acima. Figura 3.11- Fotos das etapas de assentamento da primeira fiada 8. Colocar batentes Os batentes das portas são colocados logo após o assentamento da primeira fiada. Assentar a primeira fiada 1 2 3 4 5 50 O processo de colocar batentes, então, é dividido em quatro grandes etapas: montagem do batente, fixação do batente, alinhamento do batente e aprume do batente. A montagem e a fixação são feitas por apenas um operário, já o alinhamento e o aprume necessitam de 2 pessoas. A montagem é feita da seguinte maneira: 1. O operário encaixa o batente no gabarito de batente; 2. Em seguida, ele regula os parafusos que já vêm fixos no gabarito até que ele fique bem ajustado no batente; Já a fixação consiste de: 1. Erguer o batente pelas duas abas de dentro do gabarito e encaixá-lo no local do vão do batente na alvenaria (na 1º fiada já assentada); 2. Colocar argamassa nos vãos laterais do batente. A seguir são mostradas as fotos referentes a esse processo. Figura 3.12- Fotos das etapas de fixação de batentes O alinhamento, por sua vez, é feito da seguinte maneira: 1. Pegar o equipamento de laser contínuo (o mesmo utilizado para medir as cotas e nivelar a régua dos escantilhões) e ajustar sua altura com o nível da régua de um escantilhão próximo ao batente; 2. Alinhar a marca que já vem no batente de acordo com o feixe de laser e a indicação do detector sonoro. Para isso deve-se ajustar os 2 primeiros e os 2 últimos parafusos que se encontram na base do gabarito. A seguir é mostrada uma foto referente a esse processo. Fixar batentes 1 2 51 Figura 3.13- Alinhamento do batente Depois de nivelar o batente será necessário aprumá-lo. Para isso será utilizada a régua de prumo digital, como mostra o processo a seguir: 1. Colocar a régua de prumo digital na parte de frente do batente no lado esquerdo; 2. Ajustar os parafusos de baixo do gabarito até que no visor da régua apareça um número de 89,9º a 90,01º (quando isso acontecer o aparelho vai apitar); 3. Repetir o mesmo procedimento para o lado direito do batente. A seguir são mostradas as fotos referentes a esse processo. Figura 3.14- Fotos das etapas de aprume dos batentes Há no total 5 batentes por apartamento, o que leva a 20 batentes por pavimento. A montagem da cada batente dura 1 minuto, a fixação 2,5 minutos, o alinhamento, 1,5 minuto e o aprume, 1,5 minutos (7 minutos no total). 9. Colocar escantilhões nos batentes Os batentes também servirão de referência para assentar as fiadas. Por isso, neles serão colocados escantilhões de batentes. Estes se assemelham a um escantilhão normal, mas sem seus apoios. Sua fixação consiste das seguintes etapas: 1. Colocar o escantilhão de batente encostado no batente e encaixar os ganchos de régua de batentes; Aprumar os batentes 1 2 54 O processo de instalar escantilhão só necessita que as bases estejam instaladas, não necessariamente que o mapeamento do nível do piso esteja completo. Acontece que os escantilhões no piso atrapalham o processo de mapeamento. Por esse motivo é importante que eles só sejam instalados depois. Quanto ao aprume, só é possível fazê-lo depois que os escantilhões estiverem instalados. O mesmo acontece para a etapa de nivelamento dos escantilhões em relação ao aprume, já que aquele só pode ser feito se os escantilhões estiverem na sua posição correta de instalação. A primeira fiada necessita de indicação das réguas para ser feita e por isso elas já devem está niveladas. Os batentes também só podem ser instalados depois que a primeira fiada estiver completa, já que é nela que eles serão apoiados. O escantilhão de batente só pode instalado sobre o batente e rampas atrapalham a instalação dos escantilhões de batente. Dessa forma, a duração do processo global corresponde à soma dos tempos de cada atividade individualmente. Esse valor dá em torno de 1606 minutos, o que corresponde a, aproximadamente, 3,4 dias, lembrando que cada dia útil tem duração de 8 horas. Esse