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Guias e Dicas
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Floresta Amazônica, Trabalhos de Cultura

Trabalho sobre todos os aspectos da Amazônia, enfatizando a sua biodiversidade

Tipologia: Trabalhos

2011

Compartilhado em 15/10/2011

luiz-fernando-gdb
luiz-fernando-gdb 🇧🇷

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Baixe Floresta Amazônica e outras Trabalhos em PDF para Cultura, somente na Docsity! CENTRO PAULA SOUZA ETEC CUBATÃO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE A FLORESTA AMAZÔNICA Luiz Fernando Santos de Moura Raquel Fernanda de Jesus Pinho Renan Maciel Alves Sabrina dos Santos Lucena Cubatão 2011 Luiz Fernando Santos de Moura, 25 Raquel Fernanda de Jesus Pinho, 41 Renan Maciel Alves, 32 Sabrina dos Santos Lucena, 34 A FLORESTA AMAZÔNICA Prof. André C. F. Vicente Cubatão 2011 Lista de Tabelas TABELA 1 - TIPOS DE VEGETAÇÃO DA AMAZÔNIA ................................................................................ 13 Lista de Ilustração FIGURA 1 - DIAGRAMA DA RECICLAGEM DA ÁGUA NA AMAZÔNIA ............................................................. 11 FIGURA 2 - BACIA HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA.................................................................................... 17 FIGURA 3 - V ITÓRIA RÉGIA .............................................................................................................. 22 FIGURA 4 – SERINGUEIRA ............................................................................................................... 23 FIGURA 5 - CASTANHEIRA-DO-PARÁ ................................................................................................. 25 FIGURA 6 - MOGNO ........................................................................................................................ 26 FIGURA 7 - CERAMBICÍDEO-GIGANTE ................................................................................................ 29 FIGURA 8 - P IRARUCU .................................................................................................................... 31 FIGURA 9 - PEIXE-SERRA ................................................................................................................ 32 FIGURA 10 - SUCURI-VERDE ........................................................................................................... 33 FIGURA 11 - JACARÉ-AÇU ............................................................................................................... 34 FIGURA 12 - TARTARUGA-DO-AMAZONAS .......................................................................................... 35 FIGURA 13 - GAVIÃO-REAL .............................................................................................................. 36 FIGURA 14 - PEIXE-BOI-DA-AMAZÔNIA............................................................................................... 38 FIGURA 15 - ONÇA-PINTADA ............................................................................................................ 40 FIGURA 16 - ARIRANHA................................................................................................................... 41 FIGURA 17 - ARARA-AZUL-GRANDE .................................................................................................. 42 FIGURA 18 - GATO-DO-MATO .......................................................................................................... 43 FIGURA 19 - MACACO-ARANHA-PRETO .............................................................................................. 44 FIGURA 20 - DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA ..................................................................... 46 Sumário Introdução................................................................................................................................8 1. O Nascimento da Amazônia........................................................................................9 2. Aspectos Físicos e Geográficos............................................................................. 10 2.1. Clima ....................................................................................................................... 10 2.2. Vegetação .............................................................................................................. 12 2.2.1. Os tipos de vegetação da Amazônia no Brasil ............................................ 12 2.2.1.1. As Matas de Várzea ................................................................................. 13 2.2.1.2. As Matas de Igapó .................................................................................... 14 2.2.1.3. As Matas de Terra Firme ......................................................................... 14 2.2.1.4. As Áreas de Transição ............................................................................. 14 2.2.1.5. As Florestas Secundárias ........................................................................ 15 2.3. Solo ......................................................................................................................... 15 2.4. Relevo ..................................................................................................................... 16 3. A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas................................................................. 17 4. A Flora............................................................................................................................ 20 4.1. Plantas Aquáticas da Amazônia ......................................................................... 21 4.1.1. Victoria amazônica............................................................................................ 22 4.2. Plantas Terrestres da Amazônia ........................................................................ 23 4.2.1. Hevea brasiliensis ............................................................................................. 23 4.3. Ameaças a Flora Amazônica .............................................................................. 24 4.3.1. Bertholletia excelsa........................................................................................... 24 4.3.2. Swietenia macrophylla ..................................................................................... 25 5. A Fauna.......................................................................................................................... 27 5.1. A diversidade dos invertebrados ........................................................................ 28 5.1.1. Titanusgiganteus ............................................................................................... 29 5.2. A diversidade dos ambientes aquáticos............................................................ 30 5.2.1. Arapaima gigas.................................................................................................. 30 5.2.2. Pristis pectinata ................................................................................................. 