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Informações básicas para projetos de, Manuais, Projetos, Pesquisas de zootecnia

INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA PROJETOS DE CONSTRUÇÕES RURAIS

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 05/09/2010

vitor-hugo-penariol-morante-2
vitor-hugo-penariol-morante-2 🇧🇷

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Baixe Informações básicas para projetos de e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para zootecnia, somente na Docsity! UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA AREA DE CONSTRUÇÕES RURAIS E AMBIENCIA INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA PROJETOS DE CONSTRUÇÕES RURAIS (Unidade 2) Instalações para suínos Prof. Valmir Sartor Profa. Cecília de F. Souza Profa. Ilda de F.F. Tinoco NOVEMBRO - 04 VIÇOSA - MG Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 1 1. INTRODUÇÃO A população suína no globo terrestre é de aproximadamente 1 bilhão de cabeças, sendo que o rebanho da China perfaz aproximadamente 50% do total (Embrapa - 2002). O Brasil possui um rebanho de suínos 32,8 milhões de cabeças, ocupando a quarta posição com relação à produção de carne, com aproximadamente 2,9 milhões de toneladas em 2003. Os principais estados produtores de suínos no Brasil são Rio Grande do Sul, Santa Catarina a Paraná. O Brasil é o país do mundo que as melhores condições para aumentar o plantel de suínos, dentre eles o clima tropical, mão-de-obra de baixo custo, facilidade para manejo e tratamento de dejetos pelas grandes dimensões territoriais e topografia plana, grande produção de grãos (milho e soja), dentre outros. Desta forma a tendência hoje é de se instalar suinoculturas industriais na região Centro-Oeste. O Brasil tem condições de aumentar as exportações de carne suína que foi aproximadamente 500 mil toneladas em 2003, sendo a grande maioria para a Rússia. E aumentar também o consumo interno que é apenas de aproximadamente 14 kg/hab/ano, muito distante de países europeus que chegam a 60 kg/hab/ano. Vale lembrar que a carne suína é a mais consumida no mundo e que os países europeus, bem como os Estados Unidos, tem como tendência reduzir o plantel em virtude de problemas ambientais e altos custos de produção. No decorrer dos anos, os criadores vêm intensificando suas técnicas de manejo, mudando-as gradualmente do sistema de criação extensivo para o sistema intensivo, procurando melhorar o controle sanitário, a eficiência da mão-de-obra e o desempenho dos animais. Com isso eliminaram-se as opções de busca, por parte dos animais, de um ambiente mais propício ao seu bem-estar. Nesse sentido, as instalações apresentam um papel fundamental no desempenho dos animais. As atividades pecuárias competitivas devem ser altamente tecnificadas e exigem animais geneticamente melhorados; nutrição e manejo adequados; e instalações planejadas e equipadas de forma a propiciar condições ambientais adequadas. Quando se trata de instalações para animais, as dificuldades econômicas e crises comuns tornaram obrigatória a racionalização do empreendimento para atingir um nível satisfatório de rentabilidade, forçando a boa combinação de fatores genéticos do rebanho, alimentação e manejo, que por sua vez contribuíram para a melhoria produtiva. Dentre os fatores que contribuíram para aumento da produtividade, destacam-se o manejo intimamente ligado às instalações bem planejadas e executadas, que reduzem os custos de produção, devido a maior eficiência de mão-de-obra, conforto, salubridade e produtividade dos animais, bem como maior satisfação do pecuarista. As instalações devem atuar no sentido de: - amenizar as adversidades climáticas inerentes ao meio ambiente, oferecendo maior conforto aos animais e ao operador, em todas as fases da exploração; - otimizar a mão-de-obra, tornando os trabalhos agrícolas menos árduos, com economia de tempo a espaço; - aumentar a renda da propriedade agrícola por meio da maior produção de homens e animais, bem como permitir a estocagem de alimentos abundantes na estação das águas. 