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Auxiliar de farmácia, Notas de estudo de Farmácia

APOSTILA PARA AUXILIAR DE FARMÁCIA - 438 PÁGINAS

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Compartilhado em 18/05/2010

Boto92
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Baixe Auxiliar de farmácia e outras Notas de estudo em PDF para Farmácia, somente na Docsity! Auxiliar de rarmi a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a Presidente da República Luíz Inácio Lula da Silva Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho Secretário de Políticas Públicas de Emprego - SPPE Remígio Todeschini Diretor do Departamento de Qualificação Profissional - DQP Antônio Almerico Biondi Lima Coordenadora-Geral de Qualificação Profissional - CGQUA Tatiana Scalco Silveira Coordenador-Geral de Certificação e Orientação Profissional - CGCOP Marcelo Alvares de Sousa Coordenador-Geral de Empreendedorismo Juvenil Misael Goyos de Oliveira © copyright 2006 - Ministério do Trabalho e Emprego Secretaria de Políticas Públicas de Emprego - SPPE Departamento de Qualificação DEQ Esplanada dos Ministérios, Bloco F, 3º andar, Sala 306 CEP:70059-900 Brasília DF Telefones: (0XX61) 317-6239 / 317-6004 FAX: (0XX61) 224-7593 E-mail: qualificacao@mte.org.br Tiragem: 500 exemplares (Venda Proibida) Elaboração, Edição e Distribuição: CATALISA - Rede de Cooperação para Sustentabilidade São Paulo - SP www.catalisa.org.br E-mail: catalisa@catalisa.org.br Entidade Conveniada: Instituto Educação e Pesquisa Data Brasil R. Moreira Cezar, 2715 - Sala 2B - Centro - Caxias do Sul - RS Ficha Catalográfica: Obs.: Os textos não refletem necessariamente a posição do Ministério do Trabalho e Emprego a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a COORDENAÇÃO GERAL Eduardo Coutinho de Paula Gesualdo D´Avola Filho Coordenação técnica Denise Simas Lamarão Patrícia de Oliveira Duarte Coordenação pedagógica Maria do Carmo Santos Nascimento (Lia) SEMINÁRIO, SÃO PAULO/SP Denise Simas Lamarão Gilson Barbosa de Lima Patrícia de Oliveira Duarte Roseli Espindola Chaves Isabel Barros Murilo Leandro Leite OFICINA METODOLÓGICA E CURSO DE EXPERIMENTAÇÃO Arlete Sales Cristaldo – Cuiabá/MT Elaine Aurora Praes – Belo Horizonte/MG Fernando Luiz Chaves Pessoa – Recife/PE Gilson Barbosa de Lima – Santana de Parnaíba/SP Ivanio Reisdorfer Koshhann – Caxias do Sul/RS Izabel C. de Araújo Barros – Belém/PA Paulo Costa Coelho – Curitiba/PR Severino Job de Sousa – Recife/PE Vanessa Trabuco da Cruz – Camaçari/BA Viviane Torres Gentil – Camaçari/BA Tânia Cecília Trevisan – Cuiabá/MT SUPORTE Luiz Roberto Segala Gomes Digital Mix Ltda: José Roberto Negrão Marcelo Augusto Dias Paulo Cezar Barbosa Mello Reinaldo Fonseca Spot Produção e Eventos: Fernanda de Souza Pinto César Augusto de Bourbon a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a ÍNDICE 1- ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANAS ....................................... 17 CÉLULA ....................................................................................................17 FORMA ............................................................................................................................ 18 CONSTITUIÇÃO ................................................................................................................... 18 MEMBRANA CELULAR ............................................................................................................. 18 CITOPLASMA ...................................................................................................................... 18 NÚCLEO ........................................................................................................................... 19 HISTOLOGIA...........................................................................................20 TECIDO EPITELIAL ............................................................................................................... 20 FUNÇÕES: ........................................................................................................................ 20 TECIDO CONJUNTIVO ............................................................................................................ 21 SISTEMA URINÁRIO.................................................................................22 FUNÇÃO .......................................................................................................................... 22 COMPOSIÇÃO ..................................................................................................................... 22 SISTEMA NERVOSO .................................................................................24 FUNÇÃO .......................................................................................................................... 24 NEURÔNIOS SENSORIAIS ........................................................................................................ 24 NEURÔNIOS DE ASSOCIAÇÃO .................................................................................................... 24 NEURÔNIO MOTOR ............................................................................................................... 24 FIBRAS NERVOSAS ............................................................................................................... 25 SNC (SISTEMA NERVOSO CENTRAL) ........................................................................................... 25 ENCÉFALO ........................................................................................................................ 25 CÉREBRO.......................................................................................................................... 25 CEREBELO ......................................................................................................................... 26 TRONCO ENCEFÁLICO ............................................................................................................ 26 MEDULA ESPINHAL ............................................................................................................... 27 MENINGES ....................................................................................................................... 27 SUBSTÂNCIA BRANCA ............................................................................................................ 28 SUBSTÂNCIA CINZENTA .......................................................................................................... 28 SNP (SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO) ....................................................................................... 28 NERVOS CRANIANOS ............................................................................................................. 28 NERVOS RAQUIDIANOS ........................................................................................................... 29 SNE (SISTEMA NERVOSO EMOTIVO) ........................................................................................ 29 SNA (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO) ........................................................................................ 29 SNA PARASSIMPÁTICO .......................................................................................................... 30 SNA SIMPÁTICO ................................................................................................................ 31 ALGUMAS FUNÇÕES DO SNA PARASSIMPÁTICO E SIMPÁTICO ................................................................ 31 ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO ........................................................................ 31 SIMPÁTICO (VIGÍLIA) ............................................................................ 31 AUTÔNOMO ......................................................................................... 31 PARASSIMPÁTICO (REPOUSO) .................................................................... 31 SISTEMA NERVOSO CENTRAL .................................................................... 31 NERVOS CRANIANOS (CABEÇA, PESCOÇO, OMBROS) .......................................... 31 PERIFÉRICO ........................................................................................ 31 NERVOS RAQUIDIANO (CORPO INTEIRO) ...................................................... 31 SISTEMA CIRCULATÓRIO .........................................................................32 SISTEMA CARDIOVASCULAR ...................................................................................................... 32 CIRCULAÇÃO PULMONAR.......................................................................................................... 32 CIRCULAÇÃO SISTÊMICA ......................................................................................................... 33 OUTRAS DEFINIÇÕES ............................................................................................................ 33 CARDIOVASCULAR ............................................................................................34 ESQUEMA DE FUNIONAMENTO ..............................................................................34 SISTEMA CIRCULATÓRIO ....................................................................................34 - PRODUÇÃO DE ANTICORPOS (DEFESA)...................................................................34 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a - PASSAGEM DA LINFA PARA SISTEMA VENOSO (LIMPEZA) ..............................................34 LINFÁTICO ....................................................................................................34 LINFA (LIMPEZA E IMUNIDADE) ............................................................................34 LINFONODOS ..................................................................................................34 SISTEMA LINFÁTICO / IMUNOLÓGICO......................................................35 LINFA ............................................................................................................................. 35 LINFONODOS ..................................................................................................................... 35 LEUCÓCITOS ...................................................................................................................... 36 ANTICORPOS ..................................................................................................................... 36 TONSILAS ........................................................................................................................ 36 TIMO ............................................................................................................................. 37 BAÇO ............................................................................................................................. 37 APÊNDICE ........................................................................................................................ 37 SISTEMA RESPIRATÓRIO .........................................................................37 FOSSAS NASAIS .................................................................................................................. 38 FARINGE .......................................................................................................................... 38 LARINGE .......................................................................................................................... 38 TRAQUÉIA ........................................................................................................................ 38 PULMÕES ......................................................................................................................... 38 BRÔNQUIOS/BRONQUÍOLOS .................................................................................................... 39 ALVÉOLOS ........................................................................................................................ 39 DIAFRAGMA ...................................................................................................................... 39 COSTELA E MÚSCULOS INTERCOSTAIS ........................................................................................... 39 SISTEMA DIGESTÓRIO .............................................................................40 BOCA ............................................................................................................................. 40 LÍNGUA ........................................................................................................................... 40 DENTES .......................................................................................................................... 41 GLÂNDULAS SALIVARES .......................................................................................................... 41 ÚVULA ............................................................................................................................ 41 FARINGE .......................................................................................................................... 41 ESÔFAGO ......................................................................................................................... 41 ESTÔMAGO ....................................................................................................................... 42 PROCESSO DIGESTIVO ........................................................................................................... 42 PILORO ........................................................................................................................... 42 INTESTINO ....................................................................................................................... 42 FÍGADO ....................................................................................................................... 44 VESÍCULA BILIAR ........................................................................................................ 44 PÂNCREAS ........................................................................................................................ 45 VÁLVULA ILEOCECAL .............................................................................................................. 45 ESFÍNCTER ANAL ................................................................................................................. 45 SISTEMA ESQUELÉTICO ..........................................................................46 OSSOS ............................................................................................................................ 46 ESQUELETO ....................................................................................................................... 