31 5.3. A diversidade de anfíbios e répteis .................................................................... 32 5.3.1. Eunectes murinus ............................................................................................. 33 5.3.2. Melanosuchus niger.......................................................................................... 34 5.3.3. Podocnemis expansa ....................................................................................... 34 5.4. A diversidade das Aves........................................................................................ 35 5.4.1. Harpia harpyja ................................................................................................... 36 5.5. A diversidade dos Mamíferos.............................................................................. 37 5.5.1. Trichechus inunguis .......................................................................................... 38 5.5.2. Panthera onca ................................................................................................... 39 5.5.3. Pteronura brasiliensis ................................................................................... 40 5.6. Animais Ameaçados de Extinção ....................................................................... 41 5.6.1. Anodorhynchus hyacinthinus .......................................................................... 42 5.6.2. Leopardus tigrinus ............................................................................................ 43 5.6.3. Ateles paniscus ................................................................................................. 43 6. Ameaças à Floresta .................................................................................................... 45 6.1. Desmatamento ...................................................................................................... 45 6.1.1. A extensão e o Índice de Desmatamento ..................................................... 45 6.1.2. Causas de Desmatamento .............................................................................. 47 6.2. Queimadas ............................................................................................................. 47 6.3. Construção de Hidrelétricas ................................................................................ 48 6.4. O Comércio Ilegal de Animais Silvestres e a Biopirataria .............................. 49 6.5. A Pesca Predatória ............................................................................................... 50 Conclusão ............................................................................................................................. 52 Bibliografia ........................................................................................................................... 53 Apêndices ............................................................................................................................. 56 Apêndice A - Animais Ameaçados de Extinção na Amazônia .................................. 56 Apêndice B - Peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção ............... 58 Apêndice C - Plantas Ameaçadas de Extinção............................................................ 59 10 2. Aspectos Físicos e Geográficos A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, com aproximadamente7 milhões de km². No Brasil se encontram 3,64 milhões de km² dessa floresta sem contar as zonas de transição; se somado às zonas de transição, seu total será de 4,24 milhões de km², correspondendo assim a 49% de todo o território brasileiro. Porém, vale lembrar que o homem degradou 650 mil km² -- mais de 20% da área total amazônica. 2.1. Clima O clima da Amazônia não é uniforme, apresentando grandes variações. Em algumas regiões é típico de savana (cerrado), com uma estação seca longa e bem definida, e baixa umidade relativa do ar, como na transição entre Amazônia e semiárido; em outras é super-úmido e praticamente sem estação seca, como nas encostas dos Andes. Até as imagens de satélite são capazes de detectar mudanças na vegetação das florestas, com menos folhas na época da seca. A floresta amazônica encontra-se em estado que os ecólogos denominam “clímax”. Nele, a energia é reciclada localmente, ou seja, a complexa cadeia alimentar envol- vendo vegetais e animais reaproveita tudo. Esse estado se caracteriza pela absor- ção de energia pelas cadeias alimentares no reino vegetal e animal, e nele, o ciclo da água, vinda do mar pelos ares à terra coberta de floresta e voltando da floresta pela superfície fluvial ao mar eterno (ver Figura 1). A grande quantidade de chuvas transforma a Amazônia na maior bacia hidrográfica do planeta. Sua distribuição, porém, não é uniforme, nem em termos de áreas geo- gráficas, nem de períodos definidos de seca e cheia, não sendo difícil que num mês chova até o dobro do que no mesmo período do ano anterior. Na Amazônia estão os maiores índices médios de chuvas do continente americano: 8 mil mm/ano ( uma coluna de 8 m de chuva por ano) nos sopés dos Andes, no Peru e no equador. Ali se diz que há a estação de chuva e a de diluvio. No Brasil, os mai- ores índices estão no noroeste do Amazonas, na região conhecida como “Cabeça do Cachorro” (3600 mm/ano) e na costa do Amapá (3200 mm/ano). 11 Figura 1 - Diagrama da reciclagem da água na Amazônia Fonte: Meirelles, 2006,O livro de ouro da Amazônia: . Rio de Janeiro: Ediouro. Cerca de 20% das chuvas caem em forma de aguaceiros (tempestades). Uma única chuva, de algumas horas, pode representar 200 mm. Um aguaceiro significa cerca de 1 mm/minuto. O impacto decorrente de uma tempestade desse tipo é 40 vezes superior ao de uma chuva forte em uma zona temperada. Isso demonstra o potencial para a erosão do solo se ele estiver exposto diretamente às chuvas. A Amazônia é cortada pela linha do Equador que passa praticamente onde está o rio Amazonas, com isso a região acima do tropico apresenta as estações do ano opos- tas às da região abaixo deste, enquanto na Venezuela, Colômbia e Guianas e nos estados de Roraima, Amapá e na parte norte do Amazonas é ‘inverno’ (período chu- voso), em parte do Peru, Bolívia e nos estados brasileiros ao sul do Amazonas, é ‘verão’ (período seco). Uma das principais características da Amazônia é a constância das temperaturas. A umidade alta é um dos principais responsáveis por isso, pois, ao absorver os raios infravermelhos emitidos pela superfície, a umidade não permite grandes e drásticas variações. A média anula está entre 26°C na estação chuvosa e 27,5°C na estação seca, uma variação média anual inferior a 2°C. Ao longo do dia a diferença entre a temperatura mais alta e a mais baixa chega a 10°C. Em zonas secas como os de- sertos e regiões semiáridas, em função da baixa umidade, as diferenças entre as 12 altas temperaturas durante o dia e as da noite podem chegar a mais de 30°C, muitas vezes superiores às da floresta tropical. 