processo foi colocado no software MS Project e seu resultado está mostrado na Figura 3.17. Figura 3.17- Gráfico de Gantt do processo de marcação gerado pelo MS Project 3.3.2. Programação da marcação Da forma como o processo de marcação foi definido, ele tem duração maior do que três dias úteis. Segundo a premissa desse projeto, deveria durar apenas 1 dia. Dessa forma, esse planejamento inicial deve ser revisto. Há duas maneiras de se revisar o plano previamente estabelecido: desagregação e superposição de tarefas e aceleração de tarefas. Primeiro será feito um estudo de desagregação e superposição de tarefas. A função desse estudo é enxergar outras precedências. Estabelecida as novas tarefas, será feito um estudo de aceleração das atividades. 55 I. Desagregação de tarefas Analisando o processo de marcação, todas as etapas possuem diversas tarefas. Assim, em termos de acelerar o processo, pode-se pensar em dividir a execução de cada etapa entre mais de um operário. Para saber qual o limite de separação dos elementos, pode-se utilizar três métodos: perda de contato, ganho de contato ou algum ruído (MIYAKE, 2007). Nesse trabalho, serão adotados os 2 primeiros, em relação ao contato com equipamentos e ferramentas. A seguir, todas as etapas serão analisadas em termos de divisão de tarefa. Primeiro, será explicado se elas podem ser desagregadas em mais atividades ou não. Depois, em caso afirmativo, será analisado como essa divisão será feita. Por fim, o processo de marcação será mostrado com todas suas atividades e respectivas precedências e superposições. 1. Fixação de bases de escantilhão externas Tanto na fixação de bases de escantilhão externas quanto internas há o uso de quatro ferramentas de fixação, um punção, uma furadeira com broca de 3 mm, uma furadeira com broca de 6 mm e um martelo. Além disso, no caso de bases externas, há ainda o uso dos blocos metálicos. Assim, pensou-se em três divisões possíveis para essa etapa. Elas estão descritas a seguir. Primeiro, o procedimento é dividido em quatro atividades e quatro operários trabalharam juntos para executá-lo, cada um executando uma atividade. A outra possibilidade é o procedimento ser dividido entre duas atividades, cada operário responsável por uma delas. Por fim, caso nenhuma dessas simulações seja possível, pensou-se em o operário executar todo o procedimento sozinho. Não há divisão de tarefas. A atividade corresponde ao processo inteiro de marcação. Uma tabela explicativa dessas situações é mostrada a seguir. 56 Tabela 3.4- Explicação da divisão de etapas de fixação de bases externas para cada simulação proposta Etapas Proposta 1 Proposta 2 Proposta 3 Posicionar o bloco metálico com o laser Colocar a base alinhada com o bloco metálico Marcar com um punção os furos da base Atividade 1 Furar a marca com a broca de 3 mm Atividade 2 Atividade 1 Retirar a base Furar a marca com a broca de 6 mm Limpar o pó com a trincha Atividade 3 Colocar os parafusos com bucha Martelar os parafusos Atividade 4 Atividade 2 Atividade 1 Fonte: Elaborado pela autora As propostas foram avaliadas em função da viabilidade e também sobre aspectos de ergonomia e de organização do próprio operário. Isso porque em algumas situações ele necessita fazer muitos movimentos repetitivos e/ou carregar mais materiais. Cabe ressaltar, entretanto, que esse último fator pode ser facilitado projetando-se equipamentos adequados para transportar esses materiais. Esse aspecto será melhor discutido no item 3.5. Movimentação e Armazenagem de Materiais). As conclusões obtidas com o ensaio de cada proposta no laboratório estão mostradas a seguir. − Proposta 1: Quando o pessoal do laboratório foi executar essa proposta, eles perceberam que esta não seria possível. Isso porque o primeiro operário levaria os blocos metálicos e assim o segundo operário não teria em que apoiar sua base. Se o bloco metálico fosse deixado, a empresa teria que comprar muitas