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Guias e Dicas
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Revista - Frutas e Derivados - IBRAF, Notas de estudo de Engenharia Florestal

Quando o fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet, causador da Sigatoka negra, atinge os bananais, com variedades suscetíveis em condições de clima quente e úmido, as perdas chegam a 100% da produção. Para ajudar na solução do problema, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical lançou as novas cultivares de bananeira Japira e Pacovan Ken, resistentes à doença. O pesquisador Sebastião de Oliveira e Silva, responsável pelo melhoramento de bananeira, afirma que “o uso das duas variedades evita a apl

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 13/02/2012

Éder_Naves78
Éder_Naves78 🇧🇷

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Baixe Revista - Frutas e Derivados - IBRAF e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! mr, de e = A ud A Sa Processamento Mínimo Eae e E e] aproveitamento da produção Re: [Ma plo oRTE De fe RUE [e EST oa (hp) Ambiente [o Ts os ear o Ti Ea EE Entrevista EaD ipa RES a ET] de Agricultura de 5ão Paulo Er Sistema garante qualidade e procedência das frutas Conquiste o mundo ANYykKLauritzentool alia mais de um século de experiência no transporte maritimo com o que hã de mais moderno em logistica para conduzir produtos com eficiência e segurança ao destino. Especializada no transporte de cargas frigoríficas, a empresa atende às mais exigentes & rigorosas especificações de seus clientes Os modernos navios Reefer da NYKLauritzenCool levam a produção aos mais diferentes lugares do mundo. Assim, encurtam distâncias, promovem parcerias e proporcionam tranquilidade, confiabilidade e comodidade nos negócios. [pelo (e O ie RO VERIA e E RO RE DC) Ea rz cd [o A EEE Lo RD Do O SE Ac aee a Re] X*" .. Revista Frutas e Derivados Ze». " Informação a Serviço da Fruticultura pus Frutas edetivados pg c derivados Tendências e frutas processadas no Brasil e Mundo & Quer ver o seu produto circular nos principais pólos de produção? & Ter sua marca reconhecida pelo seu público-alvo? & Estar presente em um dos sites de fruticultura mais visitados? À Revista Frutas e Derivados proporciona todos estes benefícios aos seus anunciantes. Com tiragem de 6.000 exemplares, a Frutas e Derivados tem distribuição gratuita em todo o território nacional. Foi desenvolvida para proporcionar a troca de informações entre os participantes do agronegócio da fruticultura, envolvendo produtores e exportadores de frutas, agroindústria de processamento, fornecedores a de produtos e serviços, centros de pesquisa, entre - outros. Invista na fruticultura e associe a sua marca a mais este projeto do IBRAF. 6 ESPAÇO DO LEITOR “A revista é ótima, supera as expecta- tivas, com temas atuais e dinâmicos. Deixo uma sugestão para que vocês au- mentem o espaço que traz publicações sobre a fruticultura e os endereços de onde adquiri-las.” Waldemar Domingos de Santana Júnior Produtor Rural, Itumbiara – GO “Gostaria de parabenizá-los pela excelente qualidade da revista e seu conteúdo técnico. Sem sombra de dúvidas, a revista é de grande importância para o desenvol- vimento da fruticultura nacional.” Fernando Augusto de Souza Gerente Geral da Korin Agricultura Natural “Sou pesquisadora-científica do Fruthotec/Ital na área de tecnologia de frutas. Acho as reportagens da Revista Fru- tas e Derivados muito esclarecedoras e bem acessíveis ao público leigo.” Ms. Silvia Cristina Sobottka Rolim de Moura Campinas - SP Endereço: Avenida Ipiranga, 952 • 12º andar • CEP 01040-906 • São Paulo • SP Fax: (11) 3223-8766 E-mail: revista@frutasederivados.com.br ERRATA Na matéria de capa Altos e Baixos, publicada na edição 4, de dezembro de 2006, a informação sobre o volu- me de exportação de figos está erra- da. Onde se lê “no acumulado de ja- neiro a outubro, o Brasil exportou 482 mil toneladas da fruta”, leia-se 482 toneladas. Agradecemos o alerta sobre os nú- meros referentes à exportação, en- viado pelo produtor e exportador Maurício Brotto, de Campinas/SP. ESCREVA PARA “Ao visitar a empresa Frutas Boutim, de Porto Amazonas/PR, minha esposa, Suzana M. R. Gorniski, encontrou um exemplar da revista Frutas e Derivados e elogiou as matérias abordadas e as bem- elaboradas composição e arte, além de uma impressão sofisticada. Parabéns à equipe.” Aramis Gorniski Editor do jornal “A Tribuna Regional” e da revista “Informação”, Lapa - PR “Foi uma satisfação receber a revista Fru- tas e Derivados e deparar com artigos que atendam diferenciados segmentos da ca- deia frutícola. Assim como o amigo Pro- fessor Pesquisador Dr. Rafael Pio, concor- damos que existam muitos entraves para podermos conquistar recursos públicos para fins científicos. Como opção, busca- mos os produtores como parceiros, que nos apoiam e se beneficiam diretamente de nossas pesquisas.” Prof. Adjunto Fabio del Monte Cocozza Universidade Estadual da Bahia Campus IX - Barreiras 7 ENTREVISTA JOÃO SAMPAIO João de Almeida Sampaio Filho, 41 anos, nasceu na capital paulista, cidade onde a zona rural praticamente acabou, mas sua história de vida está associada à agricultura. Economista e produtor rural nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Paraná, esteve à frente de diversas entidades liga- das ao agronegócio. Foi presidente da Associação dos Produtores de Borracha do Estado do Mato Grosso e vice-presidente da Associação Paulista do Setor. Ocupou, também, a presidência da Câmara Setorial Nacional de Borracha e da Comissão Na- cional da Borracha da CNA (Confederação Nacio- nal da Agricultura). Foi vice-presidente na Associa- ção Comercial do Estado de São Paulo, conselhei- ro da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto e, a partir de 2002, ocupou a presi- dência da Sociedade Rural Brasileira, função que deixou para assumir a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. À frente do Estado, detentor da maior plataforma agrícola do País, ele fala de projetos para sua gestão, inicia- da este ano. DESAFIOS JO Ã O L U IZ - S A A /C O M U N IC A Ç Ã O À FRENTE DE 10 CAMPO DE NOTÍCIAS Luciana Pacheco Brasil Recupera Registro da Marca Açaí O açaí, que desde 2003 estava re- gistrado no Japão como marca de propriedade da empresa K.K. Eyela Corporation, é de novo brasileiro. O Departamento de Patrimônio Genético, do Ministério do Meio Ambiente, informou, em fevereiro, que o registro da marca “açaí” foi cancelado por ordem do Japan Patent Office, o escritório de regis- tro de marcas do Japão. Porém, a empresa ainda tem 30 dias para recorrer da decisão. Para coibir o registro indevido de componentes da biodiversidade na- cional, o governo formulou lista com 3 mil nomes científicos de plantas bra- sileiras e distribuiu para escritórios de registro de marcas no mundo intei- ro. Produtos típicos, como cupuaçu, rapadura e até escapulário já foram registrados indevidamente como marcas fora do País. Embrapa Lança Processo Agroindustrial de Passas de Mamão A Embrapa Mandioca e Fruticultu- ra Tropical (Cruz das Almas/BA) lançou em dezembro o processo agroindustrial “passas de mamão”, sem o uso de conservantes, que de- manda baixo investimento em equi- pamentos - basta um secador para que a temperatura durante o proces- so de secagem seja controlada. O aspecto do produto é um gran- de diferencial, pois possui textura e cor brilhantes, diferente dos pro- dutos disponíveis no mercado, que são geralmente escuros, cristaliza- dos na superfície e com textura rí- gida. Esta tecnologia, segundo a Embrapa, terá impactos significati- vos no aproveitamento do mamão, além de gerar receitas para a agroindústria de pequena escala, pois requer baixo investimento. Mais informações: Embrapa Man- dioca e Fruticultura Tropical, telefone (75) 3621-8076, fax (75) 3621-8015, e-mail: leacunha@ cnpmf.embrapa.br. Usos Sustentáveis da Casca de Coco Segundo dados da Embrapa Agroindústria Tropical, cerca de 70% do lixo gerado na orla das grandes cidades brasileiras é com- posto por cascas de coco verde, material de difícil degradação e foco de proliferação de doenças, que diminui a vida útil de aterros sani- tários e lixões. Em Fortaleza/CE, nos meses de alta estação, só a Avenida Beira-Mar e a Praia do Fu- turo recebem 40 toneladas por dia do resíduo. Para reduzir este efeito e aprovei- tar a matéria-prima, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu uma tecnologia e um conjunto de equipamentos para processamento da casca de coco verde, transfor- mando o resíduo em pó e fibra. O trabalho viabilizou a implantação de uma unidade de beneficiamento no bairro do Jangurussu, em Fortale- za, com recursos do Banco Mun- dial, em parceria com diversas ins- tituições públicas e privadas. O pro- jeto pretende instalar cercas verti- cais de contenção, feitas a partir das mantas de coco verde. As mantas ajudarão a barrar a ação do vento, evitando que as partículas de areia invadam as residências dos mora- dores da Praia do Serviluz. Elas também serão usadas como cober- tura de solo para a plantação de espécies adaptadas ao ambiente, como cactáceas (palma forrageira), arbustivas (murici, guajiru e nim), fru- tíferas (cajueiro e goiabeira) e her- báceas (salsa e amendoim), além de canteiros com 14 espécies de plan- tas medicinais, como, por exemplo, alecrim-pimenta, malvarisco, con- frei, chambá, capim-santo, hortelã japonesa e alfavaca. A casca do coco também está sen- do transformada em vasos e pla- cas por uma empresa de Fortale- za/CE. Confeccionados à base de fibra de coco, os produtos aten- dem ao critério de similaridade ao xaxim, espécie em extinção, de- vido à sua extração para paisagismo. A fibra de coco consegue reter umi- dade e deixa as plantas ultrapassa- rem as paredes dos vasos e das pla- cas, permitindo, assim, que se de- senvolvam conforme suas necessi- dades e funções. Embalagens de Madeira Ganham Novas Regras O Brasil passará a exigir dos seus parceiros comerciais mercadorias acondicionadas em embalagens de madeiras certificadas. A medida objetiva reduzir o risco de intro- dução de pragas exóticas no Bra- sil e manter o País livre das prin- cipais pragas quarentenárias flores- tais com ocorrência em países da Ásia, Europa e dos Estados Uni- dos. Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste- cimento (Mapa) publicou Portaria, que coloca em consulta pública por um prazo de 60 dias o proje- to da Instrução Normativa, que visa adotar diretrizes e recomen- dações para certificação fitossa- nitária das embalagens e dos su- portes de madeira, usados no 11 acondicionamento e transporte de quaisquer mercadorias destinadas ao comércio internacional. A nova norma estabelecerá crité- rios de rastreabilidade, emissão de certificados, exportação, inspeção e fiscalização, e medidas fitossa- nitárias cabíveis para essas emba- lagens e os suportes de madeira. A madeira deverá, por exemplo, estar livre de insetos vivos e sem sinal de infestação de pragas. A responsabilidade de cumprimento das regras recairá sobre a empresa exportadora e importadora, que deve estar em concordância com as regras da Instrução Normativa. A certificação será necessária para embalagens e suportes de madei- ra em bruto - aqueles que não so- freram processamento, nem fo- ram submetidos a tratamento -, que inclui caixas, engradados, paletes, madeira de estiva, lastros e calços. Estão isentos das exigên- cias de certificação, as embalagens e os suportes de madeira indus- trializados, processados ou que, no processo de fabricação, tenham sido submetidos ao calor, colagem ou pressão, a exemplo de compen- sados e aglomerados de partículas, fibras orientadas ou folhas com es- pessura de 6 mm ou menos. Para mais informações, consulte a Portaria de nº 7, publicada na edi- ção de 17/01/07 no Diário Oficial da União, disponível no site da Impren- sa Nacional, no endereço eletrônico www.in.gov.br. Castanhas do Rio Grande do Norte Acessam o Mercado Externo Exportação para Europa e preços de venda melhores, com aumen- to da rentabilidade do negócio são os resultados das ações, promo- vidas pelo Sebrae, há três anos, para fortalecer e desenvolver a cultura empreendedora entre os produtores de castanha de caju, organizados em 11 municípios do Rio Grande do Norte. No ano passado, foi criado um projeto para promover a ocupação e o au- mento das vendas das castanhas de forma competitiva e sustentá- vel, fundamentadas na cultura de cooperação. Desde então, foram construídas e revitalizadas dezenas de indústrias que, juntas, são res- ponsáveis por quase 20% da pro- dução de castanhas de caju de todo o Brasil. Nos períodos de safra, entre os meses de outubro e janeiro, as in- dústrias chegam a empregar 280 famílias, beneficiando 600 pesso- as diretamente e 3 mil indireta- mente. De acordo com o gestor do projeto no Estado, Lecy Carlos Gadelha Júnior, em 2006, as minifábricas produziram 90 tone- ladas de castanhas de caju, das quais 75 foram enviadas para Itá- lia e Alemanha e 15 toneladas fo- ram vendidas para o mercado in- terno. Além disso, os produtores au- mentaram o preço do quilo das cas- tanhas de R$ 0,70 para R$ 1,10, melhorando sua rentabilidade. Com a implantação das unidades familiares nas minifábricas e acom- panhamento do Sebrae, os pro- dutores se organizaram, investi- ram em embalagens novas e mais modernas, reduziram a sua dependência sobre os atra- vessadores na comercialização e aumentaram a oferta para os mercados interno e externo da castanha e dos subprodutos do caju, inclusive o orgânico. Fazenda de Goiaba Conquista Certificação Rainforest Alliance O Sítio São Nicolau, da empresa Val Frutas, produtora e processadora de goiaba de Vista Alegre do Alto/SP, foi a primeira fazenda de goiaba do mundo a receber autorização para utilizar o selo Rainforest Alliance Cert i f ied em seus produtos. Roberto Rossi, supervisor de Marketing da empresa, explica que “este é um selo reconhecido in- ternacionalmente e, no intuito da melhoria contínua de suas práti- cas agrícolas, a Val Frutas encon- trou nesta certificação os requisi- tos ideais para a promoção da agr icul tura sustentável”. A certificação garante que a empre- sa respeita o meio ambiente, os trabalhadores e a região onde está inser ida. Para conquistar a certi f icação, a propriedade se comprometeu com as regras da Rede de Agricultura Sustentável, rede internacional de organizações sem fins lucrativos, que estabele- ce, entre outras normas, a con- servação dos rios, dos solos e do meio ambiente. Além disso, as pro- priedades devem garantir que os tra- balhadores e suas famílias sejam res- peitados, recebendo um salário dig- no e tendo acesso à saúde e à edu- cação. Para o Imaflora, organização sem fins lucrativos,responsável pelo processo de certificação Rainforest Alliance no Brasil, a conquista da Val Frutas representa o primeiro passo para a ampliação do segmmento de certificação para frutas. Além da goiaba, outros cultivos possuem o selo Rainforest Alliance, como café, banana, laranja e flores, em diversos países da América Latina e mais recentemente na África. 12 NO POMAR Marlene Simarelli Quando o fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet, causador da Sigatoka negra, atinge os bananais, com variedades suscetíveis em condições de clima quente e úmido, as perdas chegam a 100% da produção. Para ajudar na solução do problema, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical lançou as novas cultivares de bananeira Japira e Pacovan Ken, resistentes à doença. O pesquisador Sebastião de Oliveira e Silva, responsável pelo melhoramento de bananeira, afirma que “o uso das duas variedades evita a aplicação de fungicidas no controle das sigatokas amarela e negra, prática de elevado custo e com implicações ambientais”. A cultivar Japira produz 25 toneladas por hectare; apresenta a maioria das caracterís- ticas de desenvolvimento e de rendimento superior à Prata e bastante semelhante a Pacovan. Mas é superior na reação às doenças, sendo resistente a Sigatoka amarela, a Sigatoka negra e ao mal-do-Panamá. Foi lançada no Espírito Santo e avaliada em dife- rentes ecossistemas na Bahia, no Amazonas e no Acre. A Pacovan Ken tem porte de médio a alto, ciclo médio e se destaca das demais por apresentar produção de 30 toneladas por hectare. Os cachos, de frutos mais doces, podem chegar a 28 quilos, com sete a dez pencas por unidade. Apresenta também resistência a Sigatoka amarela e ao mal-do-Panamá. Lançada na Bahia, a Pacovan Ken foi testada e recomendada para outros estados da região Norte. Informações sobre as mudas das novas variedades podem ser obtidas na Campo Biotecnologia, telefone (75) 3621-2584, email: fernando@campo.com.br. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ CUIDADOS COM O MAMOEIRO A partir de março, quando diminuem as chuvas e a temperatura cai, a cultura do mamoeiro, de produção contínua, exige que os produtores fiquem atentos, principalmente para os problemas fitossanitários, como o ácaro-rajado e as doenças viróticas meleira e mosaico do mamoeiro. Isto porque sua ocorrência fica favorecida com a entrada do período da seca. O pesquisador David Martins, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – Incaper –, explica que “os ácaros-rajados (Tetranychus urticae) surgem com o início da seca. São pequenos indivíduos, pouco perceptíveis a olho nu, encontrados associados às folhas mais velhas do mamoeiro, geralmente na parte inferior do limbo, formando colônias entre as nervuras mais próximas do pecíolo, onde tecem teias e depositam seus ovos. Quando as folhas são intensamente atacadas, secam e caem, prematu- ramente, provocando redução da área foliar. A queda das folhas afeta o desenvolvimento e a produtividade da planta e deprecia a qualidade dos frutos pela sua exposição à ação direta dos raios solares”. O ataque do ácaro-rajado aos pés de mamoeiro normalmente surge em reboleiras. “E é nas reboleiras que a praga deve ser combatida antes que se disseminem pela lavoura”, enfatiza Martins. As duas doenças viróticas meleira e mosaico do mamo- eiro aparecem com o final do verão, em condições de temperaturas mais amenas. Essas condições climáticas favorecem o aparecimento dos sintomas com maior ra- pidez, ou seja, ficam mais evidentes. Como para essas doenças não há controle, o pesquisador recomenda que as plantas atacadas sejam erradicadas, tão logo apare- çam os primeiros sintomas, para evitar que se dissemi- nem pela lavoura. BANANA RESISTENTE A SIGATOKA NEGRA EM B R A PA C N PM F Japira (acima) e Pacovan Ken são resistentes a sigatoka negra. O clima mais ameno e seco favorece o aparecimento de pragas e doenças como ácaro rajado (acima) e meleira (ao lado). FO TO S IN C A PE R /E S 15 safra, quando os preços caem, elas ficam mais aces- síveis também às classes B, C e D”, observa. Ele lembra que a amora é a que apresenta maior pro- dução e preço mais reduzido, principalmente no pico da safra. Segundo Zanardi, as frutas finas são muito sensíveis, apresentando bastante dificuldade de manuseio. Isso faz que o preço do mirtilo, por exemplo, seja muito alto, tornando praticamente impossível consumi-lo fresco. No geral, essa fruta é comercializada congelada, sob a forma de polpa ou utilizada no preparo de doces e geléias. Outra fruta difícil de ser comercializada fresca, na opinião de Zanardi, é a framboesa. “É muito sen- sível para ser comercializada fresca, exige cuidados na colheita e na pós-colheita, além de uma estrutu- ra muito boa de armazenagem e refrigeração”, ex- plica. Já a pitaya, embora seja uma fruta nova no mercado, tem tido o consumo aumentado aos pou- cos, mas os preços ainda estão elevados. “Se au- mentar a produção, a tendência é o preço cair e o consumo ampliar”, analisa. Enquanto isso, para a physalis, a demanda é reprimida, por ser uma fruta pouco divulgada e pouco conhecida. “A venda é quase irrisória. O consumo tem aumentado, po- rém de forma insignificante.” EXCLUSIVO A empresa Irmãos Benassi é distribuidora de fru- tas