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Guias e Dicas
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Apostila de conhecimentos gerais, Notas de aula de Engenharia de Produção

APOSTILA DE CONHECIMENTOS GERAIS

Tipologia: Notas de aula

2010
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É o choque atual entre globalização e o nacionalismo, defendido por elites locais e/ou minorias étnicas excluídas do processo. Etapas de criação/implantação do Mercosul Com o início da redemocratização da América Latina ou término dos regimes autoritários e esvaziamento da operação Condor, financiada de acordo com os interesses dos EUA, houve várias tentativas de implantação das idéias neoliberais no Brasil. Com isso, antes do Plano Real tivemos os Planos Cruzados | e Il (Funaro, Bresser), Plano Collor e o Plano Verão. Mas as variáveis internas impediram que algumas dessas tentativas chegassem ao neoliberalismo, como aconteceu com o Plano Real. 1º) 1986 - Acordo Bilateral Brasil X Argentina. * Término da operação Condor; os EUA não apóiam mais os regimes autoritários. * Redemocratização na América Latina. * Brasil - Plano Cruzado. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo colégio eleitoral, José Sarney, substitui o último presidente militar, General João Batista de Figueiredo. * Argentina - Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito substitui o general Galtieri, responsável pela Guerra das Malvinas. Os planos econômicos inicialmente consistiam em congelamento de preços e salários, eliminando o processo hiperinflacionário e permitindo, após décadas de descontrole, que a população pudesse fiscalizar os preços de seu consumo diário, surgindo os famosos fiscais do Sarney. Infelizmente, os interesses políticos falaram mais alto e, logo após as primeiras eleições mais livres no Brasil, surge o Plano Cruzado dois, descongelando os preços e mantendo congelados os salários, com a consequente queda do poder aquisitivo de nossa população. 2º) 1991 -Tratado de Assunção. - Proposta de criação do Mercosul. - Proposta de criar urna área de livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. Portanto, não é uma área somente de livre comércio, como o ALCA ou o NAFTA. Mas também ainda não é um mercado comum, funcionando primeiro como área de livre comércio. - Países-membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 3º”) Dez/94-Reunião de Ouro Preto (MG). 1º de janeiro de 95. * O Mercosul passa a funcionar como União Aduaneira. * Adota a TEC -Tarifa Externa Comum para as importações. * Brasil = Plano Real. Onde um real é igual ou aproximadamente igual a um dólar, adotando o sistema de banda cambial ou câmbio fixo-flutuante. * Argentina = Plano Cavallo (dolarização ou paridade das moedas, um peso = um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e Hong-Kong funcionam desta forma tão radical. O Equador o está adotando e El Salvador está indo pelo mesmo caminho. Observação: Na prática, a lei da conversibilidade das moedas ou cambial coloca a Argentina na ante-sala da dolarização. É costume dizer que a moeda argentina ficou virtual (peso.com), pois quem manda é a moeda norte- americana. Vejamos o exemplo atual - com a crise de janeiro de 1999, o Brasil desvalorizou rapidamente o real, pois havia adotado o sistema de banda cambial; já a Argentina não pode fazer o mesmo, pois ao adotar o sistema de paridade com a moeda norte-americana sua população passou a assumir compromissos em dólares; portanto, se o Governo argentino desvalorizar o peso, haverá uma hipervalorização das dívidas de sua população, podendo provocar um grau de insatisfação tão intenso que pode desestabilizar o Governo local, e isso iria atingir de imediato os demais países do Mercosul, podendo provocar novo efeito cascata ou dominó, como os efeitos Tequila, do México, o efeito Saque, da Ásia ou o efeito Vodka da Rússia; aliás, esse é um dos grandes problemas da Globalização neoliberal, pois se ocorre uma internacionalização maior das economias, também é verdade que ocorre uma internacionalização das crises, do desemprego estrutural, da exclusão dos menos preparados, que poderá fortalecer os defensores do pensamento ultra-nacionalista, isto é, da defesa radical das fronteiras nacionais, o que não interessa aos atuais países dominadores. 1996 - o Chile pede para entrar como membro efetivo do Mercosul, ao mesmo tempo que está negociando sua entrada para o NAFTA e a APEC. 4º) 1997 - Reunião de Fortaleza. - A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro efetivo, irias permanece, a exemplo do Chile, como “associada” ou "parceira preferencial", até tomar as medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégios criando uma área de livre comércio com a União Aduaneira dos países-membros do Mercosul. - Surge a idéia da moeda única. Mas com discordâncias entre o Brasil e a Argentina. Observação: A integração do Mercosul aumentou em mais de 400% o comércio entre os países-membros, enquanto que, ao mesmo tempo, o aumento do comércio com os EUA não chegou a 25%, o que preocupou a superpotência. Dizer que aumentou em mais de 400% o comércio entre os países-membros e associados do Mercosul não quer dizer que foi superior, em valores, ao aumento de 25% do comércio deste com os EUA. O Mercosul não representa 2% do comércio mundial. 5º) 13/1/99 -Crise do Real- efeito samba ou cachaça. - O Brasil abandona a banda cambial, pois não utiliza mais a reserva cambial para manter próxima a equivalência do real com o dólar norte-americano. - O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor da moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procura em relação ao dólar. De 1999 até o início de 2001, o Banco Central não intervém no controle, mantendo a flutuação limpa; a partir de fevereiro de 2001, quando o dólar ultrapassa a faixa de dois reais, o BC passa a intervir no mercado de moedas, iniciando uma fase de flutuação suja. - A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança comercial com a Argentina, provocando um significati- vo déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil. - Argentina não pode desvalorizar a sua moeda, o peso, pois adotou a conversibilidade cambial com a moeda norte-americana. - Ao desvalorizar o real, houve uma valorização dos salários mínimos, que já eram mais elevados, na Argentina, Uruguai e Paraguai, aumentando as exportações brasileiras e reduzindo as importações dos países vizinhos. 6º) Julho de 2000 - Reunião de Buenos Aires. - Demonstra que a crise está passando (otimismo). - Na verdade, a crise Argentina já dura mais de 30 meses. - Assinatura do Acordo Automobilístico, a loucura dos 35%. - Proposta de acelerar a entrada do Chile e da Bolívia no Mercosul. 7º) Crise Argentina, com a ajuda do FMI, FED e BIRD. Em contrapartida, o país aumenta a idade de aposentadoria das mulheres para 65 anos, força a redução dos salários dos servidores públicos, não esquecendo que há tempos esses salários não eram corrigidos, a exemplo do que ocorre no Brasil e, propõe a privatização do sistema de saúde. O governo argentino entra em crise com o Congresso quanto às reformas estruturais necessárias para sair da crise. 8º) A ajuda do FMI para a Argentina pode ajudar a economia brasileira. Mesquitas, onde Maomé morreu, com a terceira mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada por Meca e Medina - a terra do profeta. Sionismo representa, também, o direito do povo judeu ser judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva no mundo. Avanços do sionismo 1º) No início do século XX, os judeus, com poder econômico, passaram a comprar propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria, Rússia, etc.), perseguidos pelos governos e sociedades, fossem deslocados para estas propriedades na Palestina, surgindo deste projeto os primeiros "kibutzim" propriedades coletivas, e os heróis da criação do Estado de Israel, como Ben-Gurion, Golda Meir, etc. 2º) Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, isto é, o direito do povo judeu criar um Estado próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava sendo derrotado, e os ingleses estavam começando a dominar o Oriente Médio. 3º) Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na Palestina. 4º) 1939/1945 - Segunda Guerra Mundial. Ocorre o holocausto, onde quase 6 milhões de judeus são eliminados na Europa, junto com milhares de outras minorias, étnicas ou não, como os ciganos, testemunhas de Jeová, etc. Quando estes fatos são revelados para o mundo, coincidem com a mudança do eixo de poder, com a grande águia ou nova Roma substituindo os impérios europeus. Os judeus não podiam perder esta oportunidade histórica, reivindicando seus direitos de criação e implantação de um Estado judeu na Palestina. 5º) 1947 - Resolução da ONU, onde Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro, dá o voto de minerva, com a seguinte decisão: * término do protetorado britânico na Palestina. * criação do Estado de Israel, com um pouco mais da metade do território. * criação do Estado palestino dividido em 2 áreas; * criação das zonas neutras, principalmente da cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração internacional. 6º) 1948 - Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução da ONU. - O mundo árabe-islâmico, de forma geral, não aceita a criação do Estado palestino, a RALI - Liga Árabe Unida faz a primeira guerra - Egito, Síria, Jordânia e Árabia Saudita - contra Israel e são derrotados. Nota - Acaba a diáspora do povo judeu, ao mesmo tempo que começa a diáspora do povo palestino. 7º) 1956 - Com medo que o governo terceiro mundista, de Gamal Nasser, corri o apoio soviético, no Egito, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai. Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de poder. 8º) 1967 - A Guerra dos Seis Dias. Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de Israel passa para a fase de expansão, ocupando militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos vizinhos, como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq'Aba, conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golã (Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje não foi devolvida. Nota — 1984 - Israel invade o sul do Líbano, criando uma área militar "tampão", expulsando a OLP - Organização para a Libertação da Palestina. Posteriormente substituída pelo Hezbollah, apoiada pela Síria. Israel só abandonou esta área no ano 2000. 9º) 1973 - A guerra do "Yom Kipur", o dia do perdão para o povo judeu. Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados. Nota - Não é mera coincidência, nesse mesmo ano ocorreu a 1º crise do petróleo. - É correto afirmar que esta foi a última guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas que os conflitos não mudaram, pois a importância da OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os petrodólares alteram o equilíbrio de poder no Oriente Médio. A região da Palestina perde importância para outra área no Oriente Médio, o Golfo Pérsico, cercado totalmente por países islâmicos. A QUESTÃO PALESTINA Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino-árabe, islâmico e sunita - passa a confrontar o Estado de Israel e seu exército, através de grupos políticos - militares organizados na década de 50, surge Yasser Arafat, criando a Al-Fatah, que logo domina a OLP - Organização para a Libertação da Palestina, que tinha como princípios: não reconhecia a existência do Estado de Israel, nem o direito do povo judeu viver na Palestina. Na década de 70, o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econômica, pois no início desta década o Golfo Pérsico fornecia dois terços do petróleo consumido diariamente no planeta. Em 1979, um novo golpe para a economia, pois a revolução islâmica no Irã acaba provocando nova crise mundial do petróleo. A queda da Dinastia Pahlevi, que foi colocada no poder em 1952, graças a um golpe de estado fomentado pela CIA norte-americana, havia favorecido a implantação de um governo com tendências modernizantes, com a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalista islâmica, pois a maioria de sua população é de origem persa, xiita, que atende ao domínio dos aiatollás. Com a revolução em 79, os líderes religiosos implantam uma teocracia e declaram seu ódio aos valores ocidentais, principalmente aos EUA. Nota - Surge um ponto divisor entre o pan-arabismo e o pan-islamismo, sendo este último muito mais abrangente e radical do que o primeiro. Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estratégia contra o Estado de Israel, pois com o objetivo de chamar a atenção do mundo quanto à precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados pelo exército de Israel, criam o processo da intifada para substituir os grupos paramilitares no confronto àforça militar de Israel. Intifada - Guerra das Pedras, o uso da população civil palestina nos acampamentos, que, utilizando paus, pedras e palavras de ordens, jovens, crianças e velhos enfrentam os soldados judeus. É óbvio que neste confronto a população civil islâmica sai perdendo em número de mortes, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina. Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo terminar ou começar a qualquer momento, de acordo com os comandos palestinos. A Intifada atual (2000/2001) Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido ortodoxo de Israel, que passeou protegido por centenas de seguranças pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, provocando os povos islâmicos, ao mesmo tempo que conquistava os votos da maioria dos judeus e torna-se primeiro-ministro de Israel. O FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO A imprensa confunde, mas é bom saber que existem várias formas e povos fundamentalistas e, é óbvio, nem todo árabe é islâmico, nem todo islâmico é fundamentalista ou radical. Em 622 d.C. quando o grande profeta do islã recebe as mensagens de Alá, através do Anjo Gabriel, seu objetivo maior era de unificar os povos árabes, pois o que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo. O islamismo tem muito dos princípios judáicos, assim como cristãos. É óbvio, valores que interessavam no processo de unificação, facilitando o crescimento político, econômico e militar das aldeias árabes. Em 632d.C., com a morte de Maomé, o islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura dos xiitas e dos sunitas. Na realidade, todos são moderados e/ou radicais, pois suas reações dependem muito da ação que vierem a sofrer. Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o apoio, principalmente econômico, dos países islâmicos, que passam a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Israel, provocando o crescimento de grupos como o Hamas, o Jihad Hezbollah, etc. Nota - De novo devemos tomar cuidado com a imprensa ocidental, pois da forma como normalmente é colocado, estes grupos são formados somente por homens-bomba e que só praticam atos terroristas. Um bom exemplo disto é o Hamas nos acampamentos palestinos que inicialmente foi sustentado por Israel para fazer oposição à OLP, com as mudanças desta última organização, o Hamas passou para o controle iraniano. Hoje, mais de 90% de seus seguidores trabalham na área social como educação, saúde, alimentação e habitação dos palestinos, nos acampamentos e, menos de 10% é que fazem parte do Hamas militar. Mas são estes últimos que se destacam na imprensa mundial. O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE 90 1993 - A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito do povo judeu, também, viver na região da Palestina, dando início a um processo de reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo |. 1994 - Israel devolve para autogestão do povo palestino, a cidade de Jericó (na Cisjordânia) e a cidade porto de Faixa de Gaza no Mediterrâneo, como primeira etapa de devolução e futura criação do Estado palestino, após devolução de outras áreas. 1995 - O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin, é assassinado por um jovem judeu ligado ao Likud, perturbando as eleições em Israel, e favorecendo a eleição dos conservadores, que representado por Binyamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, ao criar novas colônias de judeus ortodoxos nas áreas ocupadas militarmente pelo exército de Israel, ao mesmo tempo que expande seus domínios na cidade de Jerusalém. Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP, criam um Estado provisório, organizando sua estrutura política, econômica, social e militar, sem eleições. ANP = Autoridade Nacional Palestina - comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de executivo provisório. CNP = Conselho Nacional Palestino - formado por representantes dos principais grupos palestinos, de acordo com a sua representatividade, portanto com a maioria da OLP. Nota: Em 1995, o CNP reconhece o já reconhecido em 1993 pela OLP, quanto ao Estado e ao povo de Israel. FORMAÇÃO DOS MEGABLOCOS E BLOCOS SUPRANACIONAIS Globalização O processo de globalização atual é muito superior em complexidade aos processos de internacionalização e transnacionalização, pois representa uma tendência de união, difusão e/ou integração de todas as características que se tornaram cada vez mais dinâmicas nos últimos séculos, provocando uma crescente articulação e interdependência entre todas as sociedades nacionais. 1. Internacionalização - desde o momento em que o ser humano começou a se organizar quanto à forma de produção, o processo de internacionalização passou a avançar. Com a formação dos Estados-nações, no começo da Idade Moderna, que para sua sobrevivência foram obrigados a aumentar suas relações com outros Estados nacionais, os principais fatores que geraram a internacionalização são expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente, pelas guerras, com sua capacidade de transformar o sistema produtivo, em consequência dos avanços tecnológicos e o aumento nos comércio internacional. 2. Transnacionalização - fenômeno percebido a partir dos anos 60; as filiais das empresas multinacionais superaram em valor de produção o comércio mundial. O processo de transnacionalização da produção acabou provocando a transnacionalização das finanças, onde os fluxos financeiros internacionais atingem dimensões superiores àinversão estrangeira direta no comércio internacional. 3. Globalização - fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalização, mas que avança, atingindo outros valores numa sociedade, como a uniformização comportamental devido à massificação dos sistemas de informação, uma sociedade se globaliza na proporção direta de sua capacidade de consumo, principalmente através de imagens e informações transmitidas pelos meios de comunicação, como a televisão. O que a globalização apresenta para uma sociedade não são somente produtos, mas sim idéias quanto ao mercado, âdemocracia, ãeducação, àfamília, àsexualidade, ao trabalho, lazer, etc. Um fator importante, responsável pelos avanços da globalização, foi o esgotamento da fase pós-Segunda Guerra, denominada de guerra fria, com a recuperação econômica e o crescimento dos países que atualmente formam os blocos econômicos supranacionais, como o Naíta, a União Européia, Mercosul, etc. É óbvio que o término do confronto ideológico foi muito importante, mas sozinho não provocaria tantas mudanças na base de funcionamento das sociedades organizadas. As mudanças na base do sistema de produção, onde a produção em escala ou fordista, inflexível, estanque, cede espaço para uma forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a robótica e a automação, resultantes dos avanços científicos na área das ciências espaciais, a nanotecnologia, a biotecnologia, acabam provocando transformações na estrutura de funcionamento quanto ao trabalho humano, com aumento na produção, produtividade e diversidade dos produtos fabricados. Ao mesmo tempo que a maior eficiência tecnológica força a um processo de reciclagem da mão-de-obra, provocando instabilidade política e social. Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas atingem a fase pós-urbano/industrial, isto é, concentrando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro. Ao mesmo tempo que forçam a unia desconcentração das atividades que perdem valor estratégico para os países periféricos, pois estas atividades não lhes interessa. Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até forçando, de acordo com a conveniência dos países centrais, mudanças na forma de funcionamento das sociedades, como: - formação dos megablocos e blocos supranacionais; - retorno do pensamento liberal, sob nova roupagem, na manutenção do comando mundial. 1. Teoria do estado mínimo. 2. Nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT). 3. Fortalecimento do ultranacionalismo, na forma de fundamentalismos religiosos e etno/xenofobismo, como forma de reação às mudanças provocadas pelos países centrais. 4. Nova forma de comportamento dos organismos internacionais, como o FMI, BIRD, BID, etc. 5. Mudanças no sistema monetário internacional. Para que isto ocorresse, os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internacionais que através de suas ingerências, transformassem os princípios da "Doutrina Monroe" (o comando da América), para a "Doutrina Truman", assumindo o comando mundial. Por isto, ocorreu a Conferência de Bretton Woods nas proximidades da cidade de Washington DC. Pode-se dizer que esta conferência foi o "pontapé inicial" para que, nas próximas décadas, fossem surgindo novas organizações mundiais para atenderem aos interesses da superpotência norte-americana. CONFERÊNCIA DE BRETTON WOODS (1944) Reunião entre quarenta e quatro nações, em New Hampshire (EUA), cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional, de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós- Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países, resultando em quatro pontos. a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação ânova moeda mundial, oscilando numa banda cambial (2,5%) de no máximo 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano. c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos países-membros, isto manteria suas taxas cambiais. d) A criação de um código de ação, onde todos os países-membros, ao superarem a crise cambial resultante do período conturbado das primeiras décadas do século XX, retornaram para um sistema de pagamentos multilaterais baseados na conversão da moeda. Criação do Banco Mundial É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial é dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos, mas que no fundo se complementam. 1) O CFI - Corporação Financeira Internacional, entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particulares e as empresas privadas que investem no Terceiro Mundo. 2) A ADI - criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do orçamento dos países-membros para financiar a juros muito baixos e a longo prazo os países mais periféricos ou até os países que, mesmo não sendo da extrema periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991. A última reunião do G-8 - Grupo dos sete países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na cidade de Gênova, na Itália, acabou resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo, grande parte desta dívida é proveniente dos empréstimos feitos pela ADI. Um bom exemplo desta situação é o projeto IDH 14, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a situação de miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país. Estes recursos correspondem à dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a defesa feita pelo Vaticano, entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, inviabilizou o perdão esperado pelas sociedades mais pobres do mundo. 3) A AGIM - Agência de Garantia de Investimentos Multilaterais, Órgão do Banco Mundial que procura dar garantias para as situações não-econômicas enfrentadas pelas empresas que investem nos países do Terceiro Mundo. Se uma multinacional implanta uma filial nutra país pobre, ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a AGIM cobre os prejuízos desta empresa. 4) Criação do BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento. O BIRD lida diretamente com os governos dos países subdesenvolvidos, facilitando para que adquiram credibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediação entre o Mercado Financeiro Internacional e as necessidades de recursos destes países. Oferece assessoria técnica e econômica através de suas equipes ou missões, como são chamadas. Portanto, o BIRD recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de mercado e repassa estes empréstimos a juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o BIRD toma esta atitude, o país favorecido passa a ter maior credibilidade no Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do BIRD, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para conseguir mais dinheiro. Os lucros obtidos por estas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassados para os Estados Unidos, principal mantenedor deste órgão. O BIRD nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois além dos altos recursos em ativo que possui, só o que o Terceiro Mundo lhe deve e lhe paga em serviços e juros da dívida externa por ano é o suficiente para cumprir seus compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrais é tão elevada que sua classificação internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado internacional. A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a realidade socioeconômica dos países pobres. O interessante desta pesquisa, é que o BIRD começa a defender a idéia de retrocesso; os países subdesenvolvidos devem voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na forma de commodities e, se possível, desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para este comportamento do BIRD é quanto à capacidade competitiva destes países no comércio mundial. Conseqiências imediatas * Plano Marshall para a Europa. * Plano Colombo para a Ásia. * Criação do "cordão sanitário" para os novos países, de independência concedida, que surgem no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropical, África e América Latina, ou países que já existiam e que adquirem impor- tância na realidade da Guerra Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil na América do Sul. * Criação do FMI - Fundo Monetário Internacional. De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e financiar os déficits da balança de pagamento dos países-membros. E uma instituição monetária. - Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 onça), equivalem a 35 dólares americanos, e é óbvio, o FED - "Federal Reserv Board", o Banco Central dos EUA - garantiria a paridade. Com isto, temos a dolarização da economia mundial. Obs.: Ao mesmo tempo que os EUA adotam o câmbio fixo, ele obriga a adoção pelos países, do câmbio fixo flutuante, isto é, todas as moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder mais que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilação de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econômica, pois a Conferência de Bretton Woods, mais especificamente, o FED - Banco Central norte-americano, não levou em consideração as diferenças econômicas dos países no mundo, princi- palmente as políticas inflacionárias. O principal papel do FMI era o de socorrer os países-membros, principalmente na manutenção do câmbio e na correção das balanças de pagamentos. Na década de 70, os EUA abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio flutuante. O motivo mais sério para esta mudança foi a emissão muito elevada de dólares necessários para sustentar a Guerra do Vietnã, o que provocou uma desvalorização muito rápida da moeda no mercado internacional. Inteligentemente os EUA mudam o seu sistema cambial, pois seria um desastre econômico se o FED (Banco Central), continuasse mantendo a paridade - dólares-ouro. E quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de dólares que existia no mercado externo. Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no comércio mundial, pois mudou o seu câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo-flutuante, que havia sido adotado para o mundo na Conferência de Bretton Woods. Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial legalizam o câmbio flutuante e para compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotam o DES - Desconto Especial de Saques, uma moeda bancária, calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, conseguiram regularizar alguns aspectos do comércio mundial. Com a mudança cambial, o FMI perde boa parte de sua importância, portanto, podemos dizer que é o início do fim da Conferência de Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é de dar assistência aos déficits na balança de pagamentos, ditando padrões para as políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Socorrendo os países em crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, direitos especiais de saque, um dinheiro internacional criado pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais importantes dos países-membros: o dólar, yene, marco, franco e a libra esterlina. Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do euro por onze países-membros da União Européia, em primeiro de janeiro de 1999, o DES - Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o dólar, o yene, a libra esterlina e o curo, portanto, hoje, são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do euro, sendo adotado pelos quinze países-membros, como está previsto para 2002, os critérios para estipular o valor do DES podem mudar novamente. - 1948 - Avanços na OIT - Organização Internacional do Trabalho. - 1948 - Criação do GATT - Conferência de Havana. - Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC - Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 1985). É importante salientar que a idéia era criar a OIC - Organização Internacional do Comércio, mas como os EUA e a maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Portanto, este órgão, em seu início, não era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países. Em 1995, em consegiência da rodada do Uruguai (1985), o GATT é extinto e substituído pela OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das nações, mas, até hoje, não foi regulamentado o comércio mundial. - 1945 - Criação da ONU - Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco. * Precedida pela Conferência de Yalta e um pouco antes da Conferência de Potsdan, que vieram a redefinir o papel da Europa na nova realidade mundial. - 1949 - Criação da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar). Para atender ao interesse dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob o seu comando vão determinar o comportamento do mundo capitalista no confronto com o Império Soviético e seus países- satélites na fase denominada bipolarização ou ordem mundial, com todas as suas características, como: expansão dos monopólios e oligopólios (multinacionais), caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do liberalismo com um fortalecimento do Estado; corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa, até chegarmos a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênicos e nas questões étnicas sobre os avanços na clonagem. A década de 80 é considerada a "década perdida”. O esgotamento do sistema implantado após a Segunda Guerra Mundial é bem nítido, pois tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir várias vezes seu inimigo, mas sabiam que se alguém tomasse esta atitude estaria destruindo a si próprio. Não existe mais a vantagem militar da primeira iniciativa. E nesta situação que se percebe as intransigências dos EUA quanto a continuar com o Projeto Guerra nas Estrelas e com a não-assinatura do Tratado de Kyoto, mesmo com suas mudanças, na reunião do G-8, em Gênova-2001. O mundo teria de mudar, pois os países-potências estavam gastando trilhões de dólares/década para sustentar uma situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito de alerta é dado pela ONU, onde prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o planeta. Não podendo esquecer que a maioria das tecnologias, que eram desenvolvidas, eram consideradas estratégicas, sendo assim, não eram transferidas para a economia normal, a população não tinha acesso aos novos conhecimentos, nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos deste conhecimento. Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (glasnost, perestroika ) e a exaustão do déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança comercial. Neste momento, surge um questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram investidos na corrida armamentista, nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas décadas? Será que a economia normal e a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto'? Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Segunda Guerra e criar novas relações internacionais, corno o término da bipolarização e o início da globalização acompanhada do capital volátil, da multipolarização, do retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó ou cascata, dos planos econômicos neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de mão-de-obra. Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanotecnologia reformulam as novas formas de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lugar de instalação das fábricas - os sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração plane- tária de forma muito rápida. Com a globalização, o poder bélico e geoestratégico caem para o segundo plano. Hoje, país-potência é definido pela capacidade tecnológica, de planejamento, produção, produtividade e competitividade no mercado global. E não basta para o indivíduo a especialização, é necessário que ele seja qualificado, capaz de assimilar novos conhecimentos e técnicas para se manter na área produtiva e manter o seu emprego. Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japão em conjunto com o extremo leste forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçando a criação de blocos econômicos, caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo "jogo de xadrez" nas relações mundiais. OS MEGABLOCOS E OS BLOCOS SUPRANACIONAIS 1º) União ou Comunidade Européia - UE ou CE Processo Histórico A União Européia é o mais antigo e o melhor estruturado entre os 3 megablocos existentes na globalização. Sua formação resulta da necessidade dos países da Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e à& necessidades dos Estados Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à tendência expansionista soviética neste continente. A base de tudo se deu em 1944 quando foi criado o Benelux - União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952, foi criada a CECA - Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma, em 1956, formando o MCE - Mercado Comum Europeu ou CEE - Comunidade Econômica Européia, e a EURATOM - Europa Atômica, sendo que esta mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as ameaças dos Impérios Ocidentais, expansionistas e militarizados da época, inclusive da frota naval norte-americana. - Na Segunda metade do século XIX, a formação da era ou Dinastia Meiji, muda completamente o quadro geopolítico da sociedade japonesa, formando um império absolutista, também expansionista e militarizado, a exemplo dos dominadores ocidentais, entendendo seus domínios econômicos e militares por vasta área do Continente Asiático até a Segunda Guerra Mundial. - Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão é obrigado a se ocidentalizar, provocando significativas mudanças na forma de organização de sua sociedade. 1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950. 2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista. 3. Não pode ter forças armadas e só pode gastar 1% de seu PIB na organização de uma força de segurança interna. 4. Fica sob a proteção do guarda-chuva nuclear dos EUA. 5. Os Zaibatsus - monopólios econômicos controlados pelas famílias tradicionais japonesas são colocados na ilegalidade. - Os riscos derivados da tendência expansionista Sino-Soviética na região e a guerra na península da Coréia acabam forçando os EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperação da economia do país; surge o Plano Colombo, com as mesmas características que o Plano Marshall para o continente europeu, mas não com a mesma grandeza de recursos. Década de 60 - o Milagre Japonês Medidas que foram tomadas: 1. Adoção do Neomalthusianismo. 2. Subvalorização do lene. 3. Poupança interna no estilo "formiguinhas". 4. Utilização de mão-de-obra abundante, barata e com capacitação técnica. 5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a política do copiar para aperfeiçoar e, se possível, miniaturizar os produtos industriais ocidentais. 6. Retorno do Zaibatsus com os monopólios de famílias tradicionais ou conglomerados econômicos. Ao tomar essas medidas, o Japão recupera toda a forma Fordista de produção e, como seus produtos ficam altamente competitivos no mercado internacional, passa a acumular um superávit na balança comercial, enquanto a maioria dos demais países desenvolvidos estão aumentando seus déficits. Para desenvolvermos melhor estas idéias, considere esse momento como o período de reconstrução da Segunda Revolução Técnico- Científica (2º RTC). Década de 70 - fase da expansão econômica para sua periferia As crises do petróleo, 1973/1979, afetaram de forma significativa a capacidade produtiva do Japão, pois mais de 95% de seu consumo de petróleo era importado de países-membros da OPEP, principalmente do Golfo Pérsico, reduzindo sua competitividade no mercado externo e, consequentemente, seu superávit comercial. Com isso o Japão é o primeiro país a iniciar a implantação da Terceira Revolução Técnico-Científica (3º RTC) em seu território, ao mesmo tempo que transferia a Segunda Revolução para a sua periferia. Substituindo muito dos investimentos ocidentais na Ásia, portanto, alguns países que faziam parte do "cordão sanitário" são transformados nos Tigres Asiáticos ou pequenos dragões, como a Coréia do Sul, Singapura, Taiwan ou Formosa e o protetorado britânico da ilha de Hong Kong. É interessante observar que o Japão não muda somente as técnicas de produção, com o uso da robótica, da informática e da automação, ao iniciar a Terceira Revolução Tecnológica, mas muda também o sistema de produção, passando do Fordismo para o Toyotismo, isto é, conceitos básicos como flexibilidade, informação e qualidade rompem com a estrutura fordista de produção capitalista, a rigidez do sistema de produção capitalista ocidental não suporta as renovações high teck. Acabou a fase de produção com elevado estoque de matérias- primas, energia, quantidade e especialização do trabalhador; tudo deve funcionar de acordo com as necessidades do mercado, produção, qualidade, administração e qualificação da mão-de-obra são requisitos integrados e fundamentais para manter a competitividade no comércio mundial. Esses territórios se transformam em verdadeiras plataformas ou corredores de exportações, controlados pelo capital e pelas empresas japonesas. São os famosos NICs - novos cinturões industriais ou NIPs - novos países industriais. Observe que na língua portuguesa são deno- minados de tradicionais, enquanto que na língua inglesa são chamados de novos. Está sendo criada a estrutura inicial do megabloco que irá surgir no continente asiático. Década de 80 - os avanços do megabloco Os Tigres Asiáticos transferem parte da 2º RTC para a sua periferia e recebem nova remessa de indústrias com transferência tecnológica do país central (Japão). Estão sendo criados os Novos Tigres Asiáticos, como a Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Vietnã, etc. também são denominados de NIPs ou NICs; na língua inglesa são chamados de países de recente (newly) industrialização. Nessa mesma década, a República Popular da China começa a colocar em prática as suas propostas já defendidas na década anterior, de "socialismo de mercado" ou "um país com dois sistemas”, isto é, uma abertura econômica localizada onde o Estado permanece com poder centralizado, mas alia-se ao capital internacional para explorar os recursos naturais e principalmente a mão-de-obra semiescrava e em excesso, que recebe centavos de dólares por hora trabalhada, além do total cerceamento a liberdades trabalhistas e sociais. O interior do país permanece sob controle total do Estado. No litoral são criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde leis especiais favorecem a atracão dos investimentos externos e o "bum" no crescimento econômico. Pri 1. Supera o Brasil como o país mais industrializado do Sul (subdesenvolvidos). 2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no Terceiro Mundo vão para as ZEESs, no litoral da China. 3. Passa a receber investimentos de bilhões de dólares proveniente dos gigantes econômicos, isto é, dos chineses que vivem em diáspora. is consequências da abertura econômica chinesa 4. Abertura das bolsas de valor em Pequin e em Xangai. 5. Seu superávit comercial, principalmente com os EUA, é de bilhões de dólares ao ano, tornando-se a terceira população em poder de compra, só superada pela população dos EUA e do Japão. Isto não quer dizer que tenha melhorado muito a qualidade de vida de seus 1,3 de bilhão de pessoas. 6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado, provocando concorrência desleal, com elevado índice de pirataria industrial e tecnológica, com prejuízos de bilhões de dólares para as transnacionais. 7. É considerado o país que mais desrespeita os direito humanos, quanto as mulheres, crianças e idosos. 8. É uma potência militar que ainda faz testes nucleares. 9. Mais de 95% das execuções/ano no mundo, dois terço de seu código civil, prevê a pena de morte, inclusive para a emissão de cheque sem fundo. Em 1997, a China Popular inicia negociações com os EUA para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC); no início de 2001 foi aceito o seu pedido, mas sua entrada como membro está condicionada a exigências quanto a questões econômicas como a espionagem industrial e a pirataria, onde mais de 90% dos CDs com músicas, jogos eletrônicos e a maior parte dos software são produtos copiados das empresas multinacionais, gerando bilhões de dólares de prejuízo para estas empresas, além das questões dos direitos humanos, como execuções das penas de morte, os tratamentos dados às minorias étnicas, àê mulheres, crianças e velhos, combinados com as questões militares como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do país. Atualmente, a grande discussão entre os países e autoridades da OMC, é quanto ao seguinte aspecto: se a República Popular da China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar os seus estatutos. Outros defendem que, ruim com ela na OMC, pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria dando altos prejuízos para as empresas transnacionais no sistema globalizado. Década de 90 - as crises econômicas com queda na produção O Japão entra em recessão econômica, pois os grandes mercados consumidores estão criando suas próprias estruturas na Terceira Revolução Tecnológica; os mercados europeu e norte-americano estão fortalecendo suas barreiras protecionistas quanto às importações, reduzindo rapidamente o superávit comercial japonês. Com isso, o país é obrigado a aumentar a capacidade de consumo interno, melhorando os salários e consequentemente o poder aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo que avança mais ainda na renovação tecnológica do sistema de produção, entrando na fase típica atual dos países mais desenvolvidos, que é de contração das tecnologias de ponta e descontração das atividades mais antigas para a sua periferia. Portanto o Japão está entrando na fase pós-urbano-industrial. Em 1996/97, os países asiáticos entram em profunda crise econômica devido a fuga dos investimentos especulativos, o chamado "efeito saquê" está terminando a bolha especulativa, que tanto favoreceu ao crescimento asiático nas décadas de 80 para 90. A Austrália e a Nova Zelândia são incluídas no Megabloco Asiático. Por ser informal, o Megabloco da Ásia não impede que países em seu interior se organizem em blocos supranacionais de acordo com suas identidades ou necessidades. * ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático. Criada em 1967, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, com previsão de implantar uma área de livre comércio até 2003. São países de organização social bastante rígida, considerados cópias não perfeitas do modelo japonês, pois sofreram processo de industrialização sem tecnologia, com alta dependência externa; suas economias são controladas pelos gigantes econômicos, isto é, os Chineses étnicos; já a política e o poder de estado são controlados por elites tradicionais. * O CER - Acordo Comercial de Relações Econômicas mais Estreitas, substituiu o NAFTA criado na década de 60, funcionando como área de livre comércio entre a Austrália e a Nova Zelândia. * A SAARC - Associação do Sul Asiático para a Cooperação Regional, criada em 1993, funciona como área de livre comércio entre Butão, índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka. + A APEC — Ásia - Pacífico Cooperação Econômica - obedece a duas etapas, união dos países industrializados ate 2010 e dos países não industrializados até 2020. Essa organização tem como proposta básica estruturar as relações econômicas e comerciais entre os países do Pacífico, para aumentar a competitividade com a área do Atlântico Norte, área secular de maior intensidade comercial e econômica do planeta. De acordo com a proposta, deve fazer parte da APEC todo o Megabloco Informal da Ásia, mais o NAFTA - Área de Livre Comércio da América do Norte e mais o Chile. 3º) Megabloco Americano Com as mudanças ocorridas na década de 80, o esfacelamento da Guerra Fria, os EUA precisam refazer sua geoestratégia de dominação mundial, pois o poder bélico não se traduz mais no único fator de supremacia, e os megablocos da Europa e da Ásia estão atuando a pleno vapor na defesa e implantação da nova ordem mundial. É a etapa capitalista da globalização e da 3º Revolução Industrial, a famosa Revolução Tecnológica. O Presidente Reagan inicia o processo ao criar o superdólar, mudando a política econômica interna e favorecendo a entrada de produtos externos, acelerando a capacidade de consumo da sociedade norte- americana; é a fase do reaganomics. No final da década de 80 e início de 90, o Presidente George Bush passa a defender "a iniciativa para as Américas", com a proposta de uma área de livre comércio para todos os países da América, ãexceção de Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote americano; é a proposta de criação do ALCA - Acordo de Livre Comércio para as Américas. Na década de 90, ocorre o declínio como importância na produção industrial do Cinturão das Manufaturas, o grande símbolo da Segunda Revolução, de característica Fordista, és margens dos grandes lagos e nordeste dos EUA; com suas megalópoles, cidades industriais, e a estrutura fordista de produção passa a ser chamado de cinturão cinzento ou cinturão das neves. Como características de decadência, o declínio da produção nesta área expulsa milhões de trabalhadores para novas regiões do território norte-americano. Há um declínio na produção industrial, mas não podemos esquecer que é nessa área que encontramos a maior concentração de escritórios centrais das grandes empresas norte-americanas, bem como a maior concentração de financeiras e a maior bolsa de valores do Mundo. Ao mesmo tempo que assistimos ao crescimento vertiginoso do símbolo da Terceira Revolução Tecnológica, o denominado Cinturão do Sol, com o desenvolvimento do Vale do Silício na Califórnia, o Golfo do Texas, na recuperação econômica de Houston e de Nova Orleans, o Noroeste com as cidades de Seatle e Portland, além da explosão econômica na área de diversão, jogos, parques temáticos e turismo, principalmente na Península da Flórida. Enquanto nas atividades industriais mais antigas começa a substituição da forma de produção pelas novas máquinas, gerando excedente de mão-de-obra, nas atividades da terceira revolução, há carência de trabalhadores qualificados, forçando na necessidade de se recrutar mão-de-obra qualificada em todo o mundo, para atender a carência na área de pesquisas e desenvolvimento de novas técnicas e produtos na área de tecnologia de ponta, nos países desenvolvidos. Não resta dúvidas. O país que mais reduziu a taxa de desemprego, diminuiu a violência de uma forma geral e elevou a capacidade de consumo de sua sociedade a níveis nunca imaginados foram os EUA na década de 90. Como exemplo, podemos afirmar que na segunda metade da última década, os EUA cresceram uma economia brasileira a cada dois anos. É óbvio que entraria em queda de produção a partir do momento que reduzisse os juros internos e isto já começou a acontecer com a posse do novo presidente, no início de 2001. Na verdade, o governo americano está defendendo o retorno da "Doutrina Monroe" e o abandono das doutrinas "Truman" e "Nixon", aumentando seu domínio sobre o continente e tentando bloquear a invasão dos produtos europeus e asiáticos. Mas, em hipótese alguma, admite avançar além do livre comércio com os seus parceiros americanos, pois não admite reduzir a suas barreiras alfandegárias e nem discute quanto ao poder de interferência da lei Super 301, que protege as suas multinacionais no mundo. Na impossibilidade de implantação rápida do ALCA, pois o congresso norte-americano não autoriza o ajuste rápido (fast track), os países Latino-Americanos mais importantes, principalmente o Brasil, contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o NAFTA - Mercado Livre da América do Norte, unindo-se com o Canadá e o México, podendo * 1,5 bilhão de pessoas estão nos países do Primeiro Mundo. * 4,5 bilhões de pessoas estão nos países do Terceiro Mundo. Nas últimas décadas permaneceu um elevado crescimento populacional nos países pobres, enquanto os países ricos adotaram a política demográfica neomalthusiana. Com isso, há uma tendência de ficar cada vez mais desequilibrada a relação numérica e qualitativa entre os dois blocos de países. Como não é interessante para a economia mundial a quantidade, mas sim a qualidade dos consumidores, para os novos produtos, as ameaças de revoltas e de invasões das populações do Terceiro Mundo nos territórios dos países do Primeiro Mundo, os governantes mais importantes do planeta começam a elaborar um projeto para reduzir a taxa de natalidade no Terceiro Mundo. Em 1995 ocorreu a Conferência do Cairo (Egito) para a discussão sobre o processo de desenvolvimento e crescimento das populações, é óbvio, do Terceiro Mundo. Em resumo, nessa Conferência os países mais ricos, principalmente o Grupo dos 7 (G-7), donos de 65% da economia do planeta, se ofereceram para financiar a implantação de um projeto para conter a taxa de natalidade no mundo. No fundo era o interesse desses países: * reduzir a fecundidade e a fertilidade das mulheres; * essa redução provocaria um aumento na qualidade de vida das famílias mais pobres; * seria menor o excedente populacional no Terceiro Mundo, que automaticamente reduziria os custos dos países ricos em doações humanitárias, nos empréstimos e financiamentos de riscos e nas imigrações; + aumentaria a capacidade de consumo das populações da América Latina, África e Ásia Tropical, aumentando o lucro das transnacionais e de suas filiais. Não é de graça que surgem os discursos condenando a pobreza. Obs.: É a partir desta Conferência que despontam as idéias dos ecomalthusianos, uma dissidência dos neomalthusianos . Oficialmente, essa proposta não é aprovada na Conferência do Cairo, pois os fundamentalismos religiosos (Vaticano, Islã), se juntam e derrotam a proposta do G-7. Proposta derrotada, proposta implantada, pois os países ricos atrelam a ajuda econômica, financeira e tecnológica para o Terceiro Mundo, à imposições de que estes últimos implantem medidas de proteção e preservação ambiental, contenção do crescimento demográfico e facilitem a entrada do capital, das empresas e dos bancos internacionais. Obs. m 1999 aconteceu, no Uruguai, a Cairo 5, que também fracassou nessa proposta. Na reunião do G-8, em Gênova, ficou decidida a ajuda de bilhões de dólares para socorrer os países mais pobres quanto aos avanços das doenças endêmicas e pandêmicas, principalmente para a África e a Ásia tropical. Não é o suficiente, mas pela primeira vez, os países mais ricos se reúnem e tornam decisões de cunho social. Tópicos do História e da Geografia atuais A década de 70 caracterizou-se pelo início de esgotamento da estrutura de domínio implantada no pós- Segunda Guerra. A Guerra Fria não tinha mais como ser sustentada, pois os gastos com a corrida armamentista escaparam da área ideológica que envolvia as duas superpotências, e começavam a afetar a economia, principalmente o comércio mundial. Além de outras situações como as crises do petróleo em 1973/1979, a reação da Polônia contra o poder de Moscou, criando o Solidariedade. Menos comentados sobre a época, mas de fundamental importância para compreendermos estas mudanças e seus resultados nas décadas seguintes são os fatos posteriores: a) Os EUA percebem que apesar de toda a tecnologia, poder bélico e capacidade de sua força armada estão sendo derrotados no Vietnã. Esta derrota militar resulta numa derrota quanto àâopinião pública mundial, e princi- palmente quanto ãopinião pública da sociedade norte-americana, despencando no escândalo do Watergate, que acaba forçando Nixon a renunciar àpresidência dos EUA. Percebendo esta derrota, e antes da renúncia do presidente, os EUA abandonam os princípios econômicos da Doutrina Truman e adota a Doutrina Nixon, substituindo o câmbio, dólar - ouro/fixo, pelo câmbio, dólar flutuante - os EUA não assumem mais a equivalência dólar-ouro, ao mesmo tempo que eleva os juros internacionais, resultando num inchaço das dívidas externas do Terceiro Mundo e provocando um esgotamento dos regimes autoritários, principalmente na América Latina, África e Ásia Tropical. Era o desgaste da "Operação Condor”. b) A URSS começa a Guerra do Afeganistão. Rapidamente, podemos dizer que esta guerra significou o "Vietnã" para a União Soviética, respeitando, é óbvio, as características próprias dos envolvidos. A derrota fragorosa dos soviéticos acelerou o fim do socialismo real, ao mesmo tempo que utilizando como justificativa o fundamentalismo islâmico. O Talibã conquista o poder no Afeganistão, e revela para o mundo em até que ponto o radicalismo ou extremismo pode chegar. Um pouco diferente do Vietnã, a posição geográfica do Afeganistão é mais do que importante para o mundo globalizado, pois é uma das áreas fundamentais para a integração entre a Europa e a Ásia. E com o término do socialismo real (URSS), o grande confronto atual é entre a tendência global do capitalismo e o mundo islâmico que aumenta rapidamente. Somando estes e outros fatores, a URSS chega na década de 80 (a década perdida), com um agravamento da sua situação interna, sendo obrigada a implantar a Perestróika (reestruturação econômica) e a Glasnost (transparência política). Tentando sobreviver como superpotência entra por um processo inicialmente lento e gradual, mas que acaba fugindo do controle do Estado, até que em 25 de dezembro de 1991, desaparece como estado-nação organizado àfigura da União Soviética. E o término da transição, pois acaba a Guerra Fria e continua avançando a globalização. Término oficial, pois com a perestróika e a glasnost, Gorbachev já declarava que a URSS não era mais expansionista-militarizada, acabando com a Guerra do Afeganistão (1985) e não se opondo militarmente, e nem deslocando suas forças militares para as futuras guerras (Golfo, lugoslávia, etc.). Ao mesmo tempo que cancelava a sua ajuda para que Cuba, Vietnã, Coréia do Norte, etc., continuassem pressionando o mundo capitalista. Com isso, o grande capital e a tecnologia de ponta perdem o seu centro de aplicação, pois com a queda da corrida armamentista, os estoques de armas ficam abarrotados, provocando uma queda no consumo mundial e na produção bélica do mundo ocidental, devido ao sucateamento do Exército soviético. O contrabando de armas do bloco extinto por um preço inferior ao do mercado e o “tráfico” de cérebros, pois uma significativa parcela dos técnicos, cientistas e especialistas são atraídos do ex-bloco socialista para os países do Terceiro Mundo. O grande capital não pode ficar parado e, junto com a tecnologia de ponta, deslocam para a nova economia globalizada boa parte dos investimentos que estavam concentrados na corrida armamentista. E a chegada da Terceira Revolução Tecnológica, onde a biotecnologia, a manotecnologia, a robótica, a informática e a industrial, ao mesmo tempo que reduz a necessidade de mão-de-obra não-qualificada na automação provocam um aumento significativo na capacidade de produção, produtividade, diversidade de produtos e competitividade, atividade terciária, provocando um crescimento rápido no comércio mundial, substituem o poderio bélico como sinônimo de país-potência do Norte. As organizações, criadas no pós-Segunda Guerra, de planejamento, pesquisa, controle e financiamentos - como o BIRD, o BID, o FMleo GATT - âãexceção do GATT, não desapareceram mas precisaram, no mínimo, ser reestruturadas para a nova realidade mundial. O grande capital se desnacionaliza, surgindo, em consequência do câmbio, dólar flutuante, uma desregulamentação do comércio mundial, e a famosa figura do capital volátil (especulativo, rotativo, hot money, etc.), que salta de uma economia para outra, de acordo com seus interesses do lucro pelo lucro. E o avanço da ciranda financeira, sujeitando os países pobres aos seus caprichos e provocando o processo cascata ou dominó que resulta no efeito tequila (México), vinho (Argentina, Chile), samba ou cachaça (Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia). Demonstrando que as organizações oficiais, e inclusive os bancos centrais dos países do Norte, não são capazes de reter uma crise econômica, tornando-a localizada como era até a década de 70/80. No mundo globalizado uma crise econômico-financeira acaba afetando todos os países, alguns pela fuga, outros pelo excesso de moeda forte. REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS Na verdade, a denominação "revoluções industriais" também pode ser interpretada como um processo contínuo de transformações, ou seja, uma única revolução, onde em alguns momentos históricos acontece uma maior velocidade no desenvolvimento tecnológico, criando assim uma certa instabilidade econômica que vai refletir e provocar mudanças nas variáveis políticas, social e ambiental de uma sociedade, provocando mudanças na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), e na forma de relacionamento entre os países ricos e pobres. 