Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Exercício e Atividade Física na Terceira Idade: Benefícios e Recomendações, Manuais, Projetos, Pesquisas de Educação Física

Este documento aborda a importância da atividade física na terceira idade, sua relação com a prevenção de doenças crônicas e a promoção da saúde. São apresentadas pesquisas sobre os padrões de atividade física em idosos, as barreiras à prática de exercícios e as recomendações da organização mundial da saúde e do programa agita são paulo. Além disso, são discutidos os benefícios do exercício em termos de melhoria da capacidade física, redução do risco de mortalidade e aumento da longevidade.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 15/08/2010

thayse-cruz-4
thayse-cruz-4 🇧🇷

4 documentos

1 / 12

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Exercício e Atividade Física na Terceira Idade: Benefícios e Recomendações e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Educação Física, somente na Docsity! 2 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 ARTIGO DE REVISÃO Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos Sandra Mahecha Matsudo1,2, Victor Keihan Rodrigues Matsudo2 e Turíbio Leite Barros Neto3 M 1. Coordenadora do Projeto Longitudinal de Envelhecimento e Aptidão Fí- sica de São Caetano do Sul. 2. Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul – Celafiscs. 3. Cemafe – Escola Paulista de Medicina – Unifesp. Recebido em: 15/10/2000. Aceito em: 22/12/2000. Endereço para correspondência: Avenida Goiás, 1.400 09521-300 – São Caetano do Sul, SP E-mail: celafiscs@celafiscs.com.br INTRODUÇÃO A relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e envelhecimento vem sendo cada vez mais discutida e ana- lisada cientificamente. Atualmente é praticamente um con- senso entre os profissionais da área da saúde que a ativida- de física é um fator determinante no sucesso do processo do envelhecimento. É o objetivo desta revisão estabelecer os principais fatores determinantes do nível de atividade física durante o envelhecimento e os benefícios do estilo de vida ativo na prevalência de doenças crônicas não trans- missíveis, na mortalidade e na manutenção da capacidade funcional durante esse processo. Alguns dos conceitos que serão utilizados ao longo da discussão dos assuntos aqui tratados têm sido adequada- mente definidos e compilados pelos melhores especialis- tas da área, que em reunião especial chegaram a alguns consensos1. Dentre aqueles, os conceitos que merecem es- pecial atenção são: a) Atividade física: definida como qualquer movimento corporal produzido em conseqüência da contração muscu- lar que resulte em gasto calórico. b) Exercício: definido como uma subcategoria da ativi- dade física que é planejada, estruturada e repetitiva; resul- tando na melhora ou manutenção de uma ou mais variá- veis da aptidão física. c) Aptidão física: é considerada não como um compor- tamento, mas uma característica que o indivíduo possui ou atinge, como a potência aeróbica, endurance muscular, for- ça muscular, composição corporal e flexibilidade. Desta forma poderíamos também considerar a própria definição dos autores1, de epidemiologia da atividade físi- ca, como a parte da epidemiologia que se preocupa com: a) a associação entre os comportamentos da atividade físi- ca e a doença; b) a distribuição e determinantes dos com- portamentos da atividade física em populações específi- cas; e c) a associação entre atividade física e outros com- portamentos. Nível de atividade física, barreiras e motivação nos adul- tos de maior idade Dentre essas associações propostas pela epidemiologia da atividade física, têm surgido pesquisas tentando estabe- lecer o padrão do nível de atividade física em diferentes populações de indivíduos de maior idade. Em 1994, Cas- persen et al.1 compilaram informação de cinco grandes le- vantamentos realizados na população do sexo masculino maior de 65 anos da Inglaterra, Estados Unidos e Holanda. De acordo com aquelas pesquisas, a caminhada foi uma das atividades mais realizadas, variando de 38% a 72%, seguida pela jardinagem, que foi prevalente entre 37% e 67%. Já atividades como correr, trotar, jogar tênis e golfe foram realizadas por menos que um em cada dez indiví- duos. Dados