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Guias e Dicas
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Biologia humana, Notas de estudo de Química

ÓTIMA APOSTILA DE BIOLOGIA HUMANA - USP - 48 PÁGINAS - MÓDULO 3

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 24/06/2010

Pernambuco
Pernambuco 🇧🇷

4.2

(47)

113 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Biologia humana e outras Notas de estudo em PDF para Química, somente na Docsity! Nome do Aluno Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Navas Iannini José Guilherme Chauí Berlinck Biologia 3 módulo GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Governador: Geraldo Alckmin Secretaria de Estado da Educação de São Paulo Secretário: Gabriel Benedito Issac Chalita Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP Coordenadora: Sonia Maria Silva UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Reitor: Adolpho José Melfi Pró-Reitora de Graduação Sonia Teresinha de Sousa Penin Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária Adilson Avansi Abreu FUNDAÇÃO DE APOIO À FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FAFE Presidente do Conselho Curador: Selma Garrido Pimenta Diretoria Administrativa: Anna Maria Pessoa de Carvalho Diretoria Financeira: Sílvia Luzia Frateschi Trivelato PROGRAMA PRÓ-UNIVERSITÁRIO Coordenadora Geral: Eleny Mitrulis Vice-coordenadora Geral: Sonia Maria Vanzella Castellar Coordenadora Pedagógica: Helena Coharik Chamlian Coordenadores de Área Biologia: Paulo Takeo Sano – Lyria Mori Física: Maurício Pietrocola – Nobuko Ueta Geografia: Sonia Maria Vanzella Castellar – Elvio Rodrigues Martins História: Kátia Maria Abud – Raquel Glezer Língua Inglesa: Anna Maria Carmagnani – Walkyria Monte Mór Língua Portuguesa: Maria Lúcia Victório de Oliveira Andrade – Neide Luzia de Rezende – Valdir Heitor Barzotto Matemática: Antônio Carlos Brolezzi – Elvia Mureb Sallum – Martha S. Monteiro Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes – Marcelo Giordan Produção Editorial Dreampix Comunicação Revisão, diagramação, capa e projeto gráfico: André Jun Nishizawa, Eduardo Higa Sokei, José Muniz Jr. Mariana Pimenta Coan, Mario Guimarães Mucida e Wagner Shimabukuro Carta da Pró-Reitoria de Graduação Caro aluno, Com muita alegria, a Universidade de São Paulo, por meio de seus estudantes e de seus professores, participa dessa parceria com a Secretaria de Estado da Educação, oferecendo a você o que temos de melhor: conhecimento. Conhecimento é a chave para o desenvolvimento das pessoas e das nações e freqüentar o ensino superior é a maneira mais efetiva de ampliar conhecimentos de forma sistemática e de se preparar para uma profissão. Ingressar numa universidade de reconhecida qualidade e gratuita é o desejo de tantos jovens como você. Por isso, a USP, assim como outras universidades públicas, possui um vestibular tão concorrido. Para enfrentar tal concorrência, muitos alunos do ensino médio, inclusive os que estudam em escolas particulares de reconhecida qualidade, fazem cursinhos preparatórios, em geral de alto custo e inacessíveis à maioria dos alunos da escola pública. O presente programa oferece a você a possibilidade de se preparar para enfrentar com melhores condições um vestibular, retomando aspectos fundamentais da programação do ensino médio. Espera-se, também, que essa revisão, orientada por objetivos educacionais, o auxilie a perceber com clareza o desenvolvimento pessoal que adquiriu ao longo da educação básica. Tomar posse da própria formação certamente lhe dará a segurança necessária para enfrentar qualquer situação de vida e de trabalho. Enfrente com garra esse programa. Os próximos meses, até os exames em novembro, exigirão de sua parte muita disciplina e estudo diário. Os monitores e os professores da USP, em parceria com os professores de sua escola, estão se dedicando muito para ajudá-lo nessa travessia. Em nome da comunidade USP, desejo-lhe, meu caro aluno, disposição e vigor para o presente desafio. Sonia Teresinha de Sousa Penin. Pró-Reitora de Graduação. Carta da Secretaria de Estado da Educação Caro aluno, Com a efetiva expansão e a crescente melhoria do ensino médio estadual, os desafios vivenciados por todos os jovens matriculados nas escolas da rede estadual de ensino, no momento de ingressar nas universidades públicas, vêm se inserindo, ao longo dos anos, num contexto aparentemente contraditório. Se de um lado nota-se um gradual aumento no percentual dos jovens aprovados nos exames vestibulares da Fuvest — o que, indubitavelmente, comprova a qualidade dos estudos públicos oferecidos —, de outro mostra quão desiguais têm sido as condições apresentadas pelos alunos ao concluírem a última etapa da educação básica. Diante dessa realidade, e com o objetivo de assegurar a esses alunos o patamar de formação básica necessário ao restabelecimento da igualdade de direitos demandados pela continuidade de estudos em nível superior, a Secretaria de Estado da Educação assumiu, em 2004, o compromisso de abrir, no programa denominado Pró-Universitário, 5.000 vagas para alunos matriculados na terceira série do curso regular do ensino médio. É uma proposta de trabalho que busca ampliar e diversificar as oportunidades de aprendizagem de novos conhecimentos e conteúdos de modo a instrumentalizar o aluno para uma efetiva inserção no mundo acadêmico. Tal proposta pedagógica buscará contemplar as diferentes disciplinas do currículo do ensino médio mediante material didático especialmente construído para esse fim. O Programa não só quer encorajar você, aluno da escola pública, a participar do exame seletivo de ingresso no ensino público superior, como espera se constituir em um efetivo canal interativo entre a escola de ensino médio e a universidade. Num processo de contribuições mútuas, rico e diversificado em subsídios, essa parceria poderá, no caso da estadual paulista, contribuir para o aperfeiçoamento de seu currículo, organização e formação de docentes. Prof. Sonia Maria Silva Coordenadora da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas Apresentação do módulo Prezado aluno, Este módulo sobre biologia humana foi escrito para ajudar você a enten- der como funciona o seu corpo, como ele é um sistema integrado no qual as diversas partes interferem umas com as outras. Partimos da dificuldade mais básica para os seres vivos: o problema da energia. Assim, como se obtém energia do alimento? O que se faz com essa energia? Como transformar a energia contida no alimento em atividade física, pensamento ou defesa contra agentes invasores? Essas e muitas outras perguntas poderão ser esclarecidas com o auxílio des- te texto. Primeiro, tratamos da obtenção de energia e nutrientes e a sua relação com os sistemas digestório e circulatório, o sistema de transporte interno do corpo. Depois, veremos que o sangue tem múltiplos papéis, e que a sua circula- ção guarda profunda relação com a ventilação pulmonar e a respiração. Veremos, também, que o controle de sais e água depende tanto do sistema excretório (renal) quanto do cardiovascular. Discutimos as fontes de energia do corpo em movimento e os tipos de músculo presentes nos seres humanos. Tratamos, posteriormente, do controle do meio interno, utilizando como exem- plo as funções reprodutivas e o comportamento sexual. Passamos, então, a falar de saúde, apresentando uma explicação geral sobre as