47 ARTICULAÇÕES ................................................................................................................... 49 SISTEMA MUSCULAR ...............................................................................50 TIPOS DE MÚSCULOS ............................................................................................................ 51 TENDÕES ......................................................................................................................... 52 LIGAMENTO ...................................................................................................................... 52 SISTEMA ENDÓCRINO .............................................................................53 HIPOTÁLAMO ..................................................................................................................... 54 HIPÓFISE ........................................................................................................................ 54 PINEAL - EPÍFISE .............................................................................................................. 55 TIREÓIDE ........................................................................................................................ 56 PARATIREÓIDES .................................................................................................................. 56 TIMO ............................................................................................................................. 57 SUPRA-RENAIS ................................................................................................................... 57 MEDULA SUPRA-RENAL ........................................................................................................ 58 PÂNCREAS ........................................................................................................................ 59 OVÁRIOS ......................................................................................................................... 59 OSCILAÇÕES DOS NÍVEIS DE HORMÔNIO GONADOTRÓFICOS E OVARIANOS DURANTE O CICLO MENSTRUAL ................................................................................... 60 SISTEMA GENITAL FEMININO...................................................................62 SISTEMA GENITAL MASCULINO ................................................................68 SISTEMA SENSORIAL ..............................................................................70 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a ESTUDANDO OS FENÔMENOS QUÍMICOS ................................................................ 155 A QUÍMICA DA SAÚDE ......................................................................................................... 156 QUÍMICA MEDICINAL ..........................................................................................................156 O PAPEL ESSENCIAL DA FÍSICO-QUÍMICA NA FORMULAÇÃO DE MEDICAMENTOS ........................................... 159 DISTINTOS ASPECTOS PRESENTES NA ETAPA DE PRÉ-FORMULAÇÃO ........................................................ 159 A SÍNTESE DE FÁRMACOS .....................................................................................................160 AÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS NO ORGANISMO .......................................................................... 162 6. FARMACOBOTÂNICA E FARMACOGNOSIA ...............................167 A IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS MEDICINAIS ........................................................... 167 METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DE PLANTAS ............................................................. 169 PLANTA MEDICINAL, FITOTERÁPICO E FITOFÁRMACO ................................................ 170 FITOTERÁPICOS: ENTRE O CONHECIMENTO POPULAR E O CIENTÍFICO ............................... 170 FITOTERÁPICOS – ALTERNATIVA PARA O BRASIL ................................................... 172 OS SEGREDOS DOS CHÁS ................................................................................ 176 SALVOS PELO CHÁ ............................................................................................................. 177 JAPONESES CONSUMIDORES DE CHÁ .......................................................................................... 177 INDICAÇÃO DO CHÁ ............................................................................................................ 177 PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DAS FRUTAS........................................................... 179 7. FARMACOTÉCNICA ..................................................................182 FORMAS E FÓRMULAS FARMACÊUTICAS ................................................................ 183 FORMA FARMACÊUTICA ......................................................................................................... 183 FORMAS FARMACÊUTICAS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO .......................................................................186 FÓRMULA FARMACÊUTICA ...................................................................................................... 187 ALGUNS COMPONENTES DA FÓRMULA FARMACÊUTICA ........................................................................ 188 8.TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE MEDICAMEN- TOS .........................................................................................191 CUIDADOS BÁSICOS COM MEDICAMENTOS ............................................ 191 UMIDADE .......................................................................................................................192 EXPOSIÇÃO AO SOL ............................................................................................................ 192 ÁLCOOL/ACETONA/ÉTER/BENZINA ........................................................................................... 192 COMO RECONHECER MEDICAMENTOS DETERIORADOS .................................................. 192 VALIDADE DOS MEDICAMENTOS ...............................................................................................194 TERMINOLOGIA ................................................................................................................194 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .................................................................... 195 MICROBIOLOGIA DA PELE .....................................................................................................195 INDICAÇÕES DA LAVAGEM DAS MÃOS .........................................................................................196 USO DO ÁLCOOL GLICERINADO ................................................................................................ 197 ANTI-SEPSIA DAS MÃOS ...................................................................................................... 198 INSTALAÇÕES FÍSICAS: ........................................................................................................ 198 TÉCNICA DA ANTI-SEPSIA (ESCOVAÇÃO) DAS MÃOS: ......................................................................199 DESINFECÇÃO ...................................................................................... 199 PRODUTOS UTILIZADOS: ...................................................................................................... 200 9 - BIOSSEGURANÇA ...................................................................203 O QUE É BIOSSEGURANÇA? ............................................................................. 203 PROTEÇÃO NO DIA-A-DIA ............................................................................. 204 PRECAUÇÕES-PADRÃO .................................................................................. 204 LAVAGEM DAS MÃOS ...........................................................................................................204 MANIPULAÇÃO DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS ...................................................... 204 MANIPULAÇÃO DE MATERIAIS CORTANTES E DE PUNÇÃO .................................................................... 205 AMBIENTE E EQUIPAMENTOS .................................................................................................. 205 VACINAÇÃO ..................................................................................................................... 205 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................................................................. 206 PROTETOR RESPIRATÓRIO (RESPIRADORES) ................................................................................. 207 AVENTAL E GORRO ............................................................................................................. 208 CALÇADOS ......................................................................................................................208 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a PREPARO DO FERIMENTO, PELE OU MUCOSA DO PACIENTE .................................................................208 COLETA SELETIVA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE ................................................ 210 RESÍDUOS COMUNS ...................................................................................... 210 RELAÇÃO DOS RESÍDUOS: .............................................................................. 210 COMO ACONDICIONAR DENTRO DA SALA: ..................................................................................... 210 ONDE ARMAZENAR ATÉ A COLETA FINAL: ..................................................................................... 211 RESÍDUOS RECICLÁVEIS ....................................................................................................... 211 RELAÇÃO DOS RESÍDUOS: .....................................................................................................211 COMO ACONDICIONAR DENTRO DA SALA: ..................................................................................... 211 ONDE ARMAZENAR ATÉ A COLETA FINAL: ..................................................................................... 211 RESÍDUOS INFECTANTES ................................................................................. 212 RELAÇÃO DOS RESÍDUOS: .....................................................................................................212 COMO ACONDICIONAR DENTRO DA SALA: ..................................................................................... 212 RELAÇÃO DOS RESÍDUOS PÉRFURO-CORTANTES: .......................................................................... 212 COMO ACONDICIONAR DENTRO DA SALA: ..................................................................................... 212 ONDE ARMAZENAR ATÉ A COLETA: ............................................................................................ 213 RESÍDUOS FARMACÊUTICOS E QUÍMICOS ............................................................... 213 RELAÇÃO DOS RESÍDUOS: .....................................................................................................213 COMO ACONDICIONAR DENTRO DA SALA: ..................................................................................... 213 10 - PRIMEIROS SOCORROS .......................................................214 TIPOS DE ACIDENTES .................................................................................... 216 QUEIMADURAS ........................................................................................... 216 QUEIMADURAS QUÍMICAS .....................................................................................................216 QUEIMADURAS SOLARES ....................................................................................................... 217 QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE ............................................................................................ 217 FRATURAS, ENTORSES, LUXAÇÕES E CONTUSÕES ...................................................... 217 FRATURA ........................................................................................................................217 ENTORSE .......................................................................................................................218 LUXAÇÃO ........................................................................................................................218 CONTUSÃO ..................................................................................................................... 218 INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS .................................................................... 219 PICADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS ................................................................... 220 PICADAS DE INSETOS ......................................................................................................... 220 PICADAS DE CARRAPATOS .....................................................................................................220 PICADAS DE ESCORPIÕES .....................................................................................................220 PICADAS DE COBRAS ...........................................................................................................221 SANGRAMENTOS ......................................................................................... 221 SANGRAMENTO EXTERNO ......................................................................................................221 SANGRAMENTO INTERNO ......................................................................................................222 SANGRAMENTOS NASAIS ....................................................................................................... 222 CHOQUE ELÉTRICO ...................................................................................... 223 CORPOS ESTRANHOS E ASFIXIA ........................................................................ 224 NO OUVIDO .................................................................................................................... 224 NOS OLHOS .................................................................................................................... 224 NO NARIZ ......................................................................................................................224 OBJETOS ENGOLIDOS ..........................................................................................................225 PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA ...............................................................................................225 PROCEDIMENTOS PRELIMINARES ..............................................................................................225 A RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR ....................................................................................... 