1) Primeira revolução industrial: Resultou na passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma sociedade urbano-industrial. Aconteceu na segunda metade do Século XVIII, na Inglaterra, expandindo-se a partir do Século XIX para outros países europeus e finalmente atingiu os EUA, Japão e Rússia. Pode ser chamada de industrialização clássica. a) Causas da revolução * acumulação de capitais; * transformações na área rural; * reformas religiosas; * controle econômico e político pela burguesia; * as invenções mecânicas e o uso de fontes de energia modernas. b) Consequências da revolução: * crescimento demográfico; * crescimento das cidades; * excedente de produção industrial; * imperialismo e neocolonialismo; * liberalismo, livre concorrência, propriedade privada; * contrária a intervenção do Estado na economia, mas fortalecendo o desenvolvimento do Estado nacional moderno; * predomínio de pequenas e médias empresas. 2) Segunda revolução industrial: Os países da primeira revolução industrial alcançaram um patamar mais avançado com novas indústrias, tecnologias e fontes de energia. Enquanto transferem gradativamente as indústrias mais antigas, que consomem muita matéria-prima, energia e mão-de-obra, para os países mais pobres, resultando no processo de industrializa- ção tardia ou retardatária, com maior destaque no pós-Segunda Guerra Mundial. Países como Brasil, Argentina, México e Chile na América Latina, África do Sul e Egito na África, Coréia do Sul e índia na Ásia passam por uma fase de modernização industrial, tornando-se cada vez mais dependentes e endividados. a) Principais causas da segunda revolução industrial: * o crescimento da concorrência entre os impérios; * a constante revolução tecnológica, gerando novos produtos. b) Principais consequências da segunda revolução: * mudanças do centro de poder mundial; * conflitos entre os sistemas socioeconômicos; * mudanças na DIT - Divisão Internacional do Trabalho; * maior dependência dos países periféricos - dívidas; * criação de monopólios e oligopólios - multinacionais; * forte poder de intervenção do Estado; * explosão demográfica no Terceiro Mundo. Terceira Revolução Técnico-Científica (3º RTC) Há uma significativa divergência entre os principais autores quanto ao momento em que se iniciou a 3' RTC. Alguns até consideram que não há mais de uma revolução industrial, outros indicam esta mudança a partir da Primeira Guerra Mundial, outros a crise de 29, outros falam em 3º RTC com início no pós-Segunda Guerra e os mais recentes alegam que esta revolução técnico-científica teve seu início na década de 80 e que avançou pela década de 90. Com a extinção do período bipolar, da corrida armamentista que caracterizou o confronto ideológico entre o capitalismo e o bloco soviético (Oeste x Leste). Há retorno do pensamento liberal, e fica mais calma a relação Norte-Sul. O importante é observar que estão ocorrendo mudanças estruturais no funcionamento das atuais sociedades devido aos avanços da biotecnologia, a nanotecnologia, robótica e informática, provocando uma nova relação nas formas de dependência, produção, produtividade, tipo de capital (volátil), desregulamentação do comércio mundial e na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), entre outras variáveis. 1) Características da 3º RTC - Tendência de Globalização com: * Intenso processo de fusão entre megaempresas. * Desemprego estrutural, com as novas tecnologias criando máquinas, instrumentos e técnicas, que substituem boa parcela do trabalho humano no sistema de produção. * Tendência de fortalecimento do xenofobismo - etnocentrismo, como forma de reação ao desemprego e à internacionalização da economia. * Crises econômicas como os efeitos tequila (México), samba (Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia), provocando o efeito dominó ou cascata, devido ao capital volátil. * Formação dos megablocos e blocos econômicos supranacionais, como nova característica de regionalização (Nafta, União Européia, Pacífico e Mercosul). Intensificando as relações entre os países-membros e fortalecendo o protecionismo externo. * Os avanços nas comunicações internacionais e nos sistemas de transportes, resultantes das novas tecnologias de ponta, reduziram os fatores determinantes para as necessidades de concentração industrial, pois as megaorganizações econômicas buscam as matérias-primas, os recursos energéticos e a mão-de-obra onde eles estiverem mais disponíveis, e o mercado consumidor é global. Procurando uma descontração das fábricas mais antigas ao mesmo tempo que concentra áreas da tecnologia atual. * MA - Barreirinhas; * AM - Vale Médio do rio Amazonas. Produção no Brasil Em 1996 a produção foi de, em média, 850 mil barris por dia. Isso representa aproximadamente 60% do petróleo consumido diariamente; o restante é importado. Atualmente, cerca de 70% do petróleo extraído no Brasil vem das plataformas marítimas, sendo a principal área produtora, a Bacia de Campos. No continente, é a do Recôncavo Baiano. Refinação Atualmente, a Petrobras tem onze unidades de refino, com capacidade para processar 1,4 milhões de barris/ dia. Embora a Petrobras, com a Lei n.º 2.004, tenha recebido o monopólio do refino, o Governo manteve as autorizações concedidas a grupos privados antes daquela lei. A atual quebra do monopólio permitirá que outras empresas do ramo possam participar de todo o processo petrolífero. O objetivo principal da quebra do monopólio é buscar a auto-suficiência do produto, objetivo traçado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Eis a razão da existência de duas refinarias particulares: Ipiranga (RS) e Manguinhos (RJ), ambas de pequeno porte. As principais refinarias da Petrobras são: * Mataripe - Landulfo Alves (BA); * Cubatão - Presidente Arthur Bernardes (SP); * Duque de Caxias - Duque de Caxias (RJ); * Betim - Gabriel Passos (MG); * Canoas - Alberto Pasqualini (RS): * Paulínea - Replan (SP); * Manaus - Reman (AM), na qual a Companhia Estatal de Petróleo do Peru, a Petroperu, tem refinado parte de sua produção; * Araucária - Refar(PR) - Refinaria Getúlio Vargas; * Henrique Lage - REVAP (S. José dos Campos - SP); * União - Capuava (SP); * ASFOR - Fábrica Nacional de Asfalto de Fortaleza (CE). Observação: A Petrobras exporta diversos derivados de petróleo, como: óleo combustível, gasolina, querosene para avião, óleo diesel e outros, principalmente para Nigéria, EUA, Argentina, Holanda e outros países. Transporte - Oleodutos * Transporta o óleo bruto da jazida àrefinaria. Exemplo: Aracaju - Bahia. * Transporta o óleo dos terminais marítimos àrefinaria. Exemplo: São Sebastião - Cubatão. - Transporta os produtos já refinados, até os postos de armazenagem para distribuição. Exemplo: Cubatão - Capuava (SP). Neste último caso, por um único oleoduto são transportados dois ou três produtos, desde que apresentem densidades diferentes. Esse transporte é feito por bombeamento controlado por "casas de bombas" que se comunicam com a refinaria e levam, assim, o produto ao local destinado. Essas casas estão distribuídas a cada quilômetro, de acordo com a topografia do local, mas ou menos acidentada, em maior ou menor número de casas. O custo operacional dos oleodutos é muito baixo, por isso outros estão sendo programados. * FRONAPE: Frota Nacional de Petroleiros, contando atualmente com 69 navios. * Esses navios atendem ao comércio interno, transportando petróleo dos países exportadores e fazem fretes para terceiras bandeiras, se bem que sejam em pequeno número. * Os portos que comercializam o petróleo são os terminais marítimos, que já possuem oleodutos para a condução do produto até o local desejado dentro do País. No Brasil, seis são importantes: * Bahia - Terminal Alves Câmara; * São Paulo - Terminal Almirante Barroso (São Sebastião); * Rio de Janeiro - Terminal Almirante Tamandaré; * Sergipe - Terminal de Atalaia Velha; * Rio Grande do Sul - Terminal Soares Dutra; * Santa Catarina - Terminal de São Francisco do Sul. Distribuição O setor de distribuição dos derivados não é monopólio da Petrobras. Existem várias empresas nacionais e estrangeiras operando neste setor. A participação da Petrobras neste ramo é de aproximadamente 20%, com uma rede de postos de distribuição muito grande e quatro companhias nacionais com um número de postos muito inferior. As principais empresas estrangeiras são: * Esso Brasileira de Petróleo S.A.; * Shell do Brasil S.A.; * Texaco do Brasil S.A. Produtora de Petróleo; * Cia. Atlantic de Petróleo. Observação: Os postos estão distribuídos por todo o Brasil. As principais empresas nacionais são: * Petrobras Distribuidora S.A.; * Distribuidora de Petróleo Ipiranga; * Petrominas; * Cia. São Paulo Distribuidora de Derivados de Petróleo. Consumo No início de 1992, o consumo diário era de 1.200.000 barris/dia; em 1999, o nosso consumo atingiu a cifra de 1,4 milhão de barris/dia, enquanto a nossa produção se aproximou de 1,1 milhão de barris/dia. Carvão mineral Sabemos que o hemisfério sul é pobre em carvão mineral, se comparado ao hemisfério norte. Essa desigualdade está ligada a fenômenos geológicos. Assim, o Brasil não faz exceção nesse aspecto. É também pobre em jazidas carboníferas (pelo menos considerando-se as jazidas conhecidas até hoje). As nossas principais jazidas estão localizadas no Sul do País, numa formação que data do permocarbonífero, entre o cristalino da Serra do Mar e a Bacia Sedimentar Paranaense. Brasil: Produção de Carvão Mineral Santa Catarina .. Rio Grande do Sul Paraná .... Fonte: IBGE - 1994 Principais Depósitos * Santa Catarina 1.205.000.000 toneladas, localizadas no vale do rio Tubarão e proximidades. * Rio Grande do Sul 1.932.000.000 de toneladas, localizadas no vale do Jacuí e proximidades. Foi localizada uma jazida de linhito no Alto Amazonas, mas ainda não foi avaliada. A exploração do carvão mineral, no Brasil, efetivou-se a partir de 1942, em Santa Catarina, quando foi iniciada a instalação da Cia. Siderúrgica Nacional (primeiro alto-forno a coque no Brasil), em Volta Redonda. A partir dessa data, a nossa produção tem crescido de forma bastante lenta, devido a uma série de problemas já citados. Principais áreas Produtoras * Santa Catarina A produção catarinense provém das minas de Lauro Muller, Urussanga, Criciúma (Bacia do Tubarão) e Araranguá. Parte dela é consumida no próprio Estado e parte é escoada até o porto de Laguna (Henrique Lages), pela Estrada de Ferro Teresa Cristina. Dos depósitos brasileiros, o único que possui carvão coqueificável é o de Santa Catarina, cuja composição é a seguinte: * Carvão metalúrgico - 45% * Carvão vapor - 30% * Rejeitos - 25% A principal compradora deste carvão é a Cia. Siderúrgica Nacional. * Rio Grande do Sul Os depósitos desse Estado aparecem de 30 a 120 metros de profundidade. A exploração ocorre no Vale do Jacuí (São Jerônimo e Butiá), Bagé e Leão. O carvão é de baixa qualidade, não sendo coqueificável, com a utilização das técnicas atuais. A produção é consumida no próprio Estado, para geração de termeletricidade e transportes (Viação Férrea do Rio Grande do Sul). * Paraná É explorado no Vale do Rio Peixe e no Vale do Rio das Cinzas, sendo consumido para transporte. Problemas de Exploração Vários são os problemas que dificultam o aumento da exploração: - depósitos relativamente pequenos; - pequena espessura dos horizontes carboníferos, dificultando a exploração; - baixa qualidade do carvão, reduzindo até 18% de cinzas; - baixo nível técnico das minas e equipamentos deficientes, encarecendo o produto; - distância dos depósitos em relação aos centros consumidores; - alto custo dos transportes. Em relação ao carvão metalúrgico, o importado sai mais barato que o nacional. Daí a tendência das empresas para consumirem carvão importado, mais barato e de melhor qualidade (produz 4% a 5% de cinzas, contra 16% a 18% do carvão nacional). Para defender a produção brasileira, principalmente de Santa Catarina, o governo instituiu o uso obrigatório do carvão nacional na proporção de 40% do consumo nas siderúrgicas. Eletricidade A energia elétrica é um dos fatores básicos para o desenvolvimento de um país. Isto é tanto verdade que, se observarmos os países desenvolvidos, notaremos que o consumo de energia elétrica por pessoa será bastante alto em relação aos países menos desenvolvidos. A energia elétrica pode provir de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. As usinas hidrelétricas aproveitam energia potencial da água (queda de água). As usinas termelétricas aproveitam a energia resultante da queima de óleos, carvão mineral, carvão vegetal, lenha, etc., e as nucleares utilizam urânio, tório, etc. O Brasil, tendo constituição hidrográfica importante e em sua maioria rios de planalto, evidentemente possui um alto potencial hidrelétrico, que é de 150.000.000 kw, colocando-se em 3º lugar nesse particular, após Rússia e Canadá. A distribuição do potencial hidrelétrico por bacia hidrográfica apresenta-se na seguinte ordem: BACIA POTENCIAL ESTIMADO CONFIRMADO Amazônia 16.799,4 36.993,5 Prata 10.819,1 6.530,5 São Francisco 3.058,8 1.255,5 Tocantins 9.284,2 1.525,4 Embora esse potencial fosse alto, a capacidade de produção instalada era de 8.828.400kw (1970), passando para 31.725.000kw, em 1980. * auto custo inicial na implantação; * segurança - perigos de defeitos técnicos, sabotagens, etc.; * resíduos radiativos (lixo nuclear); * elevado preço da energia. O GATT EAOMC O GATT - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que entrou em vigor em 1º/1/48, apesar da oposição dos EUA, e de não significar uma organização oficial, foi de elevada utilidade para coordenar o comércio do bloco capitalista no período da bipolarização. Mas com as mudanças do câmbio, a chegada dos megablocos, as novas tecnologias e a atual desregulamentação do comércio mundial, deixou a desejar na fase atual de multipolarização e está sendo substituído pela OMC - Organização Mundial do Comércio, que já foi criada, mas não foi estruturada, até porque, a desregulamentação da economia está favorecendo, e muito, os países do Norte, detentores das tecnologias de ponta. 1985 - rodada do Uruguai: - Os países decidem que o GATT não atende mais as necessidades devido aos avanços no comércio internacional, e que o ideal seria a criação de uma nova organização que deveria vir acompanhada de uma nova regulamentação do comércio internacional. 1º/1/95 - Como resultado da Conferência do Uruguai: - É extinto o GATT e criada a OMC. 1º/12/99 - Reunião de Seatle (EUA). Esta reunião aconteceu, mas não funcionou devido aos movimentos organizados, inclusive com o uso da Internet, das ONGs - Organizações Não-Governamentais, contra o processo de globalização, demonstrando que a nova fase mundial estava afetando também a qualidade de vida de boa parte das populações dos países ricos. É a fase da globalização, do desemprego estrutural, pois a produção, a produtividade e a diversidade de produtos para o consumo mundial estão aumentando rapidamente. As novas máquinas estão gerando desemprego, desconcentração da produção para o Terceiro Mundo, provocando o retorno do nacionalismo extremista com possibilidades da ultra-direita voltar ao poder na Europa. É o ressurgimento do xenofobismo, do etnocentrismo, pondo em risco a segurança das minorias étnicas e dos "novos bárbaros" do Sul que estão invadindo os países do Norte. E o esgotamento do welfare state - o estado do bem-estar social - que durante décadas fez com que o Estado sustentasse a elevada qualidade de vida das populações nos países do Norte. Em janeiro de 2001, autoridades, megainvestidores e megaempresários reuniram-se na cidade de Davos, na Suíça, com exceção dos EUA, com o novo governo republicano. A maioria dos países enviaram seus representantes para o famoso Fórum Econômico Mundial, onde os mandatários do Mundo Globalizado estão reunidos para discutirem os resultados atuais da Nova Ordem Mundial, e o que pretendem que aconteça ou não nas próximas etapas deste processo liberal. Um bom exemplo do nível de discussões neste fórum foi o destaque dado pela imprensa internacional quanto aos protestos dos representantes da China popular, ao alertarem o Mundo quanto à perda de identidade das etnias menos favorecidas do planeta, pois a globalização, além de econômica, também gera urna antropofagia cultural de globalização com exclusão, a América Latina corre o risco de sofrer uma pressão externa que poderá criar a famosa Síndrome de Africanização, isto é, deteriorar a tão deteriorada qualidade de vida de sua população, como vem ocorrendo no continente africano - o excluído do processo global atual. Inclusive com as tentativas de provocar uma corrida armamentista na América do Sul, devido àpressão pela Internacionalização da Amazônia, ou devido aos combates ao narcotráfico, a exemplo da atual Operação Colômbia, financiada pelos EUA, onde já se comenta quanto àpossibilidade do uso de armas químicas e biológicas. A produção de alimentos e a fome no mundo Não há dúvidas: a fome que se alastra pelo mundo é uma questão mais política, ideológica e econômica do que as próprias condições naturais oferecidas para a prática agrícola. Senão, vejamos: * de acordo com dados da FAO (ONU), o mundo, hoje, produz 10% a mais do que o mínimo necessário para alimentar toda a população, que é em média de 2.400/2.600 calorias/dia, e que ainda existem imensos espaços para serem ocupados; * como processo da "Revolução Verde", a produção de alimentos vai perdendo cada vez mais o cunho social, e os interesses capitalistas avançam pelas atividades primárias. Portanto, o objetivo do lucro prioriza as monoculturas exportadoras em detrimento da produção diversificada para alimentar a população local. Além de acelerar o desmatamento, as queimadas, a erosão, com perda de solos férteis, o assoreamento dos rios e principalmente a perda da biodiversidade da fauna e da flora devido às monoculturas e o uso absurdo dos agrotóxicos; * nos últimos anos essa situação se agravou com os avanços biológicos, onde os processos de sementes selecionadas e vegetais híbridos das últimas décadas começaram a ser substituídos pelos produtos transgênicos, que aumentam o poder econômico e tecnológico das multinacionais, pois são donas desses novos produtos, com direitos de patentes (know how) e exclusividades na sua criação e produção. Voltando àvelha discussão: "até que ponto o ser humano pode alterar a natureza?" com a transgenia e o processo de clonagem. O contexto histórico não pode ser esquecido, pois é certo que antes da expansão marítima européia, não há registro da existência da fome em escala significativa na América, África, Ásia e Oceania, pois nessa época a produção era comunitária e de subsistência na maioria das sociedades existentes nesses continentes. Os colonizadores introduziram a propriedade privada e a cobrança de impostos absurdos nas áreas dos colonizados e ainda obrigaram a mudança no tipo de produtos, pois o que interessava aos dominadores eram produtos como oleaginosas, fibras têxteis e frutos tropicais para atender às necessidades do consumo industrial e da população européia. Quem nunca ouviu falar das mortes de escravos e índios - de fome - no meio dos grandes canaviais, no litoral do Nordeste? O governo português não permitia a plantação de outros vegetais, só era permitido o plantio de cana-de-açúcar, que dominava até 120 léguas para o interior. Não há dúvida que os problemas da fome - subnutrição, desnutrição crônica - podem ser resolvidos. Atualmente, o problema todo é que a produção de alimentos se transformou numa "arma poderosa", que é utilizada pelos países do Norte no domínio mundial. O controle das multinacionais sobre a produção de alimentos demonstra que o controle sobre onde, como, quanto, o quê, por quanto e para quem deverão ser produzidos os alimentos não depende mais de quem dispõe das terras. Basta ver o exemplo brasileiro, onde mais de 40% de nossa produção é exportada e menos de 15% é utilizada na alimentação interna. Outro exemplo interessante é ver que pastagens artificiais, isto é, o espaço agrícola ocupado e cuidado pelo homem para alimentar os rebanhos no Brasil, se somado com as perdas devido ao processo de colheita, transporte, armazenagem, comercialização e os parceiros do homem (ratos, insetos, etc.), superam a produção para o consumo interno; não podendo esquecer que a cada 7 calorias vegetais produzidas para alimentar os rebanhos e aves, só uma caloria retorna para a alimentação humana. As crises econômicas atuais O capital volátil - O mesmo que capital especulativo, rotativo, hot money e over night. Função - como o próprio nome indica, o capital volátil não é regulamentado, servindo somente ao processo da ciranda ou especulação financeira. Se um país tenta regulamentar ou reduzir seus lucros nas bolsas de valores ou entra em crise econômica ou política, rapidamente este tipo de capital desaparece de sua economia. O capital volátil cresceu muito nas últimas décadas, devido à queda nos investimentos e nos lucros que eram obtidos com a corrida armamentista. Muito do capital investido nesta área foi deslocado para atividades normais da economia. É óbvio que os paraísos fiscais facilitaram para que o capital das máfias do narcotráfico, da venda ilegal de animais silvestres, da corrupção e do contrabando de riquezas naturais como o ouro, diamantes, etc., se legalizassem e se transformassem em capital volátil. Para um país manter este capital em sua economia e transformar em capital de produção, é obrigado a manter seus juros internos elevados e lucrativos para os especuladores, só que acaba prejudicando as empresas nacionais e sua população. Favorecendo o capital volátil, o país é obrigado a abrir sua economia de acordo com os interesses dos países desenvolvidos. Resultando em: - O efeito dominó, ou porque as crises econômicas atuais não são mais localizadas, e sim, afetam a economia mundial num processo de cascata. - A maior internacionalização da economia com enfraquecimento dos Estados e das elites nacionais em consequência da globalização. - O capital volátil passou a dominar a economia dos países emergentes, como o Brasil, e a maior dependência destes às imposições do Fundo Monetário Internacional (FMI). A melhor forma para desenvolver e explicar estes questionamentos é utilizar um modelo prático como laboratório. Para nós, brasileiros, o melhor modelo é o Plano Real desenvolvendo suas etapas de implantação. Estava claro que a sociedade não aceitava mais os planos econômicos ortodoxos, com mero congelamento de preços e salários. Era preciso ser diferente, pelo menos na aparência, em relação aos Planos Cruzado, Bresser e Collor. E o mundo exigia a abertura da economia brasileira, isto é, ou adota o neoliberalismo, ou continuará isolado das relações econômicas e do comércio mundial. Como o Mundo impõe a abertura econômica nos países do Terceiro Mundo? 1) Os Estados Unidos elaboram a famosa Lei Super 301, onde as autoridades norte-americanas são obrigadas a defender suas empresas multinacionais, combatendo qualquer forma de obstáculos que elas venham sofrer em qualquer local do planeta. 