defesas do orga- nismo, para tratar, mais adiante, de assuntos de saúde publica tais como méto- dos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis. Ao longo do texto, você encontrará uma série de perguntas numeradas, que estão relacionadas com os diversos temas tratados. Essas perguntas apre- sentam um desafio. O que sugerimos é que na medida que você leia, vá ten- tando responder as perguntas com a ajuda de livros didáticos, anotações das aulas ou de qualquer outro material disponível. Depois, discuta as suas suges- tões e idéias com os professores e monitores. Boa sorte! Para se manter saudável, você precisa de três fatores na dieta: 1) substratos energéticos, 2) matéria prima para elaborar novos compostos, por exemplo membranas celulares, DNA ou proteínas (aliás, o tipo de composto orgânico mais comum no seu corpo) e 3) nutrientes, como minerais e vitaminas que, mesmo em quantidades muito pequenas, são essenciais por interferir em pro- cessos vitais. O que é a digestão? Onde ela acontece? Obtenção de energia e nutrientes: o processo digestório Unidade 1 QE 4: Uma dieta baseada quase exclusivamente em mandioca (aipim, macaxeira) faz parte da realidade em algumas regiões do Brasil. Isso cria um problema de saúde. Por quê? QE 5: Além de nutrientes essenciais, como vitaminas e sais minerais, uma boa dieta deve incluir carboidratos, lipídeos e proteínas. Que alimentos ricos em cada um desses com- postos você consumiu recentemente? Por que esses três tipos de alimento são neces- sários na dieta? Na verdade, digestão é a quebra dos alimentos até a formação de substâncias assimiláveis pelo corpo. Esse processo acontece ao longo do trato digestório, com a participação de alguns outros órgãos (figuras 1 e 2). O corpo tem só duas maneiras de quebrar os alimentos: mecânica e quimicamente. A quebra mecânica sozinha é incapaz de produzir partículas suficiente- mente pequenas para serem assimiladas. Você possivelmente já adivi- nhou em que consiste a quebra mecânica do alimento e onde ela acon- tece (você já pensou o que acontece na sua boca quando você masti- ga?); assim vamos verificar a quebra química. Existem substâncias chamadas enzimas digestivas, que desfa- zem os enlaces químicos dos alimentos, transformando partículas grandes em partículas pequenas. Como os tipos de ligações quí- micas presentes em carboidratos, lipídeos e proteínas são muito di- ferentes, diferentes enzimas são necessárias para quebrá-las. Assim sendo, existem proteases, enzimas especializadas na quebra de pro- teínas em partes menores (convertidas em polipeptídios e amino- ácidos); carboidrases, que dividem os carboidratos complexos em Figura 1 – Esquema geral dos órgãos ligados ao sistema digestório. Note a estrutura chamada diafragma: é o principal músculo ligado à inspiração. Esse músculo divide duas cavidades em nosso corpo. Acima do diafragma (e abaixo do pescoço) está a caixa torácica, que contém, entre outros órgãos, o coração e os pulmões. O órgão ligado ao trato digestório que se encontra na caixa torácica é o esôfago, que leva o alimento da cavidade oral até o estômago. Todos os demais órgãos ligados ao trato digestório se encontram na cavidade abdominal, abaixo do diafragma. Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck   Figura 2 – Esquema mais detalhado do fígado, vesí- cula biliar e pâncreas em suas relações anatômicas com o estômago e duo- deno. Note que a bílis, vin- da da vesícula, e o suco pan- creático são lançados no duodeno, através de um orifício único. carboidratos simples; e as lipases, que quebram os lipídeos em partes menores. Enzimas diferentes requerem ambientes di- ferentes para trabalhar. A atividade de uma enzima muda com fatores dos locais na qual ela se en- contra, como temperatura e pH (grau de acidez), e muitas proteases só trabalham bem se o pH é baixo. O seu estômago, por exemplo, é um am- biente muito ácido, particularmente durante a digestão. Este ambiente ácido é essencial para a ação de uma enzima chamada pepsina, secretada pelo próprio estômago e muito eficiente na di- gestão de proteínas. A produção desta eficiente enzima proteolítica não teria sentido em um ambiente de pH neutro ou básico. Assim, o estômago secreta, durante a digestão, não só pepsina mas, também, ácido clorídrico (HCl), conseguindo, graças a esta combinação de substânci- as, ser o principal órgão associado à digestão de proteínas. QE 6: Você viu alguma vez no mercado produtos cha- mados amaciantes de carnes? Muitos deles consistem em uma substância chamada papaína. O que será que ela é? O que será que ela faz? QE 7: O próprio estômago é formado em boa parte por proteínas. Por que o estômago não digere a si mesmo? O que é uma úlcera gástrica? As enzimas terão uma eficiência maior se atuarem uniformemente em todo o alimento (você consegue dizer por quê). Assim, para que se tenha um me- lhor desempenho da digestão, necessita-se de movimentos que façam uma melhor mistura dos alimentos com as enzimas. A musculatura lisa associada ao trato digestório faz esses movimentos de mistura e, também, o fluxo direcionado dos alimentos ao longo do trato. A digestão enzimática é iniciada na boca, por meio de uma enzima cha- mada amilase, presente na saliva e responsável pela quebra de amido em açú- cares mais simples. As enzimas que digerem as gorduras ou lipídeos são cha- madas de lipases, e algumas são secretadas já na boca por glândulas associa- das. Porém, boa parte da digestão enzimática de gorduras ocorre no intestino. Após uma refeição, o bolo alimentar presente no estômago, chamado de quimo, passa, em pequenas quantidades, para a parte inicial do intestino, que é cha- mada duodeno. Lá, o quimo atua de muitas maneiras, inibindo a passagem de mais quimo por vias hormonais e nervosas (figura 2). QE 8: O que aconteceria se o quimo não tivesse efeito inibitório sobre a atividade do estômago? Três importantes órgãos associados ao sistema digestório são o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. Estes órgãos fornecem enzimas e outros compostos químicos necessários para a digestão. O papel do fígado na digestão é limitado à produção da bílis, uma substância muito importante na digestão dos lipídeos.    A bílis contém os sais biliares, um grupo de substâncias que ajudam nessa di- gestão, que é um pouco complicada. Você já deve ter percebido que as refeições muito gordurosas são um pouco indigestas, certo? Parte do problema vem do fato de as gorduras não serem dissolúveis em água. Lembra o que acontece se você coloca água e azeite em um copo? E se você mistura bem, o que acontece? Bem, a situação no intestino é similar. A atuação dos sais biliares lembra um pouco o efeito de um detergente (o que acontece no copo de água e azeite se você coloca um pouquinho de detergente e agita?), e esses sais contribuem para reduzir o tamanho das gotinhas de gordura. QE 9: As lipases atuam na superfície das esferas de lipídeos que se formam no intestino. Qual a vantagem de se produzir gotinhas de menor tamanho? O seu pâncreas secreta mais de um litro de sucos pancreáticos por dia! Para quê tanto? Você se lembra do que já foi falado sobre as enzimas, que algumas atuam melhor em ambientes ácidos e outras em ambientes básicos? Pois bem, muitas enzimas requerem ambientes básicos, mas o quimo é muito ácido, já que contém o HCl produzido pelo estômago. O que fazer? Neutralizar o HCl com uma substância