Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

TAYLORISMO (Administração Científica) Aspectos conceituais e uma an, Notas de estudo de Engenharia de Produção

Taylorismo

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 15/02/2011

andrei-la-neve-11
andrei-la-neve-11 🇧🇷

5

(1)

37 documentos

1 / 18

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe TAYLORISMO (Administração Científica) Aspectos conceituais e uma an e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia de Produção, somente na Docsity! UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC CENTRO TECNOLÓGICO – CTC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS ESTUDO DE TÈMPOS E MÉTODOS PROFESSORA MIRNA DE BORBA TAYLORISMO (Administração Científica) Aspectos conceituais e uma análise crítica Marco Bräutigam Florianópolis, Dezembro de 2003. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 2 de18 Índice 1. INTRODUÇÃO E A VIDA DE FREDERICK WINSLOW TAYLOR 3 2. TAYLORISMO 4 2.1. EXEMPLOS E IDÉIAS BÁSICAS DO TAYLORISMO 4 2.2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 6 2.2.1. MÉTODO CIENTÍFICO 6 2.2.2. ENSINAR E SELECIONAR O OPERÁRIO CIENTIFICAMENTE 6 2.2.3. CONTROLE E COLABORAÇÃO 7 2.2.4. DIVISÃO EQÜITATIVA DO TRABALHO E RESPONSABILIDADE 8 2.2.5. EFEITOS DOS QUATRO PRINCÍPIOS 8 2.3. ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO 9 3. ANÁLISE CRÍTICA 16 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 17 5. LITERATURA 18 TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 5 de18 Taylor: “Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas estas barras para o vagão, amanhã, por $1,85. Agora, então, pense e responde a minha pergunta. Diga-se se é ou não um operário classificado.” Schmidt: “Bem vou ganhar $1,85 para pôr todas estas barras de ferro no vagão amanhã ?” Taylor: “Sim, naturalmente, você receberá $1,85 para carregar uma pilha, como esta, todos os dias, durante ano todo. Isto é que é um operário classificado e você o sabe tão bem como eu.” Schmidt: Bem, tudo entendi. Devo carregar as barras para o vagão amanhã, por $1,85 e nos dias seguintes, não é assim?” Taylor: “Isto mesmo.” Schmidt: “Assim, então sou um operário classificado.” Taylor: “Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classificado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite. Conhece você aquele homem ali?” Schmidt: “Não, nunca o vi.” Taylor: “Bem, se você é um operador classificado, deve fazer exatamente o que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu ? Quando este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Finalmente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário classificado ou não.” Neste diálogo pode ser observado que no Taylorismo, um operador classificado é um soldado do trabalho e que os operadores são vistos como homens de mentalidade limitada, ou seja, como homens sem cérebro. Conseqüentemente a única maneira para estimular um trabalhador para trabalhar são incentivos em dinheiro. Um objetivo do Taylorismo é a obtenção de mão-de-obra econômica, retribuída, entretanto, com salários mais elevados. Mais geralmente, o principal conceito do Taylorismo pode ser expressados em três enunciados: 1. Atribuir a cada operário a tarefa mais elevada que lhe permitam suas aptidões. É a designação do homem para funções na qual possam exercer sua capacidade inteiramente a contento, dando-se-lhe o encargo mais elevado, consentâneo com as suas possibilidades. 2. Pedir a cada operário o máximo de produção que se possa esperar de um operário hábil, de sua categoria. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 6 de18 3. Cada operador, produzindo a maior soma de trabalho, tenha uma remuneração adequada, que seja de 30% a 50% superior à média dos trabalhadores de sua classe. 2.2. Princípios fundamentais Depois vários anos de experimentos para determinar métodos de trabalho ótimos, Taylor propôs quatro princípios de administração cientifica, que serão descritos no seguinte1. Estes princípios devem ser implantados na qualquer empresa para obter um aumento da produção e para ter sucesso. 2.2.1. Método científico O primeiro princípio é o método científico. Isso significa que para cada elemento do trabalho deve ser desenvolvido um método científica. Não é mais permitido que o operador siga um método empírico. Para conseguir isso é necessário reduzir o saber operário complexo a seus elementos simples, estudar os tempos de cada trabalho decomposto para se chegar ao tempo necessário para operações variadas. Para alcançar este objetivo a cronometragem foi introduzido nas fábricas e executado. Assim, o administrador deve juntar todo o conhecimento tradicional adquirido pelo trabalhador e classificar, tabular e reduzir este saber a regras, leis e fórmulas e devolvendo-as ao trabalhador. Existe só uma única melhor maneira de se executar uma operação e o operador deve executar o trabalho exatamente nesta maneira. O trabalhador receberá portanto as instruções de como e em quanto tempo ele tem que realizar sua tarefa parcelizada. Em suma, o que este primeiro principio estabelece é a separação das especialidades do trabalhador do processo de trabalho. Este deve ser independente do ofício, da tradição e do conhecimento do trabalhador, dependendo apenas das políticas gerenciais. 