peças e isso também atrapalharia a circulação, além de deixar o processo mais confuso. Assim, essa alternativa foi descartada − Proposta 2: Em termos de viabilidade, a proposta 2 foi possível. Isso porque o segundo operário conseguiu executar toda sua atividade a partir do “ambiente” que o operário anterior deixou para ele. Por ambiente, entenda-se uma base com os 59 4. Fixação de escantilhões Para fixar os escantilhões, os operários também mudam de equipamentos de fixação. Primeiro há o uso só do escantilhão. Depois utilizam a furadeira e o martelo. Dessa forma, também é possível uma divisão de tarefas. Para melhor análise da desagregação possível, esse processo foi agrupado em duas grandes atividades: colocar os escantilhões nas bases e fixar os escantilhões. O processo de colocar os escantilhões nas bases consiste apenas em retirar os escantilhões de um determinado local, colocá-los nas bases já instaladas e soltar os apoios laterais até que eles batam no chão. Não é possível desagregar esse processo em mais de uma atividade. Sua duração é de 1 minuto para cada escantilhão. Já o processo de fixar os escantilhões consiste de parafusar os apoios laterais e fixá-los com martelo e prego. Para esse procedimento duas alternativas fora sugeridas. Elas estão mostradas no quadro a seguir: Tabela 3.6-- Explicação da divisão de etapas de fixação de escantilhões para cada simulação proposta Etapas Proposta 1 Proposta 2 Parafusar os apoios laterais com a broca de 6 mm Atividade 1 Colocar o prego e martelar Atividade 2 Atividade 1 Fonte: Elaborado pela autora A primeira proposta foi viável e os operários também se mostraram mais satisfeitos em executar apenas uma tarefa, pois não precisam mudar de ferramenta várias vezes. Por esse motivo essa proposta foi escolhida. Ambas as atividades têm duração de 1 minuto cada. 5. Aprumar os escantilhões Para essa etapa só há o uso de um equipamento por apenas uma pessoa. Por isso, não é possível uma desagregação em mais de uma atividade. Sua duração continua sendo de 2 minutos para cada escantilhão. 60 6. Nivelar a régua dos escantilhões Nessa etapa ocorre a mesma situação do mapeamento, os operários não trocam de ferramentas no meio do processo e as atividades são feitas em conjunto e simultaneamente. As atividades são: 3. Atividade 1: Ajustar o nível laser de acordo com a indicação do detector sonoro; 4. Atividade 2: Ajustar a régua do escantilhão. O processo inteiro demora 56 minutos. 7. Assentamento da primeira fiada O assentamento da primeira fiada já tem o processo bem definido bem como os papéis de cada operário envolvido. Assim, há duas atividades envolvidas, a de abastecer e a de assentar os blocos. 8. Batentes e Insumos de batente As etapas seguintes, referentes aos batentes, são semelhantes às etapas já citadas. Com isso, pode-se dizer que não é possível uma desagregação em atividades na montagem, mas na fixação de batente e de escantilhão de batente, essa divisão é possível. A atividade de montagem tem duração de 1 minuto para cada batente. A fixação de batentes é dividida nas seguintes atividades: − Atividade 1: encaixar no vão; − Atividade 2: Preencher com argamassa. Uma atividade não impede a execução da outra, por isso essa divisão é possível. A primeira atividade tem duração de 1minuto e a segunda de 1,5 minuto para cada batente. As etapas de alinhamento e de aprume são feitas por dois operários trabalhando juntos. No alinhamento, um operário ajusta o laser e fornece informações para o outro operário ajustar os parafusos do gabarito. Essa atividade tem duração de 1,5 minutos. No aprume, o operário do laser pega a régua de prumo digital e novamente fornece informações para o ajuste do gabarito. Essa atividade demora 1,5 minutos. A fixação de escantilhão de batente pode ser dividida nas seguintes atividades: − Atividade 1: Encostar o escantilhão no batente e colocar o gancho para prender o batente; − Atividade 2: Furar com a broca de 6 mm − Atividade 3: Martelar o prego. 