básica. O pâncreas secreta grandes quantidades de bicarbonato de sódio, que neutraliza o HCl; secreta também diversos tipos de enzimas para a digestão de proteínas, lipídeos, carboidratos e ácidos nucléicos (pois é, o DNA e o RNA fazem parte da dieta e precisam ser digeridos). Uma vez que os alimentos tenham sido digeridos (agora você já sabe que isso signif ica somente que eles foram transformados em pedaços muito pequeninos), eles têm que ser absorvidos pelo organismo. A maior parte da absorção acontece no intestino delgado, após o duodeno. As pequenas unida- des finais dos carboidratos (açúcares de pequeno porte) e das proteínas (ami- noácidos e pequenos peptídios) podem ser absorvidas pelas células do epitélio intestinal, ou seja, aquelas que cobrem a parede interna do intestino, e daí aos capilares (que veremos mais adiante). O problema com os lipídeos é que, dentre os vários produtos da sua digestão, somente os ácidos graxos peque- nos conseguem atravessar os capilares. Assim sendo, muitos produtos da di- gestão dos lipídeos são rearranjados nas células intestinais e convertidos em pequenas esferas (quilomicrons) formadas por um certo tipo de lipídeos cha- mados triglicídeos. Essas esferas são grandes demais para entrar nos capila- res, mas podem entrar nos vasos linfáticos. O sistema linfático, então, tem um papel muito importante na absorção das gorduras da dieta. O intestino grosso é o local onde se dá a formação das fezes, que são os restos não absorvidos dos alimentos, células descamadas das paredes do trato digestório e bactérias e microorganismos presentes nesse sistema. QE 10: O intestino grosso absorve também água. Muitos problemas intestinais diminuem a quantidade de água absorvida pelo intestino grosso. Quais são os sintomas desta condição?   ma circulatório mude com os batimentos cardíacos. Cada vez que o coração bate, a pressão do sangue sobe, principalmente perto do coração, e cai na medida em que o coração relaxa (Figura 3). O ciclo se repete, dando lugar às conhecidas pressões máxima (durante a contração do ventrículo esquerdo) e mínima (durante a fase de relaxamento do ventrículo esquerdo), que podem ser medidas, por exemplo, em uma artéria no braço. Claro que a pressão não é igual em todo o sistema circulatório. Ela é maior no coração e nas grandes artérias, e bem mais baixa nas veias. O seu coração trabalha por si próprio, você não o regula consciente- mente. Lembra da relação com atividade física? O primeiro ponto para escla- recer como o coração funciona é entender que o coração é um músculo do tipo esquelético, que tem a sua atuação modificada por estímulos nervosos e endócrinos, mas não depende deles para se contrair. Este fato é conhecido há muito tempo, pois corações de vertebrados (incluindo de humanos), quando isolados, continuam batendo durante um tempo. Um coração de rã mantido em solução fisiológica oxigenada pode continuar batendo durante horas! Células especializadas, chamadas marcapasso, determinam o ritmo dos bati- mentos. Essas células estão concentradas em uma região específica na aurícula direita e enviam um sinal elétrico que se propaga muito rapidamente por todo o coração, fazendo-o contrair de maneira organizada, primeiro os átrios e depois os ventrículos. QE 13: O coração possui uma série de válvulas importantes (bicúspide ou mitral, tricúspide e duas semilunares, veja a Figura 3). Qual o papel dessas válvulas? QE 14: Quando se ausculta o coração de uma pessoa, escutam-se, normalmente, dois sons. A que estão associados esses sons? QE 15: Durante uma parada cardíaca, poucos segundos após a interrupção do fluxo do sangue no sistema nervoso central, ocorre a perda da consciência, e após uns poucos minutos, pode ocorrer dano cerebral. Por quê? QE 16: Você ouviu falar de um aparelho chamado marcapasso, que pode ser implantado em pessoas com certos problemas cardíacos? Pesquise sobre o tema. Qual a função desse aparelho? Por que ele tem o mesmo nome das células reguladoras do batimento cardíaco? Uma pessoa de 70 kg possui aproximadamente 5 litros de sangue, que pesam uns 5 kg. O sangue possui três elementos celulares principais, sobre os quais você seguramente já ouviu falar: hemácias, glóbulos brancos e plaquetas As hemácias têm como papel principal o transporte do oxigênio às células, e os glóbulos brancos são fundamentais na proteção do corpo, como veremos adiante. As plaquetas não são propriamente células, mas fragmentos de célu- las que, em associação com proteínas sangüíneas, favorecem a coagulação e a cicatrização. O plasma é uma solução aquosa contendo muitos íons como sódio, potássio, cloro, cálcio e hidrogênio; proteínas como albumina e anti- corpos; e várias outras substâncias. O múltiplo papel do Unidade 3 sangue Nos seres humanos, as hemácias são células anucleadas que morrem depois de cerca de quatro meses de função. As hemácias mais velhas são mais susce- tíveis a rupturas, particularmente quando comprimidas nos capilares (a forma característica das hemácias, chamada de disco bicôncavo, e a sua flexibilidade são fundamentais para que elas possam chegar aos menores capilares, onde o oxigênio que carregam é liberado e difundido). Muitas hemácias são danificadas por dia. Parte do seu conteúdo pode ser reciclado, mas parte é convertido pelo fígado e eliminado na bílis (recebe o nome de bilirrubina). Neste caso, fígado, sangue e sistema digestório colaboram na eliminação de resíduos. QE 17: É comum que pessoas em situações médicas delicadas recebam solução salina intravenosa de maneira contínua. Uma vantagem deste procedimento é que ele permi- te a aplicação de drogas muito rapidamente, caso seja necessário. Por que é utilizada solução salina e não água destilada pura? QE 18: Que produtos da digestão poderiam aparecer no plasma? Que gases? QE 19: Por que problemas de saúde que afetam a medula óssea podem ter um efeito significativo sobre a composição do sangue? QE 20: Por que a anemia limita a capacidade para a atividade física? QE 21: Lembre-se da última vez que você sofreu um corte pequeno. O que aconteceu com o fluxo de sangue e por quê? QE 22: Você já ouviu falar em icterícia? Quais os sintomas desta condição? Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck Unidade 4 Você está respirando agora? A sua resposta possivelmente foi sim. Entre- tanto, a palavra respiração, é utilizada para significar 1) ventilação pulmonar; 2) trocas de gases nos pulmões ou 3) produção de energia na célula via meta- bolismo aeróbio (ou seja, respiração celular). Em que você pensou primeiro? Provavelmente na ventilação pulmonar. Esta depende de músculos e ossos da caixa torácica, incluindo o diafragma, que aumentam o volume da caixa torácica (você pode medir a circunferência do seu peito antes e depois de uma profunda inspiração. Aumenta de verdade? Quanto? Veja a Figura 4). Quando se aumenta o vo- lume de um sistema como o pulmonar, a tendência é que entre ar nele, assim como entra ar em uma se- ringa quando o êmbolo é puxado para fora. Ventilação pulmonar e respiração Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck QE 23: Perceba aqui mais uma vez a integração entre os diferentes órgãos e sistemas do corpo: a ventilação pulmo- nar requer atividade muscular, a atividade muscular requer ATP, a produção de ATP requer a digestão de alimento e muito oxigênio, para obter oxigênio são necessárias trocas gasosas e tais