225 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ................................................................................. 226 DESMAIO .......................................................................................................................226 CONVULSÕES ................................................................................................................... 226 11. FARMÁCIA HOSPITALAR .......................................................227 ADMINISTRAÇÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR......................................... 228 DESAFIOS PARA A FARMÁCIA HOSPITALAR BRASILEIRA .......................................................................228 AÇÕES GERENCIAIS PARA FARMÁCIAS HOSPITALARES ........................................................................228 PESQUISA FARMACOLÓGICA CLÍNICA ..........................................................................................235 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ..................................... 236 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COLETIVO DE MEDICAMENTOS .................................................................237 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a NUTRIÇÃO PARENTERAL ........................................................................ 245 COMUNICAÇÃO E ACONSELHAMENTO AO PACIENTE ........................................................................... 247 COMUNICAÇÃO COM OS DEMAIS PROFISSIONAIS DE SAÚDE .................................................................247 SEGUIMENTO DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL ..................................................................... 248 PARTICIPAÇÃO NA EDUCAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE ............................................... 248 PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA CLÍNICA ........................................................................................248 FORMULAÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL .................................................................................... 249 PREPARO INTRA-HOSPITALAR DA NUTRIÇÃO PARENTERAL .................................................................... 249 MÉTODOS USUALMENTE UTILIZADOS NA MANIPULAÇÃO NO BRASIL E NO EXTERIOR ...................................... 250 BARREIRA DE ISOLAMENTO ....................................................................................................251 CONTROLE DE QUALIDADE DA NUTRIÇÃO PARENTERAL .......................................................................251 NOVOS SUBSTRATOS EM TERAPIA NUTRICIONAL .............................................................................. 252 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 252 12. SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA......................................253 CONCEITO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA ...................................... 253 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES ............................................... 257 SAÚDE PÚBLICA E IMUNIZAÇÃO ........................................................................ 258 SOROS ................................................................................................... 259 EPIDEMIOLOGIA ................................................................................... 259 AIDS .................................................................................................... 259 SINONÍMIA .................................................................................................................... 260 AGENTE ETIOLÓGICO ..........................................................................................................260 RESERVATÓRIO .................................................................................................................260 MODO DE TRANSMISSÃO ...................................................................................................... 260 PERÍODO DE INCUBAÇÃO ...................................................................................................... 261 PERÍODO DE LATÊNCIA ........................................................................................................ 261 PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE ........................................................................................... 261 DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 261 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ................................................................................................... 262 TRATAMENTO ................................................................................................................... 262 OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................................................................................ 262 NOTIFICAÇÃO .................................................................................................................. 262 DEFINIÇÃO DE CASO ..........................................................................................................263 MEDIDAS DE CONTROLE ....................................................................................................... 263 SÍFILIS CONGÊNITA ..................................................................................... 264 DESCRIÇÃO ..................................................................................................................... 264 SINONÍMIA .................................................................................................................... 266 AGENTE ETIOLÓGICO ..........................................................................................................266 RESERVATÓRIO .................................................................................................................266 MODO DE TRANSMISSÃO ...................................................................................................... 266 PERÍODO DE INCUBAÇÃO ...................................................................................................... 266 DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 266 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ................................................................................................... 267 TRATAMENTO ................................................................................................................... 267 OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................................................................................ 268 NOTIFICAÇÃO .................................................................................................................. 269 DEFINIÇÃO DE CASO ..........................................................................................................269 MEDIDAS DE CONTROLE ....................................................................................................... 270 DENGUE .................................................................................................. 270 DESCRIÇÃO ..................................................................................................................... 270 SINONÍMIA .................................................................................................................... 271 AGENTE ETIOLÓGICO ..........................................................................................................271 VETORES HOSPEDEIROS ....................................................................................................... 271 MODO DE TRANSMISSÃO ...................................................................................................... 271 PERÍODO DE INCUBAÇÃO ...................................................................................................... 271 PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE ........................................................................................... 271 COMPLICAÇÕES .................................................................................................................272 DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 272 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ................................................................................................... 272 TRATAMENTO ................................................................................................................... 272 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS .........................................................................................272 OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................................................................................ 273 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a O CÉREBRO ELETRÔNICO ..................................................................... 373 O COMPUTADOR ....................................................................................................... 373 OS DISCOS ................................................................................................................374 MICROSOFT WINDOWS XP ...................................................................... 374 INICIALIZANDO O WINDOWS XP ........................................................................................... 375 ÁREA DE TRABALHO (DESKTOP) ............................................................................................. 376 TRABALHANDO COM O MICROSOFT WORDPAD ...................................................... 377 WINDOWS EXPLORER .................................................................................. 378 WORD (VERSÃO 2000) .......................................................................... 382 INICIAR O EDITOR DE TEXTOS ................................................................................................382 CONFIGURAR AMBIENTE DE TRABALHO ........................................................................................382 FORMATANDO FONTES ......................................................................................................... 383 ALINHAMENTO DO TEXTO .....................................................................................................384 COR DA FONTE .................................................................................................................384 ABRIR DOCUMENTO/SALVAR/SALVAR COMO ................................................................................ 384 NUMERAÇÃO E MARCADORES .................................................................................................. 385 SELECIONANDO, COPIANDO E COLANDO PARTES DO TEXTO .................................................................386 TECLAS DE ATALHO ............................................................................................................386 LOCALIZANDO TEXTOS E PALAVRAS ............................................................................................ 387 SUBSTITUINDO TEXTOS E PALAVRAS ..........................................................................................387 VERIFICANDO ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA ...................................................................................387 MÚLTIPLAS COLUNAS ..........................................................................................................389 TABELAS ........................................................................................................................389 AUTOFORMATAÇÃO DE TABELAS ...............................................................................................390 ALTERAR LARGURA DE LINHAS E COLUNAS DAS TABELAS ..................................................................... 390 ACRESCENTAR E EXCLUIR LINHAS DA TABELA ................................................................................. 391 ACRESCENTAR OU EXCLUIR COLUNAS DA TABELA .............................................................................391 FORMATAR BORDAS DA TABELA ................................................................................................392 ORDENAÇÃO DE DADOS EM UMA TABELA ..................................................................................... 392 INSERIR FIGURAS ............................................................................................................. 393 MODIFICAR A FIGURA. ........................................................................................................ 393 INSERINDO AUTOFORMAS .....................................................................................................394 TRABALHANDO COM WORD ART ..............................................................................................394 EXCEL .................................................................................................. 395 CARREGANDO O EXCEL 7 .....................................................................................................395 A TELA DE TRABALHO ......................................................................................................... 396 MOVIMENTANDO-SE PELA PLANILHA ..........................................................................................397 USANDO TECLAS ............................................................................................................... 397 USANDO A CAIXA DE DIÁLOGO ................................................................................................398 USANDO O MOUSE ............................................................................................................. 398 INSERINDO OS DADOS ......................................................................................................... 399 ENTRADA DE NÚMEROS ........................................................................................................ 399 ENTRADA DE TEXTOS ..........................................................................................................400 ENTRADA DE FÓRMULAS ....................................................................................................... 401 A AUTO-SOMA................................................................................................................402 ALTERAÇÃO DO CONTEÚDO DE UMA CÉLULA ..................................................................................402 SALVANDO UMA PLANILHA .....................................................................................................403 CARREGANDO UMA PLANILHA .................................................................................................. 