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digestao e absorcao de lipidos, Notas de estudo de Cultura

Diariamente, ingerimos cerca de 60 a 150g de lipídios, cerca de 40% das nossas necessidades dietéticas. Estes lipídios estão geralmente sob a forma de triglicerídeos (TG). O armazenamento de ácidos graxos na forma de TG é mais eficiente e quantitativamente mais importante do que o de carbohidratos na forma de glicogênio.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 24/10/2011

hassane-raul-4
hassane-raul-4 🇧🇷

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Baixe digestao e absorcao de lipidos e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS LÍPIDOS Diariamente, ingerimos cerca de 60 a 150g de lipídios, cerca de 40% das nossas necessidades dietéticas. Estes lipídios estão geralmente sob a forma de triglicerídeos (TG). O armazenamento de ácidos graxos na forma de TG é mais eficiente e quantitativamente mais importante do que o de carbohidratos na forma de glicogênio. Quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica, promove-se a liberação destes TG com o objetivo de convertê-los em ácidos graxos livres, os quais serão oxidados para produzir energia. No entanto, outras formas de lipídios fazem parte da dieta diária, como os fosfolipídios, glicolípidos, o colesterol e as vitaminas lipossolúveis. A maior parte da gordura alimentar é composta de triglicerídios (gorduras neutras), fosfolipídios, colesterol ou ésteres do colesterol (colesterol unido a cadeia única de ácidos graxos) e alguns ácidos graxos. As gorduras neutras são insolúveis em água e formam grandes gotículas que coalescem e separam-se totalmente da fase aquosa. Os ácidos graxos e os fosfolipídios são ligeiramente mais hidrossolúveis, mas, ainda tendem a agregar-se em folhetos relativamente grandes ou bicamadas, com os grupos polares voltados para fora e as cadeias de hidrocarbonetos no interior. As gorduras tendem a flutuar por sobre os outros materiais ingeridos e a agitação do estomago reduz apenas ligeiramente o tamanho das gotículas lipídicas. O primeiro problema que tem de ser superado para a digestão dos lipídios é a decomposição das grandes gotículas lipídicas em gotas menores. Isso aumenta a área de superfície para o ataque das enzimas que estão na fase aquosa. As secreções biliares contêm uma classe de moléculas que reduzem o tamanho dos agregados lipídicos, atuando de forma bem parecida à maneira como os detergentes "cortam" a gordura. O processo denominado "emulsificação", é mediado pelos sais biliares derivados da molécula esteróide, colesterol. Os lipídios da dieta são emulsificados no duodeno pela acção detergente dos sais biliares. Os sais biliares são moléculas anfipáticas sintetizadas pelo fígado a partir do colesterol e temporariamente armazenados na vesícula biliar e liberados no intestino delgado após a ingestão de gorduras. Os principais são o glicocolato de sódio e o taurocolato de sódio derivados dos ácidos glicocólico e taurocólico, respectivamente. A emulsificação é possível pela natureza anfipática dos sais biliares. A porção polar das moléculas de sais biliares, interage com a água, enquanto o grupo não-polar interage com os lipídeos hidrofóbicos. Desse modo, os lipídios são finamente dispersos no meio aquoso formando micelas. Estas partículas activam as lipases pancreáticas, enzimas responsáveis pela digestão dos lipídios. As enzimas que degradam os lipídeos encontram-se no suco pancreático, actuando apenas em pH alcalino (8 a 8,5) que é garantido pelo bicarbonato de sódio (NaHCO3) que também se encontra no suco pancreático. Três enzimas hidrolíticas são encontradas no suco pancreático secretado no duodeno: lipase−pancreática, colesterol−esterase e fosfolipase A2. Os ésteres de colesteril ingeridos na dieta são emulsificados pelos sais biliares e, então, hidrolisados