trocas acontecem graças à ventilação pulmo- nar. O ciclo só pode se manter graças à adição permanente de energia proveniente da alimentação. Elabore um outro circuito no qual os sistemas sejam interdependentes, e iden- tifique a causa dessa interdependência. Os seus pulmões estão em contato direto com o ar do ambiente. As vias aéreas inferiores, que co- meçam na região faríngea, têm diâmetros progres- sivamente menores (traquéia, brônquios, bron- quíolos e alvéolos), o que faz com que haja um enor- me aumento da área efetiva de trocas gasosas. O ar entra em contato com os alvéolos, que estão em contato íntimo com vasos linfáticos e com capilares derivados da artéria pulmonar. Estes, se você se lembra, transportam sangue desoxigenado do ventrículo direito aos pulmões. Assim, o sangue desoxige- nado, muito afim pelo oxigênio, capta oxigênio do ar, que se difunde através dos epitélios alveolar e capilar. Vale esclarecer que o oxigênio não entra no plasma na forma de bolhas, mas dissolvido, da mesma maneira que se dissol- ve em água ou muitos outros líquidos (figura 4). Figura 4 – (A) Esquema geral do trato respiratório, com suas subdivisões, terminando nos alvéolos (“saquinhos em cacho-de-uva”), mostrados de maneira ampliada no detalhe da figura. Para que servem os seus rins? Se você está pensando na filtragem do sangue e na remoção de produtos tóxicos, particularmente derivados do nitro- gênio, acertou só parcialmente. Vamos deixar um pouco de lado a conhecida função de filtragem para discutir a regulação do balanço de água e sais no corpo. Pense no seguinte problema: após uma refeição salgada, uma quanti- dade de sal entra no corpo. Esse sal será dissolvido nos diferentes fluidos do seu corpo na forma de íons sódio e cloro. O que aconteceria com o seu corpo se essa entrada de íons não fosse contrabalançada? O seu plasma acumularia íons, literalmente ficaria hipertônico, o que, neste caso, é uma maneira ele- gante de dizer “salgado” em relação ao ambiente celular. Controle de sais e água: relação com o sistema renal e o cardiovascular Unidade 5 QE 30: Se o plasma ficar hipertônico, as células tendem a desidratar. Por quê? Aproximadamente 60% do seu peso é água! Não surpreende, então, que você tenha que beber água freqüentemente para se manter vivo (perdemos água constantemente). Deve existir, portanto, um balanço entre a água perdi- da e a água ingerida. Assim sendo, os rins, por meio da formação de urina ora mais ora menos concentrada em sais, mantém o balanço de íons no plasma e fluidos corpóreos, a quantidade de água do corpo e vários outros aspectos relacionados. Além disso, os rins também ajudam a regular o pH do plasma, que depende do balanço de íons. Antes de continuar, revise, em um livro-texto, os seus conceitos sobre anatomia e filtração nos rins. Você lembra que, após uma filtração inicial, esse órgão reabsorve água e íons, particularmente o sódio? Isto acontece na cha- mada parte distal do néfron (Figura 5), parte do rim onde a concentração de urina é controlada. Se pouca água e muitos solutos são reabsorvidos, a urina terminará diluída. Isso acontece se você bebeu muita água, estando bem hidratado. Se, ao invés disso, você está com sede e meio desidratado, muita água e poucos solutos serão reabsorvidos, tornando a urina concentrada. Esta regulação é possível, em grande parte, porque o epitélio do néfron pode va- riar a sua permeabilidade à água, uma capacidade muito particular. Quase QE 31: A comida salgada nos faz sentir sede. A relação entre comida salgada e sede faz parte do sistema de manutenção do balanço de água no corpo. Por quê? QE 32: Como o seu corpo perde água? QE 33: Você já percebeu que a sua urina nem sempre tem a mesma cor? Se você está muito bem hidratado, a urina tende a ser muito clara, quase transparente. Se você esta desidratado, a sua urina tende a ser mais amarelada. Como se explica tal variação? Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck   todas as membranas e epitélios do seu corpo permitem a entrada de água sem qualquer tipo de restrição. Porém, os néfrons possuem um tipo de canal de água que funciona como uma espécie de torneira e permite a regulação. Você, assim como muitos animais, sente sede quando precisa de água, e a sede é uma sensação desagradável que o incentiva a beber água. Ao comer uma comida salgada, você ingere muitos íons sódio e cloro, que são absorvidos no trato digestório, particularmente no intestino delgado. Esses íons passam ao plasma e aumentam a sua osmolaridade, que é uma medida da quantidade de partículas diluídas na água. Acontece que o seu cérebro tem uma região muito im- portante chamada hipotálamo, que possui células nervosas capazes de identificar mudanças na osmolaridade do plas- ma. São os chamados osmorreceptores. Se a osmolaridade aumenta, muita coisa acontece. O hipotálamo estimula a pro- dução do chamado hormônio antidiurético, que faz com que os rins conservem água, ou seja, passem a produzir urina concentrada. O hipotálamo também garante que você sinta sede e procure água. Agora, o que acontece no caso de falta de sais? Uma “sede de sais” é bem conhecida no gado e outros grupos tão diver- sos quanto aves, borboletas e macacos. Será que acontece em humanos? A perda de água no seu corpo lembra (embora, grosseiramente) o caso de um recipiente com água da torneira (esta contém alguns sais) abandonado sem tampa em um dia quente e seco. A água evapora, o vapor não contém sais, e assim, pouco a pouco, aumenta a salinidade na água que vai ficando no recipiente (o aumento da salinidade é decorrente da evaporação). No seu corpo acontece uma coisa parecida que podemos descrever utilizando uma linguagem mais técnica: se você perde água, aumenta a concentração de solutos e, portanto, a osmolaridade do plasma, fenômeno que dispara respostas com- portamentais (beber água) e renais (reter água, concentrando a urina). Mas... o que mais aconteceu com a água no recipiente? Pense antes de continuar... A água evaporou! Muito bem. Agora, qual seria o evento paralelo no seu corpo? Acreditamos que você esteja pensando a mesma coisa que nós: diminui o volume total de plasma e, lembre-se dos temas anteriores, diminui também a pres- são arterial. Isso é ruim. Você já ouviu falar de pessoas que desmaiaram por causa de pressão baixa? Pois existe uma pressão mínima do sangue que garante uma boa oxigenação do corpo. Fica claro, assim, que o balanço de sais não pode ficar só na dependência dos rins! O sistema circulatório faz sua parte também. Quando o volume do plasma decresce, a conseqüente diminuição da pressão desencadeia uma série de respostas neurais e endócrinas que levam ao aumento da pressão e do volume do plasma, entre elas respostas cardiovasculares e comportamentais. O próprio rim, quando há queda da pressão arterial, libera uma enzima (renina) que estimula a formação de uma substância chamada angiotensina II (angio: vaso; tensivo: que produz tensão), que causa um aumento na pressão arterial por constrição da musculatura lisa dos vasos (que nós já vimos anteriormente). Há ainda mais um órgão envolvido: as respostas incluem um hormônio sintetizado pelo córtex (camada superficial) de uma glândula chamada supra- renal (pois fica acima dos rins), que atua sobre os rins no balanço de água e sais. Mais uma vez fica claro que os sistemas do corpo não atuam de maneira independente. Figura 5 – Esquema de um