2. SISTEMAS DE CRIAÇÃO a) Extensivo: os animais são criados à solta, basicamente sem práticas de higiene ou uso de instalações. A alimentação é simples (apenas milho, por exemplo). Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 4 Figura 1. construção do rodolúvio Figura 2 – sistema de isolamento das construções utilizado para evitar entrada de doenças pelo ar. Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 5 Figura 3 – cercas de proteção utilizadas para delimitarem áreas. 7. INSTALAÇÕES No Brasil, as concepções construtivas da maioria das instalações conduzem a problemas de desconforto térmico e diminuição do desempenho dos animais. Pesquisas realizadas analisaram as condições ambientais de verão de diferentes tipos de construções para suínos, incluindo 153 construções, em 23 municípios do Sul do Brasil, e verificaram que: as temperaturas internas foram elevadas, em relação às consideradas ótimas; a ventilação interna foi deficiente; os criadores não utilizaram adequadamente os dispositivos de modificações ambientais (janelas, cortinas, etc.); altura do pé-direito foi considerada baixa (2,0 a 2,2 m); e as instalações não possuíam lanternim. Por outro lado, pesquisa realizada em Concórdia-SC, em salas de maternidade com dimensões de 8,3 x 4,2m pé-direito de 2,5 m, superfícies de abertura de 2,8 x 1,0m presença de forro e cobertura com telha cerâmica concluíram que as características construtivas em questão não foram suficientes para permitirem o condicionamento ambiental desejado em condições de verão. Uma concepção construtiva que tem sido largamente empregada e que permite que se tenha um melhor controle das condições ambientais e um melhor manejo para cada fase da criação, é a divisão das edificações para abrigar suínos pela fase de vida e pela atividade. Dessa forma, têm-se galpões distintos para creche, crescimento e terminação, reprodução, gestação e maternidade. Creche ou unidade de crescimento inicial: projetada para abrigar os leitões após o desmame até atingirem 25 kg de peso corporal (o que ocorre por volta de 65 dias de idade). A instalação pode possuir gaiolas para 10 leitões ou baias para grupos de 20 leitões. Unidade de crescimento e terminação: utilizadas para animais com 25 a 60 kg de peso corporal (65 a 110 dias de idade, aproximadamente), criados em baias coletivas do setor de crescimento; e de 60 a aproximadamente 100 kg (peso de abate), também em baias coletivas. Em cada uma destas fases, são utilizados prédios separados, a não ser em caso de plantel pequeno (menor ou igual a 36 fêmeas criadeiras). Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 6 Setor de reprodução (pré-cobrição e cobricão): as fêmeas já podem ser selecionadas para reprodução logo ao nascimento, caso apresentem peso corporal maior ou igual a 1,4 kg. Depois, podem ser separadas pelas suas tetas em quantidade (número > 14 tetas) a em qualidade (ausência de tetas invertidas). Além destas, outras características podem ser usadas para o agrupamento do plantel de fêmeas reprodutoras, as quais já apresentam o primeiro cio no 5° mês de vida a estão aptas para reprodução com aproximadamente 7 meses de idade, quando apresentam peso corporal de 100 a 110 kg. Então, são encaminhadas ao setor de reprodução, onde são cobertas a permanecem até a confirmação da prenhez. Podem serem também adquiridas de empresas especializadas. Unidade de gestação confirmada a prenhez, são encaminhadas para a unidade de gestação (baias coletivas ou gaiolas individuais) onde permanecem até uma semana antes do parto, sendo que a gestação dura aproximadamente 114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias). Maternidade: uma semana antes do parto são levadas para a maternidade (gaiolas individuais com abrigo para proteção dos leitões) onde permanecem até terminar a fase de aleitamento. A desmama ocorre, normalmente, quando os leitões atingem entre 21 e 28 dias de idade, sendo os leitões encaminhados para a creche e as porcas retornam para o setor de reprodução. No caso da maternidade, o controle das