2.2.2. Ensinar e selecionar o operário cientificamente O segundo princípio é o conceito de selecionar cada operador cientificamente e depois ensinar, especializar, formar, conduzir e aperfeiçoar o operário para que ele possa fazer a operação ótimo. Também devem ser eliminados todos os homens que se recusam a adotar os novos métodos ou são incapazes de segui-los. No passado cada operário escolhia seu próprio trabalho e o jeito como ele queria fazé-lo. Mas agora o trabalho intelectual é eliminado da fábrica e centralizado no departamento do planejamento, ou seja, toda atividade de concepção, planejamento e decisão deve ser realizado fora da fábrica pela 1 A descrição dos quatro princípios é baseada no livro „O que é Taylorismo“, página 20-24 TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 7 de18 gerência científica e ser executada passivamente pelos trabalhadores dentro da fábrica. Este princípio ficou conhecido como o que estabelece a separação entre o trabalho de concepção e o de execução que é um dos pontos principais do Taylorismo. Segundo Taylor, a "ciência do trabalho" deve ser desenvolvida sempre pela gerência e nunca estar de posse do trabalhador. Ele compreende muito bem como a organização do trabalho pelo próprio operário é uma arma contra o capital. Consuma-se ai a dominação do capital sobre o trabalhador no interior do espaço produtivo, impondo-lhe um rendimento padronizado. Os órgãos de execução vão realizar aquilo que foi preparado, estudado e planejado pelos órgãos de planejamento. Conseqüentemente o operador fica apenas com a parte propriamente executiva Os órgãos de planejamento ou seja os agentes de preparação e planejamento, diretamente ligados à direção, são os seguintes: • O Encarregado de ordens e serviço (Order of work and route clerk) • O Encarregado das fichas de instrução (Instruction card clerk) • O Encarregado do tempo e do custo ( Time and cost clerk) • O Encarregado da disciplina ou das ralações humanas A finalidade de planejamento é caracterizar qualquer tarefa que deve ser feito, como deve ser feito, onde deve ser feito e quando deve ser feito. Os órgãos de execução, diretamente ligados aos operadores, são os seguintes: • O Encarregado de Preparação (Gang boss) • O Encarregado da velocidade e do ritmo (Speed boss) • O Encarregado de inspeção (Inspector) • O Encarregado da conservação (Repairs boss) 2.2.3. Controle e Colaboração O terceiro princípio é cooperar cordialmente com os trabalhadores para articular todo trabalho com os princípios da ciência que foi desenvolvido. Em palavras mais práticas isso significa que cada operário deve ser controlado se ele executa o trabalho exatamente (até mesmo os mínimos detalhes de sua execução) conforme as regras estabelecidas. Isso é necessário porque as regras foram estabelecidas por técnicos que conhecem a melhor forma de execução e por isso o trabalho só seja bem executado se o operário segue as regras. O ponto de vista do operário só será ouvido se ele tiver algo a acrescentar depois de testado o novo método. O princípio de colaboração é fundamental: objetiva-se estabelecer uma relação "íntima e cordial" ou seja “um espírito de profunda cooperação”entre o operário e a hierarquia na fábrica, anulando a existência da luta de classes no interior do processo de trabalho. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 10 de18 Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente o seu trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais eficiente. Geralmente, o supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do método ou processo para executar seu trabalho, para encorajar sua iniciativa. Porém, com a Administração Cientifica ocorre uma repartição de responsabilidade: a Administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente. Os principais aspectos da organização racional do trabalho (ORT) são os descritos e estudados abaixo: ⇒ Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos O instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos operários é o estudo de tempos e movimentos. O trabalho pode ser executado melhor e mais economicamente por meio da análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de cada operação de uma tarefa. Observando metódica e pacientemente a execução Estudos