provenientes de 2.783 homens e 5.018 mulheres maiores de 65 anos de idade da Pesquisa Nacional de Saú- de dos Estados Unidos de 19902 determinaram a prevalên- cia de atividade física regular, que naquele estudo foi defi- nida como a participação em atividades físicas no tempo livre por três ou mais vezes por semana e por mais de 30 minutos nas últimas duas semanas. Com esses parâmetros os autores encontraram uma prevalência de atividade físi- ca regular de 37% no sexo masculino e 24% no sexo femi- nino. Mais uma vez, conforme os dados apresentados an- teriormente, as atividades mais comumente realizadas fo- ram a caminhada (69% dos homens e 75% das mulheres) e a jardinagem (45% dos homens e 35% das mulheres). O processo de avaliação diagnóstica do Programa Agita São Paulo realizado na Região Metropolitana e no Interior do Estado de São Paulo determinou o nível de conheci- mento, barreiras e facilitadores à prática da atividade físi- ca em uma amostra de mais de 2.000 indivíduos maiores de 50 anos. De acordo com os dados encontrados por An- drade et al.3, constatou-se que as barreiras mais freqüentes para ambos os sexos em cidades pequenas do Interior do Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 3 Estado foram: a) falta de equipamento; b) necessidade de repouso; c) falta de local; d) falta de clima adequado; e e) falta de habilidade. Quando analisamos as barreiras na Capital e nas cidades da Região Metropolitana encontra- mos que as barreiras mais freqüentemente citadas foram: a) falta de equipamento; b) falta de tempo; c) falta de co- nhecimento; d) medo de lesão; e e) necessidade de repou- so. Foi claramente evidenciado que as barreiras diferem segundo o sexo e o tamanho da cidade, como também são barreiras ligadas à condição de saúde e à vontade do indi- víduo. No entanto, eram barreiras que poderiam ser supe- radas com a divulgação das novas mensagens de promo- ção da atividade física, que mostram como não há necessi- dade de equipamento, local, habilidade ou conhecimento para uma pessoa ser regularmente ativa. Considerando os agentes facilitadores no ambiente para o envolvimento regular com a atividade física os dados de Andrade et al.3 revelaram que, em ordem de prioridade, as pessoas maiores de 50 anos de idade realizavam atividade física por causa de indicação de: Sexo feminino: 1) Orientação médica (38,3%) 2) Amigos (33,3%) 3) Familiares (10,4%) 4) Procura por companhia (10,4%) 5) Colegas de trabalho (4,2%) 6) Programa Agita São Paulo (3,3%) Sexo masculino: 1) Orientação médica (50,3%) 2) Amigos (25,8%) 3) Procura por companhia (7,0%) 4) Programa Agita São Paulo (7,0%) 5) Familiares (6,3%) 6) Colegas de trabalho (3,5%) Os dados claramente evidenciam a relevância do profis- sional da saúde, particularmente do médico, como vetor para o envolvimento regular com a atividade física nessa faixa etária. De forma similar, Yusuf et al.2 ressaltaram a importância da orientação médica sobre o nível de prática de atividade física de adultos e idosos como uma forma não só da prevenção primária das doenças crônicas, mas também da prevenção secundária em pacientes com doen- ças cardiovasculares e outras enfermidades. Como parte de um estudo longitudinal de envelhecimento e aptidão física, Satariano et al.4 investigaram em 2.046 indivíduos maiores de 55 anos as barreiras para a prática da atividade física no tempo livre e encontraram que as mulheres reportaram mais barreiras para a prática do que os homens e as razões médicas incrementaram com a ida- de. As diminuições na velocidade de andar e sintomas de depressão figuram entre as razões não médicas citadas como obstáculos em homens e mulheres. Entre as primeiras cin- co barreiras para a prática da atividade física nas mulheres foram citadas: a) a falta de companhia; b) a falta de inte- resse (mais comum nas mulheres de 65 a 74 anos); c) a fadiga; d) problemas de saúde; e e) a artrite. Nas mulheres maiores de 75 anos de idade problemas de saúde e funcio- nais, como medo às quedas, foram as principais barreiras mencionadas. Esses dados são similares aos já previamen- te reportados por Andrade et al.3 no levantamento feito no Estado de São Paulo. Desta forma a promoção da ativida- de física na terceira idade deve levar em consideração a falta de companhia e a