néfron. Ao glomérulo (re- gião 1), chega o sangue que é filtrado. Esse líquido filtra- do percorre os túbulos con- torcidos e a alça de Henle (em cinza na figura). Duran- te esse trajeto, a composi- ção do filtrado vai se modi- ficando em função da ab- sorção de água e sais. Final- mente, o material final che- ga aos grandes dutos cole- tores, já com a urina a ser eliminada posteriormente. QE 34: Que respostas cardiovasculares levariam ao aumento da pressão arterial em uma pessoa com uma leve desidratação? O seu corpo se movimenta graças a seus músculos. O músculo é um tecido capaz de converter energia química (ATP) em trabalho mecânico, ou seja, em movimento. O seu coração é um músculo (cardíaco), as partes do seu corpo que você mexe dependem de músculos (esqueléticos) para se movimentar, e mus- culatura de movimento involuntário (músculo liso) rodeia o trato digestório, as paredes dos vasos do sistema circulatório e outras estruturas. Dada a forma das células musculares, é comum se referir a elas como fibras musculares. As fibras do músculo esquelético estão agrupadas em fascículos ou grupos de fibras, e muitos fascículos compõem o músculo. Os detalhes do modelo mais aceito sobre como o músculo se contrai podem ser encontrados em muitos livros-texto (veja a Figura 6). Se você não tem uma idéia relativamente cla- ra de como o músculo se contrai, esta é a hora de con- sultar um livro e esclarecer suas dúvidas. O corpo em movimento Unidade 6 Figura 6 – Musculatura estriada esquelética em seus vários níveis de organização. De baixo para cima: músculo ligado aos ossos (que serão movidos em decorrência da contração do músculo); fibra muscular com suas miofibrilas (moléculas contráteis); unidade de contração muscular, com a sobreposição de moléculas de actina e miosina. QE 35: Considerando a pergunta anterior: será que a muscu- latura lisa das artérias desempenha algum papel na eleva- ção da pressão arterial? A musculatura lisa do trato digestório e das artérias difere da musculatura esquelética por ter conexões en- tre as células; ou seja, as membranas de umas fibras se comunicam com as das outras. Como o estimulo elétri- co que inicia a contração se transmite pela membrana, essas células do tecido muscular liso estão comunicadas entre si eletricamente e contraem ao mesmo tempo. QE 36: O bolo alimentar se move ao longo do trato digestório graças à contração em forma de anel da musculatura lisa (os chamados movimentos peristálticos, ver Figura 11). A contra- ção em forma de anel requer que todas as fibras do local se contraiam ao mesmo tempo. O que isso tem a ver com a comu- nicação entre as membranas das fibras musculares lisas? Vamos falar de músculos e energia. Uma das fina- lidades pelas quais as pessoas fazem exercício é ema- grecer. Fala-se de “queima de calorias”. Por que a ati- vidade física pode levar ao emagrecimento? O que são essas calorias que “queimadas”? Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck Unidade 7 Controle do meio Bem, no início deste texto, falávamos de hormônios. A palavra hormônio vem do grego e significa excitar: os hormônios são substâncias que têm efei- tos diversos sobre as células. São fundamentais na regulação de quase todos os processos do corpo, sendo freqüentemente transportados a células distan- tes do local de sua produção (as chamadas “céluas-alvo”) por meio do sangue ou até mesmo do ambiente (você já escutou falar dos chamados feromônios?). A maneira como os hormônios se ligam às células faz parte de um outro fas- cículo e os principais órgãos endócrinos aparecem em qualquer livro-texto (Figura 7). Aqui, vamos revisar alguns conceitos fundamentais relacionados com controle do meio interno do organismo. Imagine que você quer usar uma lareira para esquentar um quarto. Al- guém, que chamaremos de “o encarregado”, coloca lenha para você. Se ficar quente demais, você pede para ele tirar um pouco de lenha. Se estiver frio, você pede para que ele coloque mais lenha. Em outras palavras, você atua como um sensor que controla a temperatura do quarto, que é mantida entre dois extremos dependentes do que você interprete como confortável. Este tipo de controle é chamado de retro-alimentação negativa, e é essencial na manutenção de diversos tipos de equilíbrio no corpo (veja o exemplo dado na Figura 8). Pensemos em pressão arterial na desidratação, pois é um exemplo já conhecido. Vamos fazer um paralelo com o exemplo do quarto: o volume do plasma diminui (o quarto fica frio), neurônios especializados percebem a queda (você sente frio) e ativam a produção/liberação de hormônios (você chama “o encarregado”) que modulam a atividade cardíaca e a resistência arterial (“o encarregado” acrescenta lenha e a temperatura do quarto sobe). O contrário acontece se o quarto fica quente demais. Mas o que aconteceria se “o encarregado” colocasse lenha demais? Poderíamos imaginar um supervisor do encarregado e assim por diante. De fato, múltiplos ciclos de retro-alimentação, com diversos hormônios regulando a produção de ou- tros, tomam conta da manutenção do equilíbrio interno. Lembra do exemplo do cachorro furioso e da árvore? Como se compara essa situação com a de uma boa soneca após uma refeição? Dois extremos, não é verdade? A situação hormonal do corpo é muito contrastante nessas duas situações. Pense nos hormônios insulina e glucagon. Qual estaria mais elevado no plasma em cada situação? Além do controle por ciclos de retro- alimentação, existem, no corpo, hormônios com ações fisiológicas opostas, como aumentar ou diminuir a concentração da urina. Esses hormônios, cha- interno Figura 7 – Localização anatô- mica de várias importantes glândulas do sistema endó- crino. Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck    mados antagônicos, fazem também parte do sistemas de controle. Você pode dar mais exem- plos de hormônios antagônicos? O que aconteceria com o quarto a ser es- quentado se você não tivesse a capacidade de perceber frio e quente e decidir quando falar ao “encarregado”? O corpo capta permanente- mente informações de sensores de temperatura, pH, pressão, dor, luz, tato, enfim, milhares de dados ao mesmo tempo. Processar esta infor- mação e coordenar as respostas apropriadas é uma tarefa formidável, feita pelo sistema ner- voso central. Figura 8 – O ciclo menstrual feminino exemplificando um mecanismo de controle do tipo retro-alimentação negativa. Note as linhas tracejadas que indicam ini- bição, enquanto as cheias indicam estimulação. No canto inferior esquerdo é mostrado o desenvolvi- mento do endométrio ute- rino em decorrência dos hormônios presentes no organismo ao longo do ci- clo. Unidade 8 Controle das funções reprodutivas e o comporta- mento sexual O controle das funções reprodutivas, bem como o comportamento sexual, são feitos por meio de um intrincado mecanismo envolvendo os chamados hormônios sexuais. Estas substâncias, transportadas pelo sistema circulatório, agem sobre a diferenciação dos órgãos sexuais ainda fase embrionária. Ape- sar de os bebês, ao nascerem, serem claramente homens ou mulheres, você já reparou como, durante a infância, meninos e meninas são bastante parecidos? O timbre da voz, a força muscular, a pele, a altura, são características difíceis de se usar para distinguir o sexo entre crianças, não é mesmo? Entretanto, ao redor dos 12 anos de idade, as coisas começam a mudar. É a entrada na puberdade