dos tempos e movimentos Lei da Fadiga Determinação do „best way“ Seleção científica do trabalhador Padrão da produção Plano de incentivo salarial Supervisão funcional Condições ambientais de trabalho Máxima eficiência Mais lucros e salários TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 11 de18 de cada operação a cargo dos operários, Taylor viu a possibilidade de decompor cada tarefa e cada operação da tarefa em uma série ordenada de movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados, enquanto os movimentos úteis eram simplificados, racionalizados ou fundidos com outros movimentos, para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário. A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou seja, a determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a execução da tarefa. A esse tempo médio eram adicionados os tempos elementares e mortos (esperas, tempos destinados à saída do operário da linha para suas necessidades pessoais etc.), para resultar o chamado "tempo padrão". Com isto padronizava-se o método de trabalho e o tempo desafinado à sua execução. ⇒ Estudo da fadiga humana Estudos realizados sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário, constataram que a fadiga predispõe o trabalhador para a diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho, perda de tempo, aumento do absenteísmo, doenças, acidentes diminuição da capacidade de esforço. Em suma, a fadiga é considerada um redutor da eficiência. A partir dessa constatação, para reduzir a fadiga, foram propostos alguns princípios de economia de movimentos, que podem ser classificados em três grupos relativos a • Uso do corpo • Arranjo material do local de trabalho • Desempenho das ferramentas e do equipamento. Com isto a Administração Cientifica pretendia racionalizar o trabalho eliminando procedimentos que produzem fadiga, relacionados ou não com a tarefa executada pelo trabalhador. ⇒ Divisão do trabalho e especialização do operário A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos criaram condições para a reestruturação das operações industriais, eliminando os movimentos desnecessários e economizando energia e tempo. Uma das decorrências do estudo de tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a especialização do operário a fim elevar sua produtividade. Ao verificar que o trabalho pode ser feito de maneira mais econômica por meio da subdivisão das tarefas, chegou- se conclusão de que o trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanta possível, se limitar à execução de uma única e simples tarefa predominante. Com isto, cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e às normas de desempenho estabelecidas pelo método. A limitação de cada operário à execução de uma única operação ou tarefa, de maneira continua e repetitiva, encontrou a linha de produção (ou linha de montagem) como sua principal base de aplicação. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 12 de18 A idéia atrás deste elemento é que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. ⇒ Desenho de cargos e de tarefas Tarefa ou função é toda e qualquer atividade mais ou menos permanente e rotineira que alguém executa em decorrência do seu cargo dentro da organização. A tarefa ou função constitui a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Cargo é o posto ocupado por um trabalhador e representado pelo conjunto de responsabilidades relativas às tarefas que lhe são pertinentes. Há cargos simples, com uma única tarefa ou função e há cargos complexos, constituídos de várias e às vezes diferentes funções. Um conjunto de cargos forma uma seção, um conjunto de seções formam um departamento e assim por diante. Desenhar um cargo, então, consiste em descrevê-lo em termos de especificação do seu conteúdo de funções, bem como sua relação com outros cargos posicionados como pré- e pós-requisitos. Assim, o desenho do cargos é a maneira pela qual um trabalho é planejado através das descrições de todos os cargos - e suas funções - necessários para sua execução. A racionalização do trabalho do operário passa a exigir, então, o desenho dos cargos. A ênfase sobre as tarefas a serem executadas levou os engenheiros a simplificar os cargos no sentido de obter o máximo de especialização de cada trabalhador: cada operário ficaria restrito a um específica tarefa que deveria ser executada cíclica e repetitivamente para aumentar sua eficiência. O princípio básico no desenho dos cargos é que cada cargo deve conter um número limitado de tarefas relacionadas, cada qual requerendo habilidades similares e em períodos de tempo que permitam controlar e comparar os resultados com determinados padrões de produção. Para cada tarefa há um método apropriado, pois os cargo e as tarefas são desenhados para uma execução