falta de interesse, principais barrei- ras citadas, no momento de estabelecer políticas de saúde pública. O nível de conhecimento em relação ao novo padrão da atividade física para a promoção da saúde mostrou ter um comportamento diferente de acordo com o sexo e o local analisado5. De acordo com o CDC/ACSM6 o novo paradig- ma da atividade física para a promoção da saúde recomen- da que os indivíduos devem realizar atividade física de in- tensidade moderada, por pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da semana, de preferência todos, de forma contínua ou acumulada. Este diagnóstico foi rea- lizado mediante a elaboração de um questionário aplicado em diversas cidades do Estado. Nas cidades pequenas o padrão de conhecimento sobre o novo paradigma da ativi- dade física foi positivo em 32% da população feminina e em 35% da masculina. De forma similar, 36% das mulhe- res e 31% dos homens consideraram que a atividade física deveria ser feita de três a quatro vezes por semana e por mais de 30 minutos por sessão. Na Região Metropolitana e grandes cidades do Estado, o padrão foi relativamente me- lhor: praticamente 40% das mulheres e 51% dos homens responderam de acordo com o novo paradigma. Mas os dados mais interessantes foram encontrados na relação entre o nível de conhecimento e o nível de ativida- de física da população idosa7. Nos dados das cidades mais populosas, menos de 23% daqueles que tinham conheci- mento do novo paradigma praticavam atividade física de acordo com essas novas recomendações. Entre 25% (sexo masculino) e 32% (sexo feminino) deles eram irregular- mente ativos, enquanto 48% das mulheres e 53% dos ho- mens eram sedentários. Nas cidades menores os dados são mais preocupantes: somente 14% dos indivíduos que têm conhecimento do novo paradigma praticam atividade físi- ca de acordo com estas recomendações. No sexo feminino, 34% eram irregularmente ativas e 41% sedentárias. No 6 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 incorpore exercícios específicos de flexibilidade e equilí- brio. Apesar de ser uma arte marcial chinesa milenar, que en- coraja a concentração mental e o controle dos movimentos corporais, foi somente nos últimos anos que começaram a surgir as primeiras publicações científicas sobre os efeitos do tai chi chuan na aptidão física e capacidade funcional do idoso. Essa atividade representa uma alternativa de ati- vidade efetiva e funcional, particularmente para os idosos que freqüentemente estão em risco por causa de alguns problemas associados ao envelhecimento, como artrite, dis- função neurológica, declínio geral do equilíbrio, coorde- nação e função locomotora. Isso se deve a sua natureza de respeito ao ritmo da própria pessoa, não estressora e não competitiva, assim como sua habilidade de economizar tem- po, espaço e equipamento26. As evidências científicas têm mostrado efeitos benéficos significativos da prática regu- lar do tai chi chuan no equilíbrio e nos movimentos suaves dos braços27, no consumo máximo de oxigênio, na flexibi- lidade toracolombar, na força muscular de extensão e da flexão do joelho28, assim como na função cardiorrespirató- ria de pacientes com cirurgia de revascularização cardía- ca29. No nosso grupo de pesquisa, Oliveira et al.30 analisa- ram os efeitos de três meses de um programa de tai chi chuan praticado uma vez só por semana e mesmo assim verificaram efeitos significantes na diminuição de gordura corporal e no aumento da força muscular dos membros in- feriores, equilíbrio e flexibilidade do tronco. Os mesmos autores31 analisaram o efeito de um período de 12 semanas de destreinamento na aptidão física do mesmo grupo, não encontrando diferenças significativas nas variáveis anali- sadas no período. No entanto, os efeitos benéficos do tai chi chuan têm sido demonstrados também em variáveis relacionadas à saúde, como é o caso do estudo realizado por Young et al.32 com idosos sedentários hipertensos, encontrando uma redução estatisticamente significante na pressão arterial sis- tólica e diastólica. O conjunto de informações científicas recentes permite concluir que o tai chi chuan pode ser uma grande alternativa em termos de saúde pública para con- trolar ou reduzir a pressão arterial, assim como para me- lhorar outras variáveis da