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Guias e Dicas
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Aula 2 e 3 - História e Contaminação Cruzada, Notas de aula de Farmácia

Contaminação cruzada em processo de produção

Tipologia: Notas de aula

2011
Em oferta
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Compartilhado em 22/02/2011

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Baixe Aula 2 e 3 - História e Contaminação Cruzada e outras Notas de aula em PDF para Farmácia, somente na Docsity! 1 Prof. Guilherme Carneiro = RDC 17/2010 SEMPRE FOI ASSIM ???? Comprometimento da qualidade dos medicamentos que estavam no mercado, problemas que levaram a tragédias - responsabilizar o fabricante, que não garantiu a qualidade dos seus produtos Precedentes: qualidade e segurança dos medicamentos 1937 107 mortes por intoxicação em massa com um elixir de Sulfanilamida (EUA). Substituído na fórmula, a Glicerina que estava em falta no mercado, pelo Etilenoglicol sem que tenham sido realizados os testes de segurança e atoxicidade necessários. FDA considerou o fabricante responsável. 1967 – intoxicação em massa em crianças que sofriam de epilepsia e eram controladas com cápsulas de 100 mg de Fenantoína em um hospital na Austrália. – Fabricante havia substituído o diluente Sulfato de Cálcio por Lactose devido a falta no mercado. Níveis sangüíneos do medicamento voltaram ao normal - quando os pacientes voltaram a ingerir o produto com o diluente original. – Autópsias das vítimas revelou que os níveis sangüíneos do fármaco haviam subido para mais de 45 mcg por mL. • Os dois casos (1937 e 1967) mostram a importante relação entre a composição qualitativa e quantitativa de um produto e sua qualidade, segurança e eficácia. • A substituição dos excipientes deve ser precedida dos estudos necessários para não pôr em risco a saúde e a vida dos pacientes. 1958 - Hospital pediátrico nos EUA, intoxicação em massa de crianças 5 - 10 anos tratadas com um produto vitamínico para melhorar o seu desenvolvimento. Aparecimento de mamas e outras mudanças relacionadas com estrógenos. A investigação demonstrou que as cápsulas estavam contaminadas com estrógenos. - Causa: contaminação por limpeza deficiente do equipamento usado na fabricação (produtos estrogênicos e vitamínicos fabricados alternados). - O resultado da análise do CQ era satisfatório incluindo o teor de vitaminas. - Conclusão: Importância da limpeza correta dos equipamentos para evitar a contaminação cruzada. 2 • 1966 - Estocolmo (Suécia): surto de salmonelose em cerca de 200 pacientes tratados com comprimidos de tireóide, alguns deles hospitalizados. - As autoridades sanitárias constataram dois tipos de salmonellas: S. muenchen e S. bareilly, em pacientes, nas embalagens intactas dos comprimidos e nos lotes de tireóide importada - Total bactérias encontradas >1 milhão/g (coliformes) Fonte da contaminação: tireóide em pó desengordurada importada, com mais de 30 milhões de bactérias/g , a maior parte delas da flora fecal • Final dos anos 60 - Imprensa européia publicou que um paciente perdeu a visão e outros mais sofreram graves lesões nos olhos que comprometeram seriamente a sua visão, ao utilizar pomada oftálmica. A investigação apontou o fabricante como responsável, porque este produto por conter antibióticos de amplo espectro e um esteróide, não continha conservantes. O fabricante considerou que a presença de antibióticos e o baixo conteúdo de água eram suficientes para prevenir o crescimento bacteriano. Foram analisadas 60 bisnagas da pomada, sendo que 47 apresentaram elevada contaminação por Pseudomonas aeruginosa, conforme mostra o quadro abaixo: Quantidade de N.º de bactérias por bisnagas grama 9 20 - 200 11 200 - 2000 27 > 2000 • 1965 Colômbia: vários pacientes acometidos de tifo tratados com cápsulas de Cloranfenicol não apresentam melhora esperada. - Investigação isentou de responsabilidade o fabricante: cápsulas continham o teor de cloranfenicol declarado, a matéria-prima cumpria com todas as especificações da USP, embora procedente da Itália. - Pesquisadores dos Estados Unidos e da Austrália analisaram problemas semelhantes e estabeleceram que as matéria-primas Palmitato de Cloranfenicol e Estearato de Cloranfenicol podiam cristalizar de forma diferente (polimorfismo) dependendo do processo de produção. - Os dois fabricantes utilizavam diferentes processos de síntese e condições de purificação e cristalização do fármaco. • 1968 15 recém-nascidos infectados com P. aeruginosa em um hospital nos EUA. - Solução de hexaclorofeno utilizada para a lavagem de recém-nascidos continha milhares de microrganismos por mL especialmente Serratias e Pseudomonas. • 1988 Europa: mais de 40 pessoas afetadas por um surto de conjuntivite hemorrágica em conseqüência do uso de uma solução umedecedora para lentes de contato. - Medicamentos no mercado relacionados com esta linha de produtos eram produzidos em condições precárias e por pessoal não capacitado. • 1990 Vários pacientes mortos em uma unidade hospitalar da Colômbia após o uso de soluções dextrosalinas de grande volume. - Laboratório fabricante apresentava más condições de higiene, processos de fabricação eram deficientes, não existiam controles e os equipamentos e procedimentos não eram validados. - Foi necessário implantar medidas que solucionassem os problemas e evitassem a ocorrência de outros: Indústrias: preservar mercado e o seu nome Autoridades sanitárias: proteger o usuário 5 Contaminações Cruzadas e Ambientais Prevenção de Contaminações Cruzadas durante a Fabricação O Risco de contaminação cruzada durante fabricação pode ser originada por: Liberação de pós incontrolada Gases Vapores e Aerossóis Microrganismos provenientes de matérias-primas Outros produtos em curso de fabricação. Resíduos de materiais e das vestes dos operadores Produção em locais separados: penicilinicos, vacinas vivas e outros produtos biológicos), ou em trabalhos por campanhas (separação no tempo) seguidos de uma limpeza apropriada. Medidas para limitar Contaminação Cruzada Instalação / Renovação de ar insuficiente, ar não-tratado podem ser causas de contaminação. Portar vestimentas protetoras nos locais de fabricação dos produtos com alto risco de contaminação cruzada. Utilização de procedimentos de limpeza e de descontaminação eficaz. Utilização de sistemas fechados e uso de etiquetas mencionando o status “limpo” e “não limpo” do material. Medidas para limitar Contaminação Cruzada As medidas tomadas para evitar contaminação cruzada, ainda que sejam eficazes, devem ser controladas periodicamente, segundo os procedimentos previstos. AMOSTRAGEM Os procedimentos de amostra devem ser estabelecidos: - Instruções sobre a(s) pessoa(s) autorizada(s) a retirar as amostras, - Métodos e materiais utilizados - Precauções observadas: tendo em vista as contaminações do produto ou a deterioração da sua qualidade. CONTROLE E GARANTIA Os procedimentos escritos devem estar estabelecidos por controle e suas diferentes etapas de fabricação, detalhando as metodologias aparelhagem utilizadas. Os controles efetuados devem estar registrados. Todos os procedimentos e registros devem ser documentados. 6 OUTROS DOCUMENTOS Os métodos de operação devem ser claros e disponíveis tanto quanto os maquinários de fabricação. Os equipamentos mais importantes ou essenciais devem estar acompanhados de um “caderno de rota” (log book) mencionando, segundo o caso todas as validações as amostragens as operações, , , de manutenção, de limpeza ou reparação, com as datas e os nomes das pessoas que efetuam as operações. Cada utilização de material deve ser convenientemente registrada, de modo cronológico, nos mesmos locais onde são efetuadas as operações. VALIDAÇÃO Devem haver estudos de validação elaborados conforme as BPF, e estes devem ser devidamente registrados. É conveniente validar todas as modificações importantes do processo de fabricação, em extensão aos materiais e produtos. As modificações podem alterar a qualidade do produto e/ou a reprodutibilidade do processo. Os procedimentos devem ser submetidos periodicamente a uma nova validação crítica a fim de confirmar as atitudes conduzidas aos resultados: revalidação. MATÉRIAS-PRIMAS A compra de matéria-prima é uma opção importante, que requer qualificação dos fornecedores . Se possível, a compra de MP deve ser feita diretamente do produtor. A cada liberação, a integridade das embalagem e dos recipientes deve ser controlada, o seu fechamento e a correspondente liberação e a identificação do fornecedor. Os recipientes que contem as amostras, devem estar devidamente identificados. MATÉRIAS-PRIMAS As matérias-primas devem ser corretamente etiquetadas: 1. Nome utilizado no estabelecimento por produto e no caso das amostras, o código interno. 3. O status do conteúdo (por ex. quarentena em análise, aprovado ou recusado ). Obs.: Em caso de sistema totalmente informatizado, TODAS as informações devem ser detalhadas e assinadas. 2. Um número de lote atribuído quando da recepção do produto. 4. No caso de amostra, a data da prescrição (término) ou uma data após aquela um novo controle deve ser feito. PRODUÇÃO Deve seguir as normas das BPF A produção deve ser conduzida e fiscalizada por pessoas competentes. Todas as manutenções de produção por recepção, da quarentena, da amostragem, da estocagem, da etiquetagem, da escolha dos fornecedores, das operações de produção, da embalagem da distribuição devem ser efetuadas conforme procedimento ou instruções escritas e registradas. Os recipientes devem ser limpos e etiquetados conforme as instruções. Os recipientes avariados ou todo o outro incidente que puder prejudicar a qualidade de um produto, devem ser detectados, anotados e assinalados ao controle de qualidade. PRODUÇÃO Os produtos recepcionados e os produtos acabados devem ser colocados em quarentena, fisicamente ou administrativamente, imediatamente após a recepção ou sua fabricação, até liberação pelo CQ para distribuição. Os produtos intermediários ou a granel comprados = matéria-prima. Todos os produtos devem ser estocados nas condições apropriadas estabelecidas pelo fabricante e de modo ordenado em via de permitir uma separação dos lotes ou uma rotação do estoques. Rendimentos devem ser controlados e os balanços comparativos efetuados, para assegurar que não há descarte superior aos limites aceitáveis. Os produtos diferentes não devem fazer parte de operações simultâneas ou consecutivas no mesmo local, a menos que não haja risco de mistura ou de contaminação. 7 PRODUÇÃO Quando as substâncias e os outros produtos secos são utilizados, precauções particulares devem ser tomadas afim de evitar a produção e disseminação de pós. Estas ações são aplicadas particularmente a manipulação de matérias sensibilizantes. O acesso aos locais de fabricação devem ser limitados ao pessoal autorizado. Evitar fabricar produtos que não sejam medicamentos no mesmo local destinado à fabricação de medicamentos => é PROIBIDO no Brasil.
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