ou adolescência. Nesta fase da vida, os hormônios sexuais regem uma série de mudanças no corpo dos homens e das mulheres, deixando-os preparados para a reprodução. Os hormônios sexuais são res- ponsáveis pela formação dos gametas (espermatozóides e óvulos) e, nas mu- lheres, esses hormônios controlam também o ciclo menstrual e a gravidez. QE 40: O que você pode usar para distinguir entre um homem e uma mulher, além da presença/ausência de pênis/vagina? Essas outras características, que não são os órgãos reprodutores diretos (pênis/vagina), são as chamadas características sexuais secundárias. Os hormônios sexuais são secretados pelos testículos nos homens e pelos ovários nas mulheres. Sua ação está sob controle de outros hormônios que são produzidos numa importante glândula localizada no sistema nervoso central, a hipófise, e chamados gonadotróficos: FSH – hormônio folículo estimulante e LH – hormônio luteinizante. O controle da produção desses hormônios se dá por meio de um sistema de retro-alimentação negativo. Os hormônios sexuais mascu- linos são os andrógenos, sendo a testosterona o mais importante deles. O FSH age nos túbulos seminíferos dos testículos estimulando a formação de espermatozóides, enquanto que o LH estimula a secreção da testosterona. Nas mulheres, os hormônios sexuais são os estrógenos e a progesterona. A ação dos estrógenos (estro: cio; gênese: criação) está ligada aos caracteres sexuais femininos e a progesterona às alterações que ocorrem com o organismo da mulher durante a gestação (pro: a favor; gest: gestação). Veja a Figura 9. Por que as mulheres sangram pela vagina “uma vez por mês”, na menstruação? (Pergunta 42). Você sabe: o desenvolvimento dos fetos ocorre dentro do útero da QE 41: Sabendo que o controle sobre a produção de testosterona é do tipo retro-alimen- tação negativa, esquematize o sistema envolvendo esse controle, englobando a hipófise e os testículos. O que ocorreria com a quantidade de LH e FSH em um homem que tivesse os seus testículos destruídos por algum motivo? Organizadores Paulo Takeo Sano Lyria Mori Elaboradores Carlos Arturo Iannini José Guilherme Berlinck    A resposta inflamatória traz uma grande quantidade de células brancas do sangue (principalmente os chamados neutrófilos e macrófagos) e substâncias para o local da lesão tecidual. Uma parte dessas células inicia, então, uma busca por microorganismos e substâncias estranhas ali presentes. Os neutrófilos atacam microorganismos num processo de “digestão extracelular”, liberando enzimas. É claro que isso tende a destruir, também, as próprias células do tecido e os próprios neutróf ilos. Os macrófagos, por sua vez, englobam os microorganismos, fagocitando-os, e os destroem num processo de digestão intracelular. Várias substâncias presentes no plasma também desempenham algum pa- pel na tentativa de eliminar os agentes infecciosos invasores. Um conjunto de proteínas (o chamado sistema do complemento) liga-se a compostos presentes na membrana celular de muitos microorganismos e a danificam, matando os microorganismos. Você já escutou alguém falar sobre anticorpos e antígenos? Esses são dois conceitos importantes: os anticorpos, também conhecidos por imunoglobulinas, são proteínas produzidas pelos linfócitos B e se ligam a antígenos. A parte de uma substância à qual um anticorpo se liga é conhecido como “antígeno”. Os anticorpos naturais se ligam a uma grande quantidade de compostos (antígenos) relativamente comuns a vários microorganismos e vírus, mas não podem ser muito específicos: a ligação que eles fazem não é muito forte nem muito rápida. Assim, nem sempre a ligação com os anticorpos natu- rais se torna efetiva para completar a eliminação do agente infeccioso. Uma vez que as barreiras físicas e químicas tenham sido vencidas e que a imunidade natural não dê conta da eliminação de um agente infeccioso invasor, o sistema imunitário específico é ativado. Essa ativação origina-se por células que tomam parte na resposta natural, como os macrófagos. Tais células levam pequeninos pedaços (os tais antígenos) dos microorganismos que elas digeriram até certos locais do corpo, os linfonodos, onde esses antígenos entram em contato com os linfócitos, que são as células responsáveis pelas respostas específicas. QE 46: Pesquise o que é o pus. Qual a relação dele com os neutrófilos? QE 47: Pesquise o que é a íngua. O que você acha que está ocorrendo nesse local? Uma vez que linfócitos de certo tipo (T auxiliares) tomam contato com os antígenos, eles agem ativando outros dois tipos de linfócitos, os linfócitos T citotóxicos e os linfócitos B. A resposta imunitária pode, então, seguir dois caminhos. Um desses caminhos é destruir células (resposta celular), uma tare- fa que os linfócitos T citotóxicos realizam. Parece loucura destruir o corpo para ajudá-lo, não é? Mas acontece que, algumas vezes, os agentes infec- ciosos que levam a ativação de respostas citotóxicas são vírus, e os vírus se reproduzem utilizando as células. Uma importante estratégia para destruir um vírus é destruir as células nas quais eles estão instalados. Já os linfócitos B são levados a se proliferar e produzir anticorpos específicos para o agente infecci- oso em questão. Este tipo de resposta chama-se humoral, porque os anticorpos com ação contra o agente infeccioso encontram-se nos líquidos do organismo (antes chamados de humores). Esses anticorpos destroem o agente infeccioso de muitas maneiras diferentes. Por que muitas doenças, como sarampo, catapora e caxumba dificilmente acontecem mais de uma vez na vida de uma pessoa? É como se o seu corpo se recordasse das doenças que você já teve. Pois é assim mesmo. Uma parte desses linfócitos (T e B) – criados e ativados na reposta – permanece no organismo. Assim, numa próxima vez que o seu organismo entrar em contato com o agente infeccioso, não somente já há uma certa quantidade de anticorpos contra esse   agente como, ainda, uma resposta específica “forte” é disparada rapidamente por meio dessas células ditas de “memória imunológica”. A possibilidade da formação de memória imunológica é o princípio da vacinação. Assim, se forne- cemos ao seu organismo a possibilidade de montar uma resposta inicial aos antígenos de um certo agente infeccioso, sem que haja, de fato, a infecção, quando o organismo entrar em contato com o agente infeccioso numa situação “pra valer” ele já pode disparar uma resposta secundária diretamente (que, lem- bre-se, é mais forte e rápida que a resposta imunitária inicial). Esse princípio foi definitivamente estabelecido por Edward Jenner na Inglaterra do século XVIII. Ele fazia extratos de lesões cutâneas de vacas (daí originando o nome “vaccínia”) para dar a seres humanos, na expectativa de torná-los resistentes à varíola. Existem diversos tipos de imunoglobulinas (são os anticorpos, você se lembra?), que recebem nomes como IgM, IgG, IgA, IgE, IgD (“Ig” vem de imunoglobulina). De uma forma geral, as IgM são os anticorpos naturais, sen- do produzidas de forma inespecífica e contínua por linfócitos B. As IgM são moléculas bastante grandes e, por isso, ficam confinadas ao sangue e à linfa. As IgG são os anticorpos típicos da resposta específica. Sua ligação com o antígeno é bastante forte; são moléculas bem menores que as IgM e passam para diversos locais do organismo, a partir do sangue. A passagem de IgG maternas pela placenta confere ao