aptidão física relacionadas à saúde e à qualidade de vida de indivíduos idosos. Promoção do estilo de vida ativo Os programas de promoção da atividade física na comu- nidade para indivíduos acima de 50 anos de idade têm cres- cido em popularidade nos últimos anos. Considerando as novas propostas internacionais de atividade física como forma de promover saúde na população, surgiu o Progra- ma Agita São Paulo, que tem como objetivo aumentar o nível de conhecimento da população sobre os benefícios da atividade física e aumentar o nível de atividade física da população do Estado de São Paulo33. Um dos focos princi- pais do programa é a população da terceira idade e a pro- posta de prescrição de atividade para essa população é rea- lizar atividades físicas de intensidade moderada, por pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da se- mana, se possível todos, de forma contínua ou acumulada. O mais importante deste novo conceito é que qualquer ati- vidade da vida cotidiana é válida e que as atividades po- dem ser realizadas de forma contínua ou intervaladas, ou seja, o importante é acumular durante o dia 30 minutos de atividade34. Uma das mais relevantes contribuições feitas nos últi- mos anos pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva na área da atividade física e o envelhecimento tem sido o recente posicionamento oficial sobre exercício e atividade física para o idoso23. Os mais renomados especialistas da área concluem que: a) participação em um programa de exercício regular é uma modalidade de intervenção efetiva para reduzir e/ou prevenir alguns dos declínios associados com o envelhecimento; b) o treinamento aeróbico é efetivo para manter e melhorar as funções cardiovasculares e, por- tanto, o desempenho físico, assim como tem um papel fun- damental na prevenção e tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas, contribuindo para aumentar a ex- pectativa de vida. O treinamento de força, por sua parte, está relacionado, de acordo com os autores, com a com- pensação na perda da massa e força muscular, melhorando a capacidade funcional e conseqüentemente a qualidade de vida. Os autores recomendam naquele documento ênfase ao treinamento do equilíbrio (embora as evidências científi- cas neste aspecto não sejam ainda suficientes), trabalhan- do com posturas progressivamente mais difíceis que redu- zem a base de apoio, que necessitem de movimentos dinâ- micos que ativem o centro de gravidade e estresse de gru- pos musculares posturalmente importantes. No idoso frá- gil ou debilitado, no entanto, a prescrição mais difícil é a do treinamento aeróbico devido à presença de algumas condições clínicas, como desordens do andar, artrite, de- mência, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos e dos pés, incontinência e alterações visuais. Nessas cir- cunstâncias a prioridade é o treinamento de força e do equi- líbrio que garantam as condições para iniciar um progra- ma de caminhada. Nos casos em que esta atividade não seja possível, podem ser recomendadas atividades como ergômetro de braços, de pernas ou exercícios sentados den- tro da água. Neste sentido, um ponto em comum entre esse posicionamento oficial ou de outros pesquisadores da área24,36,37 como também da nossa própria visão da ativida- Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 7 de física para os indivíduos idosos são as variáveis que devem ser priorizadas para prescrever atividade física na terceira idade para manter a independência funcional do indivíduo: a) força muscular; b) equilíbrio; c) potência aeró- bica; d) movimentos corporais totais; e e) por último, mas não menos importante, as mudanças do estilo de vida, sem as quais não acreditamos que seja possível manter na tota- lidade a capacidade funcional do idoso. Atividade física, mortalidade e longevidade Um dos aspectos mais fascinantes que tem sido motivo de várias pesquisas é a relação entre o exercício, atividade física e a longevidade. Alguns dados obtidos com atletas mostraram que, apesar de não continuarem realizando ati- vidade física de forma sistemática, eles possuem maior capacidade física (VO2 máx.) do que seus companheiros não-atletas sedentários, possivelmente pelos altos padrões de atividade de lazer destes ex-atletas38. A partir dos