finas para o Brasil da italiana Italbras, com sede em Vacaria/RS. São Paulo responde pelo maior con- sumo dessas frutas, por uma questão de logística. Na safra, a empresa recebe remessas de frutas di- ariamente. Agora, porém, com a colheita chegan- do ao fim, o recebimento ocorre apenas duas ve- zes por semana. Para Zanardi, a forma de tornar essas frutas acessíveis ao consumidor brasileiro é reduzir o valor agregado, o que ele considera difí- cil, por causa do alto custo de produção e da alta exigência em mão-de-obra. “Daí a preferência por congelar a fruta”, observa. “Um quilo de framboe- sa vale mais do que o quilo de filé mignon”, com- para, lembrando que, atualmente, na Ceasa, o quilo chega a R$ 35,00, o mesmo vale para a physalis. Enquanto isso, o preço do quilo da amora é R$ 30,00, atualmente, e, na safra, R$ 10,00; e da pitaya, R$ 10,00. Há algumas frutas, porém, as quais o Brasil im- porta praticamente toda a necessidade de consu- mo. É o caso da cereja e da pêra, porque o clima não favorece o cultivo. Zanardi afirma que há tes- tes em andamento, mas ainda não foram encontra- das variedades que se adaptem ao nosso clima, até porque muitas delas precisam de muito frio. O Brasil produz uma ou outra variedade de pêra, mas, para atender à demanda, importa a fruta dos Estados Unidos, Chile, Espanha, Argentina, Itália e Portu- gal. “É uma fruta produzida e importada em escala, portanto, de preço barato”, diz Zanardi. INCENTIVO Há três anos, a Nice Berry, empresa do Grupo Hathor, está incentivando o cultivo de frutas finas no Brasil. Possui pomares de physalis, blue berry (mirti lo), framboesa e amora nos municípios catarinenses de Itá e Bom Retiro, e nas cidades ar- gentinas de Santa Isabel e Concórdia. Segundo Dé- bora Schäfer, responsável pela área de Marketing de empresa, os 22 hectares cultivados no País com frutas finas produzem 60 toneladas, sendo a maior produção de amora e framboesa, cuja colheita se concentra de outubro a janeiro, com exceção do physalis, que produz o ano todo, cerca de 17 to- neladas. Na Argentina, onde a produção é maior, 90% da colheita é exportada para os Estados Unidos e a Europa. Débora diz que o maior mer- cado de frutas finas é São Paulo, mas a idéia é tra- balhar o Brasil como um todo. “O consumidor bra- sileiro aprecia frutas e acreditamos que a divulga- ção das propriedades e do sabor das frutas finas vai aumentar a demanda e, ao mesmo tempo, baixar Physalis e mirtilo têm alto valor agregado e são acessíveis apenas aos consumidores de maior poder aquisitivo. FO TO S N IC EB ER R Y 16 FRUTAS FRESCAS os preços, tornando-as mais acessíveis”, observa. “Já existe uma demanda, embora pequena. Temos real izado ações promocionais, que incluem degustação nos pontos-de-vendas, anúncios em revista e folders.” Débora aponta uma demanda mundial crescen- te por mirtilo. Ela conta que a Argentina deve pro- duzir 140 toneladas este ano. Outra fruta com bom potencial de mercado é a framboesa, muito procurada pelo sabor e pela cor. “Grandes empre- sas a têm utilizado para enriquecer outros alimen- tos, principalmente sobremesas e lácteos”, afirma e acrescenta que a demanda por amora também vai aumentar bastante. “A oferta está crescendo e o preço está ficando mais acessível para as empresas industrializarem os produtos.” A venda da produção da Nice Berry no Brasil é feita por meio de distribuidores nas Ceasas e no Ceagesp, em São Paulo, principalmente. A empre- sa vende as frutas in natura, em embalagens de 125 gramas, e também congeladas (IQF), visando à pro- dução de geléias, iogurtes, tortas e sucos. Conhe- cido como fonte da juventude, pelo seu poder antioxidante, além de propriedades nutricionais, o blue berry (mirtilo) é comercializado em embala- gens de 125 gramas, por cerca de R$ 8,00. “O mirtilo exige muita mão-de-obra porque os frutos têm de ser colhidos com bastante cuidado, para não se romperem, vão direto na embalagem com gelo no fundo.” Segundo Débora, no ano passado, foram colhidas seis toneladas da fruta. “A idéia é dobrar a produção de mirtilo este ano”, planeja e acrescenta que os pomares são novos e a planta entra no seu pico de produção a partir do quinto ano, produzindo até 15 anos. A embalagem de amora é comercial izada por R$ 4,00. “Além de maior produtividade, com- parada a outras frutas finas, é mais fácil de condu- zir.” A framboesa é vendida por R$ 7,00 a embala- gem de 125 gramas, o mesmo preço da sofisticada physalis, de sabor único e incomparável, que une o ácido e o adocicado, e é apreciada pelos grandes chefs da cozinha internacional. “Tem sido muito uti- lizada na decoração de pratos e na elaboração de bombons”, diz Débora. Também, é consumida na forma de doces, sucos, sorvetes, geléias ou como acompanhamento de vinhos. Originária da Amazô- nia e dos Andes, possui alto teor de vitaminas A, C, fósforo e ferro, licopeno e betacaroteno, que tem efeito antioxidante. De olho no mercado in- ternacional , a produção já está em fase de certificação. “A idéia é ter o EurepGap para expor- tar para o mercado europeu”, diz Débora. Por en- quanto, o foco da empresa é consolidar o mercado interno. “Apenas quando a oferta for maior do que a demanda, passaremos a exportar.” Embora não seja orgânica, a produção não utiliza agrotóxicos. “Como as frutas são colhidas direto na embalagem, que vai para o processo de refrigeração, o consu- midor tem à sua disposição uma fruta de excelente qualidade”, diz. POTENCIAL O Programa Estadual de Fruticultura do Rio Grande do Sul tem estimulado o cultivo de frutas finas. Na região, as mais importantes são morango, amora e framboesa, mas já começam a despontar espécies como physalis e mirtilo. Mercado existe, há o interesse de compradores estrangeiros, mas ainda não há uma estrutura de logística no aero- porto, segundo o coordenador do programa, Pau- lo Lipp João. “Falta estrutura de câmara fria para o embarque dessas frutas congeladas via aérea. O ae- roporto não está preparado para essa finalidade”, afirma João. Ele acrescenta que, por essa razão, o fruticultor tem de preparar a carga e levar na hora As frutas finas exigem cuidados na colheita, e estrutura de armazenagem e refrigeração. País já dominou tecnologia para produção e comercialização do delicado morango. R O B ER TO P ED R O SO D E O LI V EI R A /E M B R A PA C LI M A T EM PE R A D O 17 para o aeroporto. “Além disso, muitas vezes, é pre- ciso disputar lugar com outros produtos. Quando tem lugar no avião, a fruta é embarcada, caso con- trário, volta para a propriedade. Por essa razão, a produção tem sido direcionada principalmente ao mercado de São Paulo, em especial para os sacolões de frutas finas.” Entre as frutas finas, a mais popular, segundo João, é o morango, com produção anual de 12 mil toneladas, direcionada basicamente para o merca- do interno e muito pouco para exportação à Eu- ropa. Ele conta que “há cerca de cinco anos, pro- dutores da Serra Gaúcha começaram a exportar a fruta, mas as vendas não avançaram mais por causa da baixa taxa cambial”. Segundo ele, são 450 hec- tares cultivados com morango, cuja produtividade tem aumentado, graças ao uso da fertirrigação. Além disso, ele conta que há variedades americanas e espanholas que podem ser plantadas e colhidas o ano inteiro. De amora, são 120 hectares e produ- ção anual de 1.000 toneladas e, de framboesa, cerca de 10 hectares e produção de 50 toneladas. O cul- tivo da framboesa vem crescendo na região de Va- caria, visando à exportação – principalmente para a Itália, por meio de empresas italianas sediadas na região, como a Italbras – e também para o merca- do interno, principalmente São Paulo. De acordo com João, a argentina Nice Berry tem fomentado o physalis, de forma ainda incipiente; além de mirtilo, na Serra Gaúcha, em Vacaria e Caxias do Sul, e no Alto Uruguai, em Erechim, onde está surgindo um novo pólo de cultivo de mirtilo. ”Graças ao incentivo da Nice Berry, são 22 hecta- res de frutas finas e produção de 60 toneladas. Ele também lembra que “na região de Farroupilha está começando o cultivo de pitaia.” l 20 CERTIFICAÇÃO dos pelos diferentes programas de certificação e que se mantêm no longo prazo.” SEGURIDADE E BOAS PRÁTICAS O presidente do Instituto Agroecologia, Daniel Velloso, afirma que as principais premissas dos im- portadores de frutas são a comprovação da seguridade alimentar e a adoção das boas práticas agrícolas. Além de protocolos internacionais como EurepGap, US GAP e Tesco Natures Choice, ele afirma que outros países exportadores estão defi- nindo legislações próprias. Caso do Chile, que criou o Chilegap, com benchmarking - técnica que consis- te em acompanhar processos de organizações que sejam reconhecidas como representantes das me- lhores práticas administrativas. “Outros países ex- portadores estão buscando o benchmarking, ou seja, a equivalência e o reconhecimento com o EurepGap, a exemplo do México, China GAP, Kenia, Japão (J-GAP) e outros”, explica. Como representante do oficial da EurepGap no Brasil, Velloso destaca como as principais exigências desse selo requis i tos da rastreabi l idade, de sustentabilidade ambiental, seguridade alimentar e viabilidade econômica, mediante a aplicação das boas práticas agrícolas. Nessas práticas, está proibi- da a utilização de tecnologias agressivas ao ambien- te e à saúde humana, segurança e bem-estar dos trabalhadores. “Isso implica em uso racional e ex- clusivo de produtos oficialmente registrados para Daniel Velloso, Agroecologia. AG RO EC OL OG IA Principais Pontos para Obter Certificação 3 Fazer controle de agroquímicos; 3 Cuidar da higiene na colheita e pós-co- lheita; 3 Oferecer condições de trabalho adequa- das à legislação trabalhista; 3 Proteger o Meio Ambiente; 3 Uma vez conquistada a certificação é necessário fazer uma melhoria contínua da propriedade para mantê-la; O tempo e o preço da certificação variam de acordo com o estágio em que se encon- tra a propriedade e tempo que o produtor leva para corrigir os pontos não conformes. ressalta. “Na