condições ambientais é mais complexo que nas demais instalações, já que o projeto deve atender a microambientes específicos para as matrizes e para os leitões, além de protegê-los contra possível esmagamento. Para evitar o esmagamento, normalmente são projetadas gaiolas, com proteções e delimitações de áreas destinadas aos leitões, chamadas escamoteadores, que possibilitam poucos movimentos à fêmea. Para o conforto térmico dos leitões, mantém-se um abrigo, vedado e aquecido por meio de lâmpadas ou resistências elétricas, procurando manter no seu interior a temperatura em torno de 30 oC, enquanto que na maternidade não deveria ultrapassar a 25 oC . Além destes, ainda há a fábrica de ração, silos/armazéns, controle da entrada, plataformas de desinfecção, unidades de disposição de dejetos, etc. Quadro 01 – Índices zootécnicos de granjas tecnificadas, 1995. Índice Bom Médio Ruim Leitões nascidos vivos 10 a 12 9 a 10 menos de 9 % natimortos 2 a 4 % 4 a 5 % mais de 5 % % de mumificados menos de 1% 1 a 1,5 % mais de 1,5 % Leitões nascidos (total) 11,5 a 12,5 10,5 a 11,5 menos de 10,5 Peso ao nascer 1,4 a 2,0 kg 1,3 a 1,4 kg menos de 1,3 kg Leitões desmamados 10 a 11 9 a 10 menos de 9 % de mortes na maternidade menos de 5 % 5 a 10 % mais de 10 % Peso ao desmame (21 dias) mais de 6 kg 5,7 a 6 kg menos de 5,7 kg GPD na maternidade mais de 300 g 270 a 300 g menos de 270 g Peso – saída da creche (65 dias) mais de 25 kg 22 a 25 kg menos de 22 kg GPD na creche mais de 400 g 370 a 400 g menos de 370 g % mortes na creche menos de 0,5 % 0,5 a 1 % maior de 1 % Peso ao abate (150 dias) mais de 100 kg 90 a 100 kg menos de 90 kg GPD do nasc. ao abate (150 dias) mais de 640 g 600 a 640 g menos de 600 g CA do rebanho menos de 2,7 2,7 a 3 mais de 3 % de retorno ao cio menor de 10 % 10 a 12 % maior que 12 % Taxa de fertilidade maior de 90 % 83 a 90 % menos que 83 % Fonte: Roppa, 1996. Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 9 Pé-direito: 3,0 a 4,0m para cobertura com telhas de cimento amianto e 2,5 a 3,5 m para telhas de barro, dependendo da largura. Estrutura do telhado: tesouras ou pórticos (madeira, metal, ou concreto armado). Beiral: 1,0 a 1, 5m dependendo do pé-direito. Declividade: 2% a partir do corredor central em direção as laterais no sentido da largura e 1% no sentido do comprimento (fosso). Coleta dos Dejetos; fosso dotado de grelha na parte mais baixa da baia. Comedouros: podem ser de concreto simples com os cantos arredondados com o uso de argamassa deixando a superfície interna lisa (largura de 0,50m e altura na frente de 0,20m). Bebedouro: tipo concha ou chupeta (um por baía). Figura 5. Esquema em corte do prédio de pré-cobrição e cobrição. Figura 6. detalhe do comedouro. fosso comedouro Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 10 II. Unidade de Gestação a) Número de baias = n° fêmeas x n° ciclos porca / ano x período de use da baia n° fêmeas / baia x n ' de semanas do ano - período de uso da baia => da confirmação da prenhez até uma semana antes do parto = 12 semanas; - n° fêmeas/baia = recomenda-se utilizar baias coletivas para 4 a 6 fêmeas com área de 2,5 m2 por cabeça, ou gaiolas individuais de 2,2 x 0,6 x 1,1 m (comp.x larg.x alt.). a) 100 x 2,4 x 12 5 x 52 = 12 baias coletivas b) Área de cada baia = 2, 5 m2 x 5 porcas = 12, 5 m2 ; c) Comprimento = (comedouro + 0,7 m (portão) = 3,5 m; d) Largura = 12,5/3,5 = 3,50m. A construção pode seguir os mesmos padrões adotados para a unidade de reprodução. e) Número de Gaiolas Individuais a) = 100 x2,4 x12 1 x 52 = 56 gaiolas individuais É comum agrupar num mesmo prédio as unidades de pré-cobrição, cobrição e gestação, principalmente para pequenos criadores. O galpão deve estar orientado no sentido leste-oeste e pode ter anexos como escritório, sanitário e depósito para medicamentos, ração, ferramentas e equipamentos. Especial atenção deve ser dada às fundações (dimensionamento e execução) caso tenha presença do fosso de escoamento de dejetos. As demais características construtivas podem obedecer os mesmos padrões mencionados para a unidade de reprodução. Figura 7 – gaiolas individuais de gestação. Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 11 Figura 8 – esquema em planta baixa de um prédio com gaiolas individuais de gestação. Figura 9 – baias coletivas para porcas em gestação. corredor gaiolas fosso Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 14 a) 100 x 2,4 x 10 x 8 20 x 52 = 20 baias b) Área da baia = 0,27 m2 /leitões x 20 leitões = 5,4 m2 c) Comprimento da baia = 0,20m de comedouro/3 leitões = = 1,33 m de comedouro/20 leitões + 0,7m (portão) = 2,0 m d) Largura da baia = 5,4 m2/2,0 m = 2,7 m As baias de crescimento inicial podem estar em um galpão semelhante aos descritos anteriormente porém possuindo sistemas de fechamento (janelas ou cortinas) e sistemas de aquecimento. As divisórias entre baias podem ser do tipo ripado de madeira, de alvenaria em cutelo ou gradeado pré-fabricado de concreto. Sempre é necessário que as unidades tenham pontos de água para lavagens. Figura 13 – creche utilizando gaiolas e alimentação manual. Figura 14 – creche utilizando baias e alimentação automática. Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 15 V. UNIDADES DE CRESCIMENTO E ACABAMENTO Podem ser considerados dois métodos de condução destas fases: com mudança de baia, recria em um galpão alojando animais com 25 a 60 kg de peso corporal e terminação em outro galpão para animais de 60 a 100 kg de peso corporal; e a recria e terminação em baia única (25 a 100 kg de peso corporal. a) Número de baias = n° fêmeas x nº ciclos porca/ano x n° desmamados/leiteg. x período uso n° leitões / baia x n° de semanas do ano Período de uso: - Com mudança de baia: crescimento = 7 semanas acabamento = 7 semanas - Sem mudança de baia: crescimento + acabamento = 14 semanas Número de leitões por baia = 20 a) 100 x 2,4 x 10 x 7 20 x 52 = 16 baias (crescimento) A área disponível por animal nas baias de crescimento, para o sistema de mudança de baia, deve ser de 0,50 m2 , se o piso for totalmente ripado, 0,65 m2 se for parcialmente ripado a 0,75 m2 se for totalmente compacto. Logo, para a opção de fosso de dejetos sob o piso (parcialmente ripado), tem-se: b) Área da baia = 0,65 m2/cabeça x 20 leitões = 13 m2 c) Comprimento da baia = 2,0 m de comedouro/baia + 0,70 (portão) + 0,3 (folga) = 3 m. d) Largura da baia = 13 m' /3,0 m = 4,33 m A área disponível por animal nas baias de acabamento, para o sistema de mudança de baia, deve ser de 0,85 m2 se for parcialmente ripado a 1,00 m2 se for totalmente compacto. A área disponível por animal nas baias de crescimento a acabamento, para o sistema sem mudança de baia, deve ser de 0,70 m2, se o piso for totalmente ripado, 0,80 m2 se for parcialmente ripado a 1,00 m2 se for totalmente compacto. Logo, o dimensionamento pode ser feito da mesma forma anterior. As divisórias das baias podem ser feitas de madeira ou alvenaria até a altura de 90 cm e o galpão que contém as baias pode ser totalmente aberto e ter cortinas para fechamento para proteção contra chuva. Pode ter também sistema de ventilação mecânica (ventiladores ou exaustores) para atenuar o problema da grande formação de gases a calor que normalmente ocorre nestas instalações, devido ao grande número de animais e volume de dejetos. Com aproximadamente cinco meses de idade, 100 a 110 kg de peso vivo, as fêmeas já estão aptas para a reprodução, quando então são selecionadas pelas suas boas características, como por exemplo, número a qualidade de tetas, a seguem para a unidade de reprodução. Nessa mesma idade a peso, os machos também são selecionados para reprodução ou são abatidos. Caso exista abatedouro este deve ser azulejado, total ou meia parede, dotado de pia, bancada, canais escoadouros com saídas apropriadas, ganchos, varais, pontos de água a luz, etc. O piso não deve ser escorregadio. Instalações para suínos Construções Rurais e Ambiência (DEA –UFV) Valmir Sartor et al. 16 Figura 15 – sistema tradicional de baias de crescimento. Figura 16 – sistema cama utilizado para suínos em crescimento e engorda.
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