2.2. Vegetação De maneira geral, nas florestas de terra firme, classificadas como ombrófilas, densas ou abertas, as árvores são 50% mais altas do que nas florestas temperadas. Como as variações entre o período seco e chuvoso são pequenas e a umidade mantém-se relativamente alta, a maioria das árvores não perde folhas. Em função dessas altas umidades as florestas densas dificilmente sofrem com as queimadas em seu estado natural. As grandes árvores da Amazônia cujas copas estão no dossel da floresta (dossel: é o estrato superior das florestas, que ao que tudo indica guarda as maiores biodiver- sidades do planeta, contendo, segundo estimativas, até 65% das formas de vida das florestas tropicais, onde atinge de 30 a 60 m de altura). Numa grande árvore podem- se encontrar mais de cem espécies de samambaias, bromélias, cactos, aráceas e outras formas de vida vegetal. Só de orquídeas já foram encontradas, numa única árvore do Sudeste Asiático, mais de 50 espécies. Para se proteger das tempestades com ventos muito fortes, que superam os 100km/h, muitas árvores do dossel da floresta possuem sistemas de troncos que se abrem próximos ao solo (como se fossem as asas laterais) ou raízes tabulares para garantir sua estabilidade (as sapopemas), é o caso da samaumeira (Ceiba penta- dra), da figueira branca (Ficusdoliarius). Os ventos são os maiores responsáveis são os maiores responsáveis pela queda das grandes árvores. 2.2.1. Os tipos de vegetação da Amazônia no Brasil O IBGE identifica no bioma amazônico do Brasil 70 tipos de vegetação não alteradas pelo homem e 6 tipos alteradas pelo homem. Há 7 grandes tipos de vegetação: as campinaranas, as florestas estacionais deciduais, florestas ombrófilas abertas, for- mações pioneiras com influencia fluvial ou marinha, florestas ombrófilas densas, re- fúgios montanos, savanas amazônicas (ver na Tabela 1). Essas formas de vegeta- 15 região de transição para as florestas submontanas. É importante lembrar que essas áreas de transição são de grandes dimensões, e as mudanças de vegetação, em geral, ocorrem de maneira lenta. 2.2.1.5. As Florestas Secundárias Devido à existência de mais de 60 milhões de ha de áreas desmatadas apenas no Brasil, das quais pelo menos 20%, ou seja, 12 milhões de ha, seriam de áreas abandonadas em franca regeneração espontânea, as florestas secundárias mere- cem atenção especial. Há regiões, como a de Altamira, no rio Xingu (Pará), que, se- gundo o INPA, apresentam mais de metade da área desmatada já coberta por flo- restas secundárias. 2.3. Solo A idade avançada da geologia do solo é uma das razoes para sua baixa fertilidade geral, mas só nos solos originários dos Andes apresentam maior fertilidade; seu uso, no entanto, restringe-se devido à declividade e às chuvas. A maior parte do solo é considerada quimicamente pobre; são solos “lavados”. A explicação está no tempo em que a água esta em exposição que dissolve a maior parte dos minerais, mas em casos extremos, como em algumas áreas de terra firme próximas a Belém, há tanta areia no solo, que é difícil manter culturas como a do milho de pé, A maior parte das terras dos solos de baixa fertilidade está localizada em um dos dois grandes escu- dos, o das Guianas ao norte, o Brasileiro ao sul. O cientista Herbert Shubart faz a pergunta: “Se a maior parte do solo da Amazônia é de fertilidade tão baixa, como pode suportar uma floresta tão exuberante?”. Explica- se que a resposta está na reciclagem dos nutrientes pelos seres vivos, ou seja, a floresta absorve e recicla todos os nutrientes liberados pelas folhas, galhos, troncos e animais mortos. Fazendo assim com que a floresta acabe “crescendo do solo” e não “nascendo do solo” devido a utilização da absorção e reciclagem desses nutri- entes. As folhas, galhos e raízes têm capacidade de captar e armazenar nutrientes que es- tá toda no Na floresta tropical, a capacidade de captar e armazenar nutrientes está 16 toda no complexo sistema de folhas e raízes, obrigando as folhas, os galhos e as raízes cobrirem a maior superfície possível, garantindo-lhes dimensões gigantescas. E por quê o solo da floresta tropical sofre muito mais com a retirada de grandes ár- vores do que o solo da floresta de zonas temperadas e subtropicais?. Isso ocorre porquê boa parte do potássio, magnésio e fosforo necessários às plantas em cres- cimento é recuperada das águas que caem sobre as folhas. Quando ocorre o desmatamento, o solo fica exposto às chuvas e às altas temperatu- ras. A chuva endurece o solo, diminuindo sua capacidade de absorver a água, ou seja, o solo esta tão “duro” fazendo com que ao invés de dissolver a água acaba por fazer com que ela se escorra aumentando sua erosão. Segundo o Centro Internacional de Agricultura Tropical, da Colômbia, há grande va- riação de tipos de solo, segundo pesquisas 81% têm pH abaixo de 5,3 (alta acidez), e alto teor de toxidez de alumínio, 90% apresentam pouco fosforo (dentro de menos de 7ppm), e 56% possuem baixas reservas de potássio. A Amazônia é o reino das “carências minerais”. Isso explica a forma tradicional de utilização de seu solo, de- senvolvida ao longo de mais de cinco mil anos, a cultura da floresta tropical. 2.4. Relevo Afirma-se que apenas de 3 a 5% do espaço amazônico é de planícies aluviais. Mas isso não significa que as áreas sejam tolamente planas. Segundo que Aziz Ab’Saber pode se afirmar que 95% da Amazônia são de “terras baixas, ora semiplanas, ora semionduladas”. Formando assim um conjunto de colinas. Avalia-se que a Amazônia esteja dividida entre metade. Uma metade da Amazônia esteja a menos de altitude e outra metade estaria entre 100 a 500 metros. Acima de 500m há áreas representativas apenas na encosta andina, e menos de 2% da região está acima de 500 metros. Entre o Amazonas e a Venezuela, há o Pico da Neblina, no qual é o ponto culminan- te do Brasil, que fica na Serra do Imeri, com 2993,8 metros. E seu segundo ponto mais alto é o Pico 31 de Março, que também faz parte do Parque Nacional do Pico da Neblina. 17 3. A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas é a maior bacia hidrográfica do mundo com 6,925 milhões de km², ocupando cerca de 1/3 da superfície da América do Sul em seis países (Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela) (Figura 2). São mais de mil rios e afluentes que juntos correspondem por 15% das águas doces su- perficiais em forma líquida da Terra, sendo assim, a maior reserva mundial. Sendo os rios Solimões (Amazonas), Negro, Tapajós, Madeira e Xingu, os maiores e mais importantes rios dessa bacia. Fonte: http://wapedia.mobi/pt/Ficheiro:Amazonriverbasin_basemap.png Há na Bacia Amazônica três tipos de águas, que variam conforme o ambiente geo- lógico e a cobertura vegetal por onde passam. A idade geológica da calha do rio de- termina sua coloração. As de formação geológicas mais recentes, como os Andes, Figura 2 - Bacia Hidrográfica Amazônica 20 4. A Flora A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida. Com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Arácea, Heliconiaceæ, Ma- rantácea, Rubiácea, entre outras. Essa flora herbácea, além do aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equi- líbrio do ecossistema. Como exemplo, temos as helicônias, com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no equilíbrio ecológico. No continente americano, as he- licônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez, são os maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da leishmânia, muito abundante na Amazônia desmatada. A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na época da floração das espécies. Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte, as palmeiras têm uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo. Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta, foram ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão o visgueiro, os ingás, a sumaúma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo. Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromé- lias, orquídeas, imbés e cactos. Essas plantas são importantes para a fauna que vi- ve exclusivamente nos galhos e copas das árvores. Dentre os animais que se inte- gram na comunidade epífita, temos os macacos, os saguis, as jaguatiricas, os gatos- do-mato, lagartos, araras, papagaios, tucanos e muitos outros que se especializaram nesse habitat acima do solo. Com o corte das árvores, as epífitas desaparecem e, com elas, toda a fauna associada. 21 Muitas dessas plantas epífitas de rara beleza foram muito bem retratadas pela pinto- ra Margaret Mee, durante as várias excursões que realizou na floresta amazônica. Outrora abundantes em determinadas regiões, hoje grande parte dessas plantas se encontra em populações reduzidas. Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso me- dicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso. Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a, mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio eco- lógico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo. A amazônica, com seus 6,5 milhões de Km² é a maior floresta tropical do mundo. Abrangendo no- ve países, ocupa quase metade da América do Sul. A maior parte da floresta – 3,5 milhões de Km² – encontra-se em território brasileiro. Essa área, somada à da Mata Atlântica, representa 1/3 do total ocupado por floresta tropicais no planeta. Além da mata, existem na Amazônia áreas de cerrados e outras formações diversas, perfazendo um total de 5,029 milhões de Km², conhecido como Amazônia legal. Com relação ao relevo, encontrando ali três formações principais. Ao sul localiza-se o planalto Central; ao norte, o planalto das Guianas; e, ao centro, a planície sedimentar amazônica, todos com altitudes inferiores a 1500m. Na planí- cie amazônica destacam-se dois tipos de relevo: as várzeas, que por se estenderem ao longo dos rios estão sempre inundadas, e as terras firmes, que cobrem a maior parte da planície e constituem o domínio da grande floresta. 4.1. Plantas Aquáticas da Amazônia As várzeas amazônicas são os ambientes onde ocorre a maior riqueza de plantas herbáceas aquáticas da região, e uma das maiores do mundo. Os sedimentos férteis trazidos pelas enchentes dos grandes rios nutrem as áreas marginais, o que favore- ce o crescimento dessas plantas que exigem quantidades de minerais elevadas. Apesar disso, em comparação com outras comunidades vegetais da região amazô- 22 nica, a vegetação herbácea das várzeas foi relegada a um segundo plano pela in- vestigação científica, até o início da década de setenta. Os poucos estudos anterio- res àquele período envolviam classificações de algumas espécies, narrativas ou descrições de outras, com maior destaque apenas para espécies mais evidentes, como os capins aquáticos, ou exóticas, como a fabulosa Victória amazônica. 4.1.1. Victoria amazonica Conhecida como "rainha dos lagos", a vitória-régia (Victoria amazonica) (Figura 3) é nome atribuído à espécie natural mais famosa do Amazonas em homenagem à rai- nha Victoria, da Inglaterra. Sua folha pode medir até 1,80 metros de diâmetro. Suas bordas são levantadas e espinhosas para evitar a ação destruidora dos peixes. Suas raízes se fixam no fundo da água, formando um bulbo ou batata com um cordão fi- broso revestido de espinhos. Com o passar do tempo, a flor muda de cor, do branco para o rosa, ficando aberta durante o dia e fechada durante a noite. Na seca, as vitó- rias-régias praticamente desaparecem, voltando nas cheias. Fonte: http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=259 Figura 3 - Vitória Régia 25 Figura 5 - Castanheira-do-Pará Fonte: http://radionews.musicblog.com.br/37782/As-Castanheiras-Estao-em-Plena-Floracao/ 4.3.2. Swietenia macrophylla O Mogno (Swietenia macrophylla) (Figura 6) é uma árvore perenifólia a decídua. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 70 m de altura e 3,50 m de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. Uma árvore derrubada, no sul do Pará, forneceu 25 m³ de madeira. O seu fruto é uma cápsula lenhosa e ovoide, medindo de 10 cm a 22 cm de compri- mento e 6 cm a 10 cm de largura. É ereta e seca, com deiscência septifraga e de coloração marrom, semelhante à de Cedrela, mas muito maior. É grossa, penta cap- sular e provida de crassíssima coluna central prismática, contendo aproximadamen- te 40 sementes. Válvulas capsulares (seções lenhosas) podem ser encontradas, com frequência, embaixo das árvores. Na Amazônia é encontrada em Florestas Ombrófilas Abertas (no Acre, no Pará e em Rondônia), em Florestas Ombrófilas Densas, sempre em floresta de terra firme, on- de apresenta alguma regeneração natural com rápido crescimento no seu habitat. Geralmente, o mogno cresce isolado ou em pequenos agrupamentos. Só muito ra- ramente se observam mais de quatro a oito indivíduos por hectare. 26 Figura 6 - Mogno Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/Arvores/Mogno.htm 27 5. A Fauna A principal explicação para grande variedade na Amazônia é a teoria do refúgio. Nos últimos 100.000 anos, o planeta sofreu vários períodos de glaciação, em que as flo- restas enfrentaram fases de seca ferozes. Desta forma as matas expandiram-se e depois reduziram-se. Nos períodos de seca prolongados, cada núcleo de floresta ficava isolada do outro. Os invertebrados constituem mais de 95% das espécies dos animais existentes e distribuem-se entre 20 a 30 filos. Na Amazônia, estes animais diversificaram-se de forma explosiva, sendo a copa de árvores das florestas tropicais e o centro da sua maior diversificação. A pesar de dominar a Floresta Amazônica em termos de núme- ros de espécies, números de indivíduos e biomassa animal e da sua importância para o bom funcionamento dos ecossistemas, por meio de sua atuação como polini- zadores, agentes de dispersão de sementes, "guarda-costas", de algumas plantas e agentes de controle biológico natural de pragas, e para o bem-estar humano, os in- vertebrados ainda não receberam prioridade na elaboração de projetos de conser- vação biológica e raramente são considerados como elementos importantes da bio- diversidade a ser preservada. Mais de 70% das espécies amazônicas ainda não possuem nomes científicos e, considerando o ritmo atual de trabalhos de levanta- mento e taxonomia, tal situação permanecerá. Então os grupos animais dessas áreas isoladas passaram por processos de diferen- ciação genética, muitas vezes se transformando em espécies ou subespécies dife- rentes das originais e das que ficaram em outros refúgios. A riqueza da biodiversidade de animais cresce a cada dia com as novas descober- tas, mas está ameaçada pela caça, pela degradação e devastação das florestas e de seus vários ecossistemas. Ainda há muitos animais e plantas ainda não catalo- gados. Na Amazônia só se conhece 30%das espécies do reino animal. Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encontrado para a Amazônia Brasileira. Esta cifra equivale a aproximadamente 4% das 4.000 espécies que se pressupõem existir no mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil. O número total de espécies de répteis no mundo é estimado em 6.000, sendo 465 espécies identificadas no Brasil. Das 550 espécies de répteis registrados na bacia Amazônica 62% são endêmicos. Existem, na Amazônia, 14 espécies de tartarugas de água do- ce e duas espécies de tartarugas terrestres, sendo cinco endêmicas e uma ameaça- 30 5.2. A diversidade dos ambientes aquáticos A diversidade biológica dos ambientes aquáticos, tanto marinhos como de rios e la- gos, é muito pouco conhecida. Os cientistas acreditam que os ambientes aquáticos são muito vulneráveis às ações humanas e estão muito pouco protegidas. Essa di- versidade apresenta desde invertebrados (com especial interesse para camarões, moluscos e insetos que alimentam os peixes), aos crustáceos e os animais no topo da cadeia alimentar como peixes e mamíferos aquáticos (botos e peixe-boi). Em relação aos peixes, estima-se que existam cerca de 1400 espécies na Amazônia (cerca de 5,6% do total mundial). Esse número é superior ao de espécies de todos os outros rios do planeta e do oceano Atlântico. Pode superar 2,5 mil espécies, uma vez que descobertas ocorrem regularmente, até a partir da revisão cientifica de in- formações, que classificavam, por exemplo, como uma única espécie a piraíba (Bra- chyplatystoma ssp.) e o filhote (Brachyplatystoma filamentosum), peixes de couro bastante comuns nos grandes rios. 5.2.1. Arapaima gigas O peixe pirarucu (Arapaima gigas) (Figura 8), originário da bacia hidrográfica Ama- zônica, tem certas características biológicas e ecológicas que o torna particularmen- te atrativo para as populações locais. É um peixe grande que pode chegar ao com- primento de até três metros e pesar mais de 250kg, e é conhecido como o "Gigante Amazônico". Entretanto, devido á pesca predatória, sua sobrevivência está ameaça- da e seu tamanho médio está diminuindo, apesar de ainda serem encontrados al- guns indivíduos com mais de dois metros e pesando mais que 125 kg. Este peixe tem uma cabeça chata óssea, seguido de um corpo alongado que é es- camosa. Sua cauda é curta e atacarrada. A cor deste peixe é começa com um verde na cabeça depois para um azul mais escuro e verde que se desvanece na barriga branca. As barbatanas na ponta da cauda são uma cor avermelhada, mas na época o acasalamento a fêmea torna-se marrom e a cabeça do macho fica preta. 31 Fonte: http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Pirarucu-converte-se-em-bom-negocio- para-reserva-extrativista O pirarucu é um peixe predatório que tem origens na era Jurássica e é a principal fonte de proteínas para a população local, os ribeirinhos, que vivem ao longo das margens do rio. Nas últimas duas décadas, o processo de urbanização acelerado mudou a região e começou a desestabilizar o balanço do ecossistema de lagos, e consequentemente a economia de subsistência tradicional dos ribeirinhos que não estão envolvidos em atividades pesqueiras comerciais. O processo também causou um decréscimo rápido nos estoques naturais de Pirarucu, tornando necessárias as restrições à pesca. 5.2.2. Pristis pectinata O peixe-serra (Pristis pectinata) (Figura 9) tem o focinho em formato de serra com 24 a 32 dentes de cada lado, esqueleto cartilaginoso como os tubarões e raias. A serra possui poros que são sensíveis ao movimento e à eletricidade. Pode entrar em rios, e é já foi encontrado na confluência dos rios Negro e Amazo- nas, a cerca de 720 km da foz. Espécie costeira, mas pode cruzar águas profundas para alcançar ilhas. Ascendem rios e pode tolerar água doce. Visto geralmente em baías, lagoas, estuários, e bocas de rio. E podem chegar até 120m de profundidade. Os peixes-serra se alimentam de peixes, camarões, lulas e organismos bentônicos. Reproduzem-se através da fertilização, como ocorrem em todos os elasmobrân- quios. A maturidade é atingida com aproximadamente 10 anos de idade. Figura 8 - Pirarucu 32 Figura 9 - Peixe-serra Fonte: http://www.pesca.tur.br/artigos/especies-maritimas-ameacadas/ 5.3. A diversidade de anfíbios e répteis Em relação aos anfíbios (sapos, rãs, salamandras etc.), o Brasil possui 518 espé- cies, a segunda maior diversidade do globo. A Amazônia abriga 163 espécies, nú- meros que deverá crescer significativamente com o avanço das pesquisas, pois apenas um número pequeno de grandes rios navegáveis foi pesquisado. O ende- mismo em anfíbios ainda é pequeno, envolvendo apenas 12 espécies (7% do total). Das 6400 espécies de répteis (cobras, tartarugas, jacarés) conhecidas no mundo, há 550 na Amazônia continental, 62% das quais endêmicas. Há quatro espécies de ja- caré. Até há três décadas, sua caça era permitida no Brasil. Em outros países a ca- ça persiste. De qualquer maneira, a caça, ilegal ou não, prossegue, e estima-se que a Amazônia seja o principal fornecedor de peles de jacaré. A maior procura atual- mente, assim como no caso das tartarugas, é por sua carne, especialmente por ga- rimpeiros e ribeirinhos. Há 89 espécies de lagartos na região, cerca de 2/3 é endê- mica. Quanto às cobras, acredita-se que haja mais de 300 espécies. Numa única região do Peru, em Iquitos, pesquisadores identificaram 166 espécies de cobras. 35 seguiram um caminho evolutivo diferente do seguido pela maioria das outras tarta- rugas, que encolhem o pescoço em “S” e para dentro. Habita rios e lagos da Amazônia, vivendo aproximadamente 50 anos. Alimentam-se de pequenos peixes e plantas aquáticas. É o maior quelônio da América do sul. Atinge facilmente 50 kg, mas algumas che- gam a até 75 kg e um casco de 90 cm de comprimento. Por isso, foram muito caça- das, e ainda o são por povos ribeirinhos da floresta, por sua carne e pelos seus ovos. Hoje, busca-se equilibrar o quanto se pode caçar deste animal com a reposi- ção de indivíduos pela reprodução, e a apanha de ovos foi proibida. Figura 12 - Tartaruga-do-Amazonas Fonte: http://www.animalzoom.org/port/animais1.htm 5.4. A diversidade das Aves Estima-se que há cerca de mil espécies de aves na Amazônia, 11% do total mundial. Destas, 283 são consideradas raras ou com distribuição restrita. Uma das regiões mais prioritárias é a dos “Tepui”, os refúgios montanos, nos cumes de Roraima. No Brasil como um todo são conhecidas 1677 espécies de aves. Este é o terceiro maior grupo do planeta, que conta com 9050 aves no total. O caso da região de Belém é um dos mais críticos. Ali o Museu Goeldi e a Conservation Internation estão traba- lhando para identificar a biodiversidade local no denominado Centro de Endemismo de Belém. Estima-se que 60% das matas já tenham desaparecido. 