pela colesterol−esterase a colesterol e ácidos graxos livres: Éster de colesteril + H2O → colesterol-elastase→ Colesterol + ácidos graxos Os produtos da lipólise são incorporados a micelas mistas com sais biliares conjugados. As micelas são niversidade Lurio- Faculdade de Ciencias de Saude- Curso de Licenciatura em Farmacia- Bioquimica II os principais veículos no movimento dos ácidos graxos, monoacigliceróis e glicerol da luz para a superfície das células da mucosa intestinal onde ocorre a absorção. Na ausência de sais biliares, a absorção dos lipídeos é drasticamente reduzida, resultando em perda de grandes quantidades de gorduras nas fezes (esteatorréia). Os produtos celulares da atividade da lípase e fosfolipase (ácidos graxos livres, colesterol lisofosfatídios, 2-monoglicerídios e glicerol) combinam-se ao fosfolipídio biliar lecitina, aos sais biliares e ao colesterol, formando estruturas de 50 a 100 nm de diâmetro denominadas miscelas mistas. Nas miscelas mistas, as moléculas hidrofóbicas e as partes hidrofóbicas das moléculas anfipáticas ficam localizadas no centro da esfera, enquanto sua superfície é constituída das projeções polares, consistindo principalmente nos radicais com carga dos sais biliares. Essas micelas mistas circulam juntamente com o quimo e acabam por entrar em contato com as microvilosidades das células epiteliais intestinais. As micelas mistas não passam do lúmen intestinal para o citoplasma das células epiteliais como estruturas intactas. Em vez disso, os ácidos graxos livres, os 2monoglicerídios e o glicerol difundem-se como moléculas isoladas através da estrutura da bicamada lipídica das membranas celulares. Na célula da mucosa intestinal, o destino dos ácidos graxos absorvidos é determinado pelo comprimento de suas cadeias carbonadas. Ácidos graxos de cadeia curta (2-10 átomos de carbono) são hidrossolúveis, sendo diretamente liberados para o sangue portal sem alterações e transportados ao fígado unidos à albumina. Os ácidos graxos de cadeia longa são levados ao retículo endoplasmatico liso (REL) da célula da mucosa intestinal, onde são convertidos novamente em triacilgliceróis e agrupados com o colesterol, fosfolipídeos e proteínas específicas (apolipoproteínas) que os tornam hidrossolúveis. Os TG + fosfolípides + colesterol e seus esteres + ácido graxos livres + vitaminas lipossolúveis + proteínas (apoproteinas), formam partículas estáveis denominadas quilomícrons. A partir do próprio REL, forma-se um vacúolo que engloba os quilomícrons. Estes vacúolos, por exocitose, se abrem para o espaço intercelular e os seus conteúdos são captados pela linfa, penetrando pelos ductos lactíferos e vasos linfáticos, chegam ao ducto abdominal e deste ao ducto torácico, e finalmente despejados na corrente circulatória venosa (os quilomícrons não entram no sangue portal porque são demasiadamente grandes para penetrar nos capilares intestinais). A lipoproteína-lipase ligada à superfície endotelial dos capilares sangüíneos, converte os triacilgliceróis dos quilomícrons em ácidos graxos e glicerol. Esses compostos são captados por vários tecidos, principalmente, o adiposo e o muscular. A lipoproteína-lipase é activada por ligação a uma proteína componente dos quilomícrons, a apoproteína C−II. A concentração de ácidos graxos livres no organismo é baixa, pois suas moléculas são detergentes (formam micelas) e podem romper as membranas celulares. Após entrar nas células, provavelmente com o auxilio de proteínas transportadoras, os ácidos graxos podem ser: (1) oxidados para gerar energia, (2) armazenados como triacilgliceróis ou (3) usados para a síntese de membranas. OBS: A maior parte dos ácidos graxos é usada como fonte de energia pelo fígado e células musculares, especialmente no músculo cardíaco, que prefere utilizar ácidos graxos mesmo quando houver disponibilidade de carboidratos. Os