404 FORMATAÇÃO DE CÉLULAS .....................................................................................................405 SELEÇÃO DE FAIXAS ...........................................................................................................405 SELECIONANDO COM O MOUSE ...............................................................................................405 SELECIONANDO COM O TECLADO ..............................................................................................406 DESMARCANDO UMA FAIXA ....................................................................................................406 FORMATAÇÃO DE TEXTOS E NÚMEROS ........................................................................................406 FORMATAÇÃO DE NÚMEROS ....................................................................................................406 ALTERAÇÃO DA LARGURA DAS COLUNAS ....................................................................................... 407 ALTERANDO A LARGURA DA COLUNA COM O MOUSE .......................................................................... 407 ALTERANDO A LARGURA DA COLUNA POR MEIO DA CAIXA DE DIÁLOGO .....................................................407 APAGANDO O CONTEÚDO DE UMA OU MAIS CÉLULAS ........................................................................408 CRIANDO GRÁFICOS ............................................................................................................408 IMPRESSÃO DA PLANILHA ......................................................................................................411 FECHANDO A PLANILHA ATUAL ................................................................................................. 411 CRIAÇÃO DE UMA NOVA PLANILHA ............................................................................................ 411 ABANDONANDO O EXCEL 7 ................................................................................................. 412 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a INTERNET EXPLORER ............................................................................ 412 O QUE É A INTERNET? ....................................................................................................... 412 WORLD WIDE WEB (WWW) ............................................................................................. 412 ENDEREÇOS ELETRÔNICOS .....................................................................................................413 O PROGRAMA INTERNET EXPLORER ........................................................................................... 413 OS BOTÕES DE NAVEGAÇÃO. .................................................................................................. 414 CORREIO ELETRÔNICO ......................................................................... 415 O QUE É UM CORREIO ELETRÔNICO?.........................................................................................415 GERENCIAR A CAIXA DE CORREIO ............................................................................................. 416 GUARDAR MENSAGENS EM ARQUIVOS CONVENCIONAIS ......................................................................416 RESPONDER E RETRANSMITIR MENSAGENS ...................................................................................416 CRIAR E USAR APELIDOS ...................................................................................................... 416 IMPRIMIR MENSAGENS ........................................................................................................ 416 O QUE É UMA MENSAGEM? ................................................................................................... 417 ESTRUTURA DOS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS ................................................................................. 417 QUANTO AO CONTEÚDO DAS MENSAGENS .................................................................................... 418 QUANTO AO ENVIO E RECEBIMENTO DE MENSAGENS ........................................................................ 420 20. PSICOLOGIA APLICADA ........................................................421 ADESÃO .................................................................................................. 421 ACOLHIMENTO ........................................................................................... 422 ATENÇÃO FARMACÊUTICA ............................................................................... 424 ANTÍDOTO PARA A “EMPURROTERAPIA” ...................................................................................... 425 NOVO PARADIGMA ............................................................................................................. 425 LUCRO EM SEGUNDO PLANO ................................................................................................... 426 SEM PRESCRIÇÃO ........................................................................................ 427 “AGORA EU QUESTIONO”............................................................................... 428 O PLACEBO E A ARTE DE CURAR ....................................................................... 429 EFEITOS COLATERAIS INDUZIDOS PELOS PLACEBOS .......................................................................... 430 1. O PACIENTE ................................................................................................................431 2. QUEM CURA ................................................................................................................432 3. O “REMÉDIO” EM SI .....................................................................................................433 a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 17 1- ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANAS Nesse capítulo vamos abordar algumas das principais funções do corpo humano, bem como conhecer melhor suas estruturas e órgãos. CÉLULA É a unidade viva fundamental. As células são consideradas como a menor porção viva do orga- nismo. São tão pequenas que somente podem ser vistas depois de aumentadas centenas de vezes pelo microscópio. Cada órgão é um agregado de nume- rosas células, que se mantêm unidas por estruturas intercelulares. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s20 A membrana celular, o citoplasma e o núcleo atuam de maneira integrada nos pro- cessos vitais da célula, como: absorção, me- tabolismo, eliminação das toxinas, armazenamento das substâncias oferecidas em excesso, fagocitose e locomoção. HISTOLOGIA O corpo humano possui grupos de célu- las diferenciadas, com características adapta- das à sua função mas, de ação independente. Os tecidos humanos são denominados: EPITELIAL CONJUNTIVO MUSCULAR NERVOSO TECIDO EPITELIAL Forma as membranas, que são a camada mais superficial do corpo e, dessa forma, reveste a superfície corpórea, inclusive as cavidades (estômago, bexiga, etc.). FUNÇÕES: • Protege o organismo contra as ações mecâ- nicas. • Absorve as substâncias (por exemplo, o epitélio intestinal absorve nutrientes). • Excreta substâncias, como as glândulas sebá- ceas. • É sensível ao estímulo, como o tato. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 21 TECIDO CONJUNTIVO É também conhecido como tecido conectivo. É o arcabouço básico de sustenta- ção, pois se caracteriza por possuir grande quantidade de substâncias intercelulares. Suas fibras podem ser de três tipos: colágenas, elastinas e reticulares. O tecido con- juntivo divide-se em: -Tecido conjuntivo frouxo: é formado por células com capacidade de proliferar e se modificar durante os processos inflamatórios e de cicatrização. Encontra-se sob a pele, na região subcutânea. -Tecido conjuntivo fibroso: sua característica é a resistência à tensão e grande flexibilidade. É representado pelos tendões dos músculos, aponeuroses e cápsulas envoltórias de órgãos. -Tecido elástico: sua característica é a elasticidade; é encontrado nas artérias maiores e nos ligamentos vocais da faringe. -Tecido adiposo: é formado por células adiposas; é encontrado na forma de gordura de armazenamento (na parede do trato intestinal e no subcutâneo) e de gordura estrutural (preenchendo todos os espaços vazios). Funciona como reserva alimen- tar e como sustentação para órgãos; protege contra o frio e ações mecânicas. -Tecido cartilaginoso: é formado por substâncias que promovem a sustentação do corpo com resistência elástica à pressão. São três os tipos de cartilagem: hialina, fibrosa (ou fibrocartilagem) e elástica. -Tecido ósseo: constitui os ossos do nosso organismo; é formado por células ósseas (osteófitos) separadas por uma substância intersticial (ou fundamental). -Tecido hematopoético: é responsável pela produção dos elementos sólidos do sangue. Encontra-se nas formas de tecido mielóide e tecido linfóide. -Tecido muscular: é formado por células que se transformam em fibras e adquirem a propriedade de se contrair e relaxar. A musculatura é responsável pelos movi- mentos do organismo. As células musculares alongadas são conhecidas como fi- bras musculares. Elas apresentam diferentes estruturas: a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s22 - Músculo liso: não possui fibras estriadas; sua contração independe da nossa vonta- de. -Músculo estriado: é composto por fibras que, vistas no microscópio, exibem estri- as verticais; esses músculos são de ação voluntária. - Músculo cardíaco: apresenta fibras estriadas, mas de ação involuntária. SISTEMA URINÁRIO FUNÇÃO A formação de urina e sua eliminação estão entre as mais importantes funções do organismo, permitindo que a composição do sangue não se altere com o acúmulo de substâncias nocivas. A depuração do sangue é feita pelo sistema urinário. COMPOSIÇÃO RIM Tem como funções atuar no controle dos sais do corpo, sobre os líquidos e no aproveitamento de substancias utilizáveis pelo organismo. Forma a urina. É composto por três áreas: córtex renal, medula renal e pelve renal. URETERES São dois condutores musculares dotados de paredes grossas capazes de se contrair ritmicamente, a fim de impulsionar a urina. Sua função é conduzir a urina da pelve renal para a bexiga. BEXIGA Órgão oco, músculo-membranoso, de forma esférica. Trata-se de um “depósito inteligente”: quando a bexiga fica cheia, uma série de correntes nervosas avisa a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 25 FIBRAS NERVOSAS São os prolongamentos (axônio ou dendrito) de neurônios cujos corpos situam- se, normalmente, no encéfalo ou na medula. Cada fibra é constituída por um eixo central que contém as neurofibrilas e pode estar envolvido por uma bainha rica de lipídios, denominada bainha de mielina. A função da bainha de mielina é provavelmen- te servir de isolante elétrico, pois devido à sua natureza lipídica ela impede o fluxo de íons. A conexão entre dois neurônios recebe o nome de sinapse. É uma região contí- nua e não- contínua entre duas células nervosas. A sinapse acontece entre o axônio do primeiro neurônio e os dendritos ou o corpo celular do segundo neurônio. SNC (SISTEMA NERVOSO CENTRAL) É formado pelo encéfalo (cérebro, cerebelo), tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e medula espinhal. É envolvido pelas meninges: pia-máter, aracnóide e dura- máter. O encéfalo localiza-se dentro da caixa craniana. Todos esses órgãos são forma- dos por uma substância branca e outra cinzenta. Sua função é receber e interpretar informações, emitir ordens. ENCÉFALO Centro de controle do corpo, é a mais complexa estrutura do SNC. Preenche a parte superior da cabeça e é protegido pelos ossos cranianos. Sua função é controlar todas as atividades do corpo como percepção do mundo exterior, movimentos dos ossos, funcionamento do organismo; permite pensar, lem- brar e ter sensações. CÉREBRO Localizado na caixa craniana, é a parte mais importante do SNC. Tem forma ovóide e é dividido em duas partes simétricas chamadas hemisférios cerebrais, unidos entre si por uma ponte de substância branca chamada “corpo caloso”. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s26 Sua função é controlar o corpo – tudo o que ele faz, sente e pensa. O cérebro recebe informações de todas as partes do organismo, processa-as e envia mensagens aos músculos, avisando-os sobre o que fazer. Cada saliência do cérebro está relacionada a determinadas funções. Por exem- plo: a parte anterior do cérebro, junto ao osso frontal, está relacionado à elaboração do pensamento. O hemisfério cerebral direito recebe as informações e controla os movimentos do lado esquerdo do corpo. Parece idêntico ao hemisfério esquerdo, mas na maioria das pessoas ele controla atividades específicas, como as artísticas e criativas. O hemisfério cerebral esquerdo recebe informações sobre o lado direito do corpo e controla os movimentos dessa região. Na maioria das pessoas, controla certas atividades específicas como, por exemplo, as habilidades matemáticas, científicas e de linguagem. CEREBELO Localiza-se por trás do tronco encefálico, apoiado no osso occipital. Sua função está relacionada com a regularização do tônus muscular. Ele contro- la a harmonia dos movimentos da musculatura esquelética. TRONCO ENCEFÁLICO MESENCÉFALO Importante para o movimento ocular e o controle postural subconsciente; con- tém a formação reticular que regula a consciência. Exemplos de estruturas de importância: pedúnculos cerebrais e corpos quadrigêmeos (anteriores = visão; posteriores = audição). PONTE Contém grande quantidade de neurônios, que retransmitem informações do córtex cerebral para o cerebelo, garantindo assim a coordenação dos movimen- tos e a aprendizagem motora. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 27 Serve de elo entre as informações do córtex que vão para o cerebelo, para que este coordene os movimentos pretendidos e reais. Também vai estar no caminho dos impulsos direcionados à medula. Na ponte também ocorre a inversão da lateralidade das inervações motoras provenientes dos hemisférios direito e esquerdo. BULBO É a parte inferior do tronco encefálico, próximo da medula espinhal. Sua função é atuar como centro de controle de várias funções vitais, entre elas ritmar as batidas do coração, controlar a pressão do sangue e estabelecer a freqüência e a intensidade da respiração. Também conduz os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa. MEDULA ESPINHAL É um feixe de nervos, envolto pelas meninges, que fica dentro do canal vertebral. Sua função é recolher estímulos sensitivos do SNA (sistema nervoso autônomo) periférico e encaminhá-los para o restante do SNC; conduzir estímulos do SNC para o SNA periférico e elaborar respostas simples para alguns estímulos, uma resposta à excitação de um nervo sem a intervenção voluntária do indivíduo (arco-reflexo). MENINGES . Pia-máter - É fina e possui muitos vãos sangüíneos; envolve diretamente os órgãos. . Aracnóide - Membrana intermediária de consistência esponjosa e muito rica em vasos. . Dura-máter - Unida aos ossos, é a mais espessa das meninges; dá suporte ao encéfalo. O espaço entre a aracnóide e a pia-máter é ocupado pelo “liquor” ou “líquido cefalorraquidiano”, que tem a função de amortecer impactos. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s30 Funções do Sistema Nervoso Simpático OLHO Dilatação da pupila e maior abertura dos olhos. CORAÇÃO Aumento do volume-minuto cardíaco, da fre- qüência cardíaca, da intensidade de estímulo, da força de contração e da sensibilidade aos estímulos. RESPIRAÇÃO Aumento da sensibilidade aos estímulos dos centros respiratórios, dilatação dos brônquios, aumento do volume respiratório e do fluxo san- guíneo destinado aos pulmões. SISTEMA DIGESTÓRIO Redução do fluxo salivar, dilatação da faringe, fe- chamento da entrada gástrica, redução do tônus da musculatura gástrica, inibição do peristaltismo, redução da secreção das glândulas gástricas, fe- chamento da saída do estômago, redução do tônus dos músculos dos intestinos grosso e del- gado e inibição do peristaltismo intestinal. BEXIGA Retenção de urina, inibição do músculo detrusor e ativação do músculo do esfíncter. Funções do Sistema Nervoso Parassimpático OLHO Contração das pupilas e das pálpebras. CORAÇÃO Redução do volume-minuto cardíaco, do ritmo de batimentos, da quantidade de estímulos e da sensibilidade aos estímulos. RESPIRAÇÃO Redução da sensibilidade aos estímulos dos centros respiratórios, contração dos brônquios, redução do volume respiratório e do fluxo san- guíneo destinado aos pulmões. SISTEMA DIGESTÓRIO Aumento do fluxo salivar, contração da gargan- ta, abertura da entrada do estômago, aumento do tônus da musculatura gástrica, ativação do peristaltismo, aumento da secreção das glân- dulas gástricas, abertura da saída do estôma- go, aumento do tônus dos músculos dos intesti- nos grosso e delgado e ativação do peristaltismo intestinal. BEXIGA Descarga da urina, ativação do músculo detrusor e inibição dos músculos do esfíncter. SNA PARASSIMPÁTICO a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 31 Origina-se nas porções craniais acompanhando nervos cranianos e sacral, emer- gindo com os nervos raquidianos e acompanhando o nervo vago, que desce ao longo do esôfago para enervar os pulmões, o coração, o estomago, o intestino, o fígado, as vias biliares e urinárias. Ele é ativado na digestão e no repouso; tem como função inibir o SNA simpático. SNA SIMPÁTICO Sua função é a de preparar o corpo para situações de emergência, esforço ou inibir o parassimpático. Faz isso aumentando o metabolismo cerebral, a tensão arteri- al, a freqüência cardíaca e a sudação. Estimula as glândulas supra-renais para que liberem adrenalina e noradrenalina, hormônios que mantêm o sistema. ALGUMAS FUNÇÕES DO SNA PARASSIMPÁTICO E SIMPÁTICO ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO CENTRAL AUTÔNOMO SIMPÁTICO (VIGÍLIA) PARASSIMPÁTICO (REPOUSO) PERIFÉRICO NERVOS CRANIANOS (CABEÇA, PESCOÇO, OMBROS) NERVOS RAQUIDIANO (CORPO INTEIRO) a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s32 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é composto pelo coração e pelos vasos sanguíneos, que são: as artérias, as veias e os capilares. A sua função é realizar a circulação sanguínea para: - Distribuir alimento e oxigênio para as células do corpo. - Transportar CO2, vindo das células, que será eliminado através dos pulmões. - Coletar excreções metabólicas e celulares. - Entregar excreções nos órgãos excretores, como os rins. - Transportar hormônios. - Desempenhar um papel importante no sistema imunológico na defesa contra infecções. SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema circulatório humano é composto de sangue, sistema vascular e cora- ção. O coração é o órgão que bombeia o sangue. O sistema vascular é composto pelos vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. As artérias são os vasos pelos quais o sangue sai do coração. As veias são os vasos que trazem o sangue para o coração. Os capilares são vasos microscópicos, com parede de apenas uma célula de espessura e que são responsáveis pelas trocas de gases e nutrientes entre o sangue e o meio interno. O sangue segue um caminho contínuo, passando duas vezes pelo coração antes de fazer um ciclo completo. Pode-se dividir o sistema circulatório em dois segmentos: a circulação pulmonar e a circulação sistêmica. CIRCULAÇÃO PULMONAR A circulação pulmonar ou pequena circulação inicia-se no tronco da artéria pul- monar, seguindo pelos ramos das artérias pulmonares, arteríolas pulmonares, capila- res pulmonares, vênulas pulmonares, veias pulmonares, e deságua no átrio esquerdo a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 35 SISTEMA LINFÁTICO / IMUNOLÓGICO O sistema linfático tem duas diferentes funções: limpeza e defesa. Ele atua na limpeza do organismo esvaziando os interstícios celulares de macromoléculas, as quais são le- vadas pela linfa até os linfonodos, e ali são fagocitadas. Participam dessa função de limpeza: a linfa, os vasos lin- fáticos, os linfonodos e os linfócitos de ação fagocitária. Na função de defesa ele produz linfócitos, aprisio- nando agentes agressores e produzindo anticorpos. Par- ticipam da função de defesa: a linfa (como meio de trans- porte), os linfonodos, os linfócitos, as tonsilas (faríngeas, palatinas e sublingual), o timo, o baço e o apêndice. LINFA É o liquido que encontramos nos vasos linfáticos. Era líquido intersticial e será sangue venoso quando se misturar a este no ângulo venoso, formado pelas veias subclávia e cava. Percorre os vasos linfáticos que, conforme aumentam de calibre, recebem o nome de: capilares, vasos e ductos linfáticos. A composição da linfa é praticamente a mesma do sangue, excetuando-se a existência de glóbulos vermelhos, o que faz a linfa ser de coloração transparente. Por ela circulam, além das impurezas retidas do meio intersticial, proteínas, hormônios, glóbulos brancos e, ocasionalmente, dos intestinos ao fígado, nutrientes (moléculas de gordura). LINFONODOS São expansões nodulares de forma ovalada nas quais vasos linfáticos penetram trazendo linfa e seus componentes. Consistem de tecido linfático, coberto por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s36 LEUCÓCITOS São formados nos ossos e nos órgãos linfáticos. Podem ser divididos nas seguintes classes: LEUCÓCITOS GRANULARES • Neutrófilos: fazem 65% da população total dos leucócitos; provêm da me- dula óssea. • Eusinófilos: fazem 3% da população total dos leucócitos; sua concentra- ção aumenta nas reações alérgicas. • Basófilos: 11% das células brancas; suas funções são desconhecidas. LEUCÓCITOS NÃO-GRANULARES • Linfócitos: fazem 30% dos leucócitos; originam-se nos tecidos linfáticos e na medula óssea. • Monócitos: Macrófagos: são os maiores leucócitos; têm ação fagocitária. ANTICORPOS Facilitam a destruição dos agentes nocivos. São formados por proteínas, como a globulina. Constituem o resultado final da proliferação de linfócitos “B” (Existem linfócitos “B”, que atuam mais eficazmente nas infecções agudas e “T”, que são eficientes nas crônicas). TONSILAS São órgãos linfáticos constituídos por numerosos folículos de tecido linfóide, dispostos em nódulos, possuindo centros germinativos de anticorpos e linfócitos. Clas- sificam-se em tonsilas faríngeas, tonsilas palatinas e tonsila lingual. Todas atuam como defesa adicional contra agentes infecciosos provenientes da boca e do nariz. Exercem essa função de defesa dando o alarme, formando linfócitos através do seu tecido linfóide e produzindo anticorpos. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 37 TIMO Órgão achatado, seu tamanho aumenta durante a infância e, com o passar dos anos, vai diminuindo de tamanho lentamente. Tem um papel crítico no desenvolvimento e proteção do organismo. Produz um hormônio chamado timozina. Combate a invasão por microorganismos infecciosos e também atua na iden- tificação e destruição de qualquer coisa que possa ser descrita como “não própria”, incluindo células malignas. BAÇO É o maior órgão do sistema imunológico e caracteriza-se por não possuir circu- lação linfática. Na defesa do organismo, o baço filtra os microorganismos estranhos do sangue, produzindo linfócitos e plasmócitos, que fabricam anticorpos. APÊNDICE Pequena porção do intestino, produz alguns leucócitos, que contribuem na defe- sa da região em que está localizado. SISTEMA RESPIRATÓRIO Permite a captação de oxigê- nio e a eliminação de dióxido de car- bono, propiciando assim a troca de gases. O sistema respiratório é com- posto por: a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s40 SISTEMA DIGESTÓRIO Função: metabolismo dos alimentos ingeridos e sua absorção, além da eliminação de produtos sólidos rejeitados na digestão. Ele é composto por: BOCA Primeiro segmento do aparelho digestivo. Função: abrigar a língua, os dentes, a úvula e as glândulas salivares. LÍNGUA Órgão muscular ímpar de forma cônica, revestido por mucosa, situado na cavi- dade bucal entre as arcadas dentárias. Função: indução à salivação, formação e movimentação do bolo alimentar. Ini- cia a quebra e processa a deglutição dos alimentos. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 41 DENTES São órgãos duros de estrutura calcária. Função: Os dentes misturam, com auxilio da língua, o alimento e a saliva, sendo que os dentes incisivos cortam, os caninos rasgam e os pré-molares e molares trituram. GLÂNDULAS SALIVARES São seis e estão localizadas ao redor da cavidade bucal. São denominadas parótidas, submaxilares e sublinguais. Função: elaborar a saliva, que é um líquido inodoro e que se divide em dois tipos: simpática (espessa e escassa) e parassimpática (fluida e abundante). Quando parassimpática, ativa o suco gástrico, mediante a presença da amilase salivar. ÚVULA Apesar de não constar como órgão do sistema digestório, acredita-se que a úvula, localizada no final da faringe, no “teto”, em forma de “sino”, exerça função de estimular o peristaltismo do esôfago e estômago. FARINGE É um órgão comum ao sistema digestório e ao sistema respiratório. Função: através da válvula epiglote a faringe impede que líquidos e sólidos sejam desviados para os pulmões. ESÔFAGO É um canal músculo-membranoso que une a faringe ao estômago. Possui, em suas paredes, glândulas que secretam substâncias lubrificantes, facilitando o desloca- mento do alimento até o estômago. Função: serve como um condutor de passagem dos alimentos. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s42 ESTÔMAGO É um órgão cavitário, uma espécie de bolsa, lembrando um “J”. O estômago tem três zonas distintas: a cárdia, que o separa do esôfago; o fundo, onde se encon- tram as glândulas produtoras de suco gástrico; e o piloro, que o separa do duodeno. Função: receber os alimentos já insalivados, decompô-los em substâncias mais simples e encaminhá-lo para os intestinos. PROCESSO DIGESTIVO O alimento fica no estômago de trinta minutos a três horas. Nesse período, é amassado e comprimido pelos fortes músculos estomacais, até virar uma pasta cre- mosa. Por causa das inúmeras transformações que ocorrem em seu interior o alimen- to recebe o nome de “quimo”, pasta esbranquiçada e mole que, através do piloro, entra no duodeno. PILORO Válvula em forma de anel muscular (esfíncter), que promove a comunicação do estômago com o duodeno. Função: regula a passagem dos alimentos da cavidade gástrica para o intestino. INTESTINO É uma porção do aparelho digestivo situada entre o estômago e o ânus. O intestino é formado por uma camada mucosa envolta por uma parede muscular constituída por uma porção externa de fibras longitudinais. O intestino divide-se em duas partes: Intestino delgado: duodeno, jejuno e íleo. Intestino grosso: cecun, cólons e reto. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 45 na digestão, combatendo a acidez, ativando os demais fermentos, decompondo as gorduras, impedindo a putrefação intestinal e ativando a lípase gástrica. Função: acumular parte da bile secretada pelas células hepáticas e, num segun- do tempo, lançá-la no duodeno através do ducto cístico e do ducto colédoco. PÂNCREAS É uma glândula grande e lobulada de dupla função (endócrina e exócrina), que se assemelha em estrutura às glândulas salivares. Localiza-se no abdômen, atrás do estômago. Possui funções endócrinas (que abordaremos no sistema endócrino) e exócrinas ou digestivas, que formam o suco pancreático. O suco pancreático atua no duodeno, chegando através do ducto pancreático acessório e colédoco. É composto por enzimas digestivas: protease, para digestão das proteínas; lipase, para digestão dos lipídios; amilase pancreática, para digestão do amido e nuclease, para a digestão dos ácidos nucléicos. VÁLVULA ILEOCECAL Está situada entre a porção terminal do intestino delgado (íleo) e o cecun, segmento de maior calibre. Função: impedir o refluxo do material proveniente do cecun e retardar o esva- ziamento do intestino delgado se o cecun estiver repleto. ESFÍNCTER ANAL É a abertura do canal anal. Tem anéis musculares que podem relaxar, permitin- do o alargamento da passagem durante a defecação (expulsão das fezes). Função: controla expulsão de restos inaproveitados do intestino grosso. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s46 SISTEMA ESQUELÉTICO Tem a função de suportar tecidos adjacentes, proteger os órgãos vitais e outros tecidos moles do corpo. Auxilia no movimento do corpo, fornecendo inserção dos múscu- los e funcionando como alavanca. Produz células sanguíneas (medula vermelha). Fornece uma área de armazenamento para sais minerais, especialmente fósforo e cálcio, para suprir as necessidades do corpo. Responsável pela forma do corpo. Também é depósito de gordura (medula amarela). OSSOS O osso é formado por várias substâncias que são responsáveis pela sua consis- tência e por sua firmeza. Classificação dos ossos: OSSOS LONGOS Existe uma parte mediana comprida, a diáfise, ou corpo ósseo, e duas extremi- dades, as epífises. É o que acontece com o fêmur e o úmero. A parte externa da epífise é formada por uma camada fina de osso compacto, e a parte interna por substância esponjosa. A diáfise encerra uma cavidade em seu interior, a cavida- de medular, rodeada de tecido compacto. OSSOS CURTOS Verifica-se que as três dimensões são praticamente iguais, o que lhes confere grande resistência, ainda que geralmente possuam pouca mobilidade. Exemplo: ossos do punho. OSSOS CHATOS São ossos achatados de pequena espessura em relação ao seu comprimento e largura. A escápula é um exemplo. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 47 ESQUELETO O esqueleto é comumente dividido em duas partes principais: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial é formado pelo crânio, pela coluna verte- bral, pelas costelas e pelo esterno, enquanto o esqueleto apendicular é formado pelos membros superiores (úmero, rádio, ulna e ossos da mão) e pelos membros inferiores (fêmur, tíbia, fíbula, patela e ossos do pé). As uniões entre o esqueleto axial e o esqueleto apendicular são realizadas pelas cinturas ou cíngulos. Unindo cada membro superior ao esqueleto axial está a respec- tiva cintura escapular, formada pela escápula e pela clavícula. Unindo cada membro inferior ao esqueleto axial está a cintura pélvica, que na infância é formada pelos ossos ílio, ísquio e púbis, unidos por cartilagem. Durante a adolescência estes três ossos se fundem, formando um osso único, o osso do quadril. Chamamos de ossos pares aqueles que aparecem em número de dois no esque- leto, e de ímpares os que são únicos. Conheça a seguir os ossos existentes nas diferentes partes do corpo: CABEÇA Os ossos da cabeça são divididos em ossos do crânio e ossos da face. Os ossos do crânio envolvem e protegem o cérebro e são ao todo oito, dos quais dois são pares e quatro são ímpares. A face é formada por 14 ossos, sendo seis pares e dois ímpares. TÓRAX Composto por doze pares de ossos em forma de arco. Esses ossos, denomina- dos costelas, envolvem a cavidade torácica, protegendo os órgãos vitais como o pulmão, o coração e o fígado. São sete pares de costelas que se prendem, por meio de cartilagens, ao osso esterno, recebendo nome de costelas verdadeiras. Há também três pares de costelas que se prendem, por meio de cartilagens, ao sétimo par da costela verdadeira e recebem o nome de costelas falsas. Existem ainda as costelas flutuantes, que são dois pares. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s50 • Sínfises: articulações recobertas por cartilagens hialinas e unidas por fibrocartilagens, além de tecido fibroso. Exemplo: sínfise púbica. • Sinoviais: são superfícies recobertas por cartilagem hialina e unidas pela cápsu- la, com uma cavidade contendo líquido sinovial. Estas permitem liberdade de movi- mentos, porém com menos estabilidade. Quanto ao grau de mobilidade das articulações: • Sinartrose: imóveis. • Anfiartrose: semi-imóveis. • Diartrose: móvel. • Cartilagens: tecido conectivo compacto, elástico e flexível. SISTEMA MUSCULAR a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 51 A principal função do sistema muscular é propiciar movimentos. Algumas de suas funções secundárias são: • Nas artérias: controlam o fluxo sanguíneo. • No tórax: realizam movimentos respiratórios. • No sistema digestório: agem desde a absorção do alimento até sua excreção. • Na fonação: participam no processo de emissão da voz. • Na reprodução: possibilitam a ejaculação do esperma. • Durante a gravidez: abrigam o embrião no útero (um saco muscular). Os músculos representam a parte ativa do aparelho locomotor. Existem aproxima- damente 600 músculos no corpo, que desempenham funções determinadas de acordo com seu objetivo. Os músculos são feitos de fibras, que se contraem quando estimuladas por impulsos nervosos. TIPOS DE MÚSCULOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS OU ESTRIADOS Agem sob comando voluntário do cérebro, produzindo movimentos dos ossos. Suas células são fibras longas e finas, dispostas em feixes. Os filamentos sobrepostos existentes no interior das células lhes dão uma aparência estriada. Esses músculos são fixados aos ossos do esqueleto por meio de tendões e ligamentos e exercem força sobre os mesmos para que se movam. MÚSCULOS LISOS Estão presentes nos órgãos internos, ocos e tubulares (estômago, intestino, vaso sanguíneo, bexiga urinária, sistema respiratório). Trabalham involuntariamente para o funcionamento regular do corpo. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s52 MÚSCULO CARDÍACO É um músculo especializado que forma a parede do coração. É, também, o único músculo que não cansa. Como funcionam os músculos? Ao se contrair, os músculos esqueléticos tracionam os ossos aos quais estão ligados, provocando um movimento do corpo. Os músculos não podem “empurrar”, apenas “puxar”, por isso para cada músculo que causa movimento há outro que faz o movimento oposto. Por exemplo: um músculo flexiona sua perna e outro desfaz uma flexão. Esses músculos em pares são chamados antagonistas. Tipos de movimentos musculares: • Flexão: diminuição do grau de uma articulação. • Extensão: aumento do grau de uma articulação. • Adução: aproxima do eixo sagital mediano. • Abdução: afasta do eixo sagital mediano. • Rotação: em relação a um determinado eixo. • Pronação: quando um osso gira sobre outro. TENDÕES São feitos de fibras de colágeno, um material muito forte capaz de resistir à tração quando puxado longitudinalmente. LIGAMENTO É uma tira de tecido duro, mas levemente elástico – mais elástico do que o material dos tendões, porém menos do que o tecido muscular. Os ligamentos apóiam a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 55 • Luteinizante (LH) - Estimulante das células intersticiais do ovário e do testículo; provoca a ovulação e formação do corpo amarelo. • Lactogênico (LTH) ou prolactina - Interfere no desenvolvimento das ma- mas, na mulher e na produção de leite. Os hormônios designados pelas siglas FSH e LH podem ser reunidos sob a de- signação geral de gonadotrofinas. Hormônios produzidos no lobo anterior da hipófise: • Oxitocina - Age particularmente na musculatura lisa da parede do útero, facilitando, assim, a expulsão do feto e da placenta • Antidiurético (ADH) ou vasopressina - Constitui-se em um mecanismo im- portante para a regulação do equilíbrio hídrico do organismo. PINEAL - EPÍFISE Órgão pequeno e cônico, de cor cinza, que se localiza aproximadamente no centro do encéfalo, possui menos de 1 cm e pesa aproximadamente 0,1 a 0,2 gramas. Ativa o funcionamento das glândulas sexuais, atua sobre a hipófise e sobre o córtex da supra-renal, clareia a pele e mantém a pressão sanguínea equilibra- da. Hormônios produzidos: • MELATONINA - Exerce efeitos inibidores sobre as gônadas e é um potente clareador da pele. Atua na indução ao sono. • NORADRENALINA - Produz a constrição de todos os vasos sanguíneos do corpo, aumenta consideravelmente a pressão sanguínea, aumenta a ativi- dade cardíaca, inibe a função gastrointestinal, dilata a pupila do olho e au- menta moderadamente o metabolismo. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s56 TIREÓIDE Órgão ímpar, situado na parte inferior do pescoço, encontra-se ligado à parte inferior da laringe e superior da traquéia. Produz os seguintes hormônios: • TIROXINA - É também conhecido com “T4”, pois possui quatro átomos de iodo conectados ao núcleo de tireonina. Sua principal função é aumentar a atividade metabólica na maioria dos tecidos. Também promove o cresci- mento e a diferenciação, aumenta o metabolismo oxidativo e é necessário para o desenvolvimento normal do sistema nervoso central. • TRIIODOTIRONINA - Conhecido como “T3”, por possuir três átomos de iodo. Tem a mesma função da tiroxina, porém é cinco vezes mais potente, embora esteja no sangue em quantidades mínimas. Essa diferença ocorre em função da velocidade pela qual ele entra nas células-alvo, pois a tiroxina encontra-se pre- sa a uma globulina fixadora. • CALCITONINA - Descoberto na década de 1960, é produzido por glându- las último-branquiais, que não existem isoladamente nos mamíferos, mas que estão incorporadas ou na glândula paratireóide ou na tireóide. A calcitonina inibe a absorção do osso. Sua ação é quase imediata. PARATIREÓIDES São quatro pequenas formações arredondadas. Hormônio produzido: • PARATORMÔNIO - Sua presença eleva a concentração do cálcio . A ação do hormônio paratireóideo é controlada pelo hormônio calcitonina, que é produzido por glândulas último-branquiais, e inibe a absorção do osso. Sua ação é quase imediata. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 57 TIMO Não possui estrutura de glândula endócrina, nem de órgão linfóide; produz vá- rias substâncias hormonais e alguns tipos de anticorpos. Hormônios produzidos: • TIMOZINA - Mantém e promove a maturação de linfócitos nos órgãos linfóides (baço, linfonodos, etc.), desenvolvendo importante papel na estimulação das defesas do organismo. • TIMINA - Exerce influência na placa mio-neural (junção dos nervos com os músculos) e, portanto, nos estímulos nervosos periféricos. Distúrbios da timina seriam, em parte, responsáveis por doenças musculares como, por exemplo, a miastenia grave. SUPRA-RENAIS Em cada glândula supra-renal há duas partes distintas: o córtex e a medula. Cada parte tem função diferente. CÓRTEX Produz os hormônios denominados mineralocorticóides (aldosterona) e glicocorticóides (cortizol). Quanto aos glicocorticóides, em especial os hormônios sexuais, devemos salientar que são formados em pequenas quantidades. Hormônios produzidos: • MINERALOCORTICÓIDES (ALDOSTERONA) - Age sobre os túbulos renais aumentando a reabsorção da água e sódio. Aumenta também a excreção de potássio. Sua falta afeta o coração debilitando-o, e a pressão arterial, dimi- nuindo-a. • GLICOCORTICÓIDES (CORTIZOL) - Estimula o armazenamento de glicogênio no fígado e a mobilização dos tecidos graxos de depósitos adiposos. Diminui a síntese protéica no organismo, excitando o fígado e intestinos. Reage contra o cansaço físico e neurogênico. Tem atuação antiinflamatória, antialérgica e antichoque anafilático. • ANDROGÊNIO - É o hormônio masculino elaborado no córtex da supra- renal, porém de baixa potência. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s60 • ESTROGÊNIOS - São secretados pelo folículo ovariano em desenvolvimen- to e, mais tarde, pelo corpo lúteo. Durante a gravidez, são secretados pela placenta. Os estrogênios são responsáveis pelo crescimento aumentado do útero e da vagina, na puberdade, e pelo desenvolvimento dos caracteres secundários, tais como o aspecto feminino e a recuperação do endométrio após a menstruação. Exercem também controle parcial no desenvolvimento das mamas e sua função. Na gravidez e na puberdade, estimulam a forma- ção dos ductos da glândula mamária. Eles também tendem a aumentar a mobilidade do útero e sua sensibilidade à ocitocina. Atuam também num ligeiro aumento de sódio e reabsorção de água pelos túbulos renais e no aumento na formação da matriz óssea. Sua diminuição torna irregular o ciclo menstrual, bem como atrofia o desenvolvimento das mamas e do útero. • PROGESTERONA - É secretada pelo corpo lúteo e pela placenta. Converte o endométrio uterino, parcialmente espessado, em uma estrutura secretora especializada no processo de implantação; é responsável pelo desenvolvi- mento das células secretoras de leite na gestação e diminui a mobilidade do útero. Sua diminuição ocasiona irregularidades menstruais e pode induzir o aborto em mulheres grávidas. OSCILAÇÕES DOS NÍVEIS DE HORMÔNIO GONADOTRÓFICOS E OVARIANOS DURANTE O CICLO MENSTRUAL 1ª Semana: 2ª Semana: . FSH – aumento gradativo FSH – aumento gradativo LTH – decréscimo discreto LH – aumento acentuado - LTH – decréscimo discreto Estrógeno – decréscimo gradativo Estrógeno – aumento acentuado Progesterona – decréscimo gradativo Progesterona – decréscimo gradativo 3ª Semana: 4ª Semana: . FSH – decréscimo gradativo FSH – aumento gradativo LH – decréscimo gradativo LH – decréscimo discreto LTH – decréscimo acentuado LTH – decréscimo gradativo Estrógeno – decréscimo acentuado Estrógeno – decréscimo acentuado Progesterona – aumento acentuado Progesterona – decréscimo acentuado a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 61 PLACENTA Glândula endócrina temporária. É uma estrutura que aparece na parede do útero, na qual o embrião está preso através do cordão umbilical. A placenta também serve de barreira efetiva contra doenças de origem bacteriana. Anticorpos são transmitidos pela mãe ao embrião e feto em desen- volvimento para dar-lhe imunidade contra várias doenças. Essa imunidade é necessária durante os primeiros meses de vida, antes da época em que a crian- ça pode produzir seus próprios anticorpos. Hormônios produzidos: • HCG (GONADOTROPINA CORIÔNICA HUMANA) - Sua produção começa quando ocorre a implantação e alcança o pico em torno da nona semana de gestação. Mantém o corpo lúteo do ovário intacto e secreta progesterona e estrogênio. • PROGESTERONA - Promove o desenvolvimento da decídua do útero, que é essencial para implantação do ovo fertilizado e nutrição do jovem em- brião. Contribui também para o crescimento das mamas e diminui a con- tração uterina. • ESTROGÊNIO - Aumenta o suprimento muscular para o órgão. Causa o crescimento da musculatura uterina, das mamas, o alargamento dos órgãos sexuais externos e da abertura vaginal. • HPL (LACTOGÊNIO) - Sua secreção começa em torno da quinta se- mana de gestação. Induz uma série de mudanças metabólicas: lipólise acelerada, diminuição da captação de glicose e a gliconeogênese au- mentada. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s62 TESTÍCULOS São duas pequenas glândulas mistas, suspensas na região inguinal pelo folículo espermático, circundadas pelo escroto. Produzem os hormônios andrógenos: • TESTOSTERONA - É o principal e mais potente androgênio. Durante o desenvolvimento embrionário a testosterona é responsável pela diferen- ciação sexual. O aumento da secreção de testosterona durante a puber- dade é responsável pelo crescimento pronunciado dos órgãos genitais externos, internos e o aparecimento dos caracteres sexuais secundários, incluindo o engrossamento da voz, o aumento do desenvolvimento mus- cular e o padrão de pêlos característicos do sexo masculino. A testosterona também promove o anabolismo de proteínas através do corpo, aumenta a formação dos eritrócitos, acelera a deposição da matriz óssea e, em menor grau, aumenta a retenção de sódio e água pelos rins. SISTEMA GENITAL FEMININO a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 65 Fecundação Depois de ser ejetado do ovário, o óvulo começa uma jornada de seis a oito dias, sendo seu destino o útero, a uns 8 cm de distância. É transportado na tuba uterina através de contrações peristálticas da musculatura lisa e pela atividade dos cílios presentes na tuba. A fecundação normalmente ocorre quando o óvulo já desceu cerca de um terço do caminho da tuba. Os espermatozóides alcançam esse ponto cinco minutos após o coito. Das centenas de milhões de espermatozóides, apenas dezenas de milhares entram na cérvix. Destes, apenas alguns milhares alcançam o corpo do útero, e apenas algumas centenas viajam o restante. Quando o espermatozóide alcança o óvulo, este libera enzimas que auxiliam na dispersão da coroa radiada, e uma enzima proteolítica utilizada na penetração da zona prelúcida. Normalmente apenas um espermatozóide entra no óvulo. Logo que a penetração ocorre, o espermatozóide perde sua cauda e um material cromossômico forma o pronúcleo masculino. Simultaneamente, o óvulo torna-se impenetrável a outros espermatozóides. A presença do pronúcleo masculino induz o óvulo a proceder a segunda divisão meiótica e ele libera o segundo corpo polar. Os pronúcleos masculinos e femininos aproximam-se e unem-se. A união dos dois gametas restaura o número de 46 cromossomas, e o ovo fertilizado (zigoto) começa sua primeira divisão de clivagem no processo de desenvolvimento. Útero Tem forma de uma pêra, pesando, na mulher adulta, 40 a 50 gramas (se esta ainda não teve filhos). Sua função é acolher o ovo fecundado por um espermatozóide e desenvolvê-lo até que o novo ser esteja totalmente formado e pronto para o nascimento. Sua parede é formada por três camadas (as mesmas da trompa): ENDOMÉTRIO - Túnica interna mucosa, de cor rósea, apresenta numerosas glândulas secretoras de substâncias lubrificantes. MIOMÉTRIO - Membrana intermediária constituída por feixes musculares que, no parto, expulsarão o feto para o exterior. PERIMÉTRIO - Membrana externa serosa. O útero divide-se em três partes: a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s66 COLO DO ÚTERO - É a parte mais delgada do útero. Inferiormente, o colo do útero é circundado pelo anel que forma a extre- midade interna da vagina, dividindo-se as- sim em duas porções: supravaginal e intravaginal. CORPO DO ÚTERO - É a parte mais volumosa do útero. ISTMO - É a separação, em forma de cintura, existente entre o colo e o corpo do útero. Vagina Órgão genital feminino, ci- líndrico, músculo-membra- noso, dilatável, extensível, que se inicia na vulva e ter- mina no colo do útero. Função: abrigar o pênis no coito, dar passagem ao flu- xo menstrual e ao feto no parto. Vulva É o conjunto de órgãos genitais externos da mulher. É constituído por: MONTE DE PÚBIS - Proeminência situada diante da sínfise púbica, entre as viri- lhas. Externamente é recoberto por pelos púbicos. GRANDES LÁBIOS - Duas pregas cutâneas situadas por baixo do monte pubiano e separadas dos músculos pelo sulco gênito-femoral. PEQUENOS LÁBIOS - Duas pregas cutâneas localizadas abaixo dos grandes lábios. Delimitam um espaço em cujo fundo se encontram o óstio externo da uretra e o óstio da vagina. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 67 CLITÓRIS - Órgão par e mediano, erétil, si- tuado na parte antero-posterior da vulva. Tem uma porção oculta entre os lábios me- nores e outra livre, que termina numa ex- tremidade chamada glande, coberta pelo prepúcio. Função: proteger a vagina, o orifício urinário e colaborar na copulação. Mamas São dois órgãos glandulares exócrinos, situados na parede ante- rior do tórax. Têm a forma hemisférica e a sua consistência e volume são variados. Na face das mamas há a papila mamária (mami- lo), onde desembocam os ductos lactíferos da glândula mamária que conduzem para o exterior a secre- ção glandular. Função: secretar o leite para alimen- tar o recém-nascido. Curiosidades • A mãe somente produz cromossomas “X”. O homem pode produzir cromossomas “X” e “Y”. A combinação “XX” = mulher, e a combinação “XY” = homem. • Uma mulher tem em seus ovários a capacidade de produzir mais de 40 mil óvu- los. • A gravidez melhora a saúde geral da mulher, aumentando sua expectativa de vida. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s70 Observação: o sêmen é um produto da secreção dos testículos, da próstata e outras glândulas menores que se abrem na uretra, sendo constituído, em grande parte, por espermatozóides. Escroto - É uma bolsa que se localiza posteriormente ao pênis, sustentada pelo púbis. Função: abrigar os testículos. Pênis - Órgão masculino da reprodução. Seu corpo é cilíndrico e a extremidade distal é constituída pela glande, coberto pelo prepúcio (pele anterior) quan- do não ereto, em cujo vértice se encontra o óstio da uretra. Função: na cópula, possibil ita que os espermatozóides ejaculados penetrem no útero. Espermatozóide - Tem o corpo dividido em duas partes principais: cabeça (colo) e cauda (flagelo). A cauda é usada para locomoção através do líquido seminal (esperma ou sêmen). Função: transmitir os caracteres do pai na geração de um ser. SISTEMA SENSORIAL O sistema sensorial tem como função colocar o homem em contato com o mundo exterior e protegê-lo, advertindo-o dos perigos que o ameaçam. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 71 Composição: VISÃO Torna-se possível atra- vés do olho, órgão par coloca- do na parte anterior da cavi- dade orbitária da face. OLHO É um órgão foto-recep- tor, capaz de formar imagens de um objeto emissor ou refletor de luz. É com- posto pelo globo ocular e seus anexos. GLOBO OCULAR Tem forma esférica ligeiramente aplanada com 24 mm de diâmetro aproximada- mente. Situa-se numa cavidade do osso frontal, zigomático e maxilar superior. É formado pelas seguintes camadas: a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s72 • Esclerótica / Esclera - É a membrana externa e resistente do globo ocular; forma o conhecido “branco dos olhos”. Apresenta uma saliência na córnea. A córnea é clara e transparente, de forma esférica, permitindo a passagem dos raios luminosos. Fica coberta pelas pálpebras, quando as fechamos. • Coróide - É a membrana intermediária, de cor escura e rica em vasos sanguíneos, constituída por tecido conjuntivo, com células pigmentadas. In- tervém na nutrição do olho e na formação dos humores aquoso e vítreo, e nela está localizada a íris. • Íris - Pode ser de cor castanha, verde, azul, cinza, etc. Ocupa o segmento mais interior da camada vascular do olho. É uma membrana discóide com um orifício central, a pupila, que controla a quantidade de luz que entra no globo ocular. Atrás da íris fica o cristalino, que é uma lente biconvexa que tem por finalidade formar as imagens no fundo do globo ocular. • Retina - Membrana interna do globo ocular. Na parte posterior apresenta uma pequena cavidade circular com cerca de 1,5 mm de diâmetro chamada mancha amarela, fóvea ou macula lútea; é a região mais sensível à luz e onde as imagens são vistas com maior nitidez. Tem na sua constituição dois tipos de células foto-sensíveis: os cones, que percebem as cores, e os bastonetes, que percebem a intensidade da luz. • Lente - É biconvexa e está colocada atrás da pupila, entre o humor aquoso e o corpo vítreo. É transparente e tem a função de focar os raios luminosos de modo a formar uma imagem perfeita sobre a retina. LÍQUIDOS ENCONTRADOS NO OLHO • Humor Aquoso - Líquido límpido incolor, que preenche o espaço entre a córnea e o cristalino. • Humor Vítreo / Corpo Vítreo - Substância transparente e gelatinosa loca- lizada entre o cristalino e a retina. ANEXOS DOS OLHOS • Pálpebras - Duas pregas músculo-membranosas situadas adiante das órbi- tas, uma superior e outra inferior. Sua borda livre apresenta duas ou três fitas de cílios. Tem por funções: proteger o globo ocular; fornecer descanso a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 75 OUVIDO INTERNO Inicia-se na janela oval, onde recebe as vibrações sonoras do estribo, con- duzindo-as pela cóclea até a membrana basilar, onde estas vibrações são transformadas em impulsos nervosos pelas células receptoras ciliadas. Nesse percurso, o som não é mais uma freqüência, e sim movimentos provocados pelo estribo que, fazendo movimentar a membrana da janela oval, movi- menta também o líquido existente entre os canais da cóclea. Esses movi- mentos, após terem sido codificados pelas células receptoras, retornam ao ouvido médio, finalizando na membrana da janela redonda. EQUILÍBRIO O equilíbrio ocorre graças a receptores localizados no labirinto, especial- mente nos canais semicirculares. Essa região também é chamada de apare- lho vestibular. Esses receptores são sensíveis à ação da gravidade, à acele- ração linear e à desaceleração da cabeça. Estão localizados nas paredes de uma pequena e espessada área chamada mácula, os quais recebem fibras do oitavo nervo craniano. Essa área contém células ciliadas e pêlos ultrafinos, ou cílios, que se projetam numa membrana gelatinosa conhecida como otoconial, que contém cristais microscópicos de carbonato de cálcio ou otólitos. A oscilação desses cristais, sentida pelos cílios, provoca impulsos nas fibras dos neurônios sensoriais que os inervam. Os impulsos são inter- pretados pelo SNC, resultando no equilíbrio. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s76 OLFATO Situa-se nas fossas nasais (mucosa nasal olfatória). Na sua parte superior en- contramos ramificações do nervo olfatório, formando uma região especializada conhe- cida como “epitélio olfatório”. As sensações de odor são captadas nesse epitélio, de- pois transmitidas ao SNC. Função: percepção dos odores. PALADAR Os receptores do paladar encontram-se na língua, localizada no interior da boca, e sua função é perceber o sabor dos alimentos. A língua é um órgão formado por diversos músculos, presa na parte posterior junto à faringe e solta na frente. É de formato cônico e dotada de grande mobilidade. Além de captar as impressões de sabor, a língua também atua na articulação das palavras, na salivação, na mastigação e deglutição. Sua superfície superior é ás- pera, apresentando pequenas elevações denominadas papilas linguais. No interior dessas papilas, encontram-se células especiais que recebem terminações nervosas e que têm a responsabilidade de perceber os sabores. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 77 PAPILAS LINGUAIS • Calciformes - São as maiores, lembram cálices e encontram-se no final da língua; têm a forma de “V” invertido. Podem ser vistas a olho nu. • Fungiformes - São parecidas com fungos, situando-se na parte central da língua. São visíveis apenas com o microscópio. • Filiformes - Formadas por filamentos, situam-se na frente da língua. Tam- bém são visíveis apenas ao microscópio. O sabor dos alimentos só pode ser percebido pelas papilas na forma líquida. Por isso os alimentos sólidos precisam ser dissolvidos pela saliva e, só então, as papilas estimuladas produzem as impressões gustativas nas células nervosas, que se encon- tram no seu interior. Essas impressões são levadas até o SNC, onde se percebe o sabor. Observação: o sentido do paladar está bastante associado ao olfato. O sabor dos alimentos não é bem percebido se o cheiro não for sentido. Localização dos sabores • Doce - É percebido na frente. • Salgado - É percebido nas bordas frontais. • Ácido - É percebido na parte posterior. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s80 EPIDERME - É a camada mais superficial da pele, a que vemos e tocamos. Faz parte da primeira linha de defesa do organismo. É formada por cinco camadas: • Camada córdea: grossa, resistente. É formada por células epiteliais mor- tas, sem núcleo, com aspecto de finas lâminas superpostas (queratina). É particularmente espessa nas áreas de atrito e desgaste, como a palma das mãos e a planta do pé. • Camada lúcida: Encontra-se apenas na palma das mãos e na planta dos pés. • Camada granulosa: É onde as células epiteliais começam a morrer. Acumu- la querato-hialina, que tem origem da queratina, substância que torna a pele resistente e impermeável. • Camada Malphighi: constituída de células unidas entre si por fibras chama- das tonufibrinas. Devido ao seu formato longo é também chamada de cama- da das células espinhosas. • Camada germinativa: É onde surgem as células epiteliais da pele. Encontra-se na epiderme a substância que dá cor à nossa pele. DERME - É um tipo de tecido conjuntivo, de sustentação, onde se situam os vasos sanguíneos e linfáticos, os nervos e suas terminações, as glândulas sebáceas e sudoríparas, as fibras de colágeno que dão elasticidade permitindo a expansão e contração da pele. Pode ser dividida em duas partes: • Papilar: situada logo abaixo da ultima camada da epiderme. • Reticular: mais profunda, é onde as fibras do tecido conjuntivo se entrela- çam formando uma espécie de malha ou rede. HIPODERME - Camada mais profunda que abriga as gorduras. Ajuda a con- servar a temperatura do corpo e man- tém reservas de energia. Liga a pele aos músculos e ossos. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 81 PÊLOS São estruturas epidêmicas filiformes e flexíveis de substância córnea. Distin- gue-se neles uma parte livre chamada “ronco” e outra oculta no folículo piloso, chama- da “raiz”. O seu desenvolvimento e características variam segundo sua localização. UNHAS São estruturas epidérmicas de natureza córnea que protegem a superfície dorsal da extremidade livre dos dedos. a•n•a•t•o•m•i•a e f•i•s•i•o•l•o•g•i•a• h•u•m•a•n•a•s82 GLÂNDULAS SUDORÍPARAS Secretam o suor mantendo estável a temperatura do corpo. Estão dissemina- das praticamente por toda a pele. GLÂNDULAS SEBÁCEAS Secretam a gordura “protetora” da pele. Encontram-se em toda superfície corporal, exceto nas palmas das mãos e nas plan- tas dos pés. Curiosidades • Nossa pele tem cerca de 3 milhões de glândulas sudoríparas. • Nós respiramos pela pele. • A sudorese é uma das maneiras pela qual o SNC controla nossa tempera- tura. • Se tomarmos mais de um banho por dia não deveríamos usar sabonete após o primeiro banho, pois a oleosidade secretada serve de proteção. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 85 Saccharomyces cerevisae, ajuda a transformar açúcar em álcool. Quando tomamos um chope ou uma cerveja, bebidas que sofreram pasteurização, células vivas de fun- go, a levedura, estão contidas no líquido. Os refrigerantes também são produtos fúngicos, porque a maioria tem ácido cítrico, produzido por um fungo, o Aspergillus lividus, que é usado industrialmente. (O nome do ácido sugere que é produzido a partir de frutas cítricas, e, de fato, assim era no passado. Hoje todo o ácido cítrico consumido é produ- zido a partir do Aspergillus lividus.) Poderíamos citar numerosos exemplos de fungos no nosso cotidiano, mas o que inte- ressa ressaltar é que, da rica biodiversidade brasileira, uns 20% vêm dos fungos, esse reino com 1,5 milhão de espécies, a maior parte invisível a olho nu, por serem micros- cópicos. Mas há também fungos macroscópicos, como os cogumelos, que dão o nome a todo o conjunto: o nome da ciência que estuda os fungos, a Micologia, vem do grego, mykes, cogumelos. De fato, os fungos microscópicos - sejam uni ou pluricelulares - só foram descobertos após a invenção do microscópio. As primeiras observações de esporos (células reprodutoras dos fungos, capazes de germinar) e das próprias estruturas fúngicas foram feitas pela dupla de inventores do microscópio, os holandeses Hans e Zacharian Jansen, pai e filho, que desenvolveram os primeiros instrumentos em 1595, na cidade de Middleburg. Desde então, a Micologia começou a se desenvolver como uma ciência propriamente dita. Mas a separação dos fungos em um reino à parte só surgiu formalmente nos anos 60, quando o ecologista norte-americano Robert Handing Whittaker propôs a atual divi- são em cinco reinos. Até então, mantinha-se a tradicional divisão em três reinos: animal, vegetal e mineral. Considerado o pai da moderna história natural, o naturalista sueco do século XVIII Carl von Linné, conhecido simplesmente por Lineu, criador da nomenclatura binominal dos seres vivos, afirmava que “os minerais existem; os vegetais existem e crescem; os animais existem, crescem e sentem”. Os fungos visivelmente crescem e o fazem com grande velocidade - num dia não tem nada e no outro há um cogumelo - mas não são capazes de sentir. Segundo os critérios do passado, só restava a possibilidade de eles pertencerem ao reino vegetal. Essa separação arbitrária continuou sendo adotada até meados do século passado e a sua influência é sentida até hoje, como se pode comprovar pelo fato de grande parte das Universidades e centros de pesquisa do mundo terem ainda a Micologia como uma dependência dos Departamentos de Botânica ou uma subdivi- são destes. m•i•c•r•o•b•i•o•l•o•g•i•a e p•a•r•a•s•i•t•o•l•o•g•i•a 86 Porém, os fungos têm uma série de características que os separam dos animais, vege- tais, bactérias e protozoários, que são os outros reinos propostos por Robert Whittaker: reino Monera (das bactérias); Protista (dos protozoários); Plantas (dos vegetais); Animália (dos animais) e Fúngico (dos fungos). Ao contrário das plantas, os fungos não têm clorofila nem outros pigmentos semelhan- tes e, portanto, não fazem fotossíntese; dependem de fontes externas de carbono orgânico, para produzir energia. Nesse sentido, assemelham-se aos animais, pois são heterotróficos (exigem matéria orgânica provinda do ambiente) e quimiotróficos (obtêm energia da oxidação de sustâncias orgânicas). A alimentação dos fungos é por absorção, através da superfície das hifas, que formam o talo. Em associação direta com o seu alimento, crescem dentro dele. Estudos recen- tes de biologia molecular e análises de DNA mostraram que a nutrição por absorção é uma característica dos fungos. BIORREGULADORES Com relação aos tipos de alimentos que utilizam, os fungos são classificados em saprobióticos, parasitas e simbióticos. Os saprobióticos ou saprofíticos se alimentam de material morto. É o caso dos mofos e bolores e de vários fungos comestíveis, como o shitake, dos japoneses. Associados a bactérias, atuam no ambiente como regulado- res naturais da população de outros organismos. Daí o seu papel para a manutenção da biosfera ter importância igual à das plantas. Sem os fungos, a vida tal qual é hoje na Terra não seria possível, pois eles são agentes da decomposição, permitindo a reciclagem de nutrientes. Se houvesse, por exemplo, um grande cataclisma que elimi- nasse os fungos da face do planeta, o cenário que se poderia imaginar seria uma gradativa acumulação no sistema terrestre e marinho de matéria orgânica não-de- composta (galhos de árvores, restos de animais, etc.), fazendo com que todo o equi- líbrio da biosfera ficasse comprometido. Os fungos parasitas são os que necessitam de um hospedeiro vivo para obter o seu alimento. São de grande importância econômica, pois a esse grupo pertencem os causadores de doenças em plantas capazes de destruir colheitas inteiras. Os simbióticos são os que vivem associados a outros organismos, como os liquens (ver matéria coor- denada, no final). Mofos e bolores fazem o equilíbrio da biosfera na decomposição da matéria morta (galhos de árvores, restos de animais, etc). a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 87 Os fungos destróem material que, de outra forma, iria acumular-se em quantidades incalculáveis. Eles são, portanto, os laboriosos lixeiros da natureza. CONSTITUIÇÃO Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores. Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso. São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos - ou viva - fungos parasitários. Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verda- deiros. FUNGOS PATÓGENOS Existem numerosos fungos patógenos, causadores das micoses. A porta de entrada das micoses profundas é o pulmão e os sintomas são parecidos com os da tuberculose. As micoses de pele, que são superficiais, também são causadas por fungos. A micologia médica é a área da micologia que estuda as doenças causadas por fungos no ser humano. O Serviço de Micologia do Hospital Evandro Chagas, localizado no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, é talvez o melhor e mais preparado em todo o país para o diagnóstico e tratamento das moléstias causa- das por fungos. Ali o fungo é investigado no tecido epidérmico, procurando-se saber que tipo de tratamento demanda cada micose. A maioria dos fungos capazes de causar infecção vive da matéria orgânica em decom- posição. Vejamos um exemplo: o Cryptococcus neoformans - agente da criptococose - é encontrado em grande quantidade nos espaços urbanos associados a habitats de pombos e de psitacídeos (papagaios, periquitos, etc). O excremento desses animais favorece a proliferação dos fungos, porque, quando resseca, se espalha em pequenas partículas, na poeira. Inalado, chega ao alvéolo pulmonar, podendo instalar-se no or- ganismo do indivíduo com baixas defesas. O fungo não necessita desse indivíduo para viver. Mas, quando se instala no ser huma- no, comporta-se como parasita, causando a infecção. E como esta freqüentemente é acompanhada de lesão pulmonar, o médico pneumatologista suspeita em primeiro lugar de tuberculose. Não havendo diagnóstico correto, há tratamento incorreto. m•i•c•r•o•b•i•o•l•o•g•i•a e p•a•r•a•s•i•t•o•l•o•g•i•a 90 Se os fungos crescerem em alimentos, sejam grãos (amendoim, milho, soja, trigo, sorgo, etc.) ou produtos finais (suco de maçã, frutas secas, etc.), podem liberar suas toxinas nesses substratos que serão posteriormente consumidos pelo homem. Seu consumo pode representar risco à saúde humana, se houver ingestão de grande quan- tidades ou ingestão continuada. MICOSES CUTÂNEAS Existem várias formas de manifestação das micoses cutâneas superficiais, dependen- do do local afetado e também do tipo de fungo causador da micose. MANIFESTAÇÕES - Pode afetar tronco, membros inferiores e superiores; - Inicia-se como um ponto avermelhado que se abre em erupções em anel de bordas avermelhadas e descamativas, que coçam, liberam líquidos e podem até inflamar. COMO EVITAR Seguem algumas recomendações: - Não use toalhas de outras pessoas; - Enxugue-se bem, principalmente onde há dobras e entre os dedos; - Prefira meias e roupas íntimas de algodão; - Quando for à manicure ou pedicure, leve seu próprio alicate, - Caso não os tenha, verifique se estão todos esterilizados; - Evite usar o mesmo sapato dois dias seguidos e, de maneira alguma, usar a mesma meia antes de lavá-la; - Evite ficar com roupas de banho molhadas por muito tempo; - Na praia, use sempre chinelo; - Não leve animais domésticos à praia e ao clube. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 91 MICOSE DE PRAIA (PITIRÍASE VERSICOLOR) Provoca manchas esbranquiçadas, especialmente nas costas e no peito, e pode se alastrar para os membros. CUIDADOS - Seque bem o corpo após o banho; - Evite sol, água de mar e piscina; - Não use toalhas e roupas de outras pessoas. MICOSE DE UNHA OU ONICOMICOSE Seus sintomas são a deformação e o esfarelamento da unha, que se descola do dedo. Atinge a unha de três maneiras: sob a borda, que fica espessa e partida; na base, iniciando-se na cutícula e deteriorando a sua superfície, forma placas brancas sobre a unha, atingindo toda a área. CUIDADOS - Ao fazer as unhas use instrumentos esterilizados; - Tenha material próprio de manicure; - Seque bem os dedos após o banho; - Evite calçados apertados; - Não use toalhas e calçados de outras pessoas. MICOSE DOS PÉS TIPOS - Interdigital, pé-de-atleta ou frieira: atinge a pele entre os dedos, provocando coceira, descamação, fissuras e placas esbranquiçadas. Pode vir acompanhada por uma infecção bacteriana. - Escamosa: atinge a região da planta e da lateral do pé. Causa descamação, coceira e mau cheiro. m•i•c•r•o•b•i•o•l•o•g•i•a e p•a•r•a•s•i•t•o•l•o•g•i•a 92 - Vesícula: começa com bolhas que provocam coceira e vermelhidão, resultando em ressecamento e descamação da pele. - Placa margarida: tipo mais raro de micose. Provoca lesões avermelhadas e eleva- das com bordas acentuadas. CUIDADOS - Seque bem os pés após o banho; - Prefira meias de algodão, trocando-as diariamente; - Evite sapatos fechados e andar descalço em pisos úmidos. TRATAMENTO DAS MICOSES É sempre prolongado, variando de 30 a 60 dias. Recomenda-se que o tratamento não seja interrompido, pois mesmo sem sintomas o fungo pode resistir nas camadas mais profundas da pele. BACTÉRIAS As bactérias são os seres vivos mais simples do ponto de vista estrutural, e de menor tamanho, podendo ser conhecidas também como micróbios. As bactérias são microorganismos unicelulares, procariontes, e algumas causam doenças. São abun- dantes no ar, no solo e na água e na sua maioria inofensivas para o ser humano, sendo algumas até benéficas. Por serem microrganismos procariontes, não apresentam um núcleo definido, estando o seu material genético compactado e enovelado numa região do citoplasma chamada de nucleóide. As bactérias apresentam uma membrana plasmática recoberta por uma parede celular. Diferente das células eucarióticas, nas bactérias não aparecem organelas delimitadas por membranas. O tamanho das bactérias pode variar de 0,2 a 5,0 micrômetros. A membrana plasmática recobre o citoplasma da célula bacteriana e tem a mesma estrutura daquelas encontradas nos organismos eucariontes. Na membrana encontra- mos uma estrutura típica, uma invaginação da membrana plasmática, denominada de mesossomo. O mesossomo parece ter um papel importante durante a duplicação e divisão bacteriana. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 95 - Estafilococos; - Enterococos. São exemplos de bactérias Gram-negativas: - Vibrão Colérico; - Colibacilo; - Salmonelas. Entre a grande variedade de doenças provocadas por cocos salientam-se: - Pneumonia nosocomial (adquirida em meio hospitalar); - Pneumonia adquirida na comunidade; - Infecções da pele e tecidos moles. ESTREPTOCOCOS Essas bactérias Gram-positivas crescem em cadeias de comprimento variável, e são responsáveis por muitas infecções distintas. Embora classificadas como aeróbias, a maioria é anaeróbia facultativa (capazes de crescer num leque alargado de concentra- ção de oxigênio), enquanto que poucas são anaeróbias obrigatórias. INFECÇÕES CAUSADAS POR ESTREPTOCOCOS: - Meningite bacteriana - Pneumonia (adquirida na comunidade ou nosocomial) - Otite média: o Streptococcus pneumoniae é responsável por 20% a 50% dos casos - Sinusite - Bronquite - Menos freqüentemente, endocardite (menos de 3% dos casos são causados por S. pneumoniae) m•i•c•r•o•b•i•o•l•o•g•i•a e p•a•r•a•s•i•t•o•l•o•g•i•a 96 - Também menos freqüentemente, peritonite, artrite séptica, infecções pélvicas e infecções de tecidos moles. Os pneumococos podem causar essas infecções sobre- tudo em doentes com doenças subjacentes. ESTAFILOCOCOS Essas bactérias estão entre as mais resistentes que não formam esporos e podem sobreviver em muitas situações não fisiológicas. Normalmente, colonizam a pele e encontram-se nas narinas e na pele de 20% a 30% dos adultos saudáveis. Podem também encontrar-se (embora menos freqüentemente) na boca, glândulas mamárias e tratos gênito-urinário, intestinal e respiratório superior. As infecções por estafilococos são freqüentemente supurativas (com produção de pus) e têm sido implicadas em muitos tipos diferentes de infecções, incluindo pneumonia, meningite, osteomielite e infecções da pele e tecidos moles. ENTEROCOCOS Esses cocos, antes classificados como estreptococos do Grupo D, ocorrem em cocos individuais, aos pares e em cadeias curtas. São anaeróbios facultativos, que podem crescer em condições extremas e numa gran- de variedade de meios, incluindo solo, alimentos, água e em muitos animais. O seu principal habitat natural parece ser o tubo digestivo dos animais, incluindo o homem, onde representam uma porção significativa da flora normal. Podem também encontrar- se, em menor número, nas secreções orofaríngeas e vaginais. Por viver mais tempo na água do mar do que os coliformes, o enterococos é conside- rado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos um indicador mais preciso de doenças transmitidas pelo contato com a água. As infecções por enterococos ocorrem em doentes internados, freqüentemente após cirurgia ou instrumentação (por exemplo, algaliação). Os enterococos podem causar superinfecções em doentes internados, sob terapêutica antibiótica. A superinfecção pode ocorrer quando os antibióticos alteram o equilíbrio bacteriano no organismo, permitindo o crescimento dos agentes oportunistas, como o enterococos. A superinfecção pode ser muito difícil de tratar, porque é necessário optar por antibi- óticos eficazes contra todos os agentes que podem causá-la. a•u•x•i•l•i•a•r d•e f•a•r•m•á•c•i•a 97 AS INFECÇÕES POR ENTEROCOCOS INCLUEM: - Infecções urinárias, - Infecções de queimaduras e feridas cirúrgicas, - Bacteremia, - Endocardite, - Infecções intra-abdominais e pélvicas (essas infecções são habitualmente mistas, causadas por enterococos e outros agentes patogênicos), - Infecções de feridas e dos tecidos moles, - Sépsis neonatal, - Meningite (raro). As bactérias possuem grande importância ecológica; elas fixam o nitrogênio da atmosfera na forma de nitratos, e as bactérias desnitrificantes que devolvem o nitrogênio dos nitratos e da amônia para a atmosfera. As bactérias também são úteis para o homem, como na indústria de laticínios e na indústria farmacêutica, que as utilizam para fabricar antibióticos específicos. Elas também podem causar grandes prejuízos econômicos, como é o caso do amare- linho (Xylella fastidiosa), que ataca a lavoura da laranja. Mas talvez a maior importân- cia das bactérias seja o fato de elas serem parasitas do corpo humano, levando a infecções muito graves. Assim temos o gênero Clostridium que além de esporulado é anaeróbio e um potente produtor de toxinas muito prejudiciais ao homem. Seus esporos podem estar presentes em alimentos e resistir a processos de descontaminação, po- dendo causar graves intoxicações como o botulismo (agente Clostridium botulinum), em função da ação neurotóxica de suas toxinas. Geralmente estão associados a intoxicações por ingestão de palmitos contaminados e podem levar a óbito. É desse grupo também o produtor da toxina tetânica, que provo- ca o tétano (Clostridium tetani). O esporo contamina o ferimento profundo que ao fechar gera uma atmosfera com baixa tensão de oxigênio, levando a germinação, produção de toxina, e finalmente a tetania. A Escherichia coli é um importante compo- nente da nossa microbiota intestinal, no entanto, fora do intestino, pode causar importantes e graves infecções, principalmente nas vias urinárias.
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