36 5.4.1. Harpia harpyja O Gavião-real (Figura 13) é uma ave accipitriforme da família Accipitridae. É conhe- cido também como Gavião-de-penacho, Guiraçu (uirá, guirá = ave, açu = grande), Hárpia e Uiraçu. Fonte: http://www.wikiaves.com.br/291108&t=s&s=10238 Embora não seja a maior das aves predadoras do planeta, é tida como a mais forte. Possui bico potente e garras enormes. Tem um crescimento populacional muito lento. Este fato, associado à destruição de grandes áreas florestais e à caça indiscriminada, torna a espécie ameaçada de ex- tinção em nosso País. Mede cerca de 105 cm de comprimento e até 220 cm de envergadura. O macho mede cerca 57 cm de altura e pesa 4,8 kg. A fêmea mede cerca de 90 cm de altura e pesa até 9 kg. Alimenta-se de animais grandes, como a preguiça-real, mutuns, coatás, macacos- prego e guaribas, filhotes de veados, araras-azuis, seriemas, tatus, cachorro-do- mato e cobras. É rápido e forte em suas investidas, sendo capaz de arrancar pregui- Figura 13 - Gavião-real 37 ças agarradas a galhos de árvores. Há relato da captura de um macho de guariba que pesava em torno de 6,5 kg. Faz ninho no alto das árvores maiores, como sumaumeiras e castanheiras, de onde observa tudo ao redor. O ninho, tão grande quanto o de um jaburu, é construído com pilhas de galhos. Põe 2 ovos cinza-esbranquiçados entre setembro e novembro, os quais pesam em torno de 110 g e têm período de incubação de 52 dias. Geralmente apenas um filhote sobrevive, levando cerca de 5 meses para voar, e de 2 a 3 anos para se tornar adulto, dependendo dos cuidados dos pais por um ano ou mais. A espécie não se reproduz todos os anos, pois necessita de mais de um ano para completar o período reprodutivo. Espécie rara, habita florestas primárias densas e florestas de galeria. Vive solitário ou aos pares na copa das árvores. Apesar do seu tamanho, é bastante ágil e difícil de ser visto. Presente no Brasil em regiões florestais remotas, sobretudo na Amazônia, ou em áreas protegidas, como as reservas de Mata Atlântica, eles migram em algumas épocas do ano para o estado de São Paulo. Encontrado também do México à Argen- tina. 5.5. A diversidade dos Mamíferos São 311 espécies de mamíferos 9 mastofauna na Amazônia, cerca de 7% do total mundial. Os estudos ainda são insuficientes e este número deverá aumentar como prova a descoberta de novas espécies, inclusive primatas (macacos) nos últimos anos. Das 311 espécies há 22 de marsupiais (que não têm placenta, como gambás, cuícas), 11 de edentados (sem dente, como os tamanduás), 124 de morcegos, 57 de primatas (macacos), 16 de carnívoros (onça, irara), duas de cetáceos (golfinhos), cinco de ungulados ( com casco, como os veados), uma de sirênio (“relativo às se- reias” – o peixe-boi), 72 de roedores (ratos, cotias, pacas, capivaras) e uma de la- gomorfo (lebre). 40 A onça-pintada se espalhava, inicialmente, desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, porém, seu território de ocupação diminuiu sensivelmente. Cos- tuma ser encontrada em reservas florestais e matas cerradas do Brasil, bem como em outros locais ermos onde vivam mamíferos de pequeno porte de que se alimen- ta. Seu habitat preferencial são zonas florestais, mas a espécie também vive em planícies pantanosas, savanas e até desertos. Figura 15 - Onça-pintada Fonte: http://interessante-curiosidades-animais.blogspot.com/2011/05/onca-pintada.html 5.5.3. Pteronura brasiliensis A Ariranha (Pteronura brasiliensis) (Figura 16) é ótimo nadador, mergulha bem, ali- menta-se principalmente de peixes e moluscos. Podendo ter de 23 kg a 34 Kg e com os machos podendo alcançar até 1,8 m de comprimento. Vive em bandos de até 20 elementos à beira de rios e lagos, onde faz tocas para abrigar-se ou para procriação, sob as raízes das árvores ribeirinhas, no final, apresenta um compartimento mais alongado. São brincalhões e barulhentos. Semelhante à lontra, porém, mais escura e com uma distinta mancha branco-amarelada no queixo, garganta e peito de forma variável, com a ponta do focinho coberta de pelos. A cor geral, nas partes superio- res, é marrom-pardacenta e, inferiormente, mais clara. Quando molhada, a cor é mais escura. Cauda musculosa é achatada dorso-centralmente do meio até a ponta 41 e auxilia o deslocamento dentro d`água. O alimento principal é constituído de peixes que capturam no mergulho, saindo d`água para comer. Os pés são grandes e apre- sentam membrana interdigital. Os locais que apresentam melhores condições para sua sobrevivência são os parques florestais e reservas biológicas. Não há dados precisos sobre a reprodução da lontra. Mas sabe-se que sua gestação dura cerca de 60 dias e que o número de filhotes varia entre um e cinco. A fêmea cuida da ninhada durante um extenso período, elevando presas semi-abatidas para os filhotes. Ao completar um ano, os filhotes começam a se dispersar. Figura 16 - Ariranha Fonte: http://www.conhecaopantanal.com.br/index.php?modulo=RkFVTkFfRkxPUkE=&id=Mjk= 5.6. Animais Ameaçados de Extinção A extinção é um processo natural. Estima-se que um milhão de anos seja o período de vida natural de uma espécie. Naturalmente estima-se que, em equilíbrio dinâmi- co, o planeta perca, de uma maneira genérica. No caso de espécies de aves, se- gundo Stuart Pimm e Clinton Jenkins, a perda natural seria de uma espécie a cada século. No entanto, no estagio atual de degradação do planeta, verifica-se a perda de uma espécie a cada ano. 42 Há diversas causas para a extinção – a introdução de espécies exóticas (cães e ra- tos em ilhas, o camarão-da-malasia no litoral brasileiro), a caça e pesca excessivas, a destruição do habitat natural pela pecuária, agricultura e urbanização, e, recente- mente, o aquecimento global e suas consequências. Nenhuma causa, no entanto, compara-se à recente intervenção humana nas flores- tas tropicais. Estimativas alarmistas preveem que ela venha a representar a perda de uma espécie superior por dia. Caso seja mantido o ritmo de exploração, a extin- ção poderá ser de uma espécie por hora. Ao final de 50 anos, teremos perdido 10% das espécies florescentes da Terra, sem que jamais saibamos, de muitas delas, a função no ecossistema e a eventual utilidade para o homem. Essa é uma perda si- lenciosa. 5.6.1. Anodorhynchus hyacinthinus A arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthius) (Figura 17), na natureza, pode ser observada voando ou com mais facilidade andando pelo chão. Após a formação do casal, passam a maior parte do tempo juntos dividindo todas as tarefas. Em julho começam a inspecionar e reformar as cavidades, para o período de reprodução que está começando. O pico de reprodução pode variar, mas em geral acontece de se- tembro a outubro, sendo que a criação dos filhotes pode se estender até janeiro ou fevereiro do ano seguinte. Nesta época é comum ver a disputa por ninhos entre as araras-azuis e também com outras espécies. Figura 17 - Arara-Azul-Grande Fonte: http://animais.culturamix.com/informacoes/aves/a-arara-azul-pequena 45 6. Ameaças à Floresta As ameaças à Amazônia são muitas. Essas ameaças são caracterizadas pela explo- ração de recursos e uso das terras de forma irresponsável. As principais ameaças a Floresta Amazônica são o desmatamento ilegal, as queimadas criminosas, a cons- trução de grandes empreendimentos no meio da floresta e a caça indiscriminada de animais silvestres. 