prática, isso significa que o produtor precisa se organizar para conquistar a certificação e para mantê-la (ou seja aprimorá-la) nos anos se- guintes. Além disso, também precisa atender às demais exigências dos mercados em questão.” Para Bacchi, outro aspecto interessante da certificação de propriedades agrícolas é o fato de que os produtores foram apresentados a esse tipo de serviço muito recentemente e, por esse motivo, ainda não há uma cultura de certificação bem con- solidada no meio rural. “Conceitos fundamentais para uma certificação de alto nível, como por exem- plo, conflito de interesses, independência, imparci- alidade, transparência são, em muitos casos, com- pletamente desconhecidos por parte dos produto- res”, enfatiza. Ele acrescenta que pouco se sabe, também, sobre o rigor dos processos de acreditação aos quais são submetidas as certificadoras. “Nos processos de acreditação, as certificadoras são fis- calizadas constantemente, demandando, de forma permanente, a capacitação técnica dos seus funcio- nários, organização e muitas outras exigências que são pouco conhecidas pelos produtores rurais e pelos consumidores das suas frutas certificadas.” Soma-se a isso o fato de que cada país possui uma legislação própria, com variações conforme as di- ferentes espécies de frutas. “A própria União Euro- péia, que tem realizado um grande esforço para harmonizar a legislação entre os países-membros, ainda possui diferenças na legislação de produtos fitossanitários referentes a produtos agroquímicos banidos e/ou limites máximos de resíduos”, analisa. Embora acredite que vale a pena investir na certificação, Bacchi destaca a importância de um bom plano de negócio, no qual todas as variáveis são estimadas e projetadas. “Os projetos de fruticultura cer- tificados com a maior longevidade que conheço estão bem apoiados num bom planejamento”, salienta. Ele lembra que alguns aspectos relaciona- dos à certificação tornam-se cada vez mais evidentes. “O enriquecimento da experiên- cia dos produtores em conhecimento, orga- nização, capacitação e outros quesitos exigi- dos pelos diferentes programas de certificação são bastante significativos”, afirma. “Talvez a avaliação econômica de curto prazo da re- lação entre os investimentos e os benefí- cios de um processo de certificação não consigam captar os ganhos em termos de produtividade, de eficiência admi- nistrativa, de redução de passivos ambientais, de saúde do consumidor e de tantos outros aspectos requeri- 21 cada cultivo, respeitando-se os intervalos de seguran- ça; conservação do solo, aplicação de fertilizantes, re- cursos hídricos, recursos naturais de maneira geral, análise de resíduos, colheita, pós-colheita”, detalha. PREOCUPAÇÃO DOS COMPRADORES Katia Leal Nogueira, gerente comercial da SGS do Brasil, também ressalta que há, atualmente, por parte dos compradores, uma preocupação muito grande com as questões relacionadas a resíduos químicos, ambiente e bem-estar dos trabalhadores. “O reflexo dessas preocupações está nas principais normas de certificação que, na maioria das vezes, são elaboradas pelas próprias redes varejistas ou en- tidades criadas por eles, caso do EurepGap e Tesco Natures Choice”, cita. “As exigências estabelecidas nessas normas visam a garantir a produção de fruta sustentável, de qualidade, livre de resíduos, respei- tando o ambiente e os trabalhadores.” Ela chama a atenção para as questões relaciona- das ao cumprimento do limite máximo de resíduo (LMR) permitido e a não-utilização de produtos proi- bidos, o que, na sua opinião, é de suma importân- cia e pode com- prometer a acei- tação da fruta. Além disso, lem- bra que alguns países estabele- cem regras de produção e empacotamento para o controle da mosca-da- fruta. “Dentro desse contexto, percebe-se que a certificação pode ser um fator determinante para alguns compradores e mercados, aliada ao atendi- mento às especificações estabelecidas por cada im- portador (cor, tamanho, etc.).” Na opinião de Katia, vale a pena investir na certificação de frutas, princi- palmente porque pode facilitar o acesso do produ- tor certificado a mercados mais exigentes e, em al- guns casos, que melhor remuneram. “O investimen- Compradores preocupam-se com questões ambientais e bem estar dos trabalhadores - Katia Leal Nogueira, SGS do Brasil. SG S D O B R A SI L 22 to em certificação é rapidamente recuperado, haja vista o aumento da produtividade e a melhora da qualidade dos frutos”, pondera. Katia destaca como vantagens da certificação de frutas a redução do uso de agroquímicos, melhora do controle da produção, adequação à legislação quanto ao ar- mazenamento, uso e descarte de agrotóxicos e maior qua- lificação dos funcionários. “Com a diminuição da necessi- dade de ações corretivas no solo e de controle de pragas e doenças, há uma economia de até 40% no uso de insumos agrícolas, diante da menor necessidade de ações corretivas no solo e do controle de pragas e doenças”, salienta. “Na parte administrativa, há uma melhor gestão da propriedade, entre outras vantagens.” PREOCUPAÇÕES RELEVANTES O engenheiro agrônomo da certificadora OIA (Orga- nização Internacional Agropecuária) Edegar de Oliveira Rosa, destaca que, quem está comprando a fruta, quer ter a certe- za de não estar trazendo nenhuma praga. “Para exportar li- mão para a Europa, é necessário dar um banho de hipoclorito na fruta, para evitar o tráfego de patógenos”, exemplifica. “Outra exigência é com a segurança do alimento (que não faça mal para quem o consome). As legislações começam a ser mais rígidas em relação a isso”, diz. A condição ambiental é outra preocupação, principalmen- te, no sentido de reduzir o risco de contaminação do ambi- ente e garantir um nível de justiça social, o que passa pela proibição do trabalho escravo e do uso de mão-de-obra in- fantil, além de garantias de condições mínimas para os funci- onários liga- dos à produ- ção da fruta. “Essa exigên- cia está vindo de duas for- mas: por meio dos protocolos da iniciativa privada e dos go- vernos, que prevê boas práticas agrícolas, e, ao mesmo tem- po, está crescendo as legislações de orgânicos, cuja diferença principal é a proibição de uso de agrotóxicos”, enfatiza. Ele lembra que, no pólo brasileiro de Mossoró, exportador de melão, além das certificações exigidas pelos importadores, já há um movimento em torno da certificação orgânica. De acordo com Oliveira Rosa, atualmente, a primeira questão levantada na mesa de negociação com um produtor, que pensa em exportar frutas, é sobre a certificação que ele tem. Segundo ele, no passado alguns produtores aderiam à certificação de forma equivocada, acreditando que isso seria garantia de venda da produção, o que não é verdade. “É uma ferramenta comercial, mas não é salvação da lavoura, não é uma garantia de venda”, observa e lembra que o papel da certificação é garantir qualidade ou por produto ou por processo de produção. “Hoje, isso já está mais claro”, pon- dera. “Outro ponto é a melhoria no sistema de gestão da propriedade, muitas vezes até acompanhada de uma redu- ção do custo de produção.” Ele aponta também um ganho financeiro, por dois motivos: é possível vender melhor o pro- duto e obter mais lucro ou ter acesso a mercados antes res- tritos. “No caso da certificação orgânica, indiscutivelmente, há uma vantagem com relação ao preço.” Quando se pensa em exportações de frutas, um dos as- suntos mais preocupantes para o produto brasileiro é a questão dos limites mínimos de resíduos (LMR) de pesticidas. Segundo o coordenador do Comitê de Defensivos Agrícolas do Fundecitrus, Eliseu Nonino, atualmente, existem, apenas normas relativa a limites de resíduos para produtos in natura. “O Codex ainda não definiu sobre limites de resíduos para alimentos processados”, explica e acrescenta que esse as- sunto será discutido, na China, em maio, durante reunião. Em relação às frutas in natura, Nonino observa que cada país define quais são os defensivos permitidos e tem sua legislação sobre esse assunto. “Caso um produto seja apro- vado para determinada cultura, é estabelecido um mínimo permitido de resíduos”, diz. No Brasil, ele lembra que são três os órgãos reguladores: o Mapa (Ministério da Agricultu- ra, Pecuária e Abastecimento); a Anvisa (Agência de Vigi- lância Sanitária) e o Ministério do Meio Ambiente. Em nível internacional, Nonino lembra que há o Codex Alimentarius, programa conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem instân- cias para cada tipo de alimento na comercialização inter- nacional entre países. “Dentre essas instâncias alimen- tares, há também os limites de resíduos de pesticidas per- mitidos, válidos para o comércio internacional. Hoje há uma lista composta por 52 substâncias, que são aprova- das no Brasil, pelos importadores e pelo Codex”, explica. “No âmbito da citricultura brasileira há um comitê ligado ao Fundecitrus com a participação de vários órgãos. Trabalhamos com uma lista de defensivos apro-vados para uso no Brasil e pelos países que importam produtos cítr icos brasi leiros”, observa e acrescenta que “no País há 108 substâncias permitidas pelos mercados externos”. LIMITES MÍNIMOS DOS RESÍDUOS Produtos certificados têm maior aceitação no Exterior. N Y K LA U R IT ZE N C O O L D O B R A SI L - PO R TO D E N A TA L/ R N E) ERA fe Ec]; Er “banco com linhas MN Ro = financiamento especiais Es E ciente, a Erg aC A PE a toe Ra Roi o PELE RR UE Ur dera to EE [EE ch Sa agribuhores até ad agricultura empre- EST [Roe a aço Re) Ur Mg pao cito a ale de A Eca fe [RR as Uxpórtadoras. “É à apbió do BE a] ria ese e piteTi e of Eae Goa E a metal gp e eo 26 Sorocaba, com caqui e uva. O projeto terá três grandes frentes de atuação: au- mento da competitividade da fruta por meio da melhoria da qualidade na produ- ção, realização de ações de divulgação no mercado interno e abertura de mercados externos. Para tanto, deverão ser promo- vidas ações de capacitação de produtores em Boas Práticas Agrícolas, de gestão da propriedade, implantação de