61 Para que sejam atividades pares, optou-se por agrupar a atividade 2 com a atividade 3 e chamá-las de fixação. Nessa divisão, a primeira atividade dura 1,3 minutos e a segunda dura 1,5 minutos. Isso mostra que o primeiro operário deve ficar um pouco ocioso no fim do processo. 9. Fixação de rampas de passagem de racks Por fim, para fixar a rampa de passagem dos racks, como há o uso de mais de um equipamento de fixação, a furadeira e o martelo, pode-se pensar em dividir as tarefas desse processo em duas atividades: furar com a broca de 6 mm e martelar o prego. Ambas as atividades têm duração de 1 minuto para cada rampa. Depois dessa análise, o processo de elevação ficou dividido nas seguintes atividades: 1 Fixar bases de escantilhão externas 1.1 Fixar base externa 1 1.1.1 Posicionar laser 1.1.2 Posicionar base no gabarito e furar com broca de 3 mm 1.1.3 Furar com broca de 6 mm e fixar com o martelo Repetir esse procedimento para as outras 57 bases. 2 Fixar bases de escantilhão internas 2.1 Fixar arame 2.2 Fixar base interna 1 2.2.1 Posicionar base nos arames e furar com broca de 3 mm 2.2.2 Furar com broca de 6 mm e fixar com o martelo Repetir esse procedimento para as outras 27 bases. 3 Medir o nível das bases 3.1 Posicionar o nível laser e anotar os dados; 3.2 Posicionar o detector sonoro 4 Fixar os escantilhões 4.1 Colocar escantilhões nas bases 4.1.1 Colocar escantilhão 1 Repetir para os outros 55 escantilhões. 4.2 Fixar os escantilhões 4.2.1 Furar com a broca de 6 mm 4.2.2 Martelar prego 64 Tabela 3.7- Porcentagem da duração de cada atividade do processo de marcação em relação ao tempo total Código Atividade Duração (min) % em relação ao tempo total 1 Fixar bases externas 174 10,30% 2 Fixar bases internas 75 4,44% 3 Mapear nível do piso 14 0,83% 4 Fixar escantilhões 168 9,95% 5 Aprumar escantilhões 112 6,63% 6 Nivelar a régua dos escantilhões 56 3,32% 7 Assentar a primeira fiada 800 47,37% 8 Colocar batentes 130 7,70% 9 Colocar escantilhões de batentes 120 7,10% 10 Fixar rampas de passagem dos racks 40 2,37% Total 1689 100,00% Fonte: Elaborado pela autora Para se saber os itens de maior influência na duração do processo, utilizou-se o conceito de curva ABC. O gráfico com essa curva está mostrado na Figura 3.18. Curva ABC- Atividades da marcação 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% P rim ei ra fi ad a B as es e xt er na s E sc an til hõ es B at en te s E sc an til hõ es d e ba te nt es A pr um ar e sc an til hõ es B as es in te rn as N iv el ar a ré gu a R am pa s M ap ea r n ív el Atividades P o rc en ta g em a cu m u la d a Figura 3.18- Curva ABC para o processo de marcação Por essa curva, percebe-se que a atividade de assentar a primeira fiada é responsável por quase 50% do tempo total. Dessa forma, o dimensionamento de equipe para o processo de marcação será baseado nessa atividade. 65 Deve-se lembrar que o processo de marcação inteiro deve durar apenas um dia. Assim, o tempo para assentar a primeira fiada deve durar, aproximadamente, metade de um dia (4 horas, ou 240 minutos). Como a etapa de assentamento é realizada por uma dupla, fez-se um estudo de sua duração para vários tamanhos de equipe com número par de componentes. Ele está mostrado na tabela a seguir. Tabela 3.8- Duração da atividade de assentamento da primeira fiada para diferentes tamanhos de equipe Tamanho da equipe Duração da atividade (min) 2 800,00 4 400,00 6 266,67 8 200,00 10 160,00 Fonte: Elaborado pela autora Pelos resultados mostrados acima, decide-se testar dois tamanhos de equipe, 6 e 8 pessoas. Primeiro será estudado o processo com 6 pessoas e, se o tempo total incluindo as outras etapas ultrapassar o máximo estabelecido, será feito um estudo com 8 pessoas.  