6.1. Desmatamento A ocupação intensa da Amazônia começou no início da década de 1970. Embora áreas extensas ainda permaneçam intactas, a taxa de perda da floresta é dramática, em especial no “arco do desmatamento”, ao longo das bordas sul e leste. A perda da biodiversidade e os impactos climáticos são as maiores preocupações. A vastidão das florestas remanescentes significa que os impactos potenciais do desmatamento de forma continuada são muito mais importantes que os já severos impactos que ocorreram até hoje. O combate ao desmatamento no Brasil é uma prioridade para o governo e para as organizações internacionais. O monitoramento e a repressão são, atualmente, as estratégias principais. Uma fiscalização efetiva e a arrecadação de multas daqueles que não possuem autorização do IBAMA, contudo, devem ser acompanhadas pela compreensão necessária dos aspectos sociais, econômicos e políticos para se tratar o problema por meio de mudanças na política. 6.1.1. A extensão e o Índice de Desmatamento Em 2003, a área de floresta desmatada na Amazônia brasileira alcançou 648,5 x 10³ km² (16,2% dos 4 x 106 km² da floresta original da Amazônia Legal, que é de 5 x 106 km²), incluindo, aproximadamente, 100 x 10³ km² de desmatamento “antigo” (pré- 1970) no Pará e no Maranhão (Figura 20; INPE, 2004). O índice atual e a extensão cumulativa do desmatamento abrangem áreas enormes. A extensão original da flo- resta amazônica brasileira era, aproximadamente, equivalente à área da Europa Oriental. O índice é frequentemente discutido no Brasil em termos de “Bélgicas” já que a perda anual equivale à área desse país (30,5 x 10³ km²), enquanto que a so- ma cumulativa é comparada à França (547,0 x 10³ km²). A presença europeia, por 46 quase cinco séculos, antes de 1970, desmatou uma área ligeiramente maior que Portugal. As explicações oficiais, assim como os motivos pelos quais os índices do desmatamento flutuam (decretos influenciando os incentivos e programas para fisca- lização e arrecadação de multas), no entanto, são provavelmente incorretas, como explico aqui. Além disso, uma variedade de questões técnicas sobre as próprias es- tatísticas permanece em aberto (Fearnside & Barbosa, 2004). Figura 20 - Desmatamento da Amazônia Brasileira Para o desmatamento acumulado, a parte preta de cada barra representa o desmatamento anterior à 1970. Dados do INPE (2004), exceto o ano de 1978 (Fearnside, 1993b). 47 6.1.2. Causas de Desmatamento Na Amazônia brasileira, o peso relativo dos pequenos fazendeiros versus grandes latifundiários altera-se continuamente devido às pressões econômicas e demográfi- cas. Os grandes latifundiários são mais sensíveis às mudanças econômicas, tais como as taxas de juros e outros investimentos, subsídios governamentais para o crédito agrícola, índice de inflação e preço da terra. Os incentivos fiscais foram um forte condutor do desmatamento nas décadas de 1970 e 1980 (Mahar, 1979). Embo- ra um decreto em 1991 tenha suspendido novos incentivos, os antigos continuam, ao contrário da impressão sustentada por afirmações de autoridades do governo de que tudo acabou. Outros incentivos, como o crédito subsidiado pelo governo com taxas bem abaixo da inflação, tornaram-se muito mais escassos depois de 1984. Antes do Plano Real, em 1994, a hiperinflação dominou a economia do Brasil duran- te décadas. A terra era muito valorizada e os preços atingiam níveis mais altos do que poderiam ser justificados como um insumo para a produção agropecuária. a reti- rada das florestas possibilitava reivindicações pela terra e o desmatamento para a formação de pastagens era o mais barato e mais efetivo nesse sentido, embora seja questionável até onde essa atividade era usada como especulação de terra . A es- peculação de terra foi importante até por volta de 1987, quando houve um aumento subsequente do lucro da pastagem a partir da produção de carne bovina (Mattos & Uhl, 1994; Margulis, 2003). A recessão econômica brasileira é a melhor explicação para a queda nos índices do desmatamento de 1987 até 1991. Os fazendeiros não tinham capacidade de expandir suas áreas desmatadas tão rapidamente e o gover- no não tinha recursos para a construção de rodovias e para projetos de assentamen- to. O impacto das medidas de repressão (p. ex., patrulhamento com helicópteros, confisco de motosserras, multas) foi, provavelmente, menor. A mudança política so- bre os incentivos fiscais também foi ineficaz. O decreto suspendendo os incentivos (nº 153) começou a vigorar em 25 de junho de 1991 – subsequente à maior queda observada no desmatamento. 6.2. Queimadas O número de queimadas na Amazônia apresenta uma tendência constante de cres- cimento ao longo dos anos, nitidamente a partir de 1996, mas com variações intera- 50 Porém, o tipo de comércio de animais que mais preocupa é o dos organismos que possuem substâncias químicas que podem ou poderão ser usadas para a produção de medicamentos, aromáticos, inseticidas e cosméticos. O desenvolvimento das tecnologias para extração de químicos, sua sintetização em laboratório, a manipula- ção genética e a possibilidade de registro de patentes sobre estes recursos, está gerando uma guerra. É esta guerra que está por trás da chamada ‘biopirataria’. Conforme a Convenção da Biodiversidade, cada país deve ter direito aos seus re- cursos genéticos, mas, na prática, a tecnologia tem ajudado os países mais desen- volvidos a obterem patentes de recursos que não são originários de seus territórios. As patentes vão desde os nomes, como “cupuaçu” e “açaí”, passam pelo registro de processamentos tradicionais, como a produção de “cupulate” (chocolate feito com sementes do cupuaçu), e podem chegar até as formulações químicas, como o prin- cípio ativo Captopril, que controla a pressão arterial, originário do veneno da jararaca (Bothrops jararaca). Hoje em dia, os royalties dos medicamentos que usam esse princípio ativo não pertencem ao Brasil, mas ao laboratório norte-americano que fi- nanciou a pesquisa. Na recente disputa pelo cupuaçu, após intensa manifestação da sociedade e questi- onamento internacional, o direito ao uso deste nome e as técnicas de produção do “cupulate” foram “devolvidos” ao Brasil. No entanto, embora o país detenha esses direitos em seu território, uma empresa japonesa mantém os direitos sobre seu uso nos Estados Unidos e Europa. A problemática da biopirataria, no entanto, não envolve apenas disputas internacio- nais. Mesmo dentro do território nacional há uma preocupação sobre como assegu- rar às comunidades indígenas e tradicionais o direito sobre o uso e benefícios gera- dos por produtos naturais que estão em seus territórios, e cujo valor para a ciência é descoberto a partir dos seus conhecimentos algumas vezes seculares. 