recém-nascido proteção contra uma grande quantidade de infecções nos primeiros meses de vida, antes que o bebê co- mece a produzir os seus próprios anticorpos em quantidade suficiente. QE 48: A varíola, uma doença infecciosa muito contagiosa e letal, foi erradicada do mundo em decorrência de campanhas intensas de vacinação durante o século XX. As- sim, já há muitos anos não se realiza mais a vacinação contra essa doença. Você conse- gue explicar por que o vírus da varíola é uma das ditas armas bacteriológicas? O sistema imunitário não atua somente no combate a infecções. Esse siste- ma é, ainda, responsável por parte da eliminação de detritos formados no nosso organismo, como, por exemplo, de células mortas e seus “pedaços”. OS TIPOS SANGÜÍNEOS Certamente você já ouviu falar nos tipos de sangue. Talvez você já tenha ouvido algum conhecido comentar que seu sangue é tipo “B positivo”, um outro falar que o dele é “O positivo”, e por aí vai. Você sabe o seu tipo sangüíneo? E o que significa esse “B positivo”? Qual a relevância, afinal, de se saber o tipo sangüíneo? Se você precisar de uma transfusão sangüínea, não serve qualquer san- gue. Todas as células de um indivíduo carregam “marcas” específicas (molé- culas que ficam expostas na membrana celular) que as fazem ser daquele tal indivíduo. As hemácias, por exemplo, apresentam diversos tipos de “identificadores”, formando o “tipo sangüíneo” do indivíduo. Se você é o receptor de uma transfusão e o doador tiver o mesmo tipo de sangue, existe pouco perigo de se produzir uma reação imunitária. Por outro lado, caso haja incompatibilidade, as novas hemácias serão destruídas (hemólise) graças aos anticorpos presentes no plasma do receptor, que não terá se beneficiado da transfusão e, além disso, pode vir a ter novos problemas devido à hemólise. O problema de destruição de células por incompatibilidade, na verdade, aplica- se a qualquer transplante de órgãos. Existem dois tipos principais de sistemas de marcadores de superfície das hemácias: o sistema ABO e o sistema Rh. O sistema do tipo ABO é definido QE 49: Será que existem anticorpos nas lágrimas e na saliva?    por glicoproteínas de membrana (ou seja, proteína + açúcar) de dois tipos, chamadas A e B. Uma pessoa pode ter só A, só B, A e B (AB) ou nenhuma (O). São, então, quatro possibilidades. Um indivíduo do tipo O tem anticorpos contra a cadeia A e contra a cadeia B. Um indivíduo tipo A tem anticorpos contra a cadeia B e um indivíduo tipo B tem anticorpos contra a cadeia A. Finalmente, um indivíduo do tipo AB não tem anticorpos contra nenhuma das cadeias, já que ele possui ambas. Com- plemente esta informação com a Tabela 1. (#): os anticorpos são formados somente após um primeiro contato das hemácias Rh+ com o indivíduo Rh-. TABELA 1 – TIPOS SANGUÍNEOS ABO E RH Marcadores nas hemácias A; + A; - B; + B; - AB; + AB; - O; + O; - Anticorpos no plasma anti-B; nenhum anti-B; anti-Rh+(#) anti-A; nenhum anti-A; anti-Rh+(#) nenhum; nenhum nenhum; anti-Rh+(#) anti-A, anti-B; nenhum anti-A, anti-B; anti-Rh+(#) Doa para A, AB; + A, AB; +/- B, AB; + B, AB; +/- AB; + AB; +/- A, B, AB, O; + A, B, AB, O; +/- Recebe de A, O; +/- A, O; - B, O; +/- B, O; - A, B, AB, O; +/- A, B, AB, O; - O; +/- O; - Já o chamado fator Rh depende só da presença ou ausência de uma pro- teína na superfície das hemácias (o fator Rh). Se você a tem, o seu sangue é Rh positivo; se não tem, é Rh negativo. Se você for Rh negativo, nunca foi exposto ao fator Rh. Assim, se exposto a esse fator, por exemplo, em uma transfusão, o seu corpo reagiria formando anticorpos. QE 50: Uma mulher com Rh- tem um filho com um homem Rh+. O fator Rh é dominante e, assim, o feto pode ser Rh+. Se colocarmos hemácias Rh+ em contato com sangue Rh- , nada ocorre, a não ser que o sangue Rh- seja proveniente de uma pessoa que já tenha tido contato com hemácias Rh+. Durante o parto, ocorre um contato entre o sangue da mãe e o do filho, devido a pequenas lesões no útero e placenta. Se essa criança for Rh+, uma próxima gestação de um feto Rh+ ficará comprometida: a mãe passa a produzir anticorpos contra o fator Rh, que matam novos fetos Rh+ logo no início da gestação, causando abortos naturais. Por outro lado, o sistema ABO não tem qualquer problema do tipo descrito, ou seja, por exemplo, uma mãe com sangue tipo A não destrói um feto tipo B, uma mãe tipo O não destrói um feto tipo AB etc., apesar de que, se colocarmos hemácias tipo B em contato com sangue tipo A, essas são destruídas por anticorpos presentes nesse segundo sangue, independentemente de contato prévio! Veja, nova- mente, a Tabela 1 para checar as demais incompatibilidades do sistema ABO. Essa dife- rença entre o que ocorre com o sistema Rh e o sistema ABO ilustra diferenças entre os tipos de anticorpos e de imunidade envolvidos nos processos. Você seria capaz de explicar isso melhor?   pode ser muito mais intenso e grave, deixando a pessoa de cama e em perigo de vida. Para todas as pessoas e para essas cujo quadro foi bem mais intenso, o grande problema que a doença oferece é a possibilidade de uma nova contami- nação: o risco de um quadro gravíssimo, chamado dengue hemorrágica, é mui- to maior numa segunda infecção. Isso tem a ver com a reação imunitária nessa segunda infecção. Você conseguiria relembrar o que estará diferente na resposta de defesa do organismo nesse caso e como isso poderia ser problemático? Bem, até aqui, o problema da dengue parece ser o de tratar os pacientes para que eles não morram. Obviamente, isso precisa ser feito para as pessoas afetadas. Mas isso não é suficiente. Não basta tratar as pessoas; é preciso impedir que elas sejam contaminadas. É aí então que entra a ação do governo e da sociedade para conter a doença. QE 51) O que você sugere que deveria ser feito pelos governos para reduzir o problema de saúde pública causado pela dengue? Qual seria a ação adequada da sociedade? Comente as várias formas de combate à dengue de que você já ouviu falar, explicando onde cada uma atua no ciclo de transmissão. O que você entende por um local que é um “foco potencial” dessa doença? Qual a relação que você faz entre a densidade demográfica de uma região (ou seja, a quantidade de pessoas numa determinada área), a densidade de Aedes aegypti e a dengue? Como uma região na qual não há a dengue poderia passar a ser um local com essa doença? Como você encara o problema da dengue a partir da definição de saúde da OMS? A SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou, do inglês, AIDS) é, hoje, uma preocupação mundial e é uma das importantes doenças sexual- mente transmissíveis da atualidade. A causa dessa doença é o vírus da imuno- deficiência humana (cuja sigla vem do inglês: HIV). As pessoas contaminadas tendem a desenvolver, após períodos de tempo va- riáveis, um quadro caracterizado por uma fragilidade das defesas do organismo contra infecções. O HIV destrói, entre outras células, os linfócitos T auxiliares. Você saberia explicar como isso prejudica o sistema de defesa do organismo? A AIDS é transmitida quando superfícies mucosas (como a boca, a vagina, o reto) entram em contato com secreções de uma pessoa contaminada. É por isso que o contato sexual, sem maiores cuidados, é uma fonte importantíssima de contágio. Outra maneira de haver o contágio é por meio de ferimentos com agulhas infectadas ou transfusões de sangue contaminado. Como você pode perceber, novamente, o