novas tecnologias e de manejo sustentável, com o intuito de melhorar a qualidade da fru- ta. “Vamos preparar as cadeias produti- vas das frutas paulistas selecionadas para atender às novas exigências de qualidade, agregando valor, garantindo os mercados atuais e possibilitando acesso a novos”, afir- mou o gerente do Ibraf, Mauricio de Sá Ferraz, durante o lançamento, em feve- reiro, em São Paulo/SP. Para atingir esse objetivo, os participantes receberão trei- namento e capacitação em Boas Práticas Agrícolas. “A meta é certificar produtores que atingirem as exigências dos protoco- los internacionais de certificação, visando à exportação”, diz Sá Ferraz. “Desenvol- veremos ferramentas para a rastreabi l idade, importante para a comercialização, e para oferecer alimen- tos seguros, em respeito à sociedade”, assegura Saraiva Fernandes. Ele acrescen- ta que “os consumidores, a distribuição e as instituições públicas cada vez mostram mais preocupação pela qualidade e segu- rança das frutas e demais alimentos”. COMERCIALIZAÇÃO E VALORIZAÇÃO O projeto não pára no campo, pois é preciso que a fruta paul is ta seja comercializada e valorizada. “Por isso, de- pois do campo, haverá ações de marketing, com abrangência nacional e in- ternacional. Internamente, vamos fazer campanhas de degustação, decoração e distribuição de folhetos em parceria com supermercados para atrair os consumido- res e aumentar as vendas das frutas paulistas”, explica Sá Ferraz. A campanha para o mercado internacional inclui, entre outras ações, a participação em feiras e eventos, além de campanhas de promo- ção com redes de supermercados dentro do programa Brazilian Fruit, de divulgação e valorização da fruta brasileira no exteri- or. As estratégias de marketing internaci- onal e acesso a mercados também contam com o apoio da Apex-Brasil – Agência de Promoção de Exportação e Investimentos. Saraiva Fernandes lembra que o pro- dutor precisa ser mais empresário e re- duzir os custos de produção para ganhar competitividade. Segundo ele, a fruticul- tura rentável passa por diversificação, in- vestimento em pós-colheita e logística, agroindustrialização, acesso dos pequenos ao crédito e à infra-estrutura; otimização dos custos controláveis, promoção e pro- paganda, etc. “É o que pretendemos com o projeto, que terá como juiz a D. Maria (consumidora). Se ela se convencer do que fizemos, a fruta será vendida e valori- zada”, conclui Saraiva Fernandes. l CERTIFICAÇÃO As regiões Sudeste e Sul consomem 66,6% das frutas produzidas no País, sendo que São Paulo consome 25,53%. Fonte: Ibraf 27 AGROINDÚSTRIA TENDÊNCIA MUNDIAL As frutas minimamente processadas começam a fazer parte do cotidiano nacional, principalmente dos grandes centros urbanos, e têm condições técnicas necessárias para desenvolver e ampliar o segmento. Beth Pereira A mudança nos hábitos, ocorrida nos últimos anos, está abrindo espaço para o consumo de ali- mentos frescos, dentro do conceito de produtos saudáveis. Neste cenário, surge um novo nicho para a comercialização de frutas minimamente proces- sadas (fresh cut), prontas para consumo. Os Esta- dos Unidos são o maior consumidor de frutas mini- mamente processadas, com venda anual destes itens na faixa de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões, se- gundo a International Fresh-Cut Produce Association (IFPA - http://www.fresh-cuts.org/fcf.html). No Bra- sil, ainda não há estatísticas oficiais, porém, quando se fala em tecnologia, o País não fica atrás de ne- nhum outro nesse segmento. “Temos pesquisado- res qualificados, técnicas apropriadas, laboratórios bem montados e todas as condições necessárias para desenvolver esses produtos”, afirma o pesquisador Murillo Freire Junior, da Embrapa Agroindústria de Al imentos, de Guarat iba/RJ, que esteve em Montpellier, na França, em 2004, fazendo seu pós- doutorado em manga pré-cortada, embalada com revestimentos comestíveis. O professor José Fernando Durigan, do Depar- tamento de Tecnologia da Unesp, campus de Jaboticabal/SP, considera que o potencial de venda de frutas minimamente processadas é grande no País, embora o consumo seja relativamente novo. “Seja em residências, em restaurantes ou em locais de refeições coletivas, essa tecnologia oferece praticidade por causa da economia de tempo e de trabalho”, diz. Durigan cita pesquisa do Instituto Nielsen, segundo a qual, desde 1996, o consumo desse tipo de produto tem aumentado 80% ao ano. Porém, ele aponta um desafio: a falta de conhecimento sobre o comporta- mento fisiológico, químico e bioquímico do produto. Um dos pro- blemas, explica, é a curta vida útil des- ses produtos, de 3 a 4 dias. De acordo com o professor, o processamento mínimo de frutas tem contribuído para a diversifica- ção das indústrias regionais, redu- zindo as perdas pós-colheita, me- lhorando o manejo de resíduos den- tro da propriedade, facilitando o Kiwi, manga, melão, melancia estão entre as frutas indicadas para processamento mínimo. R O G ÉR IO L O PE S V IE IT ES /U N ES P B O TU C A TU /S P 30 TECNOLOGIA MAIS SABOR Processo inovador permite a obtenção de suco concentrado de frutas, com teores de sabor e de aroma elevados, usando equipamentos mais compactos e de operação mais simples, que podem ser instalados em qualquer unidade industrial. Marlene Simarelli 31 Os sucos de frutas processados estão por toda parte: restaurantes, refeitórios, hospitais, cantinas de escola e até em carrinhos de lan- ches. A tendência do mercado é de crescimento, mas, mesmo delicio- sos, alguns não guardam o sabor real da fruta, principalmente, quan- do o suco é de laranja. Essa realida- de poderá ser diferente a partir das novas técnicas descobertas para re- cuperar aromas e concentrar sucos, resultado da tese de doutorado do engenheiro químico Cláudio Patrício Ribeiro Júnior, no Programa de Engenharia Química da Coordena- ção dos Programas de Pós-gradua- ção em Engenharia – COPPE, da Universidade Federal do Rio de Ja- neiro - UFRJ. Desenvolvido com foco no suco de laranja, devido a sua im- portância na economia nacional, o processo pode ser usado também para processar outras frutas tropicais. O Brasil é o segundo maior pro- dutor de suco concentrado de la- ranja no mundo e possui grande potencial para produção de suco de outras. Ribeiro Júnior acredita que “a nova rota de processamento de- senvolvida, ao minimizar as altera- ções de sabor, pode fornecer um diferencial de qualidade para o suco de laranja nacional, aumentando sua competitividade no mercado exter- no”. O país responde atualmente pela exportação de US$1,3 bilhões de suco de laranja. Para o pesquisa- dor, “a melhoria na qualidade do produto pode possibilitar a abertu- ra do mercado interno para o suco de laranja concentrado, que não é bem aceito pelo consumidor brasi- leiro, habituado ao consumo do suco fresco, com características organolépticas superiores. Além dis- so, um processo mais ameno de concentração pode ampliar a varie- dade de sucos produzidos, viabilizando a disseminação da gran- de gama de frutas tropicais cultiva- das no País”. O processo, vencedor do gran- de prêmio Capes César Lates de 2006, já teve sua patente deposita- da. Poderá ser usado em qualquer unidade industrial de produção de suco concentrado, pois utiliza equi- pamentos mais compactos e de operação mais simples, aplicável a qualquer tipo de fruta. Os principais equipamentos usados são o evaporador por contato direto e o módulo de membranas seletivas. O pesquisador observa que “as duas técnicas que aplicamos são usadas em nível industrial para outras apli- cações, de modo que ambos os equipamentos já existem no merca- do. É só uma questão de dimensioná-los”. Em relação aos custos de operação e manutenção, tanto do módulo de membranas quanto do evaporador por contato direto, ele supõe que sejam mais baixos do que os associados aos equipamentos usados, mas ainda não se tem um valor exato para a montagem de montar uma nova unidade. A próxima etapa do pro- cesso, hoje restrita a laboratório, é um aumento de escala, com a cons- trução de uma unidade piloto para avaliação do desempenho da técnica para maior capacidade de processamento e posterior aplicação industrial. Três empresas já estão em negociação para a implantação. NOVA ROTA O suco processado passa por duas etapas principais: a concentra- ção e a recuperação de aromas. A concentração é uma fase primordi- al na produção, influindo direta- mente na qualidade do suco e, consequentemente, na aceitação pelo mercado consumidor. Outro fator importante no processamento é a perda de aromas, compostos orgânicos responsáveis pelo sabor e odor de um suco, presentes em concentrações baixas e voláteis. O grande desafio é conseguir um suco processado com características su- periores de paladar e de aroma. “Sabemos que o principal fator para a compra no setor alimentício é o 32 O trabalho desenvolvido em Coppe/UFRJ possibilita a redução de custos no processo industrial. TECNOLOGIA gosto, principalmente, o suco cuja referência é o sabor natural das frutas”, explica o pesquisador. O processo de Ribeiro Júnior aplica uma nova rota para a pro- dução de sucos de frutas concen- trados envolvendo as técnicas de evaporação por contato direto e permeação de vapor com mem- branas seletivas. “Todo mundo que já tomou um suco de laranja reconstituído de caixinha sabe muito bem que o gosto é bem diferente do suco fresco. A técni- ca de evaporação por contato di- reto, aplicada na nossa rota, tem a grande vantagem de permitir a vaporização da água a tempera- turas mais baixas, minimizando a degradação térmica dos compos- tos do suco, e garantindo um sa- bor mais próximo do suco real”, assegura o pesquisador. O equi- pamento do novo processo é considerado de fácil construção, constituído basicamente por uma coluna de líquido através da qual borbulha um gás superaquecido. O contato direto entre os fluidos, quente e frio, permite maior efici- ência de transmissão de calor, pos- sibilitando a utilização de tempera- turas moderadas. “A