6.5. A Pesca Predatória Na pesca, as espécies mais visadas hoje em dia são os grandes bagres: a piramu- taba (Brachyplatystoma vaillanti), a dourada (B. flavicans), o surubim (Pseudoplatys- toma fasciatum) e a piraíba, também chamada de “filhote” (B. filamentosum). A ex- ploração deste recurso se dá principalmente no estuário, onde a atividade é mais 51 forte na seca, mas ocorre durante todo o ano. Nas demais regiões da Amazônia, onde acontece em menor intensidade, a atividade se concentra no período de águas baixas. A pesca desses animais se dá em escala industrial, cuja produção é voltada princi- palmente para a exportação. Estes grandes animais são muito apreciados, pois de- les se pode tirar filés de excelente sabor e sem espinhas. Estudos têm apontado uma diminuição na captura destas espécies (de 28 mil toneladas em 1977 para 10 mil toneladas em 1998), cuja causa mais provável é a diminuição dos estoques de- vido à super exploração. Assim, é necessário estabelecer medidas de controle para que tal atividade econômica mantenha-se em níveis sustentáveis. Os especialistas acreditam que o principal problema para a sustentabilidade da pes- ca da piramutaba, que é a mais valiosa e conhecida destas espécies, é o fato de os animais pescados no estuário serem em sua maioria jovens. O ciclo de vida da es- pécie inclui migrações de cerca de 3.500 km, principalmente na calha do Soli- mões/Amazonas. Os adultos sobem o rio e desovam, no Brasil, na área entre Taba- tinga e o rio Purus. Os jovens voltam para o estuário para crescer – e é quando são intensamente capturados. Estima-se que 80% da captura são de animais muito pe- quenos, que são devolvidos ao rio, mas geralmente não resistem e morrem. A inter- rupção do ciclo de vida dessa parcela significativa da população tem afetado os es- toques pesqueiros da espécie. O pirarucu, maior peixe de escama da região, foi por muito tempo pescado de forma artesanal. Com a introdução das redes, animais cada vez menores começaram a ser capturados. A captura do tambaqui também sofreu um importante declínio, atribuído à pesca. Um estudo no médio Solimões mostrou que a pesca destas espécies se dá nos lagos, onde residem os jovens, ou em áreas de queda de árvores no canal do rio, chamadas ‘pauzadas’. Acredita-se que este seja o local de desova destes ani- mais e que esta captura ocorreria na época da sua reprodução. Como o período do defeso era único para toda a bacia e a reprodução varia de um lugar para o outro, o estudo propôs que o período de defeso fosse regionalizado para efetivamente prote- ger as espécies nesta fase. 52 Conclusão A Amazônia é um grande fator para sobrevivência de diversas espécies, inclusive o ser humano, mas com essa grave depredação prejudica grande parte de sua biodi- versidade, pois, muitas espécies já foram extintas e muitas outras estão ameaçadas de extinção, abalando cada vez mais os ecossistemas. Se a situação não mudar, consequentemente, não só haverá grandes mudanças climáticas, como também, graves desastres ecológicos, ocorrendo o aumento do nível dos mares, inundações constantes, escassez de água potável em determinadas regiões e etc. 55 Ministério do Meio Ambiente. (23 de Setembro de 2008). Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. Instrução Normativa nº 6. Brasília, Distrito Federal, Brasil. MMA/SINIMA. (s.d.). Ariranha (Pteronura brasiliensis). Acesso em 03 de Outubro de 2011, disponível em Ambientebrasil: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/mamiferos/ariranha_(pteronura_ brasiliensis).html Morales, P. (s.d.). Pirarucu: Giant of the Aquarium. Acesso em 04 de Outubro de 2011, disponível em WhoZoo: http://whozoo.org/Intro98/paomora/pirarucu2.htm Pacievitch, T. (15 de Maio de 2008). Sucuri. Acesso em 04 de Outubro de 2011, disponível em Infoescola: http://www.infoescola.com/repteis/sucuri/ Patro, R. (s.d.). Vitória-régia - Victoria amazonica. Acesso em 04 de Outubro de 2011, disponível em Jardineiro.net: http://www.jardineiro.net/br/banco/victoria_amazonica.php Peixes de Água Salgada. (s.d.). Acesso em 05 de Outubro de 2011, disponível em Viva Terra: http://www.vivaterra.org.br/peixes_salgada_5.htm Que energia é essa? (s.d.). Acesso em 27 de Setembro de 2011, disponível em Pick-upau Brasil: http://www.pick- upau.org.br/mundo/hidreletrica_energia/hidreletrica.htm Rede Amazônica. (s.d.). Amazônia de A a Z. Acesso em 2 de Outubro de 2011, disponível em Portal Amazônia: http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/categorias.php?acao =categoria&id=3 Sucuri (Eunectes murinus). (s.d.). Acesso em 04 de Outubro de 2011, disponível em Ciência, Ficção e Interpretação: http://rpg_ficcao.sites.uol.com.br/Bestiario/Sucuri.htm Titan Beetle - World's Largest Beetle. (s.d.). Acesso em 04 de Outubro de 2011, disponível em FactZoo.com: http://www.factzoo.com/insects/beetles/titan- beetle-worlds-largest.html 56 Apêndices Apêndice A - Animais Ameaçados de Extinção na Amazônia Nome Científico Autor, Data Nome Popular Caluromyslops irrupta Sanborn, 1951 Cuíca-de-colete Prlodontes maximus (Kerr, 1792) Tatu-canastra Myrmecophaga tridactyla Linaeus, 1758 Tamanduá-bandeira Ateles belzebuth E. Geoffroy, 1806 Coatá, Macaco-aranha Ateles marginatus E. Geoffroy, 1809 Coatá Saguinus bicolor Spix, 1823 Sagui-de-duas-cores Cebus kaapori Queiroz, 1982 Macaco-caiarara Saimiri vanzolinii Ayres, 1985 Macaco-de-cheiro Cacajo calvus calvus (I. Geoffroy, 1847 Uacari-branco Cacajo calvus novaesi Hershkovitz, 1987 Uacari-de-novaes Cacajo calvus rubicundus I. Geoffroy & Deville, 1848 Uacari-vermelho Chiropotes satanas Hoffmannsegg, 1807 Cuxiú-preto Chiropotes utahicki Hershkovitz, 1985 Cuxiú Speothos venaticus Lund, 1842 Cachorro-vinagre Leopardus tigrinus Schreber, 1775 Gato do mato Leopardus wiedii Schinz, 1821 Gato-maracujá Panthera onça Linnaeus, 1758 Onça-pintada Pteronura brasiliensis Gmelin, 1788 Ariranha Trinchechus inunguis Natterer, 1883 Peixe-boi-da-Amazônia Crax fasciolata pinima Pelzeln, 1870 Mutum-de-penacho Psophiaviridis obscura Pelzeln, 1857 Jacamim-de-costas- verdes Thalasseus maximus Boddaert, 1783 Trinta-réis-real 57 Numenius borealis Forster, 1772 Maçarico-esquimó Anodorhynchus hyacinthinus Latham, 1790 Arara-azul-grande Guaruba guarouba Gmelin, 1788 Ararajuba Pyrrhuralepida lépida Wagler, 1832 Tiriba-perola Pteroglossus bitorquatus bitor- quatus Vigors, 1826 Araçari-de-pescoço- vermelho Dendrexetastes rufigula paraen- sis Lorenz, 1895 arapaçu-canela-de-belém Dendrocincla merula badia Zimmer, 1934 Arapaçu-da-taoca- maranhense Oryzoborus maximiliani Cabanis, 1851 Bicudo, bicudo-verdadeiro Phlegopsis nigromaculata para- ensis Hellmayr, 1904 Mãe-de-toaca-pintada Chelonia mydas Linnaeus, 1758 Tartaruga-verde Taczanowskia trilobata Simon, 1895 Aranha Stegodyphus manaus Kraus&Kraus, 1992 - Agacephala margaridae Alvarenga, 1958 Besouro
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