Duração do processo para uma equipe de 6 pessoas Utilizando-se o software MS Project, fez-se a programação das atividades do processo para uma equipe de 6 pessoas. Essa programação está na Figura 3.19. Apenas algumas sub- tarefas foram apresentadas com o objetivo de se verificar as relações de precedência propostas e os recursos utilizados. 66 Figura 3.19- Gráfico de Gantt do processo de marcação com 6 operários gerado pelo MS Project A duração total do processo foi de 1,09 dias, ou seja, 8 horas 43 minutos. Ela ultrapassa o limite definido de 1 dia útil (8 horas). Dessa forma, esse dimensionamento não pode ser utilizado. Passamos para a análise seguinte para uma equipe de 8 pessoas.  Duração do processo para uma equipe de 8 pessoas A mesma análise anterior foi realizada para uma equipe de 8 pessoas e chegou-se ao projeto apresentado na Figura 3.20. As sub-tarefas são as mesmas para a equipe de 6 operários e por isso elas não serão apresentadas. Figura 3.20- Gráfico de Gantt do processo de marcação com 8 operários gerado pelo MS Project Para esse tamanho de equipe a marcação dura 0,84 dias, ou seja, apenas 6 horas 43 minutos. 69 forma, esse processo foi pensado de uma maneira que no pavimento haja um número mínimo de arames. Primeiro, a dupla E e F fixa os arames linha começando de um lado e G e H fazem o mesmo processo começando do outro lado. Assim que cada uma dessas duplas instalarem um arame, as duplas de fixação já começam a fixar os arames coluna e a instalar as bases correspondentes àquela coluna. A dupla A e C fixa o arame da primeira coluna da direita, instala suas bases correspondentes depois já retira esse arame e volta a usá-lo na coluna seguinte, caminhando sentido da direita para a esquerda. A dupla B e D faz o mesmo procedimento, mas começa a instalar o arame na primeira coluna da esquerda e caminha sentido da esquerda para a direita. Esse procedimento de ir retirando os arames coluna auxilia a não sobrecarregar o pavimento de arames. Quando as duplas dos arames (E e F, G e H) terminarem de fixá-los, eles já começam a retirar as bases de alinhamento coluna que já foram utilizadas pelas duplas de fixação. Depois que todas as bases já tiverem sido instaladas, eles retiram os arames horizontais e as bases de alinhamento linha. 3. Mapeamento do nível das bases Independente do tamanho da equipe, esse processo só pode ser executado por duas pessoas. Essa atividade, entretanto, não é muito demorada, apenas 15 minutos, e por isso não há problema de alguns operários ficarem ociosos durante sua execução. 4. Fixar os escantilhões Esse processo pode ser dividido em duas etapas: colocar o escantilhão na base e fixar o escantilhão. Colocar o escantilhão na base Por ser um processo sem complexidade (basta colocar os escantilhões nas bases e abrir seus pinos), ele pode ser executado por todos os 8 operários simultaneamente. Fixar os escantilhões Esse processo também será executado pelos 8 operários, mas eles trabalharão em duplas. Uma pessoa da dupla deve furar o piso com a broca de 6 mm e outro deve martelar os parafusos no furo. Cada dupla deve instalar um quarto dos escantilhões, ou seja, 14 escantilhões (há 56 escantilhões no total). 70 5. Aprumar os escantilhões Esse processo também é executado por uma pessoa, mas dependendo do número de réguas de prumo digital, todos os operários poderão fazê-lo. Admitindo que sejam compradas 8 réguas, cada operário deve aprumar 7 escantilhões. 6. Nivelar régua dos escantilhões O processo de nivelar as réguas também só pode ser executado por 2 pessoas. Nesse caso, os 6 operários não envolvidos na atividade ficariam ociosos aproximadamente 30 minutos. 