acidos graxos que sobram são armazenados no tecido adiposo como reserva de energia para os momentos de jejum e exercicio físico vigoroso. niversidade Lurio- Faculdade de Ciencias de Saude- Curso de Licenciatura em Farmacia- Bioquimica II composta por 52% de proteínas, 40% de lipídeos - sendo uma parte constituída por fosfolípides e a outra parte por colesterol - e 8% de carboidratos. A ausência congénita do receptor de LDL na forma homozigotica, na doença denominada hipercolesterolemia familiar leva a um aumento de LDL- colesterol, deposição de colesterol na parede de vasos sangüíneos e ataques cardíacos em crianças. O colesterol e seus derivados são importantes para a produção dos hormônios, na formação das membranas celulares, na produção da vitamina D, essencial no metabolismo do cálcio, que por sua vez é importante na formação, conservação e regeneração de ossos. Sem colesterol a vida humana não é possível. As lipoproteinas também são essenciais ao funcionamento do organismo humano, mas em níveis sangüíneos elevados podem ser prejudiciais. As Dislipidemias Dislipidemias, também chamadas de hiperlipidemias, referem-se ao aumento dos lipídios (gordura) no sangue, principalmente do colesterol e dos triglicerídeos. A grande parte do colesterol circulante é produzido pelo fígado (cerca de 70%) e somente cerca de 30% provém da dieta. Agora fica fácil entender porque muitos indivíduos que não ingerem gorduras têm níveis elevados de colesterol. As dislipidemias podem ser primárias devidas a causas genéticas e por influência ambiental devido à dieta inadequada e/ou sedentarismo e secundárias a algumas doenças ou fatores de risco como: • Hipotireoidismo: eleva níveis de LDL pela diminuição do número de receptores hepáticos para LDL • Insuficiência renal crônica: aumento dos triglicerídeos • Síndrome nefrótica: aumento do colesterol e dos triglicerídeos • Obesidade: aumento dos triglicerideos e redução de HDL • Fumo: reduz HDL e oxida as LDL • Alcoolismo: aumento dos triglicerideos • Diabetes mélitus: aumenta triglicerideos e diminui HDL • Doença hepatica: aumento do colesterol total TRATAMENTO Inúmeros trabalhos científicos mostram que uma dieta constituída de muita gordura, colesterol, excesso de calorias e poucas fibras é o que mais eleva os lipídeos na população. Portanto a atenção à alimentação é uma da maneiras mais eficientes de reduzir e até mesmo normalizar seus níveis. Para diminuir o colesterol procure evitar os seguintes alimentos: manteiga, banha, nata; frituras em geral (batatas fritas, pasteis), leite gordo, leite condensado, cremes, óleo de palma, óleo de coco, gordura vegetal hidrogenada (manteiga), queijos gordos, salgadinhos, molhos, salsichão, salsicha, lingüiça, morcilha, presunto, salame, toucinho, bacon, pele de aves, carne gorda de gado, ovelha, cordeiro, tatu, porco, vitela, vísceras (fígado, rins, coração, miúdos, miolo), produtos de confeitaria, sobremesas ricas em gordura e gema de ovo, sorvetes, tortas, chocolates, croissant, pudins, maionese, e outros alimentos processados que contenham gorduras hidrogenadas. Prefira consumir: clara de ovo, margarinas, óleos vegetais (milho, algodão, arroz, girassol, soja, canola, oliva), leite desnatado, carne vermelha magra (sem gordura), carne de aves sem a pele, carne de peixes, gelatinas, pão integral, arroz integral, chás, água, sucos de frutas, refrigerantes dietéticos, queijos magros, iougurtes light, fibras (farelo de aveia, feijão, ervilha, lentilha, ameixa preta, aveia), niversidade Lurio- Faculdade de Ciencias de Saude- Curso de Licenciatura em Farmacia- Bioquimica II alimentos cozidos, assados ou grelhados, legumes, verduras, frutas (maça com casca), nozes, mêndoas, castanhas. niversidade Lurio- Faculdade de Ciencias de Saude- Curso de Licenciatura em Farmacia- Bioquimica II
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