tradi- cionais estudos realizados por Paffenbarger39 com o segui- mento de aproximadamente 16.000 ex-alunos de Harvard por 16 anos, foi observado que os indivíduos que pararam de praticar esportes tiveram 35% de incremento no risco de morte sobre aqueles que continuaram sedentários, pro- vavelmente porque as condições pré-mórbidas causaram diminuição da atividade e morte precoce. Porém, aqueles que começaram a praticar esportes experimentaram um índice 21% menor de morte que aqueles habitualmente sedentários. Aqueles que se tornaram mais vigorosos ex- perimentaram um índice 28% menor de morte que aqueles que sempre se mantiveram vigorosos, um índice 37% me- nor que os que nunca fizeram exercícios vigorosos. Com a mesma amostra dividida em três grupos de acordo com a energia gasta em atividades como caminhar, subir escadas e praticar esportes, o autor achou um incremento na ex- pectativa de vida maior nos indivíduos que eram mais jo- vens quando entraram no estudo e como também nos mais ativos (2.000cal/sem), quando comparados com os menos ativos (500kcal/sem) e moderadamente ativos (501- 1.999kcal/sem). Quando os mais ativos foram comparados com os menos ativos, o aumento na expectativa de vida foi em média de 2,51 anos para indivíduos de 35-39 anos de idade no início do estudo e de 0,42 anos nos indivíduos de 75-79 anos. Um dado também interessante foi o fato de que a percentagem de indivíduos maiores de 80 anos foi maior nos indivíduos mais ativos (69,7%) do que nos me- nos ativos (59,8%). Em estudo similar publicado na mesma época, Blair et al.40, analisando uma amostra de mais de 13.000 homens e mulheres seguidos durante oito anos, encontraram, como Paffenbarger39, uma associação inversa forte, gradativa e consistente entre aptidão física e mortalidade em homens e mulheres. Foram observadas menores taxas de mortali- dade total, assim como por doenças cardiovasculares e cân- cer em indivíduos com melhores níveis de condicionamento físico. Alguns anos depois, utilizando a mesma amostra dos alunos de Harvard do estudo de Paffenbarger, Lee et al.41 analisaram em indivíduos do sexo masculino as asso- ciações entre a atividade física vigorosa e não vigorosa com a longevidade. Evidenciaram nesse caso que a relação in- versa entre a atividade física e longevidade somente foi encontrada com as atividades físicas vigorosas (> 6 MET: taxa metabólica de repouso). Por outro lado, dados provenientes de uma amostra de mulheres suecas avaliadas em um intervalo de 20 anos42 evidenciaram que a diminuição nos níveis de atividade fí- sica, assim como baixos níveis iniciais de atividade física, foram um forte fator de risco de mortalidade. Assim, os autores sugerem que a manutenção de um adequado nível de atividade física é um importante fator de promoção da saúde na população idosa. Um dos maiores estudos feitos com mulheres foi o realizado com 40.417 pós-menopáusi- cas43 seguidas por sete anos. Foi encontrado que aquelas que reportaram atividade física regular tiveram um risco significativamente menor de morte (30%) quando compa- radas com as mulheres que não reportaram atividade físi- ca. O menor risco de morte foi evidente tanto para o risco por doenças cardiovasculares como por enfermidades res- piratórias, sendo menor quanto maior o nível de atividade física. Um fato interessante encontrado naquele estudo e que não corrobora outros autores aqui expostos foi que o bene- fício também se observou entre aquelas mulheres que reali- zavam atividades físicas moderadas uma vez por semana. Dois dos autores mais reconhecidos nesta área, Paffen- barger e Lee, realizaram em 199644 uma das mais extensas revisõ es sobre a relação entre atividade física, aptidão fí- sica e longevidade, analisando criticamente cada uns dos trabalhos feitos até então nesta área do conhecimento. De acordo com os dados apresentados pelos autores, os sujei- tos com altos níveis de atividade física e aptidão física ex- perimentaram menor risco de doenças cardiovasculares e viveram mais (em torno de dois anos) assim como aqueles que adotaram um estilo de vida ativo. No entanto, a maio- ria destes dados provém de estudos observacionais e não randomizados. Outros estudos analisados pelos autores mostraram que a atividade física também tem um impacto positivo em