7. Colocar batentes Os operários também irão trabalhar em duplas. Serão as mesmas duplas do assentamento, ou seja, um abastecedor e um assentador. Enquanto o assentador termina a primeira fiada, o abastecedor pega o batente e encaixa no gabarito de batente (montagem). Depois ele vai até o vão da porta, retira o gabarito do vão de porta e coloca o conjunto (batente + gabarito) nesse vão. O abastecedor sai para buscar o laser contínuo e o assentador aproveita para preencher as laterais do batente com a argamassa que está na caixa de argamassa do cômodo (fixação). Quando o abastecedor chega com o laser e o tripé, ele os coloca próximo do batente e ajusta o laser de acordo com a indicação de um escantilhão próximo. Após esse procedimento, o abastecedor pega o detector sonoro, encosta no batente e o assentador ajusta os parafusos de acordo com as coordenadas do assentador (alinhamento). Depois de alinhar o batente, eles começam o processo de aprumar. O abastecedor pega a régua de prumo digital, encosta também no batente, sem retirar o detector sonoro, e novamente passa as coordenadas para o assentador ajustar os parafusos do batente. 8. Colocar escantilhões nos batentes O processo de colocar escantilhão no batente será dividido entre duas etapas, cada uma realizada por uma pessoa da dupla (abastecedor e assentador). A primeira etapa consiste de colocar o escantilhão encostado no batente e encaixar os ganchos de régua para fixar o escantilhão no batente. A segunda etapa consiste de fixar os escantilhões no pavimento, com a furadeira e o martelo, e também de ajustar a altura da régua do escantilhão. 71 9. Fixar rampas de passagem dos racks O processo de fixar rampas de passagem dos racks também será dividido entre duas etapas, cada uma realizada por uma pessoa da dupla. A primeira etapa consiste de colocar a rampa em cima do gabarito do batente e furar com a broca de 6 mm. A segunda consiste de martelar os pregos nos furos. 3.3.4. Restrição do número de homens- hora utilizado Apesar de o trabalho durar o tempo estimado, devemos lembrar que há uma outra restrição desse projeto que é a quantidade máxima de homens-horas utilizados. Para as etapas de marcação e de elevação essa quantidade não deve ultrapassar 400hh. Escolhendo-se uma equipe de 8 pessoas para o processo de marcação, tem-se a seguinte quantidade de homens-hora: hhdiahorasoperários 64188 =×× (3.2) Como meta otimista, se estabeleceu o consumo de 400hh para se terminar um andar do prédio, desconsiderando-se o tempo de colocar a laje (etapas de marcação e elevação das paredes). Assim, para a elevação das paredes sobram: hhhhhh 33264400 =− (3.3) No estudo sobre o processo de elevação das paredes esse valor será retomado para verificar se o dimensionamento de equipe escolhido está de acordo com o proposto para o projeto. 3.3.5. Dimensionamento de recursos- Insumos De acordo com a definição da quantidade de mão-de-obra e com as características do projeto em estudo, define-se a quantidade de insumos (equipamentos, ferramentas e materiais) necessária para a obra. Essa definição da quantidade será importante para o estudo da parte de Movimentação e Armazenagem de Materiais. Ela está mostrada na tabela a seguir. 74 Por ser um processo novo, os insumos utilizados também são diferentes. Os principais deles estão descritos na tabela a seguir. Tabela 3.10- Explicação dos insumos utilizados no processo de elevação das paredes. Equipamento/ Ferramenta Nome Descrição Ficha Serve para mostrar os insumos (blocos e bisnagas de argamassa) que o abastecedor deve fornecer para o assentador em cada fiada de cada parede. Rack Serve para colocar os blocos e as bisnagas de argamassa que serão utilizados em cada fiada de cada parede. Andaime Utilizado no assentamento das fiadas mais altas. Fonte: Elaborado pela autora. Para cada parede há um número fixo de racks, implicando em um número fixo deles para cada cômodo também. Os racks da cada cômodo podem ser utilizados para mais de uma parede, conforme a disponibilidade de espaço. O abastecedor deve ter uma ficha indicando a parede e a fiada que ele vai fazer e quantos blocos colocar em cada rack. Assim, o assentador só precisa se preocupar em colocar os blocos na ordem em que eles estão nos racks, não precisa olhar nenhuma planta com medidas. O projeto já deve entregar essas fichas e uma planta com a localização dos racks de cada cômodo. Cada apartamento terá 15 paredes, por isso haverá 15 fichas por fiada por apartamento. Além disso, as fiadas mais altas, a partir da sétima fiada, têm um procedimento diferente das fiadas mais baixas. Isso porque há a necessidade do uso de andaimes. Os procedimentos utilizados para cada tipo de fiada estão descritos a seguir.  