rota proposta envolve duas etapas: o arraste com gás inerte dos compostos responsáveis pelo aro- ma do suco, que são recuperados pela técnica de permeação de va- por empregando-se membranas de silicone, permitindo a passagem dos aromas, mas retendo a água e o gás inerte. Em seguida, o suco segue para concentração no evaporador por contato direto, onde faz-se basicamente o borbulhamento de um gás inerte quente através do suco para re- moção da água. Ao final da con- centração, os aromas recupera- dos são re-adicionados ao suco concentrado”, detalha o pesqui- sador. O processo atual de con- centração aplicado nas indústrias, segundo ele, “utilizam os chama- dos evaporadores de película descendente, com temperaturas de operação para a vaporização da água suficientemente altas para modificações químicas, em alguns compostos do suco, resultando em alterações indesejáveis de cor e sa- bor no produto final”. Além das modificações por degradação tér- mica, com a vaporização da água, são removidos os chamados aro- mas do suco, compostos orgâni- cos responsáveis pelo odor e sa- bor característicos do suco da fru- ta. Esses compostos devem ser recuperados para evitar altera- ções de sabor, mas estão presen- tes em concentrações muito bai- xas, dificultando a recuperação. CONCENTRADO DE AROMAS Ribeiro Júnior explica que “na indústria, a recuperação dos aro- mas é feita por destilação e/ou condensação parcial, em sistemas que, para serem eficientes, são relativamente complexos. Com a adoção das membranas seletivas, não só simplificamos esses siste- mas, mas melhoramos sobrema- neira a eficiência de recuperação dos aromas, o que também con- tribui positivamente para a obten- ção de um suco concentrado com sabor mais próximo do suco na- tural”. Para se ter uma idéia, o suco de laranja tem mais de 200 substâncias na composição do aroma e o suco de morango, mais de 360.Outra grande vantagem no novo processo, segundo o pesquisador, é a obtenção de um concentrado de aromas do suco processado, produto de alto va- lor agregado, atualmente perdi- do em grande parte das indústri- as de concentração de sucos. Os interessados em implantar a nova tecnologia desenvolvida no Coppe/UFRJ, que trabalha há mais de 10 anos com separação de aro- mas, devem entrar em contato com o pesquisador Cláudio Patrício Ri- beiro Júnior, pelo telefone (21) 2562-7162 ou pelo e-mail: cprj@peq.coppe.ufrj.br. Para co- nhecer mais detalhes sobre o pro- cesso, pode ser feita uma consulta à tese de doutorado disponível na Internet no endereço http:// t e s e s . u f r j . b r / c o p p e _ d / ClaudioPatricioRibeiroJunior.pdf. l Cláudio Ribeiro Júnior, COPPE/UFRJ, desenvolveu processo inovador de processamento de sucos que preserva sabor e aromas. C O PP E/ U FR J 35 Mosca-da-Carambola A mosca-da-carambola, Bactrocera carambolae, foi detectada em fevereiro na divisa do Pará e Amapá, saindo da região do Oiapoque/ AP, onde foi identificada há 10 anos. Considerando o risco para a economia brasileira, a Superintendência Federal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Pará publicou, em fevereiro, no Di- ário Oficial da União, a proibição da saída de frutas frescas de espécies hospedeiras da praga, em especial carambola, jambo, goiaba e acerola, do distrito de Monte Dourado, município de Almerin/PA, para quaisquer outras áreas onde não ocorra a praga. Os prejuízos causados, caso seja disseminada, vão desde perdas na produção, contaminação ambiental até a proibição de exportação de frutas. O diretor da Associação Brasileira das Empresas de Tra- tamento Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit), João Luiz Duarte Alvarez, alerta: “se não houver inspeção de 100% das cargas que entram no País, o risco da introdução de novas pragas tão nocivas quanto essa é enorme”. A mosca-da-carambola entrou no Brasil vinda do Suriname, mas sua origem é a Indonésia. “É uma praga muito séria, pois ataca os frutos nos primeiros estágios de formação, tornando sem efeito o controle por meio de ensacamento, feito quando as frutas estão maiores”, comenta a pesquisadora Maria Regina Vilarinho. Ela res- salta que “os resultados da pesquisa apontam que a goiaba é o hospedeiro preferencial, no Amapá, quando se compara com a carambola, tornando ainda mais sério o problema, já que a goia- beira pode ser encontrada em quintais nas cidades brasileiras. De acordo com estudos de pesquisadores brasilei- ros, além das perdas no campo, a interrup- ção das exportações de frutas frescas, causa- da pela presença da mosca, pode levar o Brasil a prejuízos de US$60 milhões, apenas no primeiro ano de dispersão da praga, caso ela se estabeleça em áreas de produção de goiaba, carambola, manga, acerola, citros, banana, etc”. A praga ainda não se difun- diu pelo País devido à ação do Programa de Erradicação da mos- ca-da-carambola, sob coordenação do Ministério da Agricultura. No final de 2006, o programa ganhou uma rede de pesquisa de apoio, a ser conduzida pela Embrapa Amapá, para avaliar riscos de difusão e impactos na exportação de frutas. O coordenador, Ricardo Adaime, explica que “durante os três anos do projeto haverá palestras sobre a mosca-da-carambola. Como se trata de uma rede regional, haverá campanhas de educação fitossanitária nos Estados do Amapá, Pará, Acre, Amazonas, Maranhão, Rondônia, Roraima e Tocantins”. Mais informações sobre a mosca-da-carambola podem ser ob- tidas pelo telefone (11) 5668-7444 ou www.abrafit.org.br. W IL SO N R O D R IG U ES D A S IL V A 36 OPINIÃO Nos anos 80, a economia de Junqueirópolis/SP era baseada no café, cultivado em sua maioria por peque- nos agricultores. Quando a cultura en- trou em declínio, no final daquela dé- cada, a cidade viveu uma crise sem pre- cedentes e assistiu à migração para os grandes centros, de cerca de 13 mil dos seus 27 mil moradores. Alguns agricul- tores decidiram, então, cultivar mara- cujá. Por causa do preço pago para a fruta, optou-se por formar uma asso- ciação, cujo grande incentivador foi um padre espanhol. Em junho de 1990, nascia a Associação Agrícola Junqueirópolis – AAJ - com quarenta e quatro associados. Quando se fala em associativismo, pensa-se que ele só funciona bem por- que está ligado ao poder público. Em relação à AAJ, inicialmente, a Prefeitura Municipal cedeu um terreno e a mão- de-obra para construção de um barra- cão. Posteriormente, houve dificuldades com a administração municipal. Mas essas dificuldades impulsionaram para o crescimento. Os sindicatos locais foram mobilizados e a Associação Comercial transformou-se numa grande parceira. A associação ganhou vida própria e se valorizou. Mais tarde, introduziu o cul- tivo da acerola no município. A partir de 97, a Prefeitura Municipal retomou o apoio inicial, porém, hoje, a associa- ção tem receita e vida próprias. São 91 produtores, dos quais 65 de acerola, sendo os demais de uva e café. Há 6 câmaras frias, avaliadas em mais de um milhão de reais, financiadas e pagas pe- los produtores. Há ainda salão para cur- sos e cozinha industrial onde as mulhe- res fazem licores, doces e geléias, que são comercializadas na feira livre da ci- dade e na própria sede. A associação investiu na formação técnica do produ- tor, necessária para a transição do plan- tio do café para frutas. Investiu, também, na formação humana com palestras so- bre saúde, motivação, etc. O maior desafio para uma associa- ção é a consciência da importância da soma de idéias, do capital de inteligên- cia. Esse é um ponto chave. Outro pon- to fundamental é a representatividade do grupo. Sendo representativo, passa a ser alvo de interesse dos órgãos de pesquisa. É o caso da AAJ, que tem um produto diferenciado: Junqueirópolis é a campeã da acerola em São Paulo. A fruta segue para o Japão, Estados Uni- dos e Europa, onde os consumidores são exigentes. A produção atende às re- gras do mercado internacional. A asso- ciação têm contado com o apoio do Ibraf, Sebrae, Cati e universidades, que pesquisam e indicam os melhores ca- minhos. A política do governo atual também colabora com linhas de crédi- to a juros baixos e programas como o Venda Antecipada, da Conab, que adi- anta o valor da transação em conta ex- clusiva. O projeto da AAJ, de venda de polpa - que tem maior valor agregado -, é o sexto assinado no Estado. É um projeto que cria oportunidades para os produtores associados, pois a forma de ajudar através de grupos organizados é mais barata e mais eficiente. O atual governo tem enfatizado a importância do associativismo, cuja for- ça o País ainda desconhece. À medida que as pessoas se organizam, todos ga- nham porque cada um coloca o seu conhecimento, o que tem de melhor, à disposição. Em meu caso, tenho so- mente 4 anos de escola. Para suprir as deficiências, há uma boa equipe, com qualidades e habilidades diferentes das minhas. Quem participa de uma asso- ciação deve dar o melhor de si, da sua essência, do seu tempo, da sua experi- ência de vida. O dinheiro não é o dife- rencial, mas o capital da experiência à disposição de todos. Com a grande es- cola de vida no associativismo, nós as- sociados aprendemos também a acre- ditar mais em Deus, pois nos propuse- mos a mobilizar a cidade inteira e a ci- dade se mobilizou, graças a Ele. As gran- des mudanças vêm da base e não de cima. O associativismo ajudou, e mui- to, a cidade a se recuperar, inclusive, voltou a crescer, pois está hoje com 18 mil habitantes. A falta de sucesso das cooperativas decorre da falta de participação dos sócios, que, geralmente, abandonam a equipe eleita e, então, a cooperativa acaba. Associação é comprometimen- to; é participação. Não tem outra for- ma para melhorar as condições existen- tes. Quando sou convidado a fazer pa- lestras, sempre digo: viver em comuni- dade é difícil, viver sozinho é impossí- vel. Até em casa há dificuldade, quando se isola. Quando o homem descobrir a importância da comunidade se organi- zará em todas as áreas, não somente para produção. O associativismo ganha- rá força à medida que o homem evo- luir no sentido humano, deixar do “eu” e tiver humildade para viver junto. Osvaldo Dias Presidente da Associação Agrícola Junqueirópolis/SP A falta de sucesso das cooperativas é a falta de participação dos sócios. 