simples tratamento dos doentes não é suficiente para conter a doença. A sociedade e o governo precisam tomar parte nesse controle. QE 52: O que se entende por “população de risco”? Faça uma pesquisa sobre as popu- lações que estão, hoje em dia, sob maior risco de contágio da AIDS (ou SIDA) e sobre as populações de risco há dez e vinte anos atrás. O que você nota? O que isso sugere a você? Quais as diferenças que você percebe que devam existir nas ações governa- mentais e da sociedade entre a dengue e a AIDS? Quais as semelhanças? Por que os usuários de drogas tornaram-se uma população de risco para a AIDS? Existem setores da sociedade que consideram que, para conter o avanço da AIDS entre os usuários de drogas, medidas enérgicas de repressão aos usuários e sua punição devem ser aplicadas. Outros setores buscam essa contenção por meio da distribuição gratuita de seringas e agulhas. O que você pensa a respeito de cada estratégia? O que você acha importante saber a respeito do exame de detecção de pessoas portadoras do HIV? Elabore uma estratégia para buscar diminuir o contágio sexual da AIDS.    PARASITISMO Vamos falar um pouco sobre parasitismo. Ele é um tipo de relação entre seres vivos em que a população de uma espécie (a parasita) se beneficia da interação mantida com uma outra espécie (o hospedeiro), que acaba sendo prejudicada. A partir desta definição, você classificaria o vibrião do cólera como um parasita? Dê uma olhada em seu material sobre Ecologia para res- ponder a essa pergunta. Nos seres humanos existem muitas doenças que são resultantes do parasitismo. Assim, entender o ciclo de vida do parasita passa a ser um impor- tante instrumento de saúde pública para sua prevenção e seu tratamento. Os parasitas mais famosos são os “vermes” (será que todo verme é um parasita?). Sabemos que alguns desses vermes parasitas apresentam apenas um hospedeiro em seu ciclo de vida. O caso típico é o da lombriga. Já a solitária necessita de duas espécies de hospedeiro para completar seu ciclo. No primeiro (geralmente gado e porcos), ocorre a eclosão dos ovos e o desen- volvimento das larvas (cisticercos). No segundo hospedeiro ocorre o desenvol- vimento da forma adulta. Os ovos da solitária podem estar no solo e contami- nar a vegetação, inclusive alimentos ingeridos pelo ser humano. Sabendo dis- so, faça uma revisão sobre o ciclo da solitária e responda: é possível o ser humano fazer o papel do porco? É possível o porco fazer o papel do ser humano? Aproveite a hora e responda a Pergunta 53. QE 53: Faça uma pesquisa sobre as doenças que estão na primeira coluna da tabela abaixo e procure relacionar as demais colunas com os elementos da primeira. Veja a Figura 12 para conhecer alguns desses agentes. Doença Malária Mal de Chagas Cólera Esquistossomose Teníase (solitária) Ascaridíase Agente causador Tr ypanossoma cruzi Ascaris lumbri- coides (lombriga) Taenia sp. (solitá- ria) Plasmodium sp. Vibrio cholerae Schistosoma sp. Grupo Bactéria Protozoário Nematódeo (verme) Protozoário Trematódeo (verme) C e s t ó i d e (verme) Locais afetados Intestino delgado Intestino delgado Vasos sanguíneos do trato digestório Coração, esôfago e intestino grosso Intestino delgado Hemácias e células hepáticas Modo de contágio Picada por “barbeiro” (inseto hemíptero) Ingestão de água contaminada Nadar em lagoas ha- bitadas por caramujos infectados Ingestão de carnes mal-cozidas (boi ou porco) com cisticerco Picada por Anopheles (mosquito) contami- nado Ingestão de ovos de lombriga (verduras mal lavadas, terra, etc.) Sintomas Quadro inespecífico gastrointestinal Febre terçã ou quartã Pneumonia, sintomas gastrointestinais ines- pecíficos Insuficiência do cora- ção, dificuldades no trânsito do bolo ali- mentar no trato diges- tório Diarréia intensa Insuficiência hepática, ascite (barriga d’água) MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Imagine-se na situação de um casal que mantém relações sexuais mas que não quer ter filhos. Eles perguntam a você se o mais aconselhável é o uso de   preservativos ou pílula. O que você responderia? Será que existem somente esses métodos para evitar uma gestação? De fato, existem vários métodos para se evitar uma gravidez não programada. A gravidez se inicia com a fecundação do óvulo da mulher por um espermatozóide do homem, o que origina o embrião que resultará no feto e se tornará o bebê. Tendo isso em mente, você saberia explicar como funciona o preservativo (a “camisinha”)? Você sabia que existe a “camisinha” para mulheres? Para entender como funciona a pílula anticoncepcional, é preciso que você revise seus conhecimentos acerca do ciclo menstrual. Feito isso, você saberá como ocorre a ovulação. Um tipo de pílula anticoncepcional é composta por estrógenos; e existem, hoje em dia, pílulas bem mais elaboradas que as so- mente de estrógenos. Muitas “imitam” o ciclo hormonal feminino, com a fase estrogênica e a progestagênica, o que torna mais natural a vida da mulher que opta por este método contraceptivo. Entretanto, o uso das pílulas ainda traz o risco aumentado de certas doenças para quem as utiliza, o que quer dizer que elas devem ser sempre empregadas sob orientação médica. Bem, e afinal, existem outros métodos contraceptivos? QE 54: Sabendo essa composição, como você explica o funcionamento da pílula anti- concepcional? O que as pílulas procuram impedir que ocorra? Você já ouviu falar no DIU (dispositivo intra-uterino)? Ele é uma peça coloca- da, por um médico, dentro do útero, em contato com o endométrio. A presença do DIU atrapalha a implantação do óvulo fecundado, o que dificulta a instalação de uma gestação. Já o diafragma é uma tela impermeável colocada na entrada do útero, na junção deste órgão com a vagina. Recomenda-se o uso do diafragma em conjunto com alguma pomada espermicida (que mata espermatozóides). Você saberia explicar o funcionamento desse tipo de contraceptivo? Suponha, entretanto, que o casal não disponha de recurso algum para evi- tar a gestação, a não ser evitar ter relações sexuais em alguns períodos. Procu- re rever qual é a vida média de um óvulo e de um espermatozóide. Com base nessas informações, é possível se tentar elaborar uma tabela de datas. Esse tipo de método contraceptivo é conhecido como “tabelinha”. Você o conside- ra confiável? Por quê? QE 55: Conhecendo o ciclo menstrual,você seria capaz de sugerir qual o período mais propício para que a mulher engravide caso ela tenha relações sexuais? Cada um dos métodos contraceptivos pode apresentar vantagens e des- vantagens no seu uso e escolha. Assim, o mais adequado dependerá de carac- terísticas de cada pessoa e de cada casal. DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – DSTS Como já diz o próprio nome, essas são enfermidades nas quais o agente causador é transmitido por meio das relações sexuais. A grande maioria das DSTs são causadas por microorganismos ou vírus. Entretanto, você sabia que o chato (pediculose púbea) é uma DST causada por um artrópode parente próximo do piolho? Muitas das DSTs apresentam sinais e sintomas relacionados aos órgãos sexuais, tanto masculinos quanto femininos. Nestes casos, podem ser diag- nosticadas pelo reconhecimento de alguns sinais que aparecem na vagina, no pênis ou no ânus. Esses sinais variam bastante, dependendo da doença. Po- Anotações Anotações Anotações
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