Procedimento utilizado da segunda até a sétima fiada Cada fiada é alimentada pelo abastecedor da seguinte maneira: 75 o O abastecedor olha a sua ficha para verificar quantos blocos de cada tipo são necessários para a fiada a ser assentada; o Ele vai até o palete e coloca os blocos necessários para a parede em questão em seu carrinho; o Depois ele vai para o cômodo que está sendo preparado; o Ele pára o carrinho em frente à porta do cômodo e coloca bloco por bloco nos racks que serão utilizados; o A seguir, ele coloca argamassa com a bisnaga em cima dos blocos anteriores à fiada que será assentada; o Repete esse procedimento para as outras paredes e depois para as outras fiadas. Cada fiada é preenchida pelo assentador da seguinte maneira: o O pedreiro ajusta a linha dos escantilhões que serve de guia para a fiada; o Em seguida, ele coloca os blocos em cima da argamassa colocada pelo abastecedor; o Ele, então, limpa o excesso de argamassa com a colher e joga o excesso na caixa de massa; o Depois ele repete esse procedimento para as paredes seguintes do cômodo; o Ele faz o mesmo processo para as outras fiadas; o O processo é repetido até terminar todas as fiadas. A figura a seguir apresenta o procedimento utilizado para a elevação de paredes. Figura 3.21- Processo de elevação das paredes  Procedimento utilizado a partir da sétima fiada Nas fiadas mais altas, há o uso de andaimes. O assentador sobe nos andaimes e fica lá durante o processo inteiro. Já o abastecedor não sobe e fica responsável por movimentar os Elevação das paredes 76 andaimes que são utilizados para mais de uma parede. Dessa forma, o abastecedor não mais coloca a argamassa, essa tarefa fica atribuída ao assentador. Cabe ainda dizer que a altura do andaime é de apenas 1,40m e por isso o abastecedor não encontra dificuldade em colocar os blocos e as bisnagas em cima do andaime. A figura a seguir mostra um operário trabalhando em cima de um andaime. Figura 3.22- Operário trabalhando em cima do andaime Por questões de ergonomia, o preenchimento de argamassa é feito em sentido horário, já o assentamento de blocos é em sentido anti-horário. A partir dessas premissas, foi definida uma ordem de assentamento de paredes que é a mesma para todas as fiadas. 2. Colocação do contra marco O contra marco só será colocado na décima fiada. Essa decisão foi tomada pois se o colocássemos antes, seria necessário fazer seu aprume e alinhamento, atrasando a execução da alvenaria. Por ser uma peça pesada, para sua instalação são necessárias três pessoas. Uma fica no andaime fachadeira, ou seja, na parte de fora do pavimento e as outras duas ficam dentro do apartamento. Sua instalação consiste das seguintes etapas: 1. Coloca-se argamassa com a bisnaga em cima dos blocos que receberão o contra marco; 2. Os dois operários internos colocam o contra marco em cima do andaime; 3. Esses mesmos dois operários sobem no andaime e encaixam o contra marco no vão da janela, com o auxílio do operário que está no andaime fachadeira; 4. Cada um dos operários internos preenche uma das laterais do contra marco com a bisnaga de argamassa. A figura a seguir mostra uma foto desse processo. 