2) O BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento passa a não exigir que os países pobres que necessitam de seus empréstimos elaborem projetos de viabilidade econômica em relação aos valores solicitados, desde que atendam à exigências prescritas no famoso Plano de Reformas Estruturais (1980), isto é, desde que os países do Terceiro Mundo implantem as reformas - tributária, fiscal, jurídica, orçamentária, política, previdenciária e trabalhista em conjunto com um projeto de privatização de suas empresas estatais. Em 1983, o BIRD desenvolveu um novo plano, o também famoso Plano de Reformas Setoriais Estruturais, obrigando os países do Terceiro Mundo a liberalizarem a agricultura, bem como a privatizarem setores estratégicos, como o Sistema Energético, a área de comunicações, os bancos do Governo e os serviços urbanos, como o serviço de limpeza, coleta de lixo, tratamento de água, esgoto, etc. 3) O FMI, que havia perdido muito de suas funções a partir de 1971, devido aos Estados Unidos terem mudado seu sistema cambial, passa a exercer novas funções, muito atreladas, e até mesmo conflitantes, com o papel do Banco Mundial. Isto não quer dizer que entram em choque, ou provoca perda de identidade. Na verdade, é facilmente percebido que estas duas organizações trabalham em conjunto, na tentativa de implantarem as idéias neoliberais nos países periféricos. O FMI fiscaliza, coordena e exige que os países do Terceiro Mundo e, mais recentemente, os países remanescentes do ex-bloco socialista, como os do Leste Europeu, implantem as medidas impostas pelos Planos de Reformas Estruturais do BIRD. Caso o país aceite, o FMI ajuda e autoriza que o BIRD faça os empréstimos. A desintegração do Bloco Socialista Imaginar ou criar uma data para indicar o momento exato que identifique o término da URSS e o fim do socialismo real no Leste Europeu e no Continente Asiático, serve como referencial didático, mas não é útil para quem deseja entender todo o processo que culminou com o término da bipolarização. Dizer que a URSS foi extinta, e que o capitalismo norte-americano saiu vitorioso, também não é totalmente verdade, pois se fosse correto, estaríamos vivendo uma monopolarização, parecida com o período do império britânico, mas isto não ocorreu, pois estamos vivendo a multipolarização. A necessidade de manter um confronto ideológico com o mundo ocidental, acabou forçando a URSS a direcionar a maior parte de seus recursos na preparação de várias gerações de técnicos e cientistas, espionagem, contra-espionagem, manutenção de uma força armada altamente dispendiosa, direcionando-se para áreas específicas da física nuclear, aeroespacial, mecânica, etc. Com isso, a produção de bens de consumo para a população do bloco socialista não significou preocupação pelos governantes da época, principalmente nas décadas de 30 a 70, quando predominou a "ditadura do proletariado" ou o período stalinista. Na década de 80, a crise estava bem clara para o mundo, pois nem a URSS, nem os EUA, a nível de poder, suportam mais os desgastes da Guerra Fria. O processo acelerou com a chegada de Gorbachev ao poder, que tinha a função de superar as distorções e fazer com que a URSS sobrevivesse, isto é, a proposta de mudar, mas sobre o controle e manutenção do Estado soviético. As propostas eram: 1) Reestruturação da economia - perestróika. Medidas: - fechamento das empresas ociosas; - privatização das estatais; - devolução e/ou venda das propriedades rurais; - abertura da bolsa de valores; - entrada das multinacionais; - entrada do capital volátil; - formação de bancos e sistema financeiro privado. Conseqiiên - desemprego em larga escala, principalmente do sexo feminino; - fortalecimento das organizações ilegais, que compraram várias empresas formais; era a ascensão das máfias; - queda do poder aquisitivo da população; - aceleração do processo inflacionário. 2) Transparência política - Glasnost. Medidas: - maior liberdade de credo religioso; - criação de organizações sociais e políticas sem o controle do Estado; - as repúblicas conquistam o direito de elegerem seus parlamentares e presidentes, conquistando maior autonomia político - administrativa; - há uma política de aproximação com o mundo ocidental; - provoca um esvaziamento da KGB, da espionagem internacional e da repressão interna. Conseqiiên Is: Se antes os sérvios já eram maioria étnica, na nova Iugoslávia eles passam a ser mais hegemônicos. Mesmo assim os problemas não estavam totalmente resolvidos, pois a única saída marítima era em Montenegro e Kosovo, apesar de ser o ponto de origem do povo sérvio, desde o Período Otomano tinha maioria de islâmicos, mais identificados com a população da Albânia, gerando novo conflito entre cristãos e islâmicos, até nova intervenção das forças da OTAN e transformação de Kosovo em estado autônomo. 5/10/2000 - Após o primeiro turno das eleições, o presidente Slobodan Milosevic é deposto por um movimento popular que leva 500.000 pessoas às praças em Belgrado, capital da Iugoslávia. Por último, em junho de 2001, o governo da nova Iugoslávia entrega o ex-presidente para ser julgado em um tribunal internacional, com a acusação de tentativa de etnocídios, durante as guerras civis na ex-lugoslávia. Ficou bem claro para o mundo, que ou o governo tomava esta atitude, ou não teria ajuda internacional para reconstruir sua sociedade. A UNIFICAÇÃO DAS ALEMANHAS Com a derrubada do Muro de Berlim em 1989, não era difícil prever que o Tratado de Potsdam estava com os seus dias contados. Em 1990 a RDA (Socialista-Oriental) declara extinto o seu Estado (Constituição, Força Armada, Moeda, etc.), e seu território é transformado em 5 Estados Federados (Landers) e oficialmente incorporado àRFA (Capitalista-Ocidental). Consequências da reunificação alemã - O povo é unificado num só Estado-Nação. - Mas o território não é o mesmo, pois a região da Silésia e de Gdanski na Polônia e a Bielo Rússia, não voltam a ser território da nova Alemanha. - Antes da reunificação a RFA (Ocidental) já era a terceira potência econômica do mundo, após os EUA e o Japão, mas passa a investir em larga escala na recuperação da parte leste e na ajuda aos vizinhos que estão surgindo. - O marco alemão substitui o rubro da ex-URSS, nos investimentos para recuperar as novas áreas capitalistas que estão surgindo. - À Alemanha recupera a posição de potência Bifronte Centro-européia, pois é o ponto de contato entre o leste pobre e o oeste rico. Na prática é o fim dos tratados do pós-Segunda Guerra. E o fim da Cortina de Ferro Ideológica, permanecendo a cortina socioeconômica entre o leste e o oeste do continente. REVOLUÇÃO DO VELUDO Na Tchecoslováquia não houve revolução, e sim combinações políticas; pois após se livrarem da pressão soviética, ocorrem eleições onde a maioria nacionalista domina o parlamento da Tchecoslováquia e decidem pela separação geográfica das etnias dominantes, criando dois novos países: a República Tcheca, menos populosa e mais desenvolvida a oeste, e a República da Eslováquia na parte leste, por isto é que a chamamos de Revolução do Veludo, pois foi um processo pacífico, apesar dos problemas das minorias étnicas até hoje, principalmente dos ciganos. RÚSSIA - HERDEIRA DA URSS Não foi de graça que Boris léltsin permitiu a manutenção de Gorbachev no poder até dezembro de 91, após a fragorosa derrota do PCUS, no golpe de agosto/91. Neste intervalo de tempo Boris léltsin estava negociando a melhor forma de extinguir a URSS e a manutenção da Rússia como potência regional aliada dos EUA. Nota: Não esqueça da Nova Alemanha. Com que a Rússia ficou 1) O Banco Central e o Banco do Comércio Exterior. 2) Com todas as embaixadas e o lugar no Conselho de Segurança da ONU. 3) A moeda, o rubro, volta a ser somente russo. 4) O controle do arsenal nuclear e das armas químicas e biológicas. Obs.:Com as privatizações as máfias russas emergem e passam a dominar boa parte da economia legal do país, entrando em choque com o capital externo. A questão da Chechênia é interna, pois este território faz parte da República Russa, portanto a Rússia não está assumindo posições espansionistas; é certo que na Chechênia a maioria da população é islâmica. mas por trás disto há a questão do petróleo nesta área. AQUESTÃO BASCA Esta história é tão antiga que até os bascos, localizados no norte da Espanha c sul da França, têm dificuldades para identificar sua origem; alguns acreditam que tenham vindo do Leste Europeu. É certo que os bascos formam um povo distinto no território espanhol, portanto, sofrem uma diáspora. Alguns lutam pela sua independência através do ETA - Pátria Livre Basca, uma organização separatista. Hoje a facção mais atuante é o ETA - Militar, enquanto o ETA -Político/Militar procura fazer negociações de paz. A IRLANDA CATÓLICA O maior arquipélago europeu há séculos é dominado pelo Império Britânico, inclusive a Ilha da Irlanda que foi colônia com aspectos de exploração dos ingleses do mesmo modo que a Escócia e o País de Gales. As principais ilhas são a Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia), e a Ilha da Irlanda, hoje dividida em Irlanda do Norte ou Ulster, com povos (protestantes) de outros lugares do Reino Unido, e uma minoria de irlandeses católicos. Atualmente estes últimos apresentam um crescimento demográfico superior aos protestantes, apesar do tratamento diferenciado feito pelo exército britânico, privilegiando os primeiros. A República da Irlanda (Eire), hoje, é independente do Reino Unido e sua maioria populacional é formada por católicos. Obs.: Na visão do dominador (ingleses), os protestantes são considerados "Unionistas”, pois defendem a permanência do Ulster integrado ao Reino Unido, e os católicos são denominados de "separatistas", pois defendem a extinção do Ulster, com unificação total da ilha sob o comando dos irlandeses católicos. Os irlandeses católicos sempre lutaram pela sua independência em relação ao Império Britânico e suas conquistas acompanharam o enfraquecimento do expansionismo inglês. Na década de 20 (pós-Primeira Guerra), conquistaram autonomia política do Eire, e na década de 60 (pós-Segunda Guerra), é que conquistaram a sua independência. Foi na década de 60 que a discriminação contra a minoria católica do Ulster se agravou, com a criação de bairros separados (guetos). Torturas e massacres praticados pelo exército inglês fez surgir o IRA - Exército Republicano Irlandês, responsável pelo armamento dos católicos e a prática de atos terroristas no Reino Unido. Na Irlanda do Norte (Ulster) protestante, foi criado o Sinn Féin (Somente Nós), braço político do IRA que procurava defender os católicos. ORIENTE MÉDIO Dizer que os conflitos existentes no Oriente Médio são exclusivamente religiosos e que só eclodiram nas últimas décadas é, no mínimo, desconsiderar os milhares de anos de história das civilizações que aí se desenvolveram ou que dominaram o Oriente Médio, na forma de grandes impérios. As questões geoestratégicas, como ponto de ligação entre os continentes - Asiático, Europeu e Africano -, facilitado pela integração por via marítima e terrestre, vieram a se somar nas últimas décadas à descoberta e exploração da maior reserva, até agora conhecida, de petróleo, em seu subsolo (Golfo Pérsico). À carência de espaço ecúmeno deve ser adicionado o elevado crescimento demográfico das populações, demonstrando que não é de hoje que não há espaço disponível para todos nessa região. AS RELIGIÕES IMPERIAIS - FUNDAMENTALISTAS E MONOTEÍSTAS O Judaísmo Fundamenta-se nos livros antigos, que serviram de base para a elaboração do Velho Testamento e não tem o aspecto missionário, portanto a expansão do Judaísmo tem como fator principal a dispersão (diáspora) do povo judeu. O número de seguidores não ultrapassa 20 milhões. Atualmente, estão vivendo no ano 5.762, de acordo com o calendário judáico. O Cristianismo Nasceu entre os povos dominados pelo Império Romano, há cerca de 2 mil anos. Além de partilharem com a tradição judáica, respeitando o Velho Testamento, o Cristianismo, ao contrário dos primeiros, acredita que Cristo é o Filho de Deus, enviado àTerra para salvar a humanidade, somando aos livros antigos os ensinamentos do Messias por meio do Novo Testamento, com aspecto social, por isto mais dinâmico e atualizado. Tem sua base de sustentação no aspecto missionário e, por ter se ocidentalizado mediante o Império Romano, a religião cristã se espalhou pela Europa e posteriormente foi um dos alicerces de sustentação na expansão colonial para os novos continentes. Com o passar dos tempos, o cristianismo foi se subdividindo e, hoje, além da religião católica apostólica romana, o protestantismo é seguido por milhões de fiéis, como resultado direto do luteranismo alemão, o calvinismo francês e o anglicanismo inglês. Hoje, o cristianismo é a fé que reúne maior número de fiéis no planeta, mas está perdendo espaço para o Islamismo. O Islamismo Nasceu dos ensinamentos do profeta Maomé (570/ 632). Maomé combatia a prática do politeísmo existente entre os povos árabes, pois esse era um fator desagregador que facilitava o domínio da região por povos numericamente inferiores, mas superiores na organização econômica, política, social e militar, graças àprática monoteísta. O grande profeta do Islã sofreu forte oposição das tribos guardadoras da Caaba - a pedra negra - que praticavam o politeísmo na cidade de Meca, sendo expulso para latreb (atual Mediria - Cidade do profeta). O ano da Hégira marca o início do calendário Islâmico, portanto eles estão vivendo no ano de 1381. Com a morte do profeta (632), o Islã se dividiu em duas correntes devido a briga pela sucessão da liderança Islâmica. O Xiismo reconhece o direito de liderança apenas aos descendentes diretos do grande profeta, como exemplo os Aiatolás. O Sunismo, um conflito de normas (direitos) islâmicas organizadas, segundo os exemplos do profeta, reconhece o poder temporal, criando lideranças independentes dos laços familiares com Maomé, como exemplo os Califas. Com a implantação do Islã na forma de um Império Teocrático, rapidamente ele espalhou seu poder imperial para o ocidente e o oriente, e hoje somente 20% de seus fiéis são árabes, demonstrando sua expansão demográfica, que já ameaça o cristianismo como a religião de maior número de seguidores no planeta. QUESTÃO ÂRABE-ISRAELENSE A questão árabe-israelense está diretamente ligada àcriação do Estado de Israel pela ONU, em 1947. O movimento sionista acelerou a transferência de judeus dispersos pelo mundo de volta àregião da Palestina. Já no período da Primeira Guerra Mundial, o fluxo de judeus era significativo e os incidentes com os árabes-palestinos começavam a se tornar frequentes. A Inglaterra, que com a queda do Império Turco-Otomano, administrava a Palestina desde a Primeira Guerra, propõe novamente, ao final da Segunda Guerra Mundial, a criação de um "lar nacional" para os judeus no território da Palestina. Os países árabes da região se opunham àcriação do Estado de Israel, fato que levou posteriormente à formação da República Árabe Unida (RAU), da qual participavam Síria, Egito, Líbano, Jordânia e Iraque, com o objetivo de destruir Israel e dar suporte aos palestinos para a instalação do Estado da Palestina. CONFLITOS Guerra de Independência de Israel. Em 1948/49, o recém-criado Estado de Israel foi atacado pelo Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia (RAU), porém os venceu. As milícias israelenses aumentaram em 50% o território do Estado de Israel, e os maiores perdedores foram os "palestinos", pois ficaram basicamente sem território independente. O Egito ocupou a Faixa de Gaza e a Jordânia ocupou a Cisjordânia. Guerra pelo Canal de Suez (1956) Ocorreu entre Israel e Egito, sendo que a França e a Inglaterra apoiavam Israel, pois tinham interesses em internacionalizar o Canal de Suez visando encurtar a rota do petróleo para o Ocidente. O Egito era apoiado pela ex-URSS, e o presidente Gamal Abdel Nasser anunciou a nacionalização do canal que foi construído com capital anglo-francês. A ex-URSS exigiu a retirada das tropas israelenses, francesas e inglesas e o canal foi nacionalizado. Guerra dos Seis Dias (1967) Foi o conflito mais importante ocorrido na região, cujos desdobramentos estão presentes até os dias atuais. Serviu para mostrar a superioridade militar de Israel frente a seus vizinhos árabes. Ocorreu entre Israel e as forças da RAU (Síria + Egito + Jordânia). O serviço secreto das Forças de Defesa Israelenses - o Mossad - descobriu um novo plano da RAU para atacar Israel, por isso o governo israelense decidiu atacar primeiro numa operação que durou seis dias e permitiu a conquista dos seguintes territórios: - Colinas do Gólan, pertencentes à Síria, porém de grande valor estratégico, pois ficam em elevadas altitudes. Não foram ainda devolvidas, porque a Síria não aceita os termos da devolução. - Faixa de Gaza, que estava sob o controle do Egito desde a guerra de 1948. - Cisjordânia, que estava sob o controle da Jordânia desde a guerra de 1948. - Península do Sinai pertencente ao Egito. - Lado Leste de Jerusalém, sob o controle da Jordânia. Talvez este seja o maior problema na questão de um acordo de paz no "Oriente Médio". Guerra do Yom Kipur -1973 - (Dia do Perdão) Ocorreu entre a RAU e Israel quando o Egito e a Síria atacaram o território israelense de surpresa, tentando revidar a Guerra dos Seis Dias, porém foram derrotados. O governo de Israel planejava invadir o Cairo e Damasco, mas os EUA e a ex-URSS exigiram o recuo de Israel. O presidente egípcio Anuar Sadat havia Em 1995 ocorreu a Conferência do Cairo (Egito) para a discussão sobre o processo de desenvolvimento e crescimento das populações, é óbvio, do Terceiro Mundo. Em resumo, nessa Conferência os países mais ricos, principalmente o Grupo dos 7 (G-7), donos de 65% da economia do planeta, se ofereceram para financiar a implantação de um projeto para conter a taxa de natalidade no mundo. No fundo era o interesse desses países: * reduzira fecundidade e a fertilidade das mulheres; * provocar um aumento na qualidade de vida das famílias mais pobres; * que fosse diminuir o excedente populacional no Terceiro Mundo, que automaticamente reduziria os custos dos países ricos em doações humanitárias, nos empréstimos e financiamentos de riscos e nas imigrações; + aumentar a capacidade de consumo das populações da América Latina, África e Ásia Tropical, aumentando o lucro das transnacionais e de suas filiais. Não é de graça que surgem os discursos condenando a pobreza. Obs.: É a partir dessa Conferência que despontam as idéias dos ecomalthusianos, uma dissidência dos neomalthusianos . Oficialmente, essa proposta não é aprovada na Conferência do Cairo, pois os fundamentalismos religiosos (Vaticano, Islã) se juntam e derrotam a proposta do G-7. Proposta derrotada, proposta implantada, pois os países ricos atrelam a ajuda econômica, financeira e tecnológica para o Terceiro Mundo, à imposições de que estes últimos implantem medidas de proteção e preservação ambiental, contenção do crescimento demográfico e facilitem a entrada do capital, das empresas e dos bancos internacionais. Obs.: Em 1999 aconteceu, no Uruguai, a Cairo 5, que também fracassou nessa proposta. Na reunião do G-8, em Gênova, ficou decidida a ajuda de bilhões de dólares para socorrer os países mais pobres quanto aos avanços das doenças endêmicas e pandêmicas, principalmente para a África e a Ásia tropical. Não é o suficiente, mas pela primeira vez, os países mais ricos se reúnem e tomam decisões de cunho social. Características gerais Dados IBGE — censo de 2000/2001 Tabela — população residente, em valores absolutos e relativos, total, em situação urbana na sede municipal, área total e densidade demográfica, segundo as Unidades da federação e Municípi População residente Unidade da Valores absolutos Valores relativos Ares toa Densidade Federação e Urbana Urbana km? (2) demográfica Municípios Total Total (hab/km, otal Na sede otal Na sede Total Total municipal (1) municipal (1) Brasil (346) | 169590693 | 137755550 | 123.460.941 100 81.28 728 8.514.215,93] 19.92 Fonte Censo Demográfico 2000. (1) Exclusive a população residente nas áreas urbanas isoladas. (2) Valores incluindo as águas interiores. (3) Valores sujeitos a alteração em fase de atualizações de natureza cartográfica ou politico-administrstiva (4) Inclusive as áreas das Ilhas de Trindade e Martin Vaz. (5) Inclusive 2977,4 km'teterentes á área a ser demarcada, em litígio, entre os Estados do Piauí e Ceará (6) Inclusive 10091,4 km” e 2806,1Km” referentes às Lagoas dos Patos e Mirim, incorporadas à área do Estado do Rio Grande do Sul segundo a Constituição Estadual de 1988, não constituindo área municipal População Total - 1980 - 2000 Milhões 180 160 140 120 190 so so 40 20 1980 1991 1996 2000 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000 e Contagem da População 1996. Em 1872, o Brasil resolveu fazer o primeiro recenseamento dos dados da população brasileira e descobriu-se que somávamos mais de 10 milhões de habitantes. Quase 120 anos depois, atingimos a marca de 167,8 milhões de habitantes (95). Tornamo-nos um dos países mais populosos do mundo, ocupando a quinta posição mundial e a segunda no continente americano, após os EUA. Distribuição da população É importante lembrar que, apesar do Brasil ser um país populoso, possui baixa densidade demográfica (19,3 hab/km”), ou seja, um país pouco povoado. Apresenta uma irregular distribuição populacional pelo território. Há forte cortentação de pessoas na faixa litorânea (Região Sudeste). No Rio de Janeiro, a densidade passa de 300 hab/km?. No interior, a densidade torna- -se gradualmente menor, principalmente nas Regiões Norte e Centro- Oeste, onde encontramos 1,1 hab/km?, como em Roraima e 1,4 hab/km?, no Amazonas. De forma geral, as maiores concentrações populacionais estão próximas ao litoral, numa faixa de aproximadamente 300krn”, onde a densidade ultrapassa 100 hab/km 2 em algumas áreas. Toda essa faixa possui densidade acima de 10 hab/km? Além dessa faixa, para o interior a população torna-se paulatinamente mais escassa, passando por uma densidade que seria mediana no Brasil. Esta faixa, com densidade de 1 a 10 hab/km *, abrange desde o Maranhão eo Pará até o Mato Grosso do Sul. Temos, ainda, áreas com densidades inferiores a 2 hab/km? que correspondem ao Amazonas, Amapá e Roraima. Áreas Densamente Povoadas Zona da Mata Nordestina, Encosta da Borborema, Agreste (PE e PB), Recôncavo Baiano, Zona Cacaueira (BA), Sul de Minas Gerais e Zona da Mata Mineira, Sul cio Espírito Santo, Grande parte do Rio de Janeiro e São Paulo, Zonas Coloniais de Santa Catarina e Rio Grande cio Sul e o Distrito Federal. Obs.:A Região Sudeste é a que apresenta a maior população absoluta, seguida da Região Nordeste. A Centro- Oeste é a de menor participação no total. Crescimento Populacional Popclock - IBGE Estimativas da População no dia 25/2/2002 & 12 horas e 22 minutos Somos agora no Brasil: 173.701.180 habs. Somos agora no mundo: — 6.207.856.214 habs. O primeiro recenseamento oficial da população brasileira foi realizado somente em 1872. Antes desta data só existiam estimativas, não muito precisas, a respeito da população. A partir de 1872, foi possível ter-se um melhor controle e conhecimento a respeito da evolução do crescimento populacional. Observe, a seguir, a relação dos recenseamentos oficiais. Evolução da População (1940 - 1998) Milhões 160 140 120 100 80 80 40 20 0 1940 1950 1960 1970 1980 1991 1998 Dados Históricos dos Censos População residente, por situação do domicílio e por sexo — 1940 - 1996 Anos Total Urbana Rural Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres 1940 (1) 20.614.008) 20.622.227 6.164.473 6.715.709 14.449.615 13.906.518 1950 (1) 25.885.001 26.059.396, 8.971.16: 9.811.728 16.913.838 16.247.668 1960 35.055.457 35.015.000) 15.120.390 16.182.644 19.935.067 18.832.356 1970 46.331.343 46.807.694 25.227.825 26.857.159 21.103.518 19.950.535 1980 59.123.361 59.879.345 39.228.040 41.208.369 19.895.321 18.670.976 1991 72.485.122 74.340.353 53.854.256 57.136.734 18.630.866 17.203.619 1996 77.442.865) 79.627.298 59.716.389) 63.360.442) 17.726.476 16.266.856 População Presente Bibliografia: Estatísticas Históricas do Brasilívolume 3, Rio de Janeiro: IBGE, 1987; Armário Estatístico do BrasilIBGE - Rio de Janeiro, volume 56, 1996; Contagens da População 1996/Rio de Janeiro, IBGE, 1997 volume 1. Atualmente (censo de 2000/2001), a taxa de natalidade está em 20 por mil habitantes/ano (20%aa) e a taxa de mortalidade em 6,8 por mil hab./ano, como a migração líquida (emigração + imigração) é mínima não afetando o crescimento demográfico; portanto o crescimento líquido está em torno de 13,2 por mil hab./ano (1,32%aa). De acordo com a tabela apresentada, notamos que o crescimento da população brasileira foi muito grande no período 1872/1990, passando de 10 milhões para 146 milhões de habitantes, o que significa um acréscimo de 136 milhões de pessoas, em pouco mais de um século. Quais os fatores responsáveis por este grande e rápido crescimento populacional ocorrido no Brasil? Os fatores são basicamente dois: o crescimento vegetativo ou natural (fator principal) e a imigração (fator secundário) hoje, mas de importância histórica. De acordo com o censo realizado em 1991 , houve uma diminuição na taxa de crescimento populacional brasileiro, provocada principalmente, segundo o IBGE, pela queda acentuada da taxa de natalidade e pelo aumento das migrações internas, resultantes das dificuldades provocadas pelo atual quadro socioeconômico do País. O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, ou seja: CV= Nat- Mor Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1972. Essa redução, embora lenta, foi provocada por diversos fatores, como urbanização, elevação do padrão socioeconômico da população, casamentos tardios e maior adoção de métodos anticoncepcionais. Regionalmente, observam-se diferenças significativas no tocante ànatalidade, sendo que as taxas mais elevadas são encontradas nas Regiões Nordeste e Norte, enquanto as mais baixas estão nas Regiões Sudeste e Sul. A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a década de 30, sofreu forte redução a partir de 1940 (2º Guerra Mundial). A redução acentuada da mortalidade, após 1940, (leve-se a fatores como o progresso da Medicina e da Bioquímica (antibióticos, vacinas), melhoria da assistência médico-hospitalar, das condições higiênico-sanitárias e urbanização da população. Quanto à variações das taxas de mortalidade, verificamos que as mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, e as menores, nas regiões Sul 74,6 89,9% 5.168 0,871 Distrito federal 70,1 90,8% 5.263 0,858 São Paulo 68,9 89,8% 5.243 0,850 Santa Catarina 70,8 90,1% 4114 0,842 Rio de Janeiro 68,8 90,3% 5.201 0,838 Piores Estados - - - - Paraíba 53,7 58,3% 1.915 0,466 Alagoas 55,7 54,7% 5.413 0,500 Piauí 65,1 58,3% 1.339 0,502 Ceará 56,8 62,6% 2.203 0,506 Maranhão 62,7 58,6%. 1.695 0,512 Fonte: TPEA - 1996. Distribuição do Renda no Brasil Participação nos rendimentos % 1960 1970 1980 1995 Os 50% mais pobres 17,4 14,9 12,6 13,1 Os 40% intermediários 43,0 38,4 36,5 38,7 Os 10% mais ricos 39,6, 46,7 50,9 48,2 TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: TEGE - 1995. MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS Introdução Entre outras explicações que se podem aventar para o fraco interesse que os homens públicos de nosso país têm demonstrado para o problema da migração nos últimos anos, destaca-se a importância assumida pelas correntes de migração interna. Correntes orientadas de uma região para outra no interior do País ou entre estados de uma mesma região, ou dos campos para as cidades (êxodo rural), têm permitido, pela sua intensidade, substituir a presença do elemento estrangeiro. Os principais movimentos migratórios ocorridos no Brasil foram: a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado); b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro); e) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café); d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha); e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70). As áreas de repulsão populacional são aquelas que perdem população por diversos fatores, como por exemplo, a falta de mercado de trabalho, ou a dificuldade das atividades econômicas em absorver ou manter as populações locais. As áreas de atração populacional são aquelas que exercem atração sobre as populações de outras áreas, pois oferecem melhores condições de vida. ) ) ) ) Migração de campo-cidade ou êxodo rural Consiste no deslocamento de grande parcela da população da zona rural para a zona urbana, transferindo-se das atividades econômicas primárias para as secundárias ou terciárias. Esse é na atualidade o mais importante movimento de população e ocorre praticamente no mundo todo. Nos países subdesenvolvidos, ou em vias de desenvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande que constitui um verdadeiro êxodo rural. Ela intensificou-se a partir do surto industrial do Sudeste, iniciado na década de 40. Entre as causas do êxodo rural, destaca-se, de um lado, o baixo nível de vida do homem do campo, ocasionado pelos baixos salários recebidos pelo trabalhador rural, pela falta de escolas, de assistência médica; de outro, a atração exercida pela cidade, onde parece haver oportunidade de alcançar melhor padrão de vida. Na prática, não aconteceu por dois motivos: a) o mercado de trabalho não cresce no mesmo ritmo da oferta de mão-de-obra; b) o baixo grau de qualificação dessa mão-de-obra, sem nenhum preparo para atender às necessidades dos setores secundário e terciário. As pessoas vindas do campo acabam por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo do desemprego, sofrendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos reflexos desse fato é a ampliação desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das cidades. Na zona rural, a maior consequência da migração para as cidades é o despovoamento, que, sem ser compensado pela mecanização e aliado a outros problemas, ocasiona queda da produção e elevação do custo de vida. O Estatuto do Trabalhador Rural, em 1964, foi criado com a intenção de beneficiar o homem do campo, obrigando os proprietários de terras a encargos trabalhistas, como salário mínimo, décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, não podendo ou não querendo assumir tais encargos, muitos proprietários preferiram dispensar boa parte de seus empregados, o que acabou por intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformam-se em bóias-frias, os diaristas, que trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia. Em síntese, as principais causas e consequências do êxodo rural são: Causas repulsivas: a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a oferta de emprego; b) mecanização de agricultura; c) secas, inundações, geadas; d) erosão e esgotamento do solo; e) falta de assistência médica e de escolas; f) baixa remuneração no trabalho; ) concentração das terras, em mãos de poucos; ) Estatuto do Trabalhador Rural. zo Causas atrativas: Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem: a) empregos; b) escolas; ) ) c) moradia; d) profissionalização; e) assistência médica. Conseqiiência do êxodo rural a) zonais rurais: perda da população ativa e queda geral da produção ou estagnação econômica das áreas rurais, quando a saída de trabalhadores não é compensada pela mecanização. b) zonas urbanas: rápido aumento da população; maior oferta de mão-de-obra nas cidades, com salários baixos, falta de infra-estrutura das cidades; desemprego; formação de favelas; delinguência; mendicância. Hoje: a atração dos centros regionais Na década de 90, devido àcrise econômica, ocorreram duas situações: 1) A migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho em contração, retornam às suas cidades de origem. 2) O crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros. A década de 90 registra o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou a dos paranaenses. Hoje, os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região, transferindo para o NE problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul. O próprio governo assume que o êxodo rural é um movimento que está sendo esvaziado no País, pois já somos 83% urbanos, e a maior migração atual é urbano x urbano, com crescimento das cidades médias. 1970-1990: a nova Fronteira agrícola do Brasil A partir da década de 70, a Região Sul passou a ter importância como área de saída populacional em direção ânova fronteira agrícola brasileira (MT/RO). O desenvolvimento na Região Sul, o aumento das culturas mecanizadas, a geada negra que atingiu a cafeicultura e o crescimento do tamanho médio das propriedades foram fatores que colaboraram para a expulsão dos trabalhadores rurais e dos pequenos proprietários. O PR registrou a maior saída de migrantes no Sul. A população do Centro-Oeste cresceu 73% na década de 70 enquanto a da Região Norte obteve maior crescimento na década de 80. Nessas duas regiões o crescimento deu-se devido ao forte fluxo migratório, favorecido pelo projeto de colonização e pela abertura de novas rodovias. Atualmente não existe política de fronteira agrícola oficial. Rondônia registrou grande crescimento migratório, pois sua população aumentou 342% na década de 70. Migrações Internas Recentes Áreas de forte atração populacional: * Brasília e periferia; * áreas metropolitanas de caráter nacional e regional; * áreas de ocupação recente do oeste paranaense e catarinense; «RO, APe PA; * áreas pioneiras ao longo da rodovia Belém-Brasília, como Capitão Poço e Paragominas, no Pará; * áreas madeireiras e mineradoras da Amazônia; * áreas de colonização baseada em médias e pequenas propriedades no Pará; e * áreas de expansão da pecuária de corte em manchas de cerrados no Centro-Oeste. Áreas de Evasão Populacional: * áreas onde a cultura do café vem sendo substituída pela pecuária de corte: Colatina e Alto São Mateus, no ES; Mantena e Manhuaçu, em MG; * áreas onde a cafeicultura vem sendo substituída por outras culturas comerciais ou pela pecuária, como a região da Borborema, na Paraíba; * áreas de economia estagnada pela pecuária extensiva: Baixo Balsas no MA e Alto Parnaíba no PI. Migrações diárias Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua temporariedade, apresentando ritmos, dimensões e objetivos variados e que são chamados migrações pendulares. Os principais são: * Deslocamentos dos Bóias-Frias Morando na cidade, dirigem-se diariamente às fazendas para trabalhos agrícolas, conforme as necessidades dos fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-rural. * Deslocamentos dos Habitantes de Cidades-Dormitórios Movimentos pendulares diários inconstantes dos núcleos residenciais periféricos em direção aos centros industriais. Relacionado à imigrações de trabalho próprias das áreas metropolitanas, tais como: SP, RJ e Belo Horizonte. Nas grandes metrópoles, a especulação imobiliária, aliada aos baixos salários, empurra o trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se utilizar de transporte coletivo, na maior parte precário ou insuficiente para atender ao enorme fluxo populacional. URBANIZAÇÃO Definição É um processo e ocorre quando o crescimento da população nas cidades é superior ao crescimento demográfico do País. Em situações normais é acompanhada do processo de industrialização. Provoca o êxodo rural. Não há dúvidas de que resulta em mudanças significativas na forma de organização de uma sociedade, inclusive em seus valores políticos, sociais, culturais e econômicos, além da localização espacial. Portanto, altera as características do espaço geográfico. Hábitat Refere-se ânatureza do local em que os grupos humanos vivem. Em decorrência dessa ocupação e do reflexo do seu gênero de vida, a paisagem natural sofre diversas alterações. De acordo com a situação geográfica, o hábitat pode ser rural ou urbano. Industrial * Volta Redonda (RJ) * Santo André (SP) * Aparecida do Norte (SP) * Bom Jesus da Lapa (BA) Estação de saúde * Campos do Jordão (SP) * Araxá (MG) Turística (balneária) * Guarujá (SP) * Camboriú (SC) Militar estratégica * Resende (RJ) * Vila dos Remédios (FN) Turística (histórica) * Ouro Preto (MG) * Parati (RJ) Portuária * Santos (SP) * Paranaguá (PR) Administrativa * Brasília (DF) * Florianópolis (SC) Classificação dos Cidades quanto à Hierarquia Urbano É expressa pela rede urbana que a cidade apresenta e sua posição de polarização sobre as demais. Metrópole nacional Aquela cuja área de influência abrange todo o território nacional. Ex.: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) Metrópole regional Aquela cuja área de influência abrange uma região do País, polarizando esta área através de infra- estrutura e equipamentos urbanos. Capital regional O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição hierárquica intermediária entre o centro regional e a metrópole regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Santos (SP) c São José dos Campos (SP). Centro regional Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um subespaço dentro da área de influência da capital regional. Ex.: Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP) e Jacareí (SP). Urbanização É um processo de criação ou de desenvolvimento de organismos urbanos. Certos períodos foram especialmente favoráveis ao desenvolvimento da vida urbana. No Brasil, o desenvolvimento da urbanização teve um incremento a partir de 1930, quando o desenvolvimento industrial se intensificou, acarretando o crescimento rápido das cidades, principalmente do Sudeste, por receberem a população do campo atraída pela indústria. Recentemente, o processo abrange quase todas as partes do país, não só pela indústria, mas por outras atividades econômicas ou expansão de serviços. Em 1970, o Brasil atingiu um total de 3.951 cidades. Dentre estas, nove transformaram-se em grandes aglomerados urbanos, denominados metrópoles, constituídos pela cidade principal e por núcleos urbanos de maior importância, situados âàsua volta em sua função. Causas e consequências da urbanização: * processo de industrialização a partir de 1930; * êxodo rural: precárias condições no campo e atração das cidades; * concentração rápida no Sudeste: * crescimento rápido e caótico das cidades. Megalópoles Correspondem à conurbação de várias metrópoles, com fusão de sítios urbanos, gerando gigantescos aglomerados que ocupam extensas áreas. Exemplo: a região que se estende de Boston até Washington, tendo como centro Nova lorque. Alguns autores consideram que há um processo de formação de uma megalópole, unindo São Paulo ao Rio de Janeiro pelo Vale do Paraíba. A Grande São Paulo A região da Grande São Paulo é definida e regulamentada pelos Decretos nº 48.163, de 3 de julho de 1967 e nº 50.096, de 30 de julho de 1968, do Governo do Estado de São Paulo. Essa definição está vinculada ao processo de institucionalização de áreas e entidades metropolitanas rio Brasil. A região possui 15.992.170 habitantes (1993), numa superfície de 7.951 km?, com 39 municípios. Tal população é equivalente àda Venezuela (912.050 km*), Arábia Saudita (2.240.000 km 3, Holanda (33.936 km?) ou, ainda, de Moçambique (799.380 km?) . A ela correspondia, em 1980, 68% do valor da produção industrial do Estado de São Paulo e 39% do Brasil. Em 1967, foi criado o GEGRAM - Grupo Executivo da Grande São Paulo - órgão técnico da Secretaria de Economia e Planejamento desse estado, para enfrentar os grandes problemas ainda existentes. Esta região assume importância nacional, não apenas por sua grande população (15,9 milhões de habitantes - 1993), mas por se constituir em um pólo de desenvolvimento para o crescimento do Brasil. Contudo, essa área apresenta grandes problemas a serem resolvidos, como os de habitação, transportes, assistência médico-hospitalar, educação, abastecimento de água, rede de esgotos, etc. Conceitos Importantes Região Polarizada Constituição da região planejada em torno de metrópoles. O regionalismo leva àformação de diversas grandes cidades que podem atingir vários milhões de habitantes e onde cada uma delas pode alcançar caráter metropolitano internacional e, como pólos, organizar regiões em torno de si, onde a população gradativamente adquire consciência regional. O estudo das regiões polarizadas nos leva à divisão de estados em regiões administrativas e, estas, em sub-regiões. Malha Urbana Diz-se da forte concentração de cidades em uma determinada área do país, como, por exemplo, a região Sudeste, em determinadas partes. Na região Sul, a malha urbana caracteriza-se por maiores concentrações em alguns pontos, por exemplo, as áreas próximas a Porto Alegre, Curitiba e leste catarinense. Rede Urbana Sistema de cidades distribuídas numa região, encaradas como um complexo sistema circulatório entre núcleos e funções diferentes, mantendo relações entre si e dependentes de um centro principal que comande a vida regional. Existem redes urbanas mais e menos organizadas, estando em permanente processo de transformação. Áreas metropolitanas Conjunto de municípios contíguos e integrados com serviços públicos de infra-estrutura comuns. Grandes espaços urbanizados que se apresentam integrados, seja quanto aos aspectos físicos ou funcionais de uma metrópole que exerce o papel dirigente. E unia conurbação. Conurbação Reunião de duas ou mais cidades de crescimento contínuo formando um único aglomerado urbano. Ex.: Região do SP + ABCDOM, mantendo a autonomia político-administrativa. Regiões funcionais urbanas Divisão regional tendo por base a influência das cidades sobre o espaço ou sua polarização. Macrocefalismo Quando a população cresce em nível superior a infra-estrutura, acaba provocando um inchaço urbano com hipertrofia na atividade terciária tendo como consequências: - elevação do desemprego e subemprego; - elevação da economia informal e ilegal; - criação de um exército de reserva e o achatamento salarial; - ocupações irregulares com degradações ambientais. Crescimento acentuado e desordenado das cidades. Aumento da população além da infra-estrutura socioeconômica. Subemprego Atividade gerada pelo inchaço do setor terciário, com atividades tais como cuidador de carros, vendedores de semáforos, biscateiros; surgem para desafogar a falta de trabalho, gerando hipertrofia no setor terciário. Tabela do IBGE composição do PIB da renda - 1996 - 2000 Produto Interno Bruto R$ 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 1996 1997 1998 1999 2000 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa. Departamento de Contas Nacionais, Sistema de Contas Nacionais — 1998/2000. Nota: os dados do PIB per capita foram revisados para incorporar as novas projeções da população do Brasil compatíveis com os resultados do Censo Demográfico 2000. De acordo com o apresentado pela tabela, o PIB brasileiro ultrapassou o valor de um trilhão de reais. Infelizmente a desvalorização de nossa moeda, devido ãadoção do câmbio flutuante a partir de janeiro de 1999, comparando com a moeda norte-americana e, respeitando a oscilação diária entre as duas moedas, nosso PIB, hoje, é inferior a 500 bilhões de dólares. Tabela - Pirâmide de Idades Pirâmide etária absoluta - 2000 80anose mais 75a79anos 70a74anos 65a69anos 60a64 anos 55a 59anos 50a 54anos 45a49anos 4024 anos 35a39anos 30aM anos 25a29anos 20aM anos 15a 19anos 10a14anos 5a9anos 0a4anos Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisa. Departamento de População e indicadores Sociais. Contagem de População de 1996. O início de estreitamento apresentado na base da pirâmide indica a queda ocorrida na taxa de natalidade. Note que nos últimos 20 anos, a taxa de natalidade vem diminuindo e isto indica muitas mudanças quanto à características gerais de nossa população, entre estes fatores, os principais são: queda na taxa de fecundidade, isto é, a cada geração está diminuindo o número de filhos por mulheres, tendo como causas principais: casamento tardio, maior instabilidade nas relações familiares, maior independência do sexo feminino, uso da mão-de-obra feminina, devido ao processo de terciarização da economia, maior consciência e nível de informações da população, bem como maior uso de métodos anticonceptivos e abortivos. Ao dividirmos a população por faixa de idade verificamos que não é mais verdade que o país é formado por jovens, pois a maioria é formada por adultos, de forma mascarada, pois a maioria encontra-se com idade abaixo dos 30 anos. Enfim, há uma tendência muito forte da população acelerar seu processo de envelhecimento nas próximas décadas, aumentando o número de velhos e reduzindo o número de jovens no total da população. A pirâmide etária da população demonstra que estamos iniciando um processo de transição, típica, antes ocorrida nos países desenvolvidos, desde que não seja confundido, que os meios utilizados pelos países ricos foram bem distintos dos que hoje estão sendo usados nos países subdesenvolvidos, pois nos primeiros, a queda na taxa de natalidade e o consequente envelhecimento da população foram resultado de planejamento familiar, resultando no Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), onde houve uma melhoria significativa na qualidade de vida da população. Agora, no Terceiro Mundo a situação se modifica quanto aos meios, inclusive com a questão de esterilização em grande escala, tanto feminina como masculina. Tabela de Proporção da População Por Sexo — 1980 - 2000 População por sexo, segundo as Unidades da Federação - 2000 UF Total Homens Mulheres Brasil 169.799.170 83.576.015 86.223.155 Rondônia 1.379.787 708.140 671.647 Acre 557.526 280.983 276.543 Amazonas 2.812.557 1.414.367 1.398.190 Roraima 324.397 166.037 158.360 Pará 6.192.307 3.132.768 3.059.539 Amapá 477.032 239.453 237.579 Tocantins 1.157.098 591.807 565.291 Maranhão 5.651.475 2.812.681 2.838.794 Piauí 2.843.278 1.398.290 1.444.988 Ceará 7.430.661 3.628.474 3.802.187 Rio Grande do Norte 2.776.782 1.359.953 1.416.829 Paraíba 3.443.825 1.671.978 1.771.847 Pernambuco 7.918.344 3.826.657 4.091.687 Alagoas 2.822.621 1.378.942 1.443.679 Sergipe 1.784.475 874.906 909.569 Bahia 13.070.250 6.462.033 6.608.217 Minas Gerais 17.891.494 8.851.587 9.039.907 Espírito Santo 3.097.232 1.534.806 1.562.426 Rio de Janeiro 14.391.282 6.900.335 7.490.947 São Paulo 37.032.403 18.139.363 18.893.040 Paraná 9.563.458 4.737.420 4.826.038 Santa Catarina 5.356.360 2.669.311 2.687.049 Rio Grande do Sul 10. 187.798 4.994.719 5.193.079 Mato Grosso do Sul 2.078.001 1.040.024 1.037.977 Mato Grosso 2.504.353 1.287.187 1.217.166 Goiás 5.003.228 2.492.438 2.510.790 Distrito Federal 2.051.146 981.356 1.069.790 Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000, resultados do Universo. No Brasil, já virou lugar comum as pessoas dizerem que há várias mulheres para cada homem no total da popu- lação; na verdade, a própria história comprova que isto não é verdadeiro, pois não tivemos nenhuma perda significativa de um dos sexos que viesse a refletir no total da população. Qual foi a última, por sinal, a única guerra, onde tivemos perdas significativas do sexo masculino? Foi na guerra do Paraguai, acontecimento superior a mais de um século, portanto não interferindo mais na nossa realidade populacional quanto àporcentagem por sexo. É verdade que o aumento na expectativa de vida provoca um aumento da população feminina, pois a taxa de mortalidade masculina em idade mais baixa é mais elevada. Mas, comparando com os países desenvolvidos, nossa expectativa de vida ainda é muito baixa, portanto a diferença a mais de sexo feminino no total da população é minto pequena para que seja exaltada a supremacia numérica das mulheres em relação aos homens. E certo que em nível regional e até local, existem lugares no país onde a maioria ele mulheres fica bem mais perceptível, mas isto é um resultado da realidade socioeconômica, com áreas de expulsão e áreas de repulsão da mão-de- obra. Na verdade, não passa de 2% o percentual a mais de sexo feminino, em relação ao sexo masculino. Proporção da População por Sexo - 1980/2000 Yo 60 q 50 + 40 30 + 20 4 107 o 1980 1991 1996 2000 EH Homens EM Mulheres Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000 e Contagem da População 1996. Verifique na tabela, como estados da Região Norte, mais parte do Centro-Oeste possuem mais sexo masculino que feminino, e que em partes do Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste há uma maioria de sexo feminino. Tabela - Esperança de Vida ao Nascer - 1985-2001 E(0) 70 8 - asrT 66 64 ez e2 so 1985 1990 1995 2000 2001 Fonte: IBGE, Projeção preliminar da população do Brasil - Revisão 2000. No prazo de 15 anos, nossa expectativa de vida elevou-se de forma significativa, se compararmos com o aumento em outros países do Terceiro Mundo, mas ainda está muito distante dos 85 anos, em média, que caracterizam a esperança de vida nos países desenvolvidos. Outro fator relevante que a tabela não demonstra, mas que deve ser muito bem considerado, é a diferença de esperança de vida entre a parte da população de baixa renda, quando comparada com a parte, menor em quantidade, é claro, da população de elevada renda. Novamente, fica o alerta para que ao estudar, analisando tabelas, gráficos ou modelos sistematizados, devemos sempre ter em mente que se tratam de demonstrações gerais, que na maioria não demonstram ou até escondem a realidade socioeconômica de uma certa população. Basta lembrar que os 10% mais ricos do país concentram quase que a metade da riqueza e possuem urna esperança de vida superior aos 73 anos, enquanto os 10% mais pobres, concentram menos de 0,8% das riquezas do país e possuem uma esperança de vida próxima dos 57 anos, isto, sem considerar as diferenças de esperança de vida, estatura, peso, índice de nutrição, taxa de mortalidade geral, infantil e etc, muito diferenciada entre a população do Norte, Nordeste em relação ao famoso Centro-Sul, mais desenvolvido. Tabelas de Natalidade e de Mortalidade Taxas Brutas de Mortalidade - 1985/2001 Milhares Hab. 80 7,5 + 7,0 Trinta — 65 — 80 1985 1990 1995 2001 Fonte: IBGE, Projeção preliminar da população do Brasil - Revisão 2000. Taxas Brutas de Natalidade- 1985/2001 Por milHab 30 fra +. 25 nu 20 15 Fonte: IBGE, Projeção preliminar da população do Brasil - Revisão 2000. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000 e Contagem da População 1996. O próprio Governo assumiu recentemente que o êxodo rural estava sendo esvaziado. Se isto é verdadeiro, é correto dizer que a época das megacidades também está esgotada; basta lembrar do alto custo de vida, do índice de desemprego, das ocupações irregulares, da falta de infra-estrutura sociocultural, das questões ambientais e principalmente da incapacidade do Estado de gerar segurança para a população, principalmente nos grandes centros urbanos. Enfim a urbanização superou o índice de 83%; este índice é superior ao de muitos países desenvolvidos, tendo como consequência o processo de Macrocefalisino ou inchaço urbano, aonde o aumento populacional não veio acompanhado do crescimento de infra-estrutura socioeconômica, faltando leitos hospitalares, habitação, salas de aula, empregos, transporte público, áreas de lazer, etc., que atendessem à necessidades da população concentrada nas metrópoles. Não é de todo errado dizer que há uni tipo de "guerra civil" nos grandes centros urbanos, e que, o Estado encontra-se em posição desfavorável em relação aos grupos paramilitares que sustentam o narcotráfico, os grupos de extermínio, sequestros, assaltos e etc. Tabela da População por Idade Proporção da População por Grandes Grupos de Idade - 1980/2000 % 70 [5] 50 40 30 20 10 1980 1991 1996 2000 Bo-14 D 15-64 D65e mais Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000 - Contagem da População 199. O mais importante de ser analisado nesta tabela é a queda gradual do número de jovens, o crescimento de adultos e que, é óbvio, uma hora estes adultos vão envelhecer. De acordo corri previsões do Governo, podemos chegar em poucas décadas a índices superiores a 30% de habitantes com mais de 60 anos. Tabela da Produção Agrícola Cereais, leguminosas e oleaginosas - Brasil 120.000.000 100.000.000 80.000.000 80.000.000 40.D00.000 20.000,00) 10 Produção obtida (t) Área colhida (ha PA DALLA » PDP LS EP PDD DD ASS Como o Governo não tem mais política de fronteira. agrícola, o gráfico demonstra que atualmente há uma pressão para que ocorra uma ocupação mais racional do espaço agrícola já existente. O caráter típico de produção extensiva, cora terra barata, está sendo substituído por atividade mais capitalista, com interesse na exportação, aumentando a produtividade, graças ao uso de insumos - sementes selecionadas, agrotóxicos, mecanização e etc. Basta notar o aumento na produção sem aumentar a área ocupada pela atividade agrícola, como o próprio gráfico demonstra. Estamos chegando ao patamar de 100 milhões de toneladas/grãos, sendo que a Região Sul, a menos extensa, permanece como o grande celeiro agrícola do país, apesar do alto crescimento da Região Centro-Oeste. A QUESTÃO AMBIENTAL GEOPOLITICA E QUESTÃO AMBIENTAL Introdução A economia mundial continua sendo uma das forças motrizes da degradação ambiental, tanto quando se trata da perda da floresta tropical, como pelo aquecimento da Terra por milhões de toneladas de gases que são despejados na atmosfera por veículos e fábricas. Os pobres são os mais prejudicados, simplesmente porque têm menos recursos para sobreviver. Essa disparidade manifesta-se de modo mais evidente na expectativa de vida: 73 anos nos países desenvolvidos e 60 anos nos países pobres. Em geral, o crescimento econômico nos anos 80 foi mais lento que nos anos 70. Para muitos países pobres os anos 80 foram uma década perdida, em vários sentidos. A dívida externa disparou, os preços das suas matérias-primas baixaram, as políticas de ajuste não funcionaram e 1/3 de sua população - 1 bilhão e 200 milhões de habitantes - vive abaixo do limite da pobreza, estimado em 370 dólares anuais per capita. As reformas econômicas impostas pelos governos não trouxeram benefícios para essa população pobre e, em muitos casos, pioraram a situação. Muitos governos de países pobres se preocuparam unicamente com a crise econômica e política a curto prazo. A administração e conservação dos recursos ambientais ocuparam um lugar de pouco destaque nas listas de prioridades. A oposição Norte-Sul Segundo o Banco Mundial, dos 49 países que tiveram redução no seu Produto Interno Bruto (PIB) nos anos 80, quase todos têm economias predominantemente agrárias, baixa renda, rápido crescimento populacional e passam por uni processo acelerado de degradação ambiental. O desnível de renda entre o Norte e o Sul se traduz no acesso desigual aos produtos do progresso material. Atualmente, os países desenvolvidos, que concentram menos de uni quinto da população mundial, consomem 80%, dos recursos naturais (alimentos e matérias-primas) produzidos no planeta. Os 20% restantes são disputados por mais de 4 bilhões de pessoas, das quais mais de um bilhão situam-se abaixo dos níveis de miséria absoluta. A maioria, cerca de 60%, vive no chamado cinturão tropical, justamente onde se localizam 58% das terras cultiváveis do planeta. A diferença entre o Norte e o Sul tende a aumentar devido ao tipo de trocas internacionais. Os produtos oferecidos pelos países pobres no mercado mundial - matérias-primas e produtos semi-elaborados - vêm perdendo valor frente à produção dos países ricos, centrada na inovação tecnológica. Para compensar essa tendência, os países pobres tentam aumentar a produção dirigida para a exportação. Para isso, passam a incorporar novas áreas já ocupadas e vêm substituindo a produção voltada para o mercado interno por artigos de grande demanda internacional. Isso resulta em aumento do preço dos alimentos em seus mercados internos e aumento da fome, além ele uma ocupação desordenada das áreas de florestas e uma superexploração dos solos, o que demonstra a intensa deteriorização do meio ambiente. ECO-92 A Conferência do Rio A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais comumente chamada de "Fórum Global", realizou-se no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992. O seu desafio principal, segundo o secretário geral Maurice Strong, era o de "estabelecer a fundação de uma associação global entre os países em vias de desenvolvimento e os países mais industrializados, tendo como base as suas necessidades mútuas e os seus interesses comuns, com o intuito de assegurar o futuro do planeta". A questão subjacente foi a de se encontrar um "equilíbrio justo e viável entre o meio ambiente e o desenvolvimento". Delegações de 178 Estados participaram desse encontro, quase sempre representados pelos seus chefes de Estado. Diversas manifestações se realizaram à margem da reunião política, congregando representantes de organizações não- governamentais (ONGs), cientistas e industriais. Os primeiros, estimados em 2.000, elaboraram 33 tratados "alternativos". Os principais assuntos tratados foram: * A promoção de um desenvolvimento que não destrua a natureza. * Criação de um fundo de ajuda para os países pobres para defender o meio ambiente. * Solução para a relação consumo/demanda que força os países pobres a esgotarem seus recursos naturais. * Preservação da biodiversidade. PROTOCOLO DE KYOTO Na reunião de Kyoto, no Japão (1997), os países chegaram a triste conclusão que os principais poluidores mundiais não estavam obedecendo às propostas e projetos ela ECO-92; pelo contrário, os índices de degradação ambiental haviam e continuavam aumentando. Com isto elaboraram o protocolo de Kyoto, que exigia uma redução de 5% na poluição atmosférica, tendo como base a poluição provocada em 1991. Com elevadas multas para quem não cumprisse as exigências do protocolo de Kyoto. É claro que os países-potências não concordaram com Kyoto. Em agosto de 2001, na terceira reunião sobre clima, na Alemanha, o protocolo de Kyoto foi reformulado reduzindo para 2% a poluição provocada em 1991 e os valores das multas. Com isto os principais países aceitaram assinar o protocolo, exceto os EUA, com a alegação de que o protocolo de Kyoto prejudicava seu crescimento econômico. Em fevereiro de 2002, o presidente dos EUA apresenta urna proposta alternativa do protocolo de Kyoto, proposta essa, imediatamente combatida por outras nações ricas, como o Japão e a Grã-Bretanha, pois a proposta dos EUA não exige muito; pelo contrário, deixa a critério dos agentes poluidores se querem ou não reduzir a poluição do planeta. Em 4/3/2002, a União Européia assina o protocolo de Kyoto, com a proposta de reduzir a poluição em 5,8%, tendo como base o ano de 1990. Mas é necessário que cada país europeu assine o protocolo individualmente. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS São entendidos como a combinação ou síntese dos diversos elementos da natureza, caracterizando ou individualizando unia determinada porção do território. A paisagem natural é constituída por vários elementos- estrutura geológica, clima, relevo, solos, vegetação e hidrografia - que se influenciam mutuamente, cada um deles interligado aos demais e definindo um conjunto. Dentre esses elementos, destacam-se, principalmente, o clima e o relevo como fundamentais pela influência que exercem sobre o meio ambiente. Desde a sua formação (+ 4,5 bilhões de anos), a Terra sofreu várias modificações em seu clima, com períodos de aquecimento e resfriamento, elevação ou diminuição de chuvas, sendo algumas em escala global e outras de dimensão local. As alterações ocorridas nos últimos 2 milhões de anos são as que deixaram vestígios mais evidentes: nos períodos frios, ocorreu o aumento das geleiras polares e das áreas montanhosas, que diminuíram seus limites quando a temperatura média da Terra voltou a elevar-se. As médias e altas latitudes foram as mais afetadas por esses fenômenos. Já nas baixas latitudes ocorreram, paralelamente, fases chuvosas e secas, durante as quais os domínios naturais se modificaram, com avanços e recuos de florestas tropicais, savanas e desertos. Assim, o clima atuou como modificador do meio ambiente e ainda hoje, devido à alterações mais recentes provocadas sobretudo pela ocupação humana, continua a provocar transformações ambientais. Quanto ao relevo, as forças endógenas comandam sua formação através do condicionamento estrutural; epirogêneses, vulcanismos e terremotos provocam o surgimento de diferentes tipos de rochas que têm desigual resistência aos processos de desgaste provocados pelas forças exógenas, que modelam as formas do relevo (intemperismo, águas correntes, gelo, etc.). Dependendo da forma de relevo, encontramos solos e vegetações diferenciados em cada domínio espacial. As grandes modificações que o homem vem produzindo com as atividades econômicas diversas e, sobretudo, com a construção de cidades, também têm contribuído grandemente para as transformações das formas de relevo e, consequentemente, do meio ambiente. Os grandes domínios morfoclimáticos são delimitados, portanto, por essas caracterizações gerais a partir do clima, tipo de relevo e paisagem vegetal - climas polares, climas temperados e climas tropicais, cada qual com um processo de modificação dinâmica das rochas que formam o relevo e que são o substrato para ocupação de biomas vegetais. Não é sempre que um mesmo elemento natural é o determinante da paisagem, da mesma forma que não há delimitação precisa ou rigorosa entre um domínio e outro, pois é muito difícil determinar com precisão tais limites. Daí existir entre um domínio e outro as chamadas áreas ou faixas de transição. Como exemplo, podemos citar a sub-região do meio-norte (MA/PI), onde predomina a mata dos cocais ou babaçuais, sendo esta uma área de transição entre os domínios amazônicos a oeste e da caatinga do lado leste. Pri Devido a sua grande extensão territorial (8,5 milhões de km?) e marcado por uma grande diversidade de aspectos naturais, o Brasil apresenta seis principais domínios morfoclimáticos e diversas áreas não- individualizadas, denominadas como de transição. is domínios do Brasil + alterar o perfil dos continentes por elevação do nível dos oceanos; * destruir, por alagamento, centros urbanos localizados àbeira-mar, etc. A chuva ácida A presença de componentes estranhos na atmosfera (principalmente óxido de nitrogênio e de enxofre) tem sido responsável pela ocorrência das chuvas ácidas. Na atmosfera, essas substâncias reagem quimicamente e produzem os ácidos sulfúrico e nítrico. Esses gases, ao atingirem a Terra sob a forma de precipitações, alteram também a composição química do solo e das águas prejudicando as formações florestais e as lavouras. Além disso, a ação corrosiva dos ácidos sulfúrico e nítrico atingem fortemente as estruturas metálicas, as edificações, além de provocar sérios problemas à saúde da população. Poluição hídrica O volume total de água na Terra está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de quilômetros cúbicos, sendo a maior parte - 97,2% desse total - formada pela água salgada dos mares e oceanos. Os lagos, rios, oceanos e mares se tornaram verdadeiras latas de lixo do mundo, onde a atitude reinante ainda é "longe da vista, longe do coração". Vejamos as principais fontes da poluição hídrica: Esgotos Após a Revolução Industrial, o acelerado crescimento da população terrestre e a consequente urbanização provocaram o surgimento de grandes concentrações urbanas, na maioria das vezes, mal planejadas. Consequentemente, a produção de água contaminada e seu despejo, sem adequados tratamentos, nos corpos hídricos aumentou muito. Os esgotos contêm, além de fezes humanas, restos de alimentos, sabões e detergentes, sendo considerados o principal fator poluente das águas em regiões densamente povoadas. A contaminação das águas pelos esgotos urbanos resulta de dois graves processos: * a contaminação por bactérias patogênicas, como os coliformes fecais, que podem causar doenças como a amebíase, a cólera, a esquistossomose, a febre tifóide, a hepatite virótica, a leptospirose e a poliomielite; * a contaminação por substâncias orgânicas degradáveis, principalmente por nitrogênio e fósforo dos detergentes, que provocarão a eutrofização das águas. Agricultura A intensidade das práticas agrícolas tem provocado um alto nível de poluição das águas, tanto superficiais como subterrâneas. Esta poluição ocorre, basicamente, de duas formas: * despejo de substâncias eutrofizantes, através de fertilizantes químicos àbase de nitrogênio e fósforo, e também de detritos animais, nas águas superficiais e subterrâneas, devido ãação das chuvas; * despejo de substâncias tóxicas, utilizadas no controle das lavouras e no aumento da produtividade, como os inseticidas, herbicidas, fungicidas e praguicidas. A utilização exagerada e sem critério dessas substâncias tem comprometido seriamente o meio ambiente, pois grandes quantidades são levadas pelas chuvas até os rios e destes até o mar. Águas industriais A negligência no tratamento dos resíduos industriais tem representado significativa fonte de poluição hídrica. A poluição de origem industrial pode ser dividida em dois Grupos: * Os compostos orgânicos - representados, principalmente, pelo petróleo e seus derivados; quando lançados nas águas, formam uma película de óleo, provocando uma sensível diminuição no teor de oxigênio, o que impede a respiração e a fotossíntese das plantas flutuantes, prejudicando também os peixes e as aves aquáticas. As águas subterrâneas também podem ser contaminadas pelo petróleo, no caso da ruptura de oleodutos e durante a perfuração de poços petrolíferos. Nesse caso há, também, um enorme prejuízo, pois um litro de petróleo inutiliza cerca de 1 milhão de litros de águas subterrâneas; * os compostos inorgânicos - representados pelos metais pesados, são despejados nas águas pelas indústrias químicas, farmacêuticas, elétricas, madeireiras, de papel ou de cosméticos, além das atividades mineradoras. Os metais pesados mais prejudiciais são: - mercúrio —» acumula-se no sistema nervoso, principalmente no cérebro, na medula e nos rins. Provoca perda da coordenação dos movimentos, dificuldades ao falar, comer e ouvir, além de atrofia e lesões renais; - cádmio —» semelhante ao mercúrio, afeta o sistema nervoso e rins. Provoca perda do olfato, formação de um anel amarelo no colo dos dentes, redução da produção de glóbulos vermelhos e remoção de cálcio dos ossos; - chumbo —» apesar de menos agressivo na água que no ar, deposita-se nos ossos, musculatura, nervos e rins, provocando estados de agitação, epilepsia, tremores, perda da capacidade intelectual e anemias. (Fonte: Magossi e Bonacella, Poluição atas Águas). Contaminação térmica As indústrias e principalmente as usinas termoelétricas necessitam de grandes quantidades de água para o seu resfriamento. Quando esta água quente, utilizada no resfriamento, é despejada em um rio, o que eleva sua temperatura, agravando a poluição, uma vez que as necessidades fisiológicas dos organismos aumentam. Assim a necessidade de oxigênio de certas espécies de peixes pode duplicar e até triplicar. A falta desse oxigênio, em condições ideais, leva âmorte das espécies aeróbias. A poluição térmica pode provocar o crescimento exagerado de certas plantas, prejudicando a navegação, e ainda provocar o aumento da atividade de poluentes químicos, agravando a poluição hídrica. Poluição radioativa O grande risco da poluição radioativa encontra-se nos acidentes provocados pelo uso inadequado, como o ocorrido em Goiânia, em setembro de 1987, e nos acidentes em usinas nucleares, como o de Chernobyl em 1986. Veja os dois casos: O acidente de Goiânia Em setembro de 1987, em Goiânia, capital de Goiás, desapareceu do Instituto Goiano de Radioterapia um aparelho de radioterapia pesando trais de 800 quilos e contendo uma cápsula com cerca de 100 gramas de césio 137 (o Instituto se mudara, abandonando no local alguns equipamentos), que acabou vendido a um ferro-velho como sucata. Ao tentar abrir a cápsula, o dono do ferro velho liberou o pó radioativo, que atingiu sua família e pessoas que frequentavam o local; pouco tempo depois, essas pessoas começaram a apresentar os Sintomas básicos de contaminação: queimaduras por todo o corpo, vômitos e diarréias. Resultado do acidente: dezesseis pessoas internadas imediatamente, em estado agrave (quatro faleceram), de um total de 110 vítimas contaminadas. O acidente de Chernobyl Em abril de 1986, na Central Nuclear de Chernobyl, cidade de Pripyat, próxima à Kiev, na União Soviética, um erro de operação ou acidente (como a entrada, anormal de oxigênio) provocou o aumento da temperatura da câmara do reator atômico de 2.204 graus centígrados para 3.000 graus centígrados, danificando a cobertura de grafite que envolve o urânio atômico c que, em contato com o oxigênio, começou a queimar. Em consequência, o próprio núcleo de urânio do reator começou a derreter. Essa fusão do urânio 235 liberou altas doses de radioatividade, que escapou, junto com gases e poeira, para a atmosfera. Ninguém sabe ao certo quantas pessoas morreram, mas os números mais aceitos são 80, no momento da explosão, e outras 2.000, ao serem levadas para os hospitais de Kiev. Além disso, supõe-se que o acidente poderá provocar câncer em cerca de 10.000 pessoas, no prazo de 5 anos, e mutações genéticas em seus descendentes nos próximos 150 anos. Além do problema dos acidentes. outro grande risco é o destino dos resíduos nucleares, ou seja, 0 lixo atômico. Atualmente o lixo atômico vem sendo acondicionado em tambores ou blocos de cimento ou vidro, que são deixados em minas de sal abandonadas ou em profundidades marinhas superiores a 2.000 metros. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A partir do momento em que o ser Humano foi forçado, pela carência de recursos naturais, a se fixar num determinado espaço físico, teve início o desenvolvimento das primeiras atividades econômicas, como a agricultura, a pecuária e a criação de animais domésticos. Sua relação com a natureza se tornou predatória, afetando a biodiversidade e degradando cada vez mais as três camadas globais, levando a uma possível destruição total do planeta. A física nuclear, a bioquímica, a ciência espacial, a petroquímica, etc. estabelecem o "equilíbrio do terror”, racionalizando a teoria da “destruição mútua assegurada". E a fase das guerras localizadas rio Terceiro Mundo, como as guerras das Coréias, Vietnã, Cuba, Nicarágua, etc. Essa situação perdurou até a década ele 70, onde os castos com a corrida armamentista atingem um nível insuportável, inclusive e principalmente para os países do 3º Mundo. Em 1972, ocorre a Primeira Conferência Internacional Sobre Meio Ambiente em Estocolmo que, em resumo, procura alertar o mundo, principalmente as superpotências da época, quanto àforma de desenvolvimento econômico e tecnológico que estava sendo implantado nas últimas décadas e seus resultados devastadores em relação às condições naturais do planeta. A fase da "neurose nuclear" e das armas químicas e biológicas começa a despertar uma consciência ambiental. Pela primeira vez, de forma mais organizada, o ser humano torna conhecimento sobre assuntos e palavras como ecologia, biodiversidade, consciência ecológica ou ambiental e surgem as primeiras Organizações Não-Governamentais (ONGs). Os próximos anos seriam de um avanço nos estudos sobre as degradações ambientais inimagináveis nas décadas anteriores; o efeito estufa, a ruptura na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o envenenamento dos solos e das águas, a maré vermelha, a maré negra, as ilhas de calor, a inversão térmica alcançam destaque na imprensa mundial e passam a ser assuntos obrigatórios nos currículos escolares. Na conferência da Suécia ficou bem claro o antagonismo de idéias entre aqueles que defendiam o "desenvolvimento zero" e aqueles que defendiam o “desenvolvimento a qualquer custo". O tempo veio mostrar que os extremismos não correspondiam àrealidade mundial. As principais resoluções de Estocolmo foram: * o direito a um ambiente sadio e equilibrado e àjustiça social; * planejamento ambiental; * alerta aos riscos da urbanização descontrolada; * a busca de fontes alternativas de energia; * a ciência deve estar aliada àpreservação do meio ambiente; e * a importância da educação ambiental. Em 1980, como resultado da 1º Conferência Mundial Sobre Meio Ambiente, surge a "estratégia mundial para a conservação", onde se destacam os seguintes tópicos: * Desenvolvimento Sustentável — significa continuar produzindo, porém com o uso racional e controlado dos recursos naturais, isto é, um sistema de exploração mais racional dos recursos naturais, que preserve o equilíbrio ecológico, reduzindo os danos ao meio ambiente. Esta posição é muito combatida pelos ambientalistas, que acreditam que os adeptos ao Capitalismo utilizam esta expressão para continuar degradando a natureza. enganando e fugindo das pressões exercidas pela sociedade. * Nosso Futuro Comum - pela primeira vez, há um estudo que demonstra as desigualdades na distribuição da renda e a pobreza em relação àdestruição do meio ambiente. E através desta idéia que surgem os "ecomalthusianos” como dissidência dos "neomalthusianos" do período da Guerra Fria. Os ecomalthusianos alegam que o crescimento demográfico das populações nos países pobres poderá tornar irreversível a recuperação do meio ambiente degradado. - Os países pobres passam a ser pressionados pelo grande capital e pelos países-potências. numa forma de transferência de responsabilidade, esquecendo que esses países ricos foram os que mais degradaram o meio ambiente para se desenvolverem, se tornaram os maiores devastadores da natureza, sendo responsáveis pela maior parte dos desequilíbrios ambientais até agora existentes. Vinte anos após Estocolmo, acontece na cidade do Rio de Janeiro a segunda conferência mundial para o meio ambiente, a Rio ou Eco 92. Marcada pelas divergências entre os interesses do "norte" em relação aos países do "sul", esta conferência teve como base o "relatório Brundtland”, que defendia alterações no modelo consumista atual propondo a sua troca por um modelo mais sustentável ecologicamente, resultando em cinco propostas: * A Carta da Terra - os países ricos são os principais responsáveis pela degradação ambiental, portanto, devem investir mais em sua preservação. * Agenda 21 - exige o cumprimento da Carta da Terra até a virada do século. * Convenção para a Biodiversidade - o compromisso dos países em manter a diversidade biológica presente nos ecossistemas naturais. * Convenção do Clima - redução dos elementos que poluem a atmosfera e alteram a dinâmica climática do planeta. * Convenção das Florestas - todo país é soberano sobre o uso de suas florestas, ao mesmo tempo que elimina as barreiras comerciais para a madeira e a borracha natural, desde que a exploração seja feita de forma racional. Infelizmente, os EUA não assinaram os principais compromissos resultantes da ECO 92. Como resultado da pressão exercida pelas sociedades mais desenvolvidas, principalmente dos consumidores do "norte" e das Organizações Não-Governamentais (ONGs), ao menos como propostas, os governos, principalmente os do "sul", são obrigados a tomarem algumas medidas concretas sobre o meio ambiente e a preservação dos seus recursos naturais, como por exemplo: * ISO 9.000 - são produtos cujas empresas apresentam preocupações e/ou inovações no uso mais racional dos recursos naturais e na qualidade do ambiente para seus trabalhadores; * ISO 14.000 - além da qualidade ambiental, estas empresas expõem uma estrutura de funcionamento, onde seu projeto apresenta proposta de gestão ambiental; * todo projeto de produção econômica ou de ocupação de novos espaços naturais deve apresentar estudos sobre o meio ambiente, que deve passar pela análise e aprovação dos órgãos ambientais; * EIA - Estudo de Impacto Ambiental - é um relatório técnico sobre as características naturais da área a ser ocupada; * RIMA - Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente - é um estudo que procura descrever o nível de alterações ambientais que a área irá sofrer, as medidas técnicas que devem ser tomadas para reduzir estas alterações e as formas de como recuperar o máximo possível a área que será modificada, pois desenvolvimento sustentável significa mudar o comportamento consumista das sociedades e as formas de produção, isto é, mudar o sistema socioeconômico, enfim, a forma como está funcionando o capitalismo. 2) Déc. 80 - Grandes projetos de mineração, como carajás, Oriximiná-Trombetas, resultando na construção de ferrovia, na hidrelétrica de Tucuruí e na instalação de metalúrgicas em Belém e São Luís. - Fronteira agrícola - com elevado investimento do Estado, atração das empresas do Centro-Sul, provocando intenso desmatamento e queimadas, com desconhecimento sobre a realidade natural da região. - A área militar elabora o projeto calha norte, com visão estratégica, quanto ãocupação do extremo norte da região. 3) Déc. 90 - Intensa pressão mundial. - Criação de reservas indígenas, extrativistas, ecológicas, corredores ecológicos, etc. Hoje, 40%n do território da Amazônia sofre algum tipo de proteção ambiental. Obs.:- O incêndio em Roraima. - Déc. 70 - Projeto JARI. A pressão externa - 1997 = A questão do Suriname como rota do narcotráfico. - 1998 = A guerra entre o Equador e o Peru, provocando, em Brasília, o Acordo da Cordilheira do Condor. - 1999 = A Guerra Civil na Colômbia. - ASFARCs. - Operação Colômbia (EUA). - Operação Cobra (Brasil). Obs.:A ameaça norte-americana quanto ao uso de armas químicas e biológicas. Hoje no Congresso Nacional: - Lei de Biodiversidade, de autoria da Senadora Marina Silva e ONGs. - Mudanças no Código Florestal Brasileiro, vitória dos utilitaristas. - Projeto federal quanto ao uso internacional da Base de Alcântara, discussões quanto àperda de soberania. O SER HUMANO E OS RECURSOS NATURAIS É possível viver sem explorar os recursos oferecidos pelo planeta? Desde o momento que o ser humano começa a desenvolver a sua capacidade de raciocínio, que inicia certos questionamentos, e é cada vez maior as preocupações quanto ao meio ambiente em que vivemos, é justo e muito sadio quando as crianças criticam a forma de se comportar dos adultos, pois estes degradam e contaminam, destruindo a natureza. Vamos estudar um pouco esta relação tão séria que existe entre as pessoas e a natureza, partindo do princípio que para criticar é necessário conhecer. Podemos começar com a seguinte pergunta: QUEM DEPENDE DE QUEM? E o ser humano que depende da natureza ou é a natureza que depende de nós? Aresposta certa é: Nem o ser humano depende da natureza nem a natureza depende do ser humano, pois não se deve separar um do outro; na realidade nós vivemos no mesmo espaço que a natureza. E é óbvio que ao destruí-la estaremos destruindo as nossas próprias condições de sobrevivência no planeta. Em sala de aula, é comum ouvir alguns alunos fazerem críticas, ou até perguntarem a si mesmos - como as pessoas podem ser tão cruéis com a natureza? Precisamos proteger urgentemente o meio ambiente. As pessoas não podem continuar explorando e acabando com a natureza da forma como estão fazendo. Esquecendo que foram os recursos retirados da natureza que permitiram a construção de sua casa, da escola, do hospital, do asfalto, de seu caderno, sua caneta, a roupa que está vestindo e tudo mais. Ao ser alertado sobre esta situação, normalmente o aluno fica em dúvidas quanto à criticas feitas, e perguntam: se não podemos viver sem os recursos da natureza, como vamos poder preservá-la? Bom, se os alunos estão preocupados com esta situação, já temos um longo caminho percorrido para o bom andamento de nossas aulas. Mas é claro que falta muito para ser aprendido, pois como foi colocado antes - é preciso conhecer para poder e saber criticar. Muita gente faz críticas, mas por não dominar o assunto, normalmente suas críticas são respondidas de forma mais competente, e quem criticou não tem mais como continuar o debate, caindo no vazio. Eisto é ruim para o ser humano. Sabendo que o ser humano e a natureza fazem parte de um todo, que não se excluem e sim se completam, vamos estudar um pouco desta natureza, pois na próxima oportunidade de debates eu quero saber mais para falar mais, defendendo melhor as minhas idéias. Na verdade a natureza é formada por quatro camadas globais: a ATMOSFERA, a HIDROSFERA, a LITOSFERA e a BIOSFERA. As três primeiras camadas se relacionam, e partes de cada uma se somam e vão formar a quarta e a mais importante camada que é a BIOSFERA. Vamos estudar um pouco de cada uma delas. AS QUATRO CAMADAS GLOBAIS DO PLANETA 1º - ATMOSFERA É a camada de ar que está em volta do planeta. Devido a força de atração da Terra quanto finais próximo da superfície maior é a concentração de gases. principalmente o nitrogênio e o oxigênio e quanto mais elevada a altitude os gases vão diminuindo e a temperatura também. É nesta camada que ocorrem os fenômenos atmosféricos como a formação de nuvens, as precipitações, os relâmpagos, os trovões, os furacões e os tornados. 2 - HIDROSFERA É a camada de água nos estados líquido, sólido e gasoso que formam os lagos, oceanos, mares, rios, geleiras, lençol subterrâneo, inclusive fazendo parte da atmosfera, na forma gasosa, como umidade do ar. Corresponde a da superfície do planeta, e como a atmosfera, a Hidrosfera é fundamental para a existência de vida no planeta. 3 -LITOSFERA É a carrada de rochas ou a crosta (casca). Parte sólida que forma a superfície da Terra; é formada por solo e subsolo. E na litosfera e na hidrosfera que se concentram a maior parte da vida no planeta. 4 - BIOSFERA E a soma de partes das três camadas globais anteriores: a Atmosfera, a Hidrosfera e a Litosfera, formando a camada onde temos os seres vivos do planeta. Vejamos: De onde vêm o ar que respiramos? A água que bebemos? E os alimentos que consumimos? O ar vem da Atmosfera, a água vem da Hidrosfera e a maioria dos alimentos são produzidos na superfície da Litosfera, e que ao alterar uma destas camadas, não tenha dúvidas que estarei alterando todas as demais camadas direta ou indiretamente. Conclusão: Nós estudamos de forma separada os assuntos, mas não podemos esquecer que eles se completam, formando um todo, que é o planeta onde vivemos e em que vivem todas as outras espécies. Todos precisam dos recursos naturais para que a vida não seja extinta. Permanece a pergunta: como vou fazer para não prejudicar a natureza, se não é possível viver sem explorá-la. A resposta é muito simples: basta explorar racionalmente, de acordo com as nossas necessidades, retirando da natureza somente o que for preciso para a nossa sobrevivência, não retirar mais do que isto, não produzir excessos para ter lucros acima do necessário, para uma vida trangúila, se importar com o que vai acontecer com as futuras gerações, só assim meus descendentes, terão como viver no futuro. Esta proposta de mudança no comportamento de uma sociedade tem um nome: desenvolvimento. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Definição: é o uso racional dos recursos oferecidos pela natureza; não explorar além daquilo que é necessário para a sobrevivência normal do ser humano, não se preocupando em acumular. Ter mais do que o que necessitamos é querer lucrar ou comercializar 0 excesso. É óbvio que não conseguimos viver sem explorar os recursos da natureza, mas explorar com preocupações ambientais é bem diferente do que é feito atualmente pelo ser humano. Vejamos alguns exemplos de desenvolvimento não sustentado no Brasil e no mundo. Observe que estamos falando ela forma como o ser humano explora atualmente os recursos da natureza, isto é, com descontrole ou pouca preocupação quanto a preservação dos recursos naturais. Exemplo 1 - A matança de jacarés do Pantanal. Na década de 70, o Governo brasileiro não estava preparado para enfrentar o surto de exploração do couro de jacaré no Pantanal Mato-Grossense. Os coureiros mataram milhares de jacarés para exportarem somente o couro de sua cauda, pois virou moda no mundo fazer artefatos de uso pessoal, como bolsas, sapatos e cintos, com esta parte do couro deste animal. Acontece que o jacaré é um dos principais predadores da piranha, peixe carnívoro dos rios tropicais, e a intensa matança de jacarés provocou um desequilíbrio no ecossistema desta região, permitindo que a piranha aumentasse em número, ameaçando os rebanhos de gado nas fazenda, os demais animais e até o ser humano. Elas só atacam em bando, e como aumentaram muito rápido, pois não tinha mais jacaré o suficiente para as consumir, começou a faltar alimento para estes peixes, provocando quebra na cadeia alimentar. Só foi o governo passar a controlar a matança do jacaré e, principalmente, a exportação de seu couro, que em poucos anos o bioma voltou a ser equilibrado entre as espécies do Pantanal. Atualmente o governo do Estado do Mato Grosso do Sul está colocando em discussão para a sociedade a necessidade de liberar de novo a caça aos jacarés no Pantanal, pois a espécie passou a ser tão protegida que aumentou muito rápido provocando uma redução na quantidade de peixes da região, gerando novo desequilíbrio para o ecossistema. Exemplo 2 - A prática rudimentar de mineração. O Garimpo no Brasil. Legalmente, o Brasil é um dos poucos países no Mundo que permite a prática do garimpo, pois todo mundo sabe o quanto esta atividade é destrutiva para a natureza. Ela desmata eliminando a vegetação, provoca erosão acabando com o solo fértil, atinge o lençol freático contaminando as águas subterrâneas, assoreia os rios e represas e ainda lança produtos químicos no solo, nas águas e na atmosfera; enfim, a atividade de garimpo é uma das atividades econômicas que mais altera o meio ambiente. O mercúrio, utilizado para separar o ouro dos demais minerais, pode provocar o famoso "efeito Minamata” descoberto numa baía com este nome no Japão, isto é, descobriram que o excesso de mercúrio nos organismos elos seres vivos pode afetar o sistema nervoso, podendo provocar a loucura e até a morte das espécies, inclusive do ser humano. Acontece que o mercúrio, a exemplo de outros minerais como o cobre, ao serem absorvidos por um vegetal ou animal, não são eliminados em nenhum dos níveis da cadela alimentar; portanto ao chegar nos últimos consumidores desta cadeia, ele são encontrados em quantidades superiores ao permitido para a maioria destes organismos. Atualmente no Brasil, principalmente no Norte e Centro-Oeste do país, são despejados milhares de toneladas/ ano de mercúrio nos rios, nas lagoas, na vegetação e na atmosfera. A cada ano assistimos uma parte do país sendo destruída ou contaminada devido a ganância de algumas pessoas e de grandes empresas. Esta situação já atingiu um nível tão sério de alteração do meio ambiente, que o Brasil que nunca teve reservas de mercúrio em seu subsolo, já está produzindo este mineral num processo de reciclagem das bacias de deposição, nas áreas de garimpo do ouro. Exemplo 3 - Poluição provocada por petróleo. O navio petroleiro Comandante Valdez teve problemas no litoral do Alasca e foi obrigado a despejar mais de 250.000 litros de petróleo na costa oeste deste Estado norte-americano; rapidamente este petróleo se espalhou pelas águas desta região matando as espécies e destruindo boa parte da belíssima natureza da área. As autoridades ambientais internacionais calculam que levará décadas para que esta área seja totalmente recuperada. Se for recuperada. Exemplo 4 - O acidente nuclear de Chernobyl. No ano de 1985, tivemos o pior acidente nuclear da história da humanidade. O 4º reator nuclear da usina de Chernobyl, localizado na Ucrânia, território da antiga URSS, apresentou vazamento muito acima do aceitável para a permanência das pessoas naquela região; a nuvem radioativa provocada por esse acidente atingiu extensas áreas da Europa, o norte e nordeste da África e boa parte da Ásia. Até hoje as pessoas, os animais e os vegetais desta região sofrem as consequências deste desastre, principalmente com o elevado índice de câncer. Com estes exemplos, fica fácil perceber que o termo desenvolvimento sustentado não significa um mero modismo de época, e sim uma proposta de mudanças no comportamento do ser humano, onde haveria uma maior harmonia entre os avanços científicos e a natureza. HIDROPOLÍTICA Hidrografia: são os rios, cursos de água que se deslocam sobre a superfície dos continentes, graças a força da gravidade. Normalmente são alimentados pelas chuvas, neve, rios subterrâneos ou pelo degelo nas elevadas altitude montanhosas. Classificação dos rios quanto ao equilíbrio com o meio natural Definições: * bacia hidrográfica - corresponde a toda região ele influência direta exercida pelos rios, na caracterização do clima, da vegetação, do tipo de solo, do tipo de relevo, etc. * rede hidrográfica - significa somente a área onde se formam os leitos dos rios, isto é, a área por onde o rio está passando. Elementos de uma rede hidrográfica 1) Nascente - é o local onde surgem as primeiras águas, que iniciam a formação de um rio. 2) Jusante - é quando o acompanhamos o curso do rio em direção a foz. ) ) 3) Montante - é quando o deslocamento é feito no sentido contrário ao do das águas do rio, indo em direção à& nascentes. ) ) ) 4) Margens - são os lados dos rios. 5) Leito — é a parte dos rios por onde fluem as águas. 6) Vertente - são as encostas por onde correm as águas que alimentam o leito dos rios. 7) Divisor de águas ou interfluvios - é a parte mais alta de uma região que divide os afluentes de duas ou mais bacias hidrográficas. 8) Curso - área por onde passa um rio. * Curso superior - área próxima das nascentes. * Curso médio - área intermediária de um rio. * Curso inferior - área próxima da foz, o final de um rio. 9) Débito ou vazão - é o volume d'água transportado por um rio em um certo local e momento. Normalmente, é medido em metros cúbicos por segundo. Exemplo: rio Amazonas = 90.000 metros cúbicos por segundo de água transportada próximo da foz. 10) Regime - é o tipo principal de abastecimento d'água que um rio recebe durante o ano, podendo ser pluvial (chuvas), térmico (degelo) ou complexo, quando não existe um regime predominante. 11) Talvegue - é a linha de maior profundidade de um rio. 12) Confluência - é o ponto de encontro entre os rios. 13) Foz - ponto final de um rio. Pode ser de três tipos: * deltaica - forma diversos canais em seu final, devido àintensa sedimentação; * estuário - quando o rio deságua livremente no oceano; * mista - quando é delta e estuário ao mesmo tempo, como a foz do rio Amazonas. 14) Meandros - são as curvas, provocadas pela erosão das encostas, no traçado dos rios. Os rios também podem ser classificados de acordo com a sua interação com as condições naturais, principalmente com o tipo de clima na região, em: * rios perenes - são aqueles rios que nunca secam durante o ano; * rios intermitentes - são os rios que só possuem água na estação das chuvas; * rios temporários - são os cursos d'água que se formam somente nos momentos em que está chovendo. FORMAÇÕES LACUSTRES São massas de água doce, salgada ou salobra, acumuladas nas partes mais baixas da crosta terrestre, que formam os lagos, as lagoas e as lagunas. Lagos - de acordo com a depressão onde o lago se forma, os lagos são classificados em três tipos: * lagos tectônicos - são acumulações em depressões formadas por movimentos tectônicos da crosta terrestre, como os lagos de Vitória, Tanganica e Alberta na parte leste do continente africano; * lagos vulcânicos - são os lagos que se formam pelo acumulo de água em áreas de vulcões extintos; * lagos glaciários - quando as geleiras deslizam, provocam intensa erosão sobre as rochas e vão depositando o material erodido junto com elevado volume de água nas áreas mais baixas. Lagunas - são formações litorâneas, normalmente de água salobra, acumuladas em áreas alagadas formadas por restingas. Lagoas - estágio final de lagos primitivos no interior dos continentes; possuem pequenas dimensões tanto na profundidade como na extensão. Tecnicamente analisando, no Brasil não existem lagos, pois o território é muito antigo e erodido. Onde existiam lagos a área já foi totalmente soterrada pela atuação, durante milhares de anos, dos agentes externos. BIOSFERA Na verdade, a camada global biosfera é formada por partes significativas das três camadas globais: hidrosfera, atmosfera e litosfera. Estas, ao se juntarem, indicam a porção da superfície do planeta onde se desenvolveram os seres vivos. Pois é com a interação das três camadas naturais que foi possível desenvolver às condições para que as espécies da fauna (animais) e da flora (vegetais) pudessem surgir e evoluir até as espécies que existem atualmente, inclusive o ser humano. Na natureza tudo está relacionado, e é um grande engano do ser humano imaginar que não está ligado a ela. Na verdade, nós fazemos parte da natureza, pois tudo o que utilizamos, modificando ou não, vem diretamente da natureza, basta você olhar ao seu redor: de onde vieram os tijolos, seu caderno de anotações, sua caneta ou lápis, o carro de sua família ou o ônibus que você utiliza para passear? Tudo vem de transformações de materiais que encontrarmos na natureza. Portanto, o ser humano faz parte da natureza, apesar de sua capacidade de modificá-la, transformando o que encontra em utensílios, materiais, máquinas que melhorem o seu conforto. Apesar da interação que há entre tudo que existe na natureza, alguns fatores são fundamentais para dar sequência à vida das espécies na biosfera. Entre estes fatores é fundamental entendermos um pouco a importância que o Sol, única estrela do sistema solar, tem para a existência da vida em nosso Planeta. Sem a luminosidade dos raios solares e sua transformação em calor na Terra, nada do que existe hoje seria pos sível. A radiação solar é responsável pelas diferenças de temperatura, por todo o ciclo hidrológico, pela fotossíntese exercida pelos vegetais, permitindo a prática da agricultura, e pelo desenvolvimento das espécies vegetais, base da cadeia alimentar. Sem os raios solares não teríamos claridade que ilumina um lado da Terra, portanto seria sempre noite, sempre congelado, enfim teríamos um planeta onde nada do que conhecemos com vida existiria. Com todo este conhecimento, o ser humano ainda desrespeita a natureza, degradando, poluindo, queimando a vegetação, despejando produtos químicos nos rios, nos oceanos, transferindo partículas de minerais pesados, radiativos, ácidos para a atmosfera, criando grandes depósitos de lixo químico, orgânico, tóxicos, ou seja, o ser humano ainda não acredita que um dia os recursos oferecidos pela natureza possam acabar. DEGRADAÇÕES AMBIENTAIS Para entender conto o ser humano altera de forma significativa a natureza, é preciso estudar os domínios morfoclimáticos e tirar respostas de como podemos utilizar a natureza sem modificá-la, de forma a prejudicar a nossa própria existência. Você aprendeu o que significa, desenvolvimento sustentável e agora vamos tentar com- preender como o ser humano altera o meio ambiente. DOMÍNIOS FITOGEOGRAFICOS Chamamos de domínio fitogeográfico ao conjunto de tudo aquilo que existe na natureza: relevo, climas, tipos de solos, vegetação, hidrografia, geologia, suas relações e importância para os seres vivos do planeta. Como a vegetação é urna das partes que mais se destaca chamando a atenção das pessoas, normalmente utilizamos a formação vegetal que predomina num determinado espaço geográfico para indicar o domínio morfoclimático. OS PRINCIPAIS DOMÍNIOS FITOGEOGRÁFICOS, OU BIOMAS DO PLANETA, OU MORFOCLIMÁTICOS Na verdade, a forma como chamamos o conjunto da natureza muda de uma ciência ou disciplina para outra, mas o assunto estudado e o resultado final é o mesmo. Tentar compreender a natureza e os resultados positivos ou não da interferência humana nas condições naturais elo planeta. Portanto, no fundo, são sinônimos: domínio morfoclimático, domínio climatobotânico, bioma, biocenose, ecossistema ou meio ambiente. Tudo isto vai resultar no que denominamos de biosfera. A HUMANIDADE E AS PRINCIPAIS CAUSAS DAS ALTERAÇÕES AMBIENTAIS É interessante observar como os avanços no conhecimento da humanidade implicam uma regressão cada vez maior quanto àconsciência ambiental. Até o momento, nós verificamos que quanto mais o ser humano desenvolve sua capacidade de transformar os recursos da natureza, mais ele os degrada, pois tem uma visão distorcida quanto a relação homem/ natureza, importa-se mais com o lucro imediato do que com a preservação das riquezas naturais necessárias para a sobrevivência das futuras gerações. APARTIR DE QUAL MOMENTO, NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, AS DEGRADAÇÕES AMBIENTAIS COMEÇARAM A SER UM CASO SÉRIO? No início da história da humanidade, quando o pouco de habitantes que existiam na Terra viviam em total harmonia com a natureza, quase não existiam alterações ambientais sérias que viessem a prejudicar a qualidade de vida das pessoas. A partir do momento em que alguns grupos organizados passaram da vida nômade para a vida sedentária agrícola, as alterações no meio ambiente começaram, de forma simples, e tem início a interferência humana na distribuição das espécies no Planeta. Quanto mais o ser humano se organizava, tornando suas sociedades mais complexas e competitivas, a degradação ambiental aumentava na mesma proporção. Com o advento da primeira revolução industrial, no século XVIII, na Inglaterra, esta situação acelera de forma irremediável, pois a partir deste século a humanidade passa por uma longa fase de crescimento demográfico, com mudanças significativas nas suas normas de comportamento econômico, político, social e cultural, principalmente na mudança muito rápida da área rural para os grandes conglomerados urbanos. Inicia-se, então, um período histórico, no qual prevalece o consumismo descontrolado, principalmente nos países ricos. Acontece que este consumismo necessita de matérias-primas, o que leva à exploração descontrolada dos recursos naturais em todo o Planeta, inclusive nos países mais pobres, que são obrigados a explorar cada vez mais os recursos naturais para abastecer o elevado consumo dos países mais poderosos. Estudiosos do meio ambiente já levantaram que nas áreas muito poluídas, como as grandes cidades, existem mais de três mil poluentes suspensos no ar, os quais são provocados pelas indústrias com as suas grandes chaminés, pelos automotores e, por incrível que pareça, pelas residências. Você já imaginou quantas vezes as pessoas vão àcozinha de suas residências? Imagine os milhões de fogões a gás que são ligados a cada hora e quanto de gorduras, monóxido e dióxido de carbono são lançados na atmosfera, isto para citar os mais comuns. Qual é a nossa parcela de responsabilidade na poluição do ar ao fazermos um bom churrasco no final de semana? Veja bem, o carvão foi retirado de algum vegetal para ser produzido (sem esquecer que as carvoarias no Brasil são responsáveis por uma boa parte da exploração da mão-de-obra infantil em nosso país) e muitos gases são lançados no ar ao assarmos as carnes do churrasco. Você já imaginou no quanto de produtos químicos, como detergentes e matéria orgânica, e restos de comida cada família no mundo despeja nos esgotos que vão para os rios e depois acabam chegando aos oceanos, ao lavar as louças ou as roupas de uma casa? São milhões de famílias despejando toneladas e toneladas de material poluído na atmosfera, nos solos e nas águas. Sabemos muito bem que, infelizmente, a intensidade da degradação do meio ambiente acompanha o desenvolvimento de uma civilização. Portanto, quanto mais desenvolvida for uma nação, há uma tendência de elevar o uso de máquinas e o consumismo das pessoas, obrigando ao aumento do uso dos recursos naturais, elevando o número de automóveis, indústrias com chaminés, a queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo, as usinas nucleares, as represas nos rios, o desmatamento para a construção de cidades, estradas. Etc., agravando cada vez mais as condições naturais. Se o desenvolvimento é responsável pela maior degradação ambiental, não fica difícil concluir que os maiores poluidores da natureza são os países ricos do hemisfério norte. Se os maiores poluidores do meio ambiente são os países desenvolvidos, também são os países mais poluídos do Planeta, certo? Errado, pois a causa da poluição ambiental pode ser localizada, mas as suas consequências, isto é, a poluição provocada se espalha, podendo atingir todo o Planeta. Acho que agora é possível dar alguns exemplos mais abrangentes dos resultados negativos para a Terra, das poluições provocadas pelo ser humano. E a melhor forma de trabalharmos esta realidade é apresentando primeiro como isto acontece e depois mostrando alguns exemplos entre os milhares que existem atualmente. Você sabia que algumas espécies de animais e vegetais estão sendo afetados em sua reprodução devido ao elevado índice de poluição em seu hábitat, e que eles estão correndo o risco de desaparecerem do planeta? Os ursos polares estão desaparecendo no Pólo Norte, pois a sua reprodução é cada vez menor. A queda na reprodução desses animais foi provocada, entre outros fatores, pelo excesso de cloro nas águas geladas na região da calota polar. Este excesso tem a sua origem no grande número de indústrias de fabricação de papel no Canadá, nos EUA e no norte da Europa, pois o cloro é um dos elementos químicos utilizados nestas fábricas para clarear o papel. Quando o excesso de cloro é despejado nos rios, acaba chegando até os oceanos. E certo que cada folha de papel que rasgamos e jogamos no lixo também tem a sua parcela de responsabilidade na poluição da natureza. Na década de 70, a cidade de Cubatão, no Estado de São Paulo, atingiu um nível de poluição tão sério que começou a afetar o índice de natalidade e mortalidade infantil, assustando a sociedade brasileira e os governantes da época. Uma das soluções encontrada para reduzir esta degradação na cidade industrial foi obrigar as empresas a colocarem filtros especiais nas chaminés das fábricas e aumentar o monitoramento, controlando o índice de poluição do ar. Logo vieram os protestos dos empresários, pois medidas para conter a poluição exigem recursos e isto poderia inviabilizar boa parte da atividade econômica da região, podendo gerar desemprego, fuga de capitais, etc. Também pensaram em recuperar a mata tropical já quase extinta desta região de serras. Para esta recuperação, os técnicos tiveram uma idéia altamente criativa para a época, pois era muito caro e demorado utilizar equipes terrestres para semear ou plantar mudas de espécies nativas, para não dizer impossível devido à b) eutrofização O excesso de nutrientes (matéria orgânica), proveniente do esgoto, satura as águas, causando um crescimento acelerado de certas espécies de algas nos lugares de água parada como lagos, lagoas e rios de planícies, reduzindo a quantidade de oxigênio, com isto as outras espécies morrem em grande quantidade. Quando o excedente de plantas morre, libera mau cheiro terrível afetando as pessoas. Este excesso de matéria orgânica traz consigo vírus e bactérias que podem transmitir doenças para 0 ser humano. c) maré vermelha Nos oceanos e mares, o excesso de nutrientes pode provocar o crescimento das algas. Além de impedirem a luminosidade normal, prejudicando a fotossíntese dos vegetais, sua mortandade libera toxinas, que provocam a morte das maiorias das espécies por envenenamento. Outra vez você deve tomar muito cuidado com o exemplo dado, pois maré vermelha é um processo normal na natureza, principalmente nas áreas de águas temperadas, mas a interferência do ser humano, ao lançar esgoto nas águas, aumenta este processo, atingindo até as regiões tropicais, como o Brasil, onde vem ocorrendo maré vermelha até o litoral do Rio de Janeiro. d) maré negra E provocada pelo excesso de petróleo bruto e seus derivados em alto mar ou pelos vazamentos dos terminais marítimos especializados. Como o petróleo não se mistura com a água, ficando mais concentrado na superfície, provoca uma redução na renovação do oxigênio e elimina as defesas das espécies, principalmente das aves e dos animais marinhos. Com o despejo deste material, as praias ficam inutilizadas para o uso do ser humano, prejudicando as atividades econômicas e o lazer. 3º) POLUIÇÃO DA LITOSFERA a) lençol freático É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de esgoto nos solos, ocorre infiltração que vai contaminar o lençol freático, tornando a água imprópria para o consumo humano e para a prática da agropecuária, pois as águas subterrâneas ficam com bactérias e vírus dos esgotos que podem afetar a saúde das espécies. b) contaminação por agrotóxicos Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados para aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo mais fértil e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. Acontece que as pessoas não sabem exatamente quanto de fertilizante deve ser utilizado para determinado produto agrícola ou não explicam aos trabalhadores rurais o quanto eles devem utilizar destes fertilizantes e como devem se proteger para evitar o envenenamento com estes produtos. Na agricultura atual (contemporânea), na maioria das vezes, reais importante é o lucro que se vai conseguir com esta produção do que a qualidade ou a saúde de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a predominar o cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam intenso desmatamento, tendo como resultado imediato a erosão, levando boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre assoreamento com o desaparecimento dos leitos e o excesso de agrotóxicos vai afetar a saúde dos vegetais e animais que utilizam essa água, novamente chegando a afetar o próprio causador do desastre, o ser humano. Não pode ser esquecido, de forma nenhuma, um cios resultados mais negativos do uso excessivo de agrotóxicos, que é a perda violenta da biodiversidade, pois estes produtos não eliminam somente as pragas existentes num lugar, e sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu hábitat da maior parte das espécies existentes na natureza, e que não são prejudiciais ao ser humano. Atualmente, está acontecendo uma coisa curiosa com algumas espécies, principalmente aves, no Brasil. Elas passaram a viver e a se reproduzir no espaço urbano. O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso País o processo de urbanização foi muito rápido, provocando urna fuga da maioria das espécies para áreas que não estavam se urbanizando. Nesta mesma época começava uma espécie de "revolução agrícola”, pois a agricultura de subsistência nas pequenas e médias propriedades rurais começava a ser substituída pela monocultura mecanizada, com agrotóxicos, para a exportação em grandes propriedades. A perda da biodiversidade afetou tanto o ecossistema que, para sobreviverem, algumas espécies foram obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto não quer dizer que é o ideal, mas ao menos estas espécies estão sobrevivendo. c) maré negra O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo, provoca uni intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isto foram construídos enormes navios, os famosos navios petroleiros, que chegam a transportar milhares de litros dessa matéria-prima, deslocando-se a milhares de quilômetros para abastecer o consumo mundial. Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para alto-mar e fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando estas sobras no mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são despejados nos oceanos e mares, poluindo as águas, pois o petróleo não se mistura ãágua, matando os animais, impedindo a luminosidade e reduzindo a oxigenação destas águas, fora o material que atinge as praias impedindo seu uso. Além disso, ocorrem os acidentes, quando os navios podem se incendiar durante dias ou até semanas ou serem obrigados a despejar grandes quantidades de petróleo nas águas para não afundarem ou pegarem fogo. Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos nas vezes em que acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados. d) poluição pelas indústrias Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria delas também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São centenas de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos, que, se não tomados os devidos cuidados técnicos ambientais, poluem as águas, os solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o planeta. e) represamento dos rios É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor aproveitamento econômico, produzindo energia hidroelétrica, reservatório de água para tratamento e abastecimento para as cidades, para a irrigação, etc. Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa atividade uma das menos degradadoras do meio ambiente, o represamento de um rio elimina ossolos férteis de várzeas, acaba com a vegetação mais rica de suas margens, além de expulsar a população ribeirinha para lugares menos favoráveis. Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa, para depois sofrer as consequências dessa atitude. LITERATURA BRASILEIRA QUINHENTISMO, PERÍODO DE INFORMAÇÃO (1500-1601) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL (SÉCULO XVI) * Não se pode falar em "literatura", ou atividade literária em sentido próprio, no Brasil do século XVI. As crônicas de viagem e os escritos informativos, inscritos no âmbito da expansão ultramarina portuguesa, carecem de "literalidade". Pertencem mais ao campo da História e são lavrados em linguagem denotativa, referências, no estilo clássico renascentista, simplificado, tornado "fácil e chão" pela necessidade de tratamento objetivo dos assuntos. E um prolongamento da literatura de viagens, gênero largamente cultivado em Portugal e em toda a Europa no Quinhentismo. E literatura sobre o Brasil, pré-história das nossas letras, que alguns autores omitem da nossa história literária por escrúpulo estético, dada a inexistência da palavra-arte. * A literatura informativa, descrevendo diretamente a paisagem, o índio e os primeiros grupos sociais, documenta as intenções do colonizador: conquistar, explorar, dominar, apresar escravos, comerciar gananciosamente, sob o disfarce da difusão do Cristianismo, ideal que justificava, perante a consciência dos navegantes e exploradores, todos os atos, mesmo os mais desumanos. A "dilatação da Fé e do Império" marcou-se por um clima cavalheiresco-medieval, num espírito de cruzada simultaneamente teológica a mercantil. * O que se escreveu sobre e no Brasil nas primeiras décadas tem caráter puramente pragmático. Os escritos jesuíticos constituíram-se em instrumentais para a catequese do gentio a para a educação do colono. Os escritos decorrentes das viagens de reconhecimento eram simples relatórios ou reportagens destinados a dar a conhecer aos superiores em Lisboa as possibilidades de exploração e colonização da terra recém-descoberta. Expressam muitas vezes uma visão paradisíaca, associando a nova terra aos mitos edênicos (de éden, paraíso) e às lendas do Eldorado. Refletem o deslumbramento do europeu diante da exuberância da natureza tropical, o fervor de quem imagina tesouros e lugares edênicos e, na vertente oposta, a visão "realista", terra-a-terra, de quem avalia as dificuldades para explorar, colonizar a catequizar. * Identificam-se no Quinhentismo quatro modalidades de textos: 1) textos informativos, voltados para a descrição da terra e do selvagem, privilegiando os aspectos geográficos a etnográficos (Caminha, Pero Lopes de Sousa); 2) textos propagandísticos, que acrescem ao propósito informativo a intenção de atrair colonos e investimentos, "exagerando" nas descrições das virtudes e potencialidades da terra (Gândavo, Gabriel Soares de Sousa e Ambrósio Fernandes Brandão); 3) textos catequéticos, que aliam a preocupação com a conversão religiosa do índio, a preservação dos costumes e da moral ibérico-jesuíticos, sob influxo dos ideais contra-reformistas do concílio tridentino, e os interesses do Estado português na obra de colonização (Nóbrega, Anchieta, Fernão Cardim); 4) textos de viajantes estrangeiros, não-portugueses, inventariando as riquezas a possibilidades da terra (André de Thevet, Jean de Lery, Hans Staden, Américo Vespúcio, Pigafeta, João Antônio Andreoni ou Antonil). BARRACO, SEISCENTISMO (1601-1768) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL (SÉCULO XVII E PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII) * Reconhecem-se três momentos no Barroco brasileiro: 1) o primeiro momento corresponde à primeira metade do século XVII, marcado pela dominação filipina, pela ocupação holandesa no Nordeste e pela hegemonia de Pernambuco, a capitania mais adiantada; 2) o segundo momento ocupa a segunda metade do século XVII e marca a preeminência da Bahia, sede do Governo Geral, da Diocese, da Relação, do principal presídio de tropas, do porto mais ativo e da economia mais dinâmica; 3) o terceiro momento compreende as primeiras décadas do século XVIII, ainda centrado na Bahia, quando entram em moda as academias literárias e científicas, por influência européia. E o apogeu do Maneirismo barroco, mercê das novas condições sociais que se vão criando com a descoberta de pedras a metais preciosos em Minas Gerais. Exagerando o estilo Barroco em suas linhas mestras, presencia-se o progresso no sentido de uma afetação cada vez maior, correspondente ao estilo rococó. * Até a expulsão da Companhia de Jesus, em 1759, os jesuítas detiveram o monopólio do ensino. Era um ensino "literário" a retórico, desdenhoso dos comportamentos científicos e técnicos perante a realidade, infenso a toda manifestação artística que escapasse ao âmbito vocabular a oral. Formávamos sacerdotes e bacharéis. O bacharelismo, que ainda infesta nossa cultura, lastreia-se nesse interesse pela vernaculidade e no pendor para dar a tudo expressão literária, como também no amor àforma pela forma, no requinte e nos rebuscamentos. Essa educação medievalizante, retórica e contra-reformista abafou, durante três séculos, os apelos da nova terra, a força de atração do meio tropical e a consciência que os agrupamentos humanos, mestiçados ou não, iam tomando de sua diferenciação. Esses apelos da nova terra irão desaguar no sentimento nativista, fermento de várias rebeliões que, a partir de 1640, atestam a presença de pruridos autonomistas (Amador Bueno, Beckmam. Guerra dos Mascates, Emboabas, Vila Rica, Inconfidência Mineira, Revolução dos Alfaiates, os Suassunas e a Revolução Pernambucana de 1817). - As academias "literárias" baianas e cariocas foram o último centro irradiador do Barroco literário e o primeiro sinal de uma cultura humanística viva, extraconventual. Aglutinavam religiosos, militares, desembargadores, altos funcionários, reunidos em grêmios eruditos, à imitação das congêneres européias. Tinham caráter fortemente encomiástico (= bajulador) e seus atos acadêmicos destinavam-se àcelebração das festas religiosas ou dos feitos das autoridades coloniais. Deram maior contribuição à História e erudição em geral que àLiteratura. 1) Academia Brasílica dos Esquecidos (Bahia, 1724 -1725) - Tinha como lema "Sol oriens in occiduo". Empenhou-se no estudo da história natural, militar, eclesiástica e política do Brasil e em discutir os versos dos seus acadêmicos. Sebastião da Rocha Pita, o Acadêmico Vago, foi seu membro mais notório. 2) Academia Brasílica dos Renascidos (Bahia, 1759) - Adotou como símbolo a Fênix e tinha como lema "Multiplicabo dies”. Propunha-se a reviver os Esquecidos. Além da poesia cultista convencional, deixou obras em prosa, de valor documental. 3) Academia dos Felizes (Rio de Janeiro) Reuniu-se entre 1736 a 1740, adotando como, símbolo Hércules e como lema "Ignevia fuganda et fugienda”. Seu espólio literário é desconhecido. 4) Academia dos Seletos (Rio de Janeiro, 1752) - Foi organizada em homenagem a Gomes Freire de Andrade, nomeado Primeiro Comissário de Medição e Demarcação dos Domínios Meridionais Americanos. ARCADISMO (1768-1836) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL * Racionalismo - Superação dos conflitos espirituais do Porto do Barroco. * Século das Luzes - Iluminismo (Rousseau, Montesquieu, Voltaire); Empirismo (Newton, Lavoisier, Lineu, Locke); Enciclopedismo (Diderot). * Despotismo Esclarecido (Regime Pombalino) - Expulsão dos jesuítas, submissão da Santa Inquisição, laicização do ensino, divulgação das idéias científicas. * Superação da influência espanhola pela francesa, italiana a inglesa. * Prosperidade econômica de Portugal pelo afluxo do ouro do Brasil. Reconstrução de Lisboa (parcialmente destruída pelo terremoto de 1755), reedificada como cidade "esclarecida", racionalmente planejada. * Reforma educacional inspirada nas propostas pedagógicas iluministas de Luís Antônio Verney, autor de O Verdadeiro Método de Estudar. * Há dois momentos no Arcadismo português: * Influencias de Byron, Alfred Musset, Lamartine, Leopardi. * Desdobramento da prosa - Romance indianista, sertanista, regionalista, urbano, histórico e o romance de costumes de Manuel Antônio de Almeida. IV - Quarto Grupo * Romantismo social, condoreirismo - Poesia engajada nas causal liberais a sociais (Guerra do Paraguai, Abolição, República). * Tom enfático, declamatório (metáforas ousadas, apóstrofes violentas, hipérboles, antíteses). * Preocupação formal, antecipações realistas e aproximações com o Parnasianismo. * Influencia de Victor Hugo. * Escola de Recife. ERA REALISTA - NATURALISMO CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL * Segunda Revolução Industrial - Fortalecimento da burguesia, capitalismo avançado. Progresso científico (Darwin, Lamarck, Claude Bernnarda, Mendes, Pasteur) e tecnológico (locomotiva e vapor, eletricidade, telégrafo sem fio, etc.). Civilização industrial: explosão urbana, proletariado, Socialismo (Proudhon e Marx). * Materialismo, cientificismo - A ciência, o progresso e a razão substituem o impulso pessoal, a paixão e o ímpeto revolucionário dos românticos. Po: mo (Comte), Evolucionismo (Darwin e Spencer), Determinismo- raça / meio / momento (Taine) e Experimentalismo (Claude Bemard). * Em Portugal, após os movimentos político-militares de Maria da Fonte e da Patuléia (1846/47), consolida-se a monarquia liberal-parlamentar - o período de Regeneração(1851-1910). Dependência econômica da Inglaterra, desenvolvimentismo, crescimento da classe média citadina a ativação da vida cultural. *A Questão Coimbrã, ou a Polêmica Bom-Senso e Bom-Gosto (1865), após o grupo romântico de Lisboa, liderado por Castilho, ao grupo realista de Coimbra, liderado por Antero de Quental. Os detonadores da polêmica foram a carta-posfácio ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, escrita por Castilho, ironizando "os moços" de Coimbra, e a resposta de Antero de Quental, no folheto Bom-Senso e Bom-Gosto, crítica irreverente e desabrida ao conservadorismo dos "velhos" de Lisboa. * As Conferências Democráticas do Cassino Lisboense (1871) visaram "ligar Portugal com o Movimento Moderno", aglutinando a denominada Geração 70: Teófilo Braga, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e Oliveira Martins, sob a liderança de Antero de Quental. Esses autores constituiriam, mais tarde, o Grupo dos Vencidos da Vida, denominação que expressava a crise e o desalento ideológico dessa geração, que evoluiu do inconformismo a rebeldia para o ceticismo risonho e conformista. CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS 1-O Realismo * Objetivismo, impassibilidade, observação e análise - Busca de uma explicação lógica e cientificamente aceitável para os fatos e ações. * Sensorialismo - Impressões sensoriais nítidas e precisas. Predomínio da descrição objetiva. Narrativa lenta, devido ao acúmulo de pormenores. A ação e o enredo perdem a importância para a caracterização das personagens e dos ambientes. * Personagens esféricas, complexas, multiformes, imprevisíveis e dinâmicas. Densidade psicológica. Ruptura com a linearidade das personagens românticas (Herói x Vilão, Bem x Mal). O autor ausenta-se da narrativa, colocando-se como observador neutro. O "romance que se narra a si mesmo" (Flaubert). * Temas contemporâneos - Crítica social a burguesia, ao clero, ao obscurantismo provinciano, ao capitalismo selvagem, ao preconceito racial, âmonarquia. Romance social, psicológico e de tese. Sexo, adultério, degradação dal personagens, assassinatos, triunfo do mal. * Preocupação formal - Clareza, concisão, precisão lexical, purismo, vernaculidade. Predomínio da denotação. A metáfora cede lugar âmetonímia. H- O Naturalismo * Exercício do cientificismo (experimentalismo, determinismo rigoroso). Privilegia os aspectos biológicos e instintivos. Visão mecanicista do homem, submetido às leis da hereditariedade, às pressões do meio social e do ambiente natural. * Predileção por temas escabrosos, pela patologia, "amoralismo". Zoomortização (aproximação entre o homem e o animal). * Romance experimental (Emile Zola), de seca - Peca, à vezes, pelo reducionismo a pelo esquematismo. * Focaliza as camadas inferiores, o proletariado, os marginais. * Privilegia a fisiologia a os aspectos sociais. * Técnica do tipo, caracterização pelos aspectos exteriores, ações, gostos, traços físicos. Personagens grosseiras, temas chocantes (homossexualismo, incesto, adultério, assassinato, etc.). REALISMO-NATURALISMO CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS * A atitude realista de observação direta da vida e de sua recriação artística exata e minuciosa e uma constante universal a sempre existiu na Arte, contrapondo-se a atitude romântica, também universal no tempo e no espaço, marcada pela privilegiação da emoção e da fantasia. A evolução da literatura se fez da oscilação incessante entre ambas as atitudes - ora realista, ora romântica - e de sua combinação, mais ou menos variada. * Nesse sentido, Stendhal, Balzac, Victor Hugo, Charles Dickens, Gogol e outros, habitualmente relacionados ao Romantismo, foram os verdadeiros fundadores do Realismo na ficção contemporânea. * No Brasil, essas antecipações realistas podem ser localizadas no seio do próprio Romantismo: Alencar (Senhora - crítica social); Bernardo Guimarães (O Seminarista - sexual inação do amor); Taunay (Inocência - recriação fiel da paisagem e costumes mato-grossenses); Franklin Távora (O Cabeleira - violência no sertão do Nordeste) e Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um Sargento de Milícias - imparcialidade na caracterização dos costumes e ambiente do Rio colonial). No âmbito do Realismo, além do romance (psicológico, social, regional, de tese, etc.), desenvolveram-se: 1) a oratória civil (Rui Barbosa); 2) os estudos históricos (Joaquim Nabuco, Capistrano de Abreu, Oliveira Lima); 3) o jornalismo (José do Patrocínio, Alcindo Guanabara); ) ) 4)a crítica literária (Sílvio Romero, José Veríssimo e Araripe Júnior); 5) o ensaísmo (Tobias Barreto, Farias Brito, Euclides da Cunha); ) 6) os estudos de Gramática (Júlio Ribeiro e João Ribeiro). PARNASIANISMO (1882-1893) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL * Corresponde, cronologicamente, ao Realismo e Naturalismo e compartilha, com esses movimentos, o mesmo contexto histórico-cultural e os mes mos propósitos de combate aos exageros sentimentais a expressivos do Romantismo. Fanfarras (1882), de Teófilo Dias, e o marco inicial do Parnasianismo, antecedido pela Batalha do Parnaso, polêmica entre os defensores da Idéia Nova e os epígonos do Romantismo (1878). * O Parnasianismo, em Portugal, não teve a repercussão que teve no Brasil. Antero de Quental, Junqueira Freire e Cesário Verde, os poetas mais expressivos desse período, representam a vertente realista, comprometida com as grandes causas do tempo, com o cotidiano, afastando-se das teorias parnasianas da "arte pela arte", do descritivismo frio e impassível. Entre os portugueses. apenas João da Penha e Gonçalves Crespo podem ser considerados parnasianos típicos. * O Movimento Parnasiano iniciou-se na França, em 1866, com a antologia Le Parnase Contemporain, reunindo poetas de tendências diversas, como Théophile Gauthier, Leconte de Lisle, Banville, Heredia e Charles Baudelaire. * No Brasil, o movimento gozou de largo prestígio. Nem os ataques que os modernistas de 1922 desferiram contra s "mestres do passado" e seus epígonos abalaram o rosto do leitor médio, decididamente identificado com o brilho fácil das chaves-de-ouro, dos decassílabos bem rimados e da temática kitsch. CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS * A "arte pela arte", o esteticismo - A poesia como fruto do esforço intelectual: "Trabalha e teima e lima e sofre e sua" (Bilac). A beleza formal é a razão de ser do poema. Negando a poesia realista, filosófico-científica e socialista de seus precursores e contemporâneos, os parnasianos propõem o distanciamento da vida, a exclusão do cotidiano, a recusa aos temas vulgares, o desprezo pela plebe a pelas aspirações populares. Essa alienação dos problemas do mundo justificou o apelido de "poetas de torres de marfim”. * A impassibilidade, a contenção lírica emocional - A assimilação dos ideais das Artes Plásticas: o poeta- ourives/escultor/pintor/arquiteto; a poesia burilada, cinzelada, lapidada. O materialismo da forma. * A perfeição formal - Entregues ao puro fazer poético, os parnasianos foram exímios conhecedores da língua ("poetas de dicionário"), obcecados pela correção gramatical, pelo purismo, pela vernaculidade, pela seleção vocabular. Esse formalismo manifesta-se, ainda: 1) no culto das rimas ricas, raras a preciosas; 2) na métrica rigorosa, na predileção pelos versos alexandrinos (doze silabas) e decassiílabos; 3) na preferência pelas formas fixas (sonetos, sextinas, baladas, etc. ); ) 4) na frequência dos enjambements (encadeamentos ou cavalgamentos) para quebrar a monotonia da rima. * A poesia descritiva, plástica e visual, visando a apreender objetivamente o real, por meio de impressões sensoriais nítidas, especialmente de imagens visuais brilhantes e coloridas ("cromatismos rutilantes"). * Temas prediletos: as cena de natureza ("Cavalgada", "Anoitecer", "Velhas Arvores”, "Plenilúnio"), as cenas históricas e mitológicas ("O Incêndio de Roma", "O Triunfo de Afrodite"), os objetos de arte ("O Vaso Chines”, "O Leque", "A Estatua"), a beleza física da mulher e a poesia reflexivo-filosófica. * Os neoparnasianos José Albano, Amadeu Amaral, Olegário Mariano, Gilka Machado e outros marcam a sobrevivência de um parnasianismo já desvitalizado e anacrônico, mas ainda prestigioso. SIMBOLISMO (1893-1902) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL * Na história social, os simbolistas brasileiros viveram o mesmo contexto elos narradores realistas e dos poetas parnasianos: o período agudo das campanhas abolicionista e republicana. Enraizados na tendência estetizante, a diferença entre parnasianos a decadentistas-simbolistas brasileiros é prin Imente de grau: naqueles, o culto da forma, nestes, a religião do verbo, mas ambos na mesma linha formalizante. * No nível das intenções, opera-se a passagem da concentração no objeto (parnasiano) ao mergulho no (simbolistas). Esse mergulho tomou três direções: a busca de transcendência (Cruz a Sousa), a poesia litúrgica, mortuária e elegíaca (Alphonsus de Guimaraens) e o intimismo dos poetas crepusculares. * O Simbolismo, no Brasil, não exerceu a função relevante que o distinguiu na literatura européia, onde exerceu o papel antecipador das principais tendências do Modernismo: o Surrealismo francês, o Imagismo inglês, o Expressionismo alemão, o Hermetismo italiano, etc. mas dócil ao jado pelo poder * Aqui, as novas tendências foram sufocadas pelo Parnasianismo, de leitura mais fá regime, mais identificado com o gosto da elite “culta" dos salões literários, e mais presti público e pela literatura oficial da Academia. * O núcleo inicial do movimento centrou-se na Folha Popular (Rio de Janeiro, 1890-1891), em torno de Cruz a Sousa, Emiliano Pemeta, Virglio Várzea. Nestor Vítor, entre outros. Daí, proliferou em outros grupos, dispersos por Curitiba, São Paulo, Bahia, Belo Horizonte a Rio Grande do Sul. CARACTERÍSTICAS LITERARIAS * As vertentes simbolistas que mais atuaram no Brasil foram a baudelaireana (no poema em prosa, no satanismo moderado, na forma lapidar de Cruz e Sousa) e a verlaineana (na musicalidade de Alphonsus). A musicalidade áspera a dissonante de Mallarmé, sua sintaxe audaciosa, sua imagística insólita e sua fantasia humorística só repercutiram em Pedro Kilkery, cuja surpreendente modernidade só recentemente vem tendo (re)conhecimento. * Dadas as peculiaridades dos simbolistas brasileiros, resumimos algumas delas: 1) Cruz e Sousa - Poeta a um só tempo expressivo e construtivo. Parnasianismo residual (soneto, rimas ricas, vocabulário). Potência verbal. "Emparedamento". Ânsia de transcendência. Obsessão pela brancura e pela transparência. 2) Alphonsus de Guimaraens - Tendências neoromânticas (poeta monotemático - amor-e-medo). Misticismo. Medievalismo. O "poeta lunar”, "trovador enfermiço”. * A Musicalidade e o espiritualismo simbolistas foram retomados no Segundo Tempo Modernista por Cecília Meireles, Vinícius de Morais (fase inicial), Augusto Frederico Schimidt. Também Manuel Bandeira a Ribeiro Couto mostram ressonâncias simbolistas. PRÉ-MODERNISMO, SINCRETISMO (1902-1922) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL * Coexistência do tradicionalismo agrário, representado pela oligarquia dominante, com os novos estratos sociais urbanos: a burguesia industrial incipiente em São Paulo e Rio de Janeiro, os profissionais liberais, os imigrantes, os operários e o subproletariado, além do Exército, que desde a Proclamação da República exerceu papel político relevante. * Desse quadro social emergem ideologias conflitantes: o tradicionalismo agrário e a inquietação dos centros urbanos; o antimoderno e o moderno; o conservadorismo regressivo e saudosista; o liberalismo com traços anarcóides; a classe média oscilante entre o puro ressentimento e o reformismo e, no limite, a atitude revolucionária. * A diversidade regional fez com que os movimentos da época exprimissem níveis de consciência muito distintos, configurando, à vezes, tensões meramente locais: 1) no Nordeste, o fenômeno do cangaço, a Revolução de Canudos (BA, 1896-1897) e o fanatismo religioso desencadeado em torno do Pe. Cícero (CE, 1911-1915); 2) no Sul, a revolta contra a vacina obrigatória (RJ, 1904), a Revolta da Chibata (RJ, 1910), as greves operárias lideradas pelos imigrantes anarco-sindicalistas do Brás e da Mooca (SP, 1917) e a Guerra dos Posseiros do Contestado (SC, 1912-1916). * Corrente espiritualista de preocupação religiosa e filosófica, centrada no grupo da revista Festa (Cecília Meireles, Jorge de Lima, Vinícius de Moraes, Augusto Frederico Schimidt e Tasso da Silveira). H- A Prosa * Romance regionalista nordestino (Neonaturalismo-regionalista) - José Américo de Almeida, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz e Jorge Amado. + Romance psicológico ou intimista - Érico Veríssimo, Cornélio Pena, Ciro dos Anjos, Dyonélio Machado, Lúcio Cardoso, Otávio de Faria, Marques Rebelo e José Geraldo Vieira. TERCEIRO TEMPO MODERNISTA (1945...) CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL - Oano de 1945 constitui o marco inicial do Terceiro Tempo Modernista. No plano nacional. realiza-se o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, marcado pelo repúdio àditadura, ao Estado Novo, que irá cair no mesmo ano, retornando o país ânormalidade democrática; no plano externo, encerra-se a Segunda Grande Guerra. * A periodização da Literatura Brasileira pós 45 é ainda muito precária, pois a fixação ele períodos implica unia perspectiva histórica, um certo distanciamento temporal. Como se trata de uma literatura que ainda está se desdobrando, com autores ainda vivos e em plena atividade, qualquer tentativa de sistematização rígida e provisória e corre o risco de ser precipitada. * Reconhecem-se, contudo, algumas tendências, fases ou grupamentos. CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS 1- A Prosa de Ficção após 1945 * A permanência realista do testemunho humano, privilegiando o aspecto social, aproximando-se do Neonaturalismo americano a do Neo-Realismo italiano. * A atração pelo transreal, o realismo mágico, o realismo fantástico: a exploração do insólito, do absurdo, o homem projetado no mundo místico da arte. * O experimentalismo, a pesquisa de linguagem, a reinvenção do código lingúístico, o romance e o conto instrumentalistas: preocupação com a construção dos trabalhos, com o "instrumento da palavra”, a linguagem como elemento que "cria o real”, instaura-o, plasma-o. Il - A Poesia de Geração 45 * A Geração de 45 centrou-se na reação contra o "desleixo" e o "à-vontade" dos modernistas de 22. propondo a retomada do rigor formal parnasiano, da preocupação estilística, volta àrima, a métrica e ao soneto tradicionais. * Os poetas da Geração ele 45 utilizam-se de um vocabulário erudito e propõem o sublime, o ideal e o universal, abandonando as preferências pelo prosaico, pelo concreto, pelo nacional, que marcaram o Modernismo de 1922 a de 1930. * Bueno de Rivera, Fernando Ferreira de Loanda. Ledo lvo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Domingos Carvalho da Silva e Geir Campos são os nomes representativos da Geração 45, que teve sua maior coesão na revista Orfeu, dirigida por Fernando Ferreira de Loanda, que também organizou o "Panorama da Nova Poesia Brasileira” (Orfeu, Rio de Janeiro, 1951), primeira mostra sistemática dessa poesia. HI - O Concretismo * Agrupou-se em torno da revista-livro Noigandres, trabalho conjunto dos poetas-críticos Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari, que organizaram, em 1956, a primeira mostra de poemas-cartazes, com a Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte de São Paulo. * Opõe-se ao subjetivismo formalista o ao ideário classicizante de Geração 45, retomando as experiências mais radicais do Modernismo de 22, especialmente as de Oswald de Andrade. Conectado com o status tecnológico e com os rocios de comunicação de massa, incorpora recursos que abrem múltiplas possibilidades de construção e leitura. * Preconiza a substituição de estrutura ele frase, peculiar ao verbo, por estruturas nominais, que se relacionam, especialmente, no eixo horizontal e no vertical. Substitui a sintaxe verbal pela sintaxe "analógico-visual", explorando o aspecto "verbivocovisual" do material signifi cante. Vale-se desses procedimentos: ideogramas, trocadilhos, polissemia, nonsense, atomização, Justaposição e redistribuição das partes do discurso, desintegra- ção do sintagma nos seus morfemas, separação dos prefixos, sufixos e radicais, jogos sonoros, abolição do verso, não-linearidade, uso construtivo dos espaços em branco, ausência de sinais ele pontuação, sintaxe gráfica, etc. * Polêmico e atuante, o Concretismo procedeu à revista do nosso passado literário, (re)colocando em circulação autores injustamente esquecidos como Sousândrade, Kilkery e Patrícia Galvão. Incorporou-se a linguagem e visualidade cotidianos, influenciando o texto de propaganda, a diagramação, a paginação e a titulação de livros e jornais, e as letras de música popular (Caetano, Gilberto Gil). IV - Desdobramentos e Dissidências do Concretismo * Neoconcretismo - propõe o direcionamento da experiência concretista para a poesia participante, engajada ideologicamente na luta contra a opressão e a injustiça social. O grupo neoconcreto foi liderado por Ferreira Gullar, autor de Luta Corporal e Poema Sujo. * A Poesia Práxis - Foi, de início, uma ruptura polêmica com o grupo concretista, retomando o engajamento histórico e a linguagem verbal, a palavra. Articulou-se em torno de Mário Chamie, autor de Lavra-Lavra (1962), e contou com a adesão de Cassiano Ricardo, remanescente do Primeiro Tempo Modernista. Propondo experiências distintas das do Concretismo, Mário Charnie proclama, na Instauração Práxis, que o poema práxis se organiza segundo três circunstâncias ativas: 1) o ato de compor (espaço em preto, mobilidade intercomunicante, suporte interno de significados); 2) a área de levantamento da composição (realidade extratextual, escolhida para problematização em nível estético-textual, após levantamento e convívio direto com os problemas da área); 3) o ato de consumir (dentro da noção de "obra aberta”, cada leitor transforma-se em co-autor). * O Poema-Processo - Voltado para a área dos signos visuais plásticos, opera por meio da colagem, pintura, desenho, fotografia, dispensando a palavra. Surgiu em 1967, em torno dos nomes de Vladimir Dias Pino, Moacyr Cime, Álvaro de Sá e Sebastião de Carvalho. V- A poesia Marginal dos Anos 70 Exprimiu-se por inúmeros grupos e movimentos inquietos e heterogêneos, que tinham em comum a resistência à censura àrepressão, agravada após o Al-5 (1968); as formas alternativas de divulgação de seus versos-palavras- imagens, em folhetos, jornais, revistas, manuscritos, happenings , comícios políticos, etc.; e a postura anárquica e vitalista. Citamos alguns nomes: Alex Polari, Ana Cristina César, Paulo Leminsk, Cacaso, Waly Salomão, Roberto Piva, Sérgio Gama, Chacal, Torquato Neto, Francisco Alvin e Lúcia Vilares. EXERCÍCIOS 1. "A agricultura consiste em uma importante atividade econômica que, para desenvolver-se, necessita de mão- de-obra humana para arar, adubar e plantar as espécies.” Assinale a alternativa que não diz respeito aos condicionantes da agricultura. a) Condições climáticas. b) Variedade de solos. c) Superfície terrestre. d) Qualificação da mão-de-obra. e) Produção agrícola. 2. São problemas da agricultura brasileira, exceto: a) deficiente estrutura de depósitos e armazenamentos. b) grande aproveitamento do espaço agrícola. c) baixa produtividade agrícola. d) perda de parte da safra, desde a colheita até o consumo final. e) grande concentração de terras. 3. A Reforma Agrária visa, preferencialmente, a a) tirar a terra de quem tem e dar para quem nada possui. b) beneficiar todos os necessitados que estão passando fome nas cidades. c) aproveitara mão-de-obra ociosa nas pequenas propriedades em terras improdutivas das grandes propriedades. d) atender todas as manifestações do Movimento dos Sem-Terra. e) confiscar a terra dos ricos e distribuir aos pobres. 4. Em relação ãestrutura fundiária, marque a alternativa correta. a) Em número de estabelecimentos agrícolas, predominam as grandes propriedades. b) Em área ou extensão de terras, predominam as pequenas propriedades. Cc) As propriedades até 100 hectares (minifúndios e pequenas propriedades) representam mais de 50% de todos os estabelecimentos agrícolas. d) No minifúndio, há terra ociosa. e) No latifúndio, há mão-de-obra sobrando. 5. Sobre os sistemas agrícolas de produção, assinale a alternativa incorreta que não representa uma das características do sistema intensivo. a) Uso permanente do solo. b) Uso de fertilizantes. c) Mecanização. d) Baixo rendimento. e) Seleção de espécies. 6. Sobre as características do sistema de plantation, marque a alternativa correta. a) Desmatamento e queimadas. b) Rotação de solo. c) Pequeno rendimento. d) Terra escassa. e) Monocultura. 7. A área geográfica do Nordeste brasileiro abrange 18% da superfície do país. A primeira atividade econômica introduzida na região, no início da colonização, e que vem sendo praticada até hoje é: a) café. cacau. borracha soja. cana-de-açúcar. b) ) ) ) voo A Região fisiográfica de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, denomina-se ) litoral. ) meio-norte. ) agreste. ) pré-Amazônia. ) 9. O êxodo rural contribuiu muito para o processo migratório brasileiro e mundial. O êxodo rural corresponde ao movimento de saída. a) do meio urbano para o meio rural. b) do meio urbano para outro meio urbano. ) do meio rural para o meio urbano. ) do campo para outra área rural. ) de um país para outro país. 10. A migração feita diariamente da periferia de uma grande cidade para o centro, em função do trabalho, denomina-se a) pendular. b) transumância. c) sazonal. d) definitiva. e) êxodo rural. 11. Um dos fatores que contribuíram para o povoamento e ocupação do Centro-Oeste, foi a) a construção de rodovias interligando a região as demais áreas do país. b) a transferência da capital brasileira para a faixa litorânea. c) a criação do Estado do Tocantins, que pertence ao Centro-Oeste. d) a construção de grandes ferrovias cortando toda a região do cerrado. e) a implantação do ecoturismo na região do Pantanal. 12. A economia do Centro-Oeste brasileiro está baseada a) nas atividades de transformação de matéria-prima. b) na agropecuária extensiva. c) no setor terciário (serviços). d) na indústria de base (pesada). e) na indústria de bens de consumo. 13. A Amazônia Legal corresponde a uma área a) igual a soma das áreas das Unidades Federativas que compõem a Região Norte. b) menor que a Região Norte. c) superiora 50% da área total do Brasil. c) que além de incluir os estados da Região Norte inclui também os estados do Nordeste. e) brasileira e de todos os países vizinhos ao nosso país. 14. Assinale a alternativa incorreta sobre um dos aspectos humanos da Região Norte. a) É a mais densamente povoada do Brasil. b) Possui a maior população absoluta entre as demais regiões do país. c) Apresenta a menor taxa de crescimento anual de sua população. d) A maior parte da sua população vive no campo ou no meio rural. e) Sua população cresce num ritmo superior às demais regiões do país. 15. Sobre a economia da Amazônia brasileira, podemos afirmar que a) é basicamente primária.
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