automatizada por parte do trabalhador, que deve fazer e não pensar ou decidir. Pela simplicidade dos cargos, o ocupante pode aprender rapidamente os métodos prescritos, exigindo um mínimo de treinamento. Igualmente, a simplicidade permite um melhor controle e acompanhamento por parte do supervisor. Com isto, enfatizou-se o conceito de linha de produção: em vez de um operário executar uma tarefa complexa ao redor da matéria- prima, esta passa a circular por uma linha ao longo da qual estão dispostos os operários. O operário especializado executa seqüencialmente a sua tarefa específica. Ao final da linha de produção, a matéria-prima caminhou e foi processada por uma seqüência de operários, cada qual realizando uma tarefa particular, contribuindo para a execução da totalidade do trabalho. Cada operário é treinado para desempenhar as atividades padronizadas do cargo. Em caso de ocorrência imprevista, o ocupante deve procurar seu superior. A relação de trabalho de cada operário é didática: cada ocupante relaciona-se exclusivamente com seu superior. Os contactos com colegas relacionados com a tarefa são limitados e controlados para evitar perda de tempo. O fluxo seqüencial do trabalho é previamente estabelecido e o tempo de sua duração também. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 15 de18 ⇒ Padronização de métodos e de máquinas A organização racional do trabalho se ocupou também com a padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias- primas, no sentido de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e, conseqüentemente, eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. Um padrão é um referencial de medida, adotado como critério. Os padrões representam o desempenho desejado e estão sempre relacionados com o resultado que se deseja alcançar. A padronização é a aplicação de padrões e significa a aplicação de métodos para se obter uniformidade e redução de custos. Com a Administração Cientifica, a padronização passa a ser uma preocupação constante na obtenção da eficiência. A padronização pode conduzir à simplificação, à medida em que a uniformidade obtida reduza a variabilidade e as exceções que complicam os procedimentos. ⇒ Supervisão funcional A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor e não de uma centralização da autoridade. Taylor propôs a supervisão funcional, que nada mais é do que a existência de diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área, e que tem autoridade funcional (relativa somente à sua especialidade) sobre os mesmos subordinados. Essa autoridade funcional é relativa e parcial. Para Taylor o tipo de organização por excelência é a organização funcional. A administração funcional consiste em dividir o trabalho de maneira que cada homem, desde o assistente até o superintendente, tenha que executar a menor variedade possível de funções. Sempre que possível, o trabalho de cada homem deverá limitar-se à execução de uma única função. Para Taylor, a característica mais marcante e visível da administração funcional consiste no fato de que cada operário, em lugar de se por em contato direto com a administração num único ponto, isto é, por intermédio de seu chefe de turma, recebe orientação e ordens diretas de encarregados diferentes, cada um dos quais desempenhando sua própria função particular. A supervisão funcional é exatamente a aplicação da divisão do trabalho e da especialização no nível dos supervisores e chefes. Suas vantagens são patentes: especialistas é que transmitem a cada operário conhecimento especifico e orientação. É a separação do trabalho mental (supervisor) do braçal (operário). Representa a máxima utilização do principio da divisão do trabalho, reduzindo ao mínimo as funções que cada um deve executar. Tende, portanto, a produzir alta eficiência funcional, em cada homem e no conjunto deles. A supervisão funcional pressupõe uma autoridade relativa, dividida e zoneada. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 16 de18 3. Análise crítica Na época de Taylor, na era industrial, a maioria das suas propostas fizessem sentido. Mas com o tempo o Taylorismo mostrou as sua falhas. Talvez a mais grave seja o fato de que o taylorismo tratava o trabalhador como se fosse máquina. Na verdade ele tinha até menos status que as próprias máquinas já que tinha que adaptar o seu ritmo de trabalho ao dos equipamentos. Charles Chaplin no filme "Tempos Modernos" faz uma crítica mordaz e bem humorada dessa situação. Nesse tratamento desumano combinava-se com a dificuldade do trabalhador em identificar-se com o produto do seu esforço, ou seja o afastamento do trabalhador do produto final. Um homem que simplesmente fixava pára-lamas não via o automóvel pronto como obra sua. Ele não era nem ao menos capaz de entender o funcionamento do carro. A