79 De acordo com a planta, entretanto, há uma parede central comum a dois apartamentos e mais uma referente às escadas que não pertencem a nenhum apartamento. Para que essas paredes não atrapalhem a seqüência de execução definida, optou-se por utilizar mais um operário responsável por essas paredes. Ele é chamado de pedreiro coringa e deve se auto abastecer de blocos e bisnagas. Com essa alteração, a equipe de elevação passa a ter 9 componentes. III. Composição da equipe de elevação Apesar do abastecedor e do assentador conseguirem executar a elevação, há a necessidade de outros operários para dar suporte ao trabalho deles. Estes são responsáveis por receber e entregar os materiais que eles precisam, já que a elevação consome muitos insumos grandes que ocupam bastante espaço. A função de cada um desses operários está mostrada a seguir. o Abastecedor geral do pavimento: responsável por guiar a grua e distribuir as bisnagas de argamassa; o Controlador da grua que deve ficar na grua o Preparador de argamassa e de bisnagas, que fica no nível térreo e é responsável também por organizar as bisnagas e enviá-las para cima; o Operário responsável por organizar os blocos na grua. O controlador da grua e o responsável por organizar os blocos também devem realizar outras entregas e por isso não são considerados membros da equipe de elevação. A equipe de elevação, então, passa a ter 11 operários. 3.4.3. Cálculo de homens- hora utilizados O processo de elevação escolhido apresenta as seguintes características: Número de operários: 11 Número de dias: 3 Horas por dia: 8 hhdias dia horas ens 26438hom11 =×× (3.4) Somando esse valor à quantidade de homens-hora utilizada na marcação, tem-se: hhhhhh 32864264 =+ (3.5) 80 Esse valor é inferior à meta otimista de 400hh utilizados na alvenaria, por isso esse tamanho de equipe pode ser adotado. 3.4.4. Planejamento para as demais etapas O processo de elevação já está definido para a equipe escolhida. A seguir será analisado o processo de instalação de contra marco para esse tamanho de equipe. No pavimento, além dos abastecedores e dos assentadores há também o operário coringa e o abastecedor geral. Como durante a instalação do contra marco ainda será necessário utilizar argamassa, o abastecedor geral continuará exercendo sua função. O pedreiro coringa, entretanto, deve se juntar às duplas de abastecedores e assentadores para ajudar no processo de instalar o contra marco. Assim, haverá 9 pessoas trabalhando nessa etapa. Para instalar cada contra marco são necessários 3 operários. A equipe, então, se rearranjará em três trios. Dois desses trios instalarão 7 contra marcos e 1 trio instalará 6 contra marcos. Os trios devem trabalhar simultaneamente. Lembrando que a instalação de cada contra marco leva 10 minutos, o processo total de instalação vai durar 70 minutos, 1h 10 min. Esse valor não ultrapassa as horas restantes do processo só de elevação (2,96 horas). A partir das afirmativas acima, temos o seguinte quadro de duração das atividades de elevação das paredes. Tabela 3.13- Tempo gasto em cada uma das etapas iniciais da marcação Etapa Duração (dias) Assentar fiadas 2,63 Instalar contra marco 0,15 Total 2,78 Fonte: Elaborado pela autora. Em termos de organização, decidiu-se que em cada dia seriam executadas 4 fiadas. Assim, o planejamento para cada dia será:  Primeiro dia: fiadas 2, 3, 4, 5;  Segundo dia: fiadas 6, 7, 8, 9;  Terceiro dia: fiadas 10, 11, 12, 13. 81 3.4.5. Dimensionamento de recursos- Insumos De acordo com a definição da quantidade de mão-de-obra e com as características do projeto em estudo, define-se a quantidade de insumos (equipamentos, ferramentas e materiais) necessária para a obra. Ela está mostrada na tabela a seguir e, assim como no caso da marcação, será utilizada no estudo de movimentação e armazenagem de materiais. Tabela 3.14- Insumos utilizados em cada etapa da elevação. Equipamentos Ferramentas Material Nome Qtd Nome Qtd Nome Qtd Carrinho para carregar blocos 5 Colher de pedreiro 5 Palete de blocos 30 cm 48 Rack de 75 cm x 30 cm 56 Caixa de argamassa da elevação 9 Palete de blocos especiais 12 Andaime de 75 cm x 90 cm 48 Bisnaga de Argamassa 1950 Andaime de 55 cm x 90 cm 56 Contra marco de 1,20m x 1,00m 12 Contra marco de 0,60m x 1,00m 4 Fonte: Elaborado pela autora.
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