37 nacionais 01 a 30 • V FEPAGRI - Feira do Pq. Agricultor (Sind. Rural de Araraquara) CEAR - Centro de Eventos de Araraquara (Araraquara/SP) Info: Sindicato Rural Patronal de Araraquara (16) 3335-9100 fepagri@fepagri.com.br 10 a 12 • III Workshop Internacional de Pós-Colheita de Citros e II Workshop Internacional de Pós-Colheita de Frutas Instituto Agronômico (IAC) - Av. Barão de Itapura, 1.481 (Campinas/SP) Info: Instituto Agronômico (19) 3231-5422 • chris@iac.sp.gov.br www.iac.sp.gov.br 11 a 14 • TECNOHORT Parque de Exposições de Teresópolis (Teresópolis/RJ) Info: Versão BR Comunicação e Marketing • comercial@versaobr.com.br www.tecnohort.com.br 30/04 a 05/05 • AGRISHOW Ribeirão Preto 2007 (Abimaq) Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro- Leste Anel Viário Km 321 (Ribeirão Preto/SP) Info: Publ iê Publ icações e Eventos (11) 5591-6300 agrishow@agrishow.com.br • www.agrishow.com.br 03 a 06 • Bio Brazil Fair 2007 - 3ª Feira Intl. de Prods. Orgânicos e Agroecologia (Assoc. de Prod. e Processadores de Orgânicos do Brasil) Pavilhão da Bienal - Parque Ibirapuera, portão 3 (São Paulo/SP) Info: Francal Feiras (11) 4689-3100 • feiras@francal.com.br www.biobrasilfair.com.br 10 • 9º Dia da Tangerina (Centro Apta Citros Sylvio Moreira) Centro Apta Citros “Sylvio Moreira” - Inst Agronômico (Cordeirópolis/SP) Info: Centro Apta Citros Sylvio Moreira (19) 3546 -1399 rose@centrodecitricultura.br • www.centrodecitricultura.br 10 a 11 • ETECPONKAN (Centro Apta Citros Sylvio Moreira) Parque Municipal de Exposições(Teresópolis/SP) Info: Versão Br Comunicações e Marketing • comercial@versaobr.com.br www.etecponkan.com.br 13 a 16 • 14ª HORTITEC (RBB Promoções & Eventos e Flortec Consultoria) Recinto de Exposições de Holambra (Holambra/SP) Info: RBB Promoções & Eventos (19) 3802-4196 • hortitec@hortitec.com.br www.hortitec.com.br 20 a 23 • FRUTAL Amazônia (Instituto de Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindústria - Frutal) Hangar de Convenções (Belém/PR) Info: Inst Frutal (85) 3246-8126 • geral@frutal.org.br • www.frutal.org.br 23 a 26 • Agrotecnologia 2007 (Instituto Agrotecnologia) Sítio Pavilhão de Eventos da Nova Sede do SENAI (Petrolina/PE) Info: Nelbe Assessoria (87) 3862-1892 • nelbe@veloxmail.com.br www.agrotecnologia.org.br/evento2007 28 e 29 • 6º Congresso Brasileiro de Agribusiness (ABAG – Associação Brasileira de Agribusiness) Hotel Transamérica (São Paulo/SP) Info: Wenter Eventos e ABAG (11) 5181-2905 • cba@wenter.com.br www.abag.com.br internacionais 10 a 13 • ALIMENTARIA 2007 FIA - LISBOA (Lisboa/Portugal) Info: Conceito Congressos e Eventos - Tereza Rodrigues (34 93) 452- 0722 • (34 93) 451-6637 • trodrigues@conceitocongressos.com.br www.conceitobrazil.com.br 14 e 15 • Food Expo 2007 Centro de Convenções de Porto Rico (San Juan/Porto Rico) Info: Serviço Comercial dos Estados Unidos - Renato Sabaine (11) 5186-7300 • (11) 5186-7399 • renato.sabaine@mail.doc.gov www.focusbrazil.org.br 18 a 20 • Foodnews Juice Asia 2007 & Technical Seminar Shanghai Convention Center (Shanghai/China) Info: Agra Net 44 (0) 207 017 7496 • conferences@agra-net.com www.agra-net.com/juiceasia 22 a 26 • Intervitis Interfructa Messe Stuttgart (Stuttgart/Alemanha) Info: Câmara Brasil-Alemanha (11) 5187-5215 • (11) 5181-7013 feiras@ahkbrasil.com • www.intervitis-interfructa.de 26 a 28 • Mac Frut Cesena Fiera (Cesena/Itália) Info: Ibraf - Paulo Passos (11) 3223-8766 • paulopassos@ibraf.org www.brazilianfruit.com.br • www.macfrut.com.br 07 a 10 • Rebulid Iraq 2007 - 4 ª Feira Intl p/ Reconstrução do Iraque Al Abdali Project (Omã/Jordania) Info: Ibraf - Paulo Passos (11) 3223-8766 • paulopassos@ibraf.org www.rebuild-iraq-expo.com 08 a 11 • SAL - Salón de la Alimentación Feira de Madrid (Madri/Espanha) Info: Expotrade Consultoria Ltda (11) 3284-0069 • (11) 3171-0736 ifemabrasil@terra.com.br • www.sal.ifema.es 09 a 10 • Foodnews Juice Latin America Hotel Sofitel (São Paulo/Brasil) Info: IBC Brasil (11) 3017 6888 • customer.service@ ibcbrasil.com.br www.ibcbrasil.com.br/juice 21 a 23 • V Cong. Iberoamericano de Tec. Agroexportaciones Escuela Técnica Superior de Ingenierie Agronómica (Cartagena, Mucia/ Espanha) Info: Depto. Ing.de los Alimentos y del Equip. Agricola - Francisco Artés Calero (34 96) 832-5510 • (34 96) 832-5435 • fr.artes@upct.es www.upct.es/gpostref/congresoAITEP/index.php 13 a 15 • 16ª Feira Internacional de Alimentos, Bebidas e Food Services China World trade Center (Beijimg/China) Info: Ferias Alimentarias - Irene Salazar (54 11) 4555-0195 • (54 11) 4554-7455 • irene@feriasalimentarias.com • www.feriasalimentarias.com 28 a 30 • Asia Natural & Organic Products Suntec City Hall 6 (Singapura/Singapura) Info: HQ Link Pte. Ltda. (65) 6534-3588 • (65) 6534-2330 lauriechin@hqlink.com/ chin.laurie@gmail.com • www.npoasia.com ab r ju n m ai ab r m ai ju n AGENDA 40 EVENTOS Para acessar um mercado altamente demandante de alimen- tos e aumentar as exportações de frutas e derivados, o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em parceria com a Apex-Brasil, levou cinco empresas brasileiras à Gulfood, feira de negócios para os segmentos de alimentação, be- bidas, food service e equipamentos de hospitalidade que abrange o Oriente Médio, África e Índia. Atlântica Foods, Itacitrus, Predilecta Alimentos, RBR Trading e ASTN (Associ- ação das Indústrias Processadoras de Frutos Tropicais), efeti- varam negócios de US$400 mil e prevêem mais US$3 milhões para os próximos 12 meses. O evento, realizado em fevereiro, em Dubai, nos Emirados Árabes, gerou oportunidade de ne- gociar com compradores de países não tradicionais, como Emirados Árabes, Paquistão, Síria, Jordânia, Somália, Índia, Iraque, Irã, Palestina, Marrocos, Tanzânia, Malásia e Arábia Saudita. Luis Curado, representante da ASTN no evento, acre- dita que “a região tem forte potencial para os sucos, sendo que houve muita procura pelos sabores do Brasil, como o caju”. A goiaba vermelha, oferecida como suco, foi a grande atração para os compradores da região, que conhecem apenas a variedade branca. A Gulfood é uma feira de negócios em plena evolu- ção. Segundo dados dos organizadores, houve au- mento de 40% no espaço de exposição comparado com a edição anterior, re- fletindo o incremento do mercado de alimentos na região. Para Moacyr Sarai- va Fernandes, presidente do Ibraf, “este é um even- to-chave para acesso e am- pliação das exportações de frutas frescas e processa- das a este mercado”. Fernandes ressalta que “os Emirados Árabes, e os de- mais países árabes, têm tido crescimento expressivo no consumo de frutas e sucos, por causa do clima quente, alto poder aquisitivo e restrições governamentais para con- sumo de refrigerantes para combater a obesidade”. PARCERIAS O Ibraf também promoveu, em parceria com a Abiec (As- sociação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), a divulgação dos sucos de frutas brasileiros a cerca de 240 convidados de redes de varejo, representantes do gover- no, empresas de cattering, rede hoteleira e formadores de opinião. A Abiec ofereceu aos convidados um workshop com degustação de churrasco e sucos de goiaba, manga, abacaxi e maracujá, além de goiabada, no Hotel Jumeirah Beach, em Dubai. Fernandes considera esta fórmula de par- ceria muito interessante e planeja expandir o modelo com novas parcerias. Foram realizados também encontros com redes de super- mercados visando a promoção da fruta nacional e seus de- rivados no varejo do Exterior por meio do projeto Brazilian Fruit Festival. Lívia Mar- ques, coordenadora do projeto, comenta que “não foram encontradas nenhuma variedade de frutas brasi leiras nas principais lojas da região, o que demonstra oportu- nidades de novos negóci- os para este mercado”. Os frutos da visita já podem ser contabilizados. Se- gundo a coordenadora, “o projeto será levado para uma rede de supermerca- dos indiana de Dubai, no segundo semestre, e há outras negociações em andamento”. LIMÃO E MELÃO Paralelamente à Fruit Logística, a Abpel (Associação Brasi- leira dos Produtores e Exportadores de Limão) e o Coex (Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Nor- te), em parceria com a Apex-Brasil, promoveram o limão taiti e melão brasileiros em Berlim. A promoção foi na Kadewe, uma das maiores lojas de departamento; no Aero- porto Tegel; numa escola de culinária para futuros formado- res de opinião; e na Churrascaria Brazil, localizada na princi- pal avenida da cidade. A ação compreendeu a degustação do melão e entrega de “kits limão”. Conforme Waldyr Promicia, presidente da Abpel, como o limão precisa ser preparado para degustação, “o consumidor levou o limão, acompanha- do de folheto com informações nutricionais e de preparo, para poder prová-lo”, ressalta Promicia. l Público presente saboreou sucos brasileiros em estande na Gulfood. Mercado Promissor 41 MINIMAMENTE PROCESSADO ABACAXI Considerada uma das melhores frutas para processamento mínimo, o abacaxi permite vários tipos de preparo. O abacaxi, também chamado de ananás, é nativo da Amé- rica do Sul. Seu fruto é, na verdade, uma frutescência: cada gominho é um fruto independente, que se juntou com os demais durante o processo de crescimento. É rico em vita- mina C, contém boas quantidades de sais minerais como cál- cio, fósforo e ferro e vitamina A. O abacaxi facilita a digestão de produtos protéicos como carnes, peixes e aves pela alta porcentagem de celulose. Cem gramas de abacaxi fornecem 52 calorias. Nos últimos anos, tem-se enfatizado a necessi- dade do consumo de frutas e hortaliças frescas para uma di- eta saudável. Ao mesmo tempo, há uma demanda crescente de alimentos mais convenientes, frescos, que sejam menos processados e prontos para o consumo. O abacaxi é considerado o “rei dos frutos” devido sua excelente qualidade sensorial. Os