única coisa que ele sabia era fixar pára-lamas. Como resultado o operário não sentia orgulho nem entusiasmo pelo seu trabalho. Pessoas que não se orgulham do que fazem, que não vêem importância na sua atividade, dificilmente produzem com qualidade. Naquela época os resultados obtidos eram suficientes. Hoje, com a concorrência em escala mundial e com os níveis de exigência dos consumidores, com certeza não o seriam. Outra desvantagem é que o Taylorismo não usava o potencial do mão-de-obra. Os empresários hoje percebem que um enorme potencial estava sendo desperdiçado ao se impedir que os operários opinassem sobre o modo como o trabalho era feito. As experiências dos trabalhadores não estavam usados para melhorar os processos. Mesmo pessoas com pouca cultura escolar tem bom senso suficiente para enxergar problemas simples - que muitas vezes passam desapercebidos aos olhos dos engenheiros - e propor soluções para eles. O que importe hoje são trabalhos executados em equipes, operadores que pensam e contribuem para a melhoria das operações executadas numa empresa. A visão do homem no Taylorismo era um “homem econômico” que é irresponsável, vadio e negligente. O sistema de inventivos em dinheiro era considerado a única forma para puder motivar um trabalhador. Todos os outros aspectos de motivação dos trabalhadores foram desleixados no Taylorismo. Hoje em dia o meio ambiente é muito dinâmico. O Taylorismo com seus atributos como Overengineering, Separação do trabalho, longos cadeias de valores não parece mais adequado em muitas áreas. Taylor desconsidera também os impactos do ambiente externo da empresa em suas operações. Variáveis econômicas, culturais e sociais afetam diretamente a eficiência da empresa; sobre estas, as medidas propostas por Taylor têm alcance limitado Criatividade dos trabalhadores era totalmente descuidado nesta época. Hoje em dia, em muitas empresas existem sistemas de criatividade para estimular o potencial do mão-de-obra. TAYLORISMO (Administração Científica) - Aspectos conceituais e uma análise crítica Página 17 de18 Tarefas extremamente repetitivas, resultantes da superespecialização e da divisão do trabalho causam tédio, problemas motores e psicológicos. Foram constatadas evidências meramente práticas do sucesso dos princípios tayloristas. Não se constituiu nenhum modelo teórico de análise que permitisse, por abstração, generalizar os achados de Taylor para o universo das organizações. Taylor abordou predominantemente a variável organizacional "tarefas". O seu trabalho e a escola de administração científica praticamente desconsidera outros aspectos importantes da organização, tais como sua estrutura e tecnologia. Taylor não se aprofunda nas razões explicativas da realidade organizacional. Ele simplesmente constata de forma empírica alguns problemas de eficiência e propõe soluções práticas para os mesmos. Portanto, a Teoria da Administração Científica não identifica claramente as causas da ineficiência, apenas receita o remédio para as suas conseqüências. 4. Considerações finais Embora algumas idéias do Taylorismo ainda são válidas e usadas nas empresas (por exemplo a cronometragem), os programas de Qualidade Total ou de Qualidade da Vida que estão sendo implantados hoje rompem radicalmente com seus princípios centrais. Para Taylor as tarefas dos operários deveriam ser simplificadas ao máximo, de modo que o seu grau de dificuldade fosse o mínimo possível. O fluxo de produção deveria ser dividido e subdividido até que cada trabalhador só realizasse uma ínfima parte do processo como um todo. Esse método foi, posteriormente, levado às últimas conseqüências por Henry Ford. Ford criou as linhas de montagem na sua fábrica de automóveis. Quais as vantagens alegadas para esse tipo organização do trabalho? Em primeiro lugar era extremamente mais fácil treinar operários em tarefas muito simples do que em tarefas complexas. Um trabalhador especializado numa pequena operação podia adquirir habilidade suficiente para faze-la muito rapidamente. Outro princípio do taylorismo era que os operários não deveriam perder tempo pensando sobre o que faziam. Planejar, controlar e introduzir melhorias nos processos era responsabilidade de uma equipe de engenheiros. Aos operários cabia somente usar as mãos, nunca os cérebros. A parte triste dessa história é que muitas empresas e administradores não perceberam que os tempos mudaram e que novas formas de organização do trabalho se impõem. A implantação da Qualidade Total exige transformações radicais no modo de pensar dos líderes. No entanto, não devemos descartar os aspectos positivos do taylorismo - por exemplo, a própria idéia de que a atividade produtiva deve ser objeto de estudo metódico e racional.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved