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Trauma Gestante e Queimados - COmpleto, Notas de estudo de Enfermagem

Trauma, Trauma Gestante e Grande Queimado, trabalho desenvolvido para grade de estudo do curso Superior em Radiologia

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 30/10/2010

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erickson-coelho-5 🇧🇷

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Baixe Trauma Gestante e Queimados - COmpleto e outras Notas de estudo em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! INTRODUÇÃO GERAL O que é Trauma e/ou Traumatismo? O que é Traumatologia? A palavra trauma é oriunda do grego (tráuma), a qual significa ferida. Atualmente, utilizamos quase todas suas derivações, por exemplo, traumatismo e traumatizante. Entretanto, segundo Luís Mir, hoje há uma consolidação do uso da palavra “trauma” para aspectos psíquicos e “traumatismo para os físicos. O trauma psíquico pode ser percebido quando um indivíduo, após algum choque emocional violento, passa a modificar sua personalidade, sensibilizando-a em relação a emoções da mesma natureza e podendo desencadear problemas psíquicos. Já o traumatismo (trauma físico) são lesões orgânicas produzidas por transferência de energia proveniente de agentes externos, esses se compreendem em: físicos, mecânicos e químicos. Em última análise, podemos definir trauma físico como um evento nocivo que advém da liberação de energias específicas ou de barreiras físicas ao fluxo normal de energia. Sendo traumatologia o estudo dos indivíduos lesados pelos traumas (forças externas, a natureza das lesões e os métodos de tratá-las). TRAUMA NO COTIDIANO O trauma é a principal causa de óbito nas primeiras quatro décadas de vida e representa um enorme e crescente desafio ao País em termos sociais e econômicos. Os acidentes e as violências no Brasil configuram um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência, que tem provocado forte impacto na morbidade e na mortalidade da população. Ao lado das milhares de mortes violentas por ano, existe uma legião de centenas de milhares de sequelados definitivos entre os quais se situam paraplégicos, amputados, cegos e pessoas socialmente marginalizadas. Estima-se que o atendimento ao trauma possa atingir nove bilhões de reais anuais. Neste valor se incluem o tratamento pré-hospitalar, hospitalar, as seqüelas, as despesas Urgência e Emergência 1 indiretas, as perdas de anos de vida e de produtividade, a reabilitação, os custos das perdas materiais e etc. Só há uma solução definitiva: a prevenção. Para que a prevenção se torne um instrumento efetivo, muitas medidas de grande impacto social serão necessárias permanentemente e muitos anos passarão antes que se alcancem resultados consistentes. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E HOSPITALAR Qual a forma mais adequada de atender as vítimas? É óbvia a necessidade de um atendimento eficiente e rápido no local, o que exige pesados investimentos em atendimento pré-hospitalar. Por outro lado, por mais eficiente que seja o atendimento pré-hospitalar ele nada mais é do que uma etapa de um processo assistencial muito mais abrangente. Eventualmente, estas vítimas podem ser salvas desde que o atendimento seja de qualidade excepcional. Não há como prestar um atendimento definitivo em ambiente outro que não seja em um hospital e, ressalte-se claramente, não um hospital qualquer, mas sim uma instituição dotada de recursos que a habilitem a atender as vítimas de trauma. Por agredir sistemas e órgãos diferentes, por acarretar profundos distúrbios sistêmicos, não encontra equivalente na medicina. Para que um serviço de atendimento ao trauma tenha condições de prestar o atendimento exigido, é imprescindível que possua infra-estrutura diagnóstica e terapêutica adequada e disponível de forma ininterrupta. Além da uma infra-estrutura física, entretanto, a peça central é a disponibilidade de recursos humanos devidamente treinados e qualificados. Iniciativas visando contemplar este aspecto têm sido eficazmente realizadas em algumas escolas médicas, através das Disciplinas de Cirurgia do Trauma, visando à capacitação de profissionais. A formação dos profissionais de saúde que atendem às vítimas de traumatismos deverá significar a ampliação do acesso das vítimas da violência às possibilidades de retorno ao convívio social e profissional, recuperando sua qualidade de vida. Urgência e Emergência 2 INTRODUÇÃO AO TEMA A importância do estudo do trauma em gestante, consiste no fato da incidência de traumatismos durante este período vir aumentando nos últimos anos, devido à crescente participação da mulher na sociedade atual, inclusive quando gestante o que torna mais exposta a atropelamentos, acidentes automobilísticos, atos de violência ou qualquer outro tipo de trauma. O trauma apareceu como causa mais importante de morte de etiologia não obstétrica na gestante. Mais da metade dos acidentes ocorrem no último trimestre, já que neste período devido a um útero muito volumoso, a mulher perde parte de sua agilidade física e tem seu julgamento frente a situações de perigo afetado pela sobrecarga psicológica decorrente da ansiedade existente na fase final da gestação. Toda equipe médica que atende a uma gestante traumatizada deve ter conhecimento das alterações anatomo-fisiológicas da gestante que podem influenciar o diagnóstico e a conduta terapêutica e também lembrar-se que, na verdade está atendendo dois pacientes; onde a principal causa de lesão do feto é a alteração da homeostase materna. Mesmo que não ocorram lesões diretas sobre o feto, as alterações da homeostase materna como hipóxia e hipotensão, causam vários danos ao concepto e por isso, deve-se priorizar a sobrevida materna. Urgência e Emergência 5 O CORPO DA GESTANTE (ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS) Estas modificações ocorrem naturalmente durante a gravidez e são necessárias para o desenvolvimento do concepto e para preparar a mãe para a parturição. Contudo, se não forem bem conhecidas pela equipe médica, podem ser confundidas com situações patológicas, levarem a interpretações errôneas dos dados diagnósticos e a condutas terapêuticas inapropriadas. Alterações Morfológicas Até a 12ª semana de gestação o útero é intrapelvico, estando bem protegido pela pelve, a partir de então passa a ser abdominal, alcançando a cicatriz umbilical em torno da 20ª semana. A partir desta, a altura do fundo uterino passa a corresponder a idade do feto em semanas. Na 36ª semana o útero atinge sua altura máxima supra-umbilical no rebordo costal. Nas últimas semanas de gravidez o feto desce lentamente e seu segmento cefálico se encaixa na pelve. No primeiro trimestre da gravidez o útero se encontra protegido pelos ossos da bacia e a espessura de suas paredes está aumentada. No segundo trimestre o útero deixa de ser protegido pela pelve, passando a ser abdominal, porém o feto é protegido por grande quantidade de líquido amniótico. No terceiro trimestre o útero atinge as suas maiores dimensões, as suas paredes tornam-se mais adelgaçadas e a quantidade de líquido amniótico diminui, ficando então o feto mais suscetível ao trauma neste período. Com relação à placenta, sabe-se que esta atinge o seu tamanho máximo entre a 36ª e a 38ª semanas e que a sua quantidade de fibras elásticas é pequena, o que predispõe a falta de adesividade entre a placenta e a parede uterina, induzindo a complicações como o descolamento de placenta. O feto é considerado viável a partir da 28ª semana e é considerado prematuro quando tiver menos de 2,5 Kg. Quanto maior for o útero maior é a probabilidade de sofrer ferimentos, porém a probabilidade de lesões associadas diminui, pois o útero funciona como uma barreira protetora aos órgãos abdominais. Alterações Cardiovasculares Urgência e Emergência 6 Um fato importante a ser conhecido é o da influência postural materna sobre seu sistema circulatório. Em posição supina, o útero volumoso comprime a veia cava inferior, reduzindo o retorno venoso alterando as condições hemodinâmicas e aumentando a pressão venosa no sistema venoso dos membros inferiores e das veias ilíacas. Durante a gravidez o débito cardíaco encontra-se aumentado, podendo atingir até 6L/ min. Porém em posição supina o débito pode estar diminuído cerca de 30 a 40%. Portanto é importante, sempre que possível, fazer com que a gestante traumatizada adote a posição de decúbito lateral. Quando esta não for possível, deve-se desviar o útero grávido para a esquerda, através de manobras manuais ou de inclinação lateral de leito. A freqüência cardíaca encontra-se aumentada cerca de 15 a 20 batimentos por minuto a mais que na mulher não grávida. A pressão arterial cai, principalmente, nos dois primeiros trimestres sofrendo uma elevação no final da gestação. Alterações Sangüíneas Ocorre um aumento do número de leucócitos, que pode chegar a valores próximos de 20.000 leucócitos por mm³. O conhecimento deste dado é importante para que não se confunda a leucocitose da gravidez com a leucocitose causada por um quadro infeccioso ou pela rotura de um órgão parenquimatoso abdominal. Os fatores de coagulação estão aumentados principalmente o fibrinogênio e os fatores VII, VIII, IX, X. Isto não acarreta na prática uma maior incidência de trombose venosa profunda e nem uma modificação das indicações de anticoagulação profilática. Na existência de sinais de coagulação intravascular disseminada, deve-se levar em conta a possibilidade de embolização por líquido amniótico. Alterações Respiratórias O volume corrente e volume minuto aumentam consideravelmente, levando a um estado de hiperventilação pulmonar. As mulheres grávidas resistem poucos períodos de apnéia, pois tem a sua capacidade residual funcional diminuída por abaixamento limitado do diafragma devido ao crescimento uterino. Em condições de grave hipotensão e de hipóxia o fluxo sanguíneo uterino pode cair mais de 50%, devido a um aumento da resistência vascular do útero, que é maior do que o aumento Urgência e Emergência 7 Sabe-se que a causa mais freqüente de trauma são os acidentes automobilísticos. O uso do cinto de segurança diminui significativamente a gravidade do trauma e a mortalidade materna, porém pode aumentar a freqüência de ruptura uterina e de morte fetal. Os cintos que protegem apenas a bacia estão mais associados à ruptura uterina, já os restritivos do tronco melhoram as perspectivas do feto. Mesmo assim, o uso do cinto é recomendado, uma vez que as estatísticas comprovam que o seu uso confere proteção segura e que a principal causa de morte fetal em acidentes de transito é a morte materna. Trauma Penetrante O trauma penetrante na gestação é causado principalmente por: armas de fogo e armas brancas. Obs: Todo ferimento penetrante deverá ser considerado potencialmente grave, mesmo que exista estabilidade hemodinâmica. O útero devido ao seu tamanho aumentado acaba formando uma barreira protetora aos outros órgãos abdominais, o que justifica a baixa incidência de lesões associadas. Em contra partida o útero pode ser facilmente atingido e os ferimentos transfixantes podem não só ficarem restritos ao útero, mas também atingirem o feto, o cordão e a placenta. O feto é atingido em 2/3 dos casos. Sendo que 40 a 70% dos traumas penetrantes acontecem à morte fetal e menos de 5% acontecem à morte materna. 80% das gestantes em choque hemorrágico que sobreviveram, o feto foi a óbito. Urgência e Emergência 10 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA GESTANTE TRAUMATIZADA A avaliação inicial da gestante politraumatizada não difere dos padrões adotados nas pacientes não grávidas, iniciando-se com o ABCDE, e podemos acrescentar para o atendimento do trauma a letra “F”, com a avaliação do feto. Atendimento Pré-Hospitalar Inicialmente, o tipo de evento traumático deve ser identificado - colisão de veículos, atropelamento, quedas, lesão por arma branca, lesão por projétil de arma de fogo. Muitas vezes, o tratamento inicial da gestante pode e deve ser feito no local de ocorrência do evento. O objetivo inicial deve ser a estabilização da condição materna, assegurando sua vitalidade enquanto a vítima é transferida para o hospital. Se possível, deve ser realizado contato prévio com o setor de emergência para que uma equipe multidisciplinar possa estar presente para atender a gestante. Avaliação Primária - ATLS A, B, C, D, E e F Letra - A Avaliação das vias aéreas As vias aéreas devem ser avaliadas para assegurar sua permeabilidade. Nos casos de acidentes automobilísticos e quedas, deve-se sempre considerar a possibilidade de lesão da coluna cervical. A manobra de escolha para tratamento da queda de língua, nestes casos, é a elevação modificada da mandíbula com estabilização manual da cabeça e pescoço. Todo paciente com traumas múltiplos, traumatismo craniano ou traumatismo facial deve ser considerado como se apresentasse lesão da coluna cervical. Devem ser tomadas medidas adequadas para evitar broncoaspiração, visto que o tempo de esvaziamento gástrico está significativamente aumentado - rotação lateral do corpo em bloco e aspiração das vias aéreas superiores (quando disponível material adequado). Urgência e Emergência 11 Limpeza através de varredura digital da orofaringe (somente em vítimas inconscientes e imóveis) ou, preferencialmente, através de cateteres rígidos de sucção. Letra - B Respiração e ventilação Se possível, iniciar oxigênio suplementar sob máscara durante o transporte da vítima para o hospital. Lembrar que o consumo de O2 está aumentado durante a gestação. As condições traumáticas que mais freqüentemente comprometem a respiração são o pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, hemotórax, afundamento torácico com contusão pulmonar e a hérnia diafragmática. Letra – C Circulação e Controle de Hemorragia A hemorragia é a principal causa de morte no período pós-traumático imediato. A gestante está preparada para perdas relativamente grandes de sangue, sem que haja qualquer repercussão hemodinâmica. Entretanto, o feto pode estar privado de seu aporte de oxigênio mínimo e entrar em sofrimento antes da mãe apresentar sinais ou sintomas de choque. O traumatismo cranioencefálico dificilmente é causa primária de alteração hemodinâmica. A avaliação inicial cuidadosa da gestante pode indicar sinais precoces de hemorragia. Identificar alterações na pressão arterial, enchimento capilar periférico, freqüência cardíaca e débito urinário. A reposição intravenosa rápida de líquido (Ringer-lactato ou soro fisiológico) deve ser iniciada se houver qualquer suspeita de sangramento importante (externo ou interno). Utilizar cateter de grosso calibre em até duas veias periféricas. A reposição volêmica com soluções cristalóides ou sangue deve ser agressiva na paciente com sangramento intenso. Lembrar que há importante aumento do fluxo sangüíneo na região genital e que qualquer lesão arterial pode ser fatal em poucos minutos. Quando há necessidade de reposição sangüínea, deve-se dar preferência ao sangue com prova cruzada. Quando não há tempo suficiente para prova cruzada e tipagem sangüínea deve-se usar sangue “O” negativo. As gestantes com mais de 20 semanas devem ser colocadas, tão logo seja possível, em decúbito lateral esquerdo. Caso haja dificuldade, pode-se somente deslocar o útero para a esquerda com a gestante em decúbito dorsal. A simples descompressão da veia cava melhora o retorno venoso, podendo ser um fator decisivo na estabilização das condições materna e fetal. Urgência e Emergência 12 para se detectar sofrimento fetal agudo precocemente. A freqüência cardíaca fetal varia de 120 a 160 batimentos por minuto. Uma freqüência cardíaca fetal anormal, presença de desacelerações repetidas, ausência de aceleração ou variabilidade dos batimentos com a contração uterina pode ser um sinal de sofrimento fetal, necessitando de avaliação do obstetra. Condutas de Avaliações Contínuas Após obedecer a seqüência na avaliação da paciente traumatizada, os exames devem ocorrer continuamente para melhor comparação e melhor avaliação. Alguns exames devem ser feitos periodicamente em intervalos curtos para uma completa avaliação da evolução do tratamento materno e fetal, tais como: • avaliação da altura, irritabilidade e sensibilidade uterinas, bem como a freqüência cardíaca e os movimentos fetais. O exame ginecológico deve ser completo. A presença de contrações uterinas sugere trabalho de parto prematuro. Contrações uterinas tetânicas, associadas a sangramento vaginal, traduzem descolamento prematuro de placenta. Obs: a diminuição da altura uterina (inconsistente com a idade gestacional), sangramento vaginal, presença de líquido amniótico na vagina - evidenciada por um pH alcalino (entre 7 e 7,5) - que diagnostica ruptura da membrana amniótica; acelerações da freqüência cardíaca fetal em resposta a movimentos fetais e/ou desacelerações persistentes ou tardias, em resposta a contrações uterinas, sugerem hipóxia fetal. Amostras sanguíneas devem ser coletadas, para as contagens de glóbulos brancos e plaquetas; dosagens de eletrólitos, uréia, creatinina, fibrinogênio e determinação do tempo de tromboplastina parcial ativada, tempo de protrombina, teste de Kleihauer-Betke (detecção de hemácias fetais na corrente sanguínea materna). Exame de ultrassonografia pélvica deve ser usado para detectar os batimentos cardíacos fetais e localização da placenta. Pode confirmar o diagnóstico de ruptura uterina ou descolamento da placenta. Urgência e Emergência 15 Obs: A execução dos exames radiológicos, quando estritamente necessários, não deve ser evitada. Aproximadamente 30% da radiação absorvida pela mãe são transmitidas ao feto, tendo efeito acumulativo. O risco teratogênico é maior durante a organogênese (entre a segunda e oitava semanas de vida fetal). As radiografias da coluna cervical e tórax devem ser realizados com o útero protegido por avental de chumbo. A tomografia axial computadorizada pode ser realizada satisfatoriamente, se cortes amplos e sobrepostos forem evitados. Critério e boa técnica devem ser usados para reduzir ao mínimo a dose de radiação. Condutas de Exames Específicos Lavado Peritoneal Diagnóstico: A gestação não contra-indica o LPD, porém a incisão deve ser realizada na linha média acima do fundo do útero. Recomenda-se o emprego da técnica aberta. O LPD não possibilita a avaliação de trauma dos órgãos retroperitoneais, nem das lesões intra-uterinas. Laparotomia Exploradora: Na gestante traumatizada, a laparotomia não terapêutica não apresenta maior morbidade ou mortalidade do que na paciente não gestante. O temor de precipitar o trabalho de parto ou causar aborto é infundado. Quando a laparotomia exploradora está indicada, o feto, geralmente, tolera bem a cirurgia e a anestesia, desde que a oxigenação materna e a perfusão uterina sejam satisfatórias. A realização de laparotomia para tratamento de lesões traumáticas não implica necessariamente em cesárea. Muitas mães têm parto normal após a celiotomia. Complicações Relacionadas ao Trauma Quando o útero for atingido por um ferimento penetrante, provavelmente o feto estará lesado. Se o concepto estiver vivo, a decisão de realizar a cesária, deve levar em conta a idade gestacional (maturidade fetal), condições do feto avaliadas antes da cirurgia, estabilidade fisiológica da mãe e extensão da lesão uterina. As indicações de cesariana, no trauma, são: lesão uterina extensa, requerendo histerectomia, hemorragia uterina que não pode ser controlada, sinais de sofrimento fetal com feto potencialmente viável, necessidade de exposição cirúrgica para reparo de lesões maternas, morte materna iminente, descolamento da placenta, ruptura uterina ou embolia de líquido amniótico. Se indicada a cesariana e houver penetração uterina, o neonatologista e o cirurgião pediátrico devem ser requisitados para avaliação especializada Urgência e Emergência 16 Parada Cardiorrespiratória na Gestante: Todas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar convencionais devem ser realizadas sem nenhuma modificação. A assistência ventilatória e a compressão torácica externa devem ser realizadas normalmente. As medidas farmacológicas convencionais também devem ser adotadas integralmente e sem qualquer restrição. Não existe contraindicação para a desfibrilação elétrica cardíaca durante a reanimação da gestante, que é empregada com os mesmos níveis de energia empregados convencionalmente. Antes da 24a semana de gestação, os objetivos da ressuscitação cardiopulmonar podem ser dirigidos exclusivamente para a sobrevivência materna, já que não existe viabilidade fetal. Após essa idade gestacional, a orientação da ressuscitação cardiopulmonar deve incluir considerações a respeito da possibilidade de sobrevivência do concepto. O ideal é que seja obtida a ressuscitação imediata, permitindo-se a manutenção do feto. Quanto menor a idade gestacional, maior é o risco perinatal do parto cesáreo de emergência, assim, a manutenção da vida materna pode ser importante para a sobrevivência fetal, independentemente da condição cerebral da gestante. Depois de 32 a 34 semanas de gestação, as possibilidades de ressuscitação materna e fetal são freqüentemente melhoradas pela realização do parto cesáreo de emergência, já que o esvaziamento uterino remove a compressão da aorta e da veia cava inferior, permitindo um retorno venoso adequado. Segundo alguns autores, se, após quatro minutos de ressuscitação cardiopulmonar, não ocorrer melhora evidente e existirem evidências de deterioração fetal, é necessário um procedimento intervencionista. Se a idade gestacional for superior a 32 semanas, a prioridade é a realização do parto cesáreo. Se a idade gestacional estiver entre 24 e 32 semanas, a toracotomia e a massagem cardíaca externa devem ser consideradas e, se depois de um a dois minutos não houver êxito dessa manobra, o passo seguinte é a realização do parto cesáreo. Cesárea Perimortem: A decisão de se realizar o parto cesáreo é complexa. Devem ser levadas em consideração as circunstâncias que precipitaram a parada cardíaca materna, a idade gestacional, a possibilidade de sobrevivência fetal, o intervalo entre a parada cardíaca e o nascimento e a disponibilidade de material e pessoal treinado para o atendimento do recém nascido. Há poucos dados para dar suporte a cesárea perimorte na gestante com parada cardíaca por hipovolemia. O sofrimento fetal pode estar presente mesmo na gestante hemodinamicamente normal e a progressiva instabilidade materna compromete a sobrevivência fetal. No momento da parada cardíaca por hipovolemia, o feto já sofreu hipóxia prolongada. Para outras causas de parada cardíaca, a cesárea perimorte pode ter maior sucesso. Urgência e Emergência 17 REFERÊNCIAS • Fonte: Ministério da Saúde/Datasus/Informações de Saúde. Disponível: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obtuf.def • Mir, Luís. Guerra civil: estado e trauma, São Paulo: Geração Editorial, 2004. • Advanced Trauma Life Support, Chicago, 2002, Author (Tradução: Google tradutor) • Ministério da Saúde. Manual dos comitês de mortalidade materna.//3a ed. Brasília (DF); 2005 • Curso de Emergência da Liga Acadêmica do Trauma – UFPR-HT (Completo) • Manual de Aperfeiçoamento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (Completo) • Manual de Ensinamento do GSE (Grupo de Socorro de Emergência) do Rio de Janeiro (Completo) • Simpósio Trauma I (Capítulo IV) – Medicina Ribeirão Preto • Estudmed Disponível: http://estudmed.com.sapo.pt/traumatologia/trauma_gestantes_1.htm • Portal da Ginecologia Disponível: http://www.portaldeginecologia.com.br/modules.php Urgência e Emergência 20 GRANDE QUEIMADO “A queimadura é uma lesão da pele e órgão internos, que pode ser simples ou grave dependendo da situação, pode evoluir até para a morte.” Por: Simone Kruger Curso de Tecnologia em Radiologia / Urgência e Emergência Urgência e Emergência 21 INTRODUÇÃO AO TEMA A queimadura é uma lesão da pele e órgão internos, que pode ser simples ou grave dependendo da situação, pode evoluir até para a morte. A severidade da lesão vai depender de uma série de fatores como: profundidade, percentual da superfície queimada, localização da queimadura, comprometimento das vias aéreas e estado prévio da vítima. A vítima de queimadura deve ser tratada como uma situação de emergência. O Que é Uma Queimadura? É uma lesão em determinada parte do organismo desencadeada por um agente físico. Dependendo deste agente as queimaduras podem ser classificadas em térmicas, químicas, elétricas. Sendo que as térmicas, causadas pelo calor são as mais freqüentes. Quando se faz uma avaliação das causas das queimaduras observa-se que, na maioria das vezes a falta de cuidado é o principal elemento responsável. A dor causada pela queimadura faz com que, na situação de emergência domiciliar, as pessoas utilizem pomadas e ungüentos como exemplo: a pasta de dentes, pelo frescor que desencadeia. Costuma-se classificar as queimaduras de acordo com a profundidade da pele lesada. Esta classificação é importante para se avaliar o prognóstico da queimadura. Quanto mais superficial melhor o prognóstico. As mais profundas tem um prognóstico mais grave. OBJETIVO Através deste trabalho queremos mostrar o que ocorre com uma vítima de queimadura, bem como cuidados e tratamentos que devemos tomar com esse indivíduo. Urgência e Emergência 22 As queimaduras mais profundas necessitam de um cuidado medico, às vezes, cirúrgico. Urgência e Emergência 25 ANEXO Extensão da Lesão - Superfície Corporal Queimada (SCQ): Regra dos Nove: Utilizada mais em adultos. Estima-se que a cabeça e cada membro superior representem 9% da SCQ, cada membro inferior 18% da SCQ e o tronco 36 % da SCQ. Em crianças a palma da mão equivale a 1% da SCQ. Localização da Lesão: as seguintes áreas são consideradas lesões graves. • Mãos e pés: podem produzir incapacidade permanente após o processo de cicatrização. • Face: associa-se com queimaduras de vias aéreas, inalação de fumaça e intoxicação por monóxido de carbono. Produzem desfiguração. • Olhos: podem causar lesão de córnea e cegueira. • Genital: tem alta incidência de infecção sendo de difícil tratamento. • Qualquer queimadura circunferencial profunda pode causar complicações graves, especialmente no pescoço (obstrução de vias aéreas), tórax (restrição a ventilação pulmonar) e extremidades (obstrução a circulação). Inalação de Fumaça ou Gases - Suspeite quando a vítima for resgatada de incêndios em locais fechados, apresentar pêlos nasais queimados, escarro carbonáceo, rouquidão e estridor. Lesões Associadas: Em ocorrências como explosões e acidentes automobilísticos, as queimaduras podem se associar a outras lesões como fraturas e hemorragias internas. Urgência e Emergência 26 DEFINIÇÃO DE GRANDE QUEIMADO - GRAVE - TRANSPORTE AO HOSPITAL • Queimadura de 2° Grau > 25% da SCQ em adultos; • Queimadura de 2° Grau > 20% da SCQ em crianças; • Queimadura de 3° Grau > 10% da SCQ; • Lesões associadas graves (fraturas e outras); • Pacientes com queimaduras elétricas; • Lesão por inalação; • Lesões em mãos, pés, face, olhos e períneo; • Queimados com lesões moderadas com outras doenças; Urgência e Emergência 27 XENOENXERTO: retirada de outras espécies (porco), por sua semelhança com a humana. Urgência e Emergência 30 COMPLICAÇÕES A infecção é uma das mais freqüentes e graves complicações no paciente queimado. Passado o primeiro momento em que os cuidados respiratórios e hemodinâmicos são prioridades o controle da infecção lidera as causas da morbidade e de letalidade no grande queimado. Nos centros de tratamento de queimados, a infecção é responsável por 75 a 80% dos óbitos. Além disso, nesses pacientes, pouco é conhecido e pesquisado sobre o comportamento, ao longo da internação hospitalar da microbiologia na ferida ocasionada pela queimadura. Outros fatores como a imunossupressão decorrente da lesão térmica, internação prolongada, uso de cateteres e tubos, aparecimento de ulceras gástricas, bem como comprometimento dos rins favorecem a ocorrência de infecção que pode ocasionar uma septicemia. Urgência e Emergência 31 CONCLUSÃO SOBRE O TEMA Concluímos que a queimadura é uma situação de emergência, uma lesão que pode ser leve ou grave e que devemos tratar com muito cuidado, fazendo um tratamento adequado para que não evolua para uma grande infecção. Urgência e Emergência 32
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