maiores problemas com abacaxi minimamente processado são a alteração de cor, perda de “flavor” (sabor e aroma) e textura. Isto acontece devido ao estresse das operações para o processamento mí- nimo (eliminação das partes não comestíveis, seguida de cor- tes em tamanhos menores). Esse estresse causa um aumen- to no metabolismo das frutas e hortaliças, levando à sua de- terioração. Técnicas que retardam estes problemas incluem armazenamento em baixas temperaturas, atmosfera modifi- cada, usando baixa concentração de O2 e alta concentração de CO2. A sanitização com cloro (100 ppm por no mínimo 5 minutos) é amplamente recomendada para as frutas minima- mente processadas, entre elas o abacaxi. Também tem sido demonstrado que, em produtos que possam perder a quali- 42 dade por escurecimento enzimático, tratamentos de lavagem com ácido ascórbico podem reduzir o escurecimento observado em fatias de maçã, bata- ta e abacaxi. Com relação ao emprego de cloro como sanitizante em unidades de processamento mínimo do abacaxi, sugere-se para saladas cubetadas uma concentração ótima de cloro ativo de 100 ppm. Convém salientar entretanto que o cloro simples- mente retarda a alteração microbiana, porém não mostra nenhum efeito benéfico sobre as desordens bioquímicas e fisiológicas . PATÓGENOS IMPORTANTES Na indústria, o manuseio impróprio, o uso de equipamentos mal-sanitizados e algumas etapas do processamento mínimo, como o fatiamento, geral- mente, promovem aumento na população de mi- crorganismos em frutas e hortaliças e podem com- prometer a qualidade e a segurança do produto fi- nal ou diminuir o tempo de conservação. Por outro lado, as técnicas para estender a vida útil desses pro- dutos podem aumentar o risco potencial de desen- volvimento de patógenos e, portanto, devem ser cuidadosamente aval iados. Durante o descascamento, corte e fatiamento, a superfície do abacaxi é exposta ao ar e, com isso, é possível a contaminação com bactérias, leveduras e mofos. A microbiota de produtos frescos consiste, em geral, de espécies de Enterobactérias e Pseudomonas, enquanto bactérias do ácido lático e fungos podem estar presentes em números relativamente baixos. Ocasio- nalmente, patógenos podem ocorrer em razão do uso de água para irrigação ou fertilizantes contaminados, durante o cultivo ou como consequência da falta de higiene durante o processamento. Embora o cresci- mento de microrganismos patogênicos e deterioradores, em produtos minimamente processa- dos, possa ser inibido ou retardado pela combinação adequada de atmosfera modifica e temperatura. Den- tre os patógenos psicotróficos encontrados em produ- tos minimamente processados destacam-se L. monocytogenes, Yersinia enterocolitica e Aeromonas hydrophyla, que são capazes de crescer em certos pro- dutos minimamente processados, mantidos sob refri- geração. Entretanto outros microrganismos patogênicos são de relevância nesses produtos e incluem: Salmonella, Shigella, Campylobacter, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, C. botulinium, Bacillus cereus, espécies de Vibrio, vírus da hepatite A e Norwalk, além de parasitas como Cryptosporidium e Cyclospora. O abacaxi minimamente processado deve ser mantido entre 3 e 6o C durante o processamento, o transporte e o armazenamento até o consumo. Temperaturas mais baixas, como 0o C, durante o processamento podem causar injúrias no tecido das frutas. A compreensão dos efeitos que os principais gases presentes em embalagens sob atmosfera mo- dificada exercem sobre a microbiota do produto é fundamental para prever o comportamento dessa microbota e, dessa forma, estimar o tempo de con- servação do produto. O oxigênio, em geral, permi- te o crescimento de bactérias aeróbias e pode ini- bir o crescimento dos anaeróbios estritos, embora exista uma grande variação na sensibilidade dos aeróbios ao O2. A redução do oxigênio no interior da embalagem, inibe a proliferação da microbiota aeróbia presente mas vai estimular o crescimento de microaerófilos e anaeróbios. CONDIÇÕES ADEQUADAS O gás carbônico, solúvel em água e lipídeos, é o principal responsável pelo efeito bacteriostático observado em microrganismos nos produtos mini- mamente processados embalados sob atmosfera modificada. No entanto, concentrações altas possi- bilitam o estabelecimento de condições onde mi- crorganismos patogênicos aeróbios, tais como Clostridium botulinum , possam crescer. Deve-se considerar também que a exposição de produtos frescos a concentrações de O2 e CO2, respectiva- mente, abaixo de 2,0 % e acima de 10 % , limites de tolerância, pode aumentar a respiração anaeróbia e acelerar o desenvolvimento de odores desagra- dáveis, pelo aumento de etanol e acetaldeído. As combinações requeridas de temperatura, concen- trações de O2 e CO2 variam com o tipo de pro- duto vegetal, variedade, origem, maturação e a estação em que foi colhido. O armazenamento do abacaxi minimamen- te processado em condições adequadas é um ponto fundamental para o sucesso dessa tecnologia. Temperatura, umidade relativa e composição atmosférica no interior da emba- lagem são condições ambientais que podem ser manipuladas para diminuir a respiração. ARTIGO TÉCNICO Bolhas de ar denigrem imagem e qualidade dos produtos minimamente processados. RO G ÉR IO L O PE S V IE IT ES /U N ES P BO TU CA TU /S P PRODUTOS E SERVIÇOS Análises de Resíduos de Pesticidas Acreditadas em ISO 17025 -, 4 « Scan de até 300 La. Gerencial 5 Limites de 0,01 ppm a 5 + Resultados em 5 dias 1 * Agua: ; o Portaria 518 Comnulcria m manmancaria lilo. > CONAMA 357 mia Organização Planejamento € Fluxo de caixa — Avaliação de negócios agrícolas e outros desde 1589. Bioensaios Análises Ltda . Tel.: 51 3493 6888 - FAX: 51 3493 6885 Au Rouxinol, 84 Cj B8 S Paulo - SP Cep 08516-000 i j j | E Tel: 11 5088-0277 Esmal:benegerenciafguol. com.br RE Rr e 48 4 +, reste E Didi o PETI - Aa cha briesgraçãos, EMO - Nida a inca E PeriralomaP Bora PE) A 9 Tamo CRT] URIA PISEIRÃO PETI - Ra quam Anióimia Macro, nº 1, tam 8 - Comi Ermpemmariad Caraciá - Lascirm Camaddh rt rasa rem jm amado FP dd te vrrecaanter auch toras com d E-mail rante hem bocal crias com Saiba mais sobre esta página, que foi criada de olho LEE DE] CONTATE comercialGfrutasederivados.com.br (11) 3223-8766 46 RECEITAS DA PRODUTORA ANTONIA BROTTO SORVETE DE FIGO Ingredientes: 10 figos maduros descascados, 2 xícaras (chá) de água, 2 xícaras (chá) de açúcar, 2 claras em neve e 1 lata de creme de leite. Modo de preparo: bata no liquidificador 8 figos e a água. Passe pela peneira, acrescente o açúcar, misture bem e leve ao fogo até formar uma calda grossa. Adicione a calda quente às claras em neve, aos poucos, mexendo sempre até misturar bem. Acrescente o creme de leite e os 2 figos restantes picadi- nhos, misturando bem até formar um creme homogêneo. Leve ao congelador. Remexa o sorvete de vez em quando para que gele por igual. DOCE RAMI Ingredientes: 2 ½ quilos de figo quase no ponto de comer, 2 copos de açúcar, 2 copos de água, algumas folhas novas da fruta. Modo de preparo: coloque os figos para aferventar durante uma hora, trocando a água duas vezes. À parte, prepare uma calda de espessura média com 2 copos de açúcar, 2 copos de água e as folhas do figo. Pegue os figos aferventados e passe para a calda, deixando apurar por 1 ½ hora. Retire, coloque numa assadeira e leve ao forno por mais 1 hora. Sirva as uni- dades uma a uma. DELICADEZA DO Marlene Simarelli O fruto carnoso da f igueira (Fícus car ica) é conhecido desde os primórdios da humanidade, com rela- tos na Bíblia. Pesquisadores estimam que sua procedência seja do sul da Arábia, de onde se espalhou para o mundo. No Brasil, chegou com os por- tugueses no século 16. A variedade Figo Roxo foi introduzida pelo italiano Lino Busato, em 1900, em Valinhos/SP. Imi- grantes italianos ali radicados começa- ram a produção comercial no País. A cultura se tornou tão importante para o município que a variedade é conhe- cida, hoje, como “De Valinhos”. “Exis- tem mais de 150 variedades de figos, com cores que vão do branco ao ver- de, marrom, vermelho, roxo e até o preto”, relata o professor Rogério Lopes Vieites, do Departamento de Gestão e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Ciências Agronômicas, da Unesp, em Botucatu/SP. Seu cultivo se dá em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e, mais recentemente, nas serras do Ceará. O figo é consumido verde, na forma de doces, e maduro ao natural. Vieites explica que “o valor nutritivo muda con- forme a variedade. É rico em açúcar, contém sais minerais, sendo um dos frutos de clima temperado que possui mais cálcio. Possui ainda cobre, potás- s io, magnésio, sódio e traços de zinco”. Uma curiosidade, segundo Vieites, “é o uso do látex do figo verde para coalhar o leite, sendo de 30 a 100 vezes mais potente do que outros coalhos”. Antonia Brotto é produtora de figo em Campinas/SP, onde clima e solo favorecem o cultivo. Sua família planta figos desde 1965. Para ela, o maior desafio da cultura é o controle da mosca-da-fruta na época de chuva, feita com armadilhas. Parte da produção de Brotto é exportada para a Europa, seguindo os princípios exigidos pelo EurepGap. Ela conta que “a colheita é ma- nual, com pessoal treinado, pois o figo é uma fruta muito delicada”. FRUTA NA MESA FIGO s (IBRAF | INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS para toda a Frutas [BRAF é uma do setor, de: utores de frutas, agroindústrias de Samer fornecedores de produtos, fornecedores de serviços, entre outros Realização de campanhas promocionais no exterior, com apoio do Governo, visando incrementar as exportações das frutas brasileiras e seus derivados através da consolidação da marca BRAZILIAN FRUIT; Quer estar conectado com o que acontece no setor, receber informativos e entrar em contato com outras pessoas com o mesmo interesse? Então participe da Comunidade Virtual da Fruticultura. Para se cadastrar acesse ACAM sig M cia Maio
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