variáveis intermediárias, como a pressão arte- rial, o perfil de lipoproteínas e a tolerância à glicose, que influenciam a saúde e a longevidade. De forma similar, Farrell et al.45, com 25.341 pacientes do sexo masculino seguidos em média por 8,4 anos e classificados em três níveis de condicionamento físico (alto, médio e baixo), ob- servaram uma forte associação inversa entre o nível de 8 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 condicionamento e mortalidade por doenças cardiovascu- lares em indivíduos sem outros fatores de risco (fumo, co- lesterol e pressão arterial elevadas), mas também em indi- víduos fumantes e com colesterol elevado. Não foram en- contradas associações em hipertensos ou sujeitos com dois ou mais fatores de risco. Dando continuidade à análise da mais importante fonte de dados sobre fatores de risco, mortalidade e longevidade (os alunos de Harvard analisados consecutivamente nos anos 60, 70, 80 e 90), foram avaliados46 os dados das taxas de mortalidade; encontrou-se que os homens que caminha- ram menos de 15km por semana, subiram menos de 20 andares por semana ou não participaram em esportes mo- deradamente vigorosos tiveram 10%, 20% e 38% maior risco de morte, respectivamente, do que aqueles indivíduos que realizaram estas atividades em uma intensidade maior de 4,5 MET. Para explorar a hipótese de que as mudanças favoráveis na atividade física poderiam melhorar a quali- dade de vida e retardar a mortalidade, os autores analisa- ram essas mudanças nos alunos e encontraram reduções evidentes na mortalidade com o incremento no nível de atividade física e aumentos gradativos na mortalidade com a diminuição no nível de atividade física. Segundo os cál- culos feitos, o ganho em expectativa de vida pela mudança do estilo de vida ativo foi de 1,5 ano. Conclusões similares foram feitas por Kushi et al.43 com mulheres, em que o incremento no nível de atividade física, ou seja, aquelas que nunca ou raramente se engajavam em atividade física regular e que passaram a fazer atividade pelo menos qua- tro vezes por semana, foi associado significativamente com uma redução no risco de morte. Evidências epidemiológicas mais recentes47 em 5.567 homens de 40 a 59 anos de idade sustentam mais uma vez que o hábito de realizar atividades físicas leves ou mode- radas reduz a taxa de mortalidade total e a de mortalidade por causa cardiovascular em homens de idade avançada. Já com dados de uma amostra bem menor, Sihvonen et al.48 evidenciaram decréscimo no nível de atividade física entre os 75 e 80 anos de idade e uma associação signifi- cante entre atividade física e melhor sobrevivência no gru- po de mulheres de 80 anos e dos homens de 75 anos. De forma similar, os achados de um grupo de homens segui- dos por 12 anos49 demonstraram que as taxas de mortalida- de foram quase duas vezes superiores nos homens que ca- minhavam menos de 1,6km por dia, do que naqueles que andavam mais do que 3,2km diários. A distância caminha- da nesse caso permaneceu inversamente relacionada à mortalidade, mesmo quando ajustada a outras medidas de atividade e outros fatores de risco. De acordo com os da- dos de um dos últimos estudos realizados com os ex-alu- nos de Harvard, Lee e Paffenbarger50 verificaram em uma amostra de 13.485 homens que a distância caminhada e as escadas subidas predisseram a longevidade independente- mente, mas as atividades leves não foram associadas com menores taxas de mortalidade. No entanto, os autores con- cluem que parece ser que as atividades físicas de alguma forma são benéficas e as vigorosas claramente predizem taxas baixas de mortalidade. Em estudo mais recente, Lee et al.51 utilizaram uma coorte prospectiva de 13.905 ho- mens do tradicional estudo de alunos de Harvard para ve- rificar a associação entre atividade física e risco de câncer. Ajustando os resultados para idade, fumo e índice de mas- sa corporal, atividades como caminhar, subir escadas e rea- lizar atividades físicas de intensidade moderada (mais de 4,5 MET) foram inversamente relacionadas com o risco de câncer de pulmão. No entanto, esta associação não foi en- contrada com as atividades leves. Desta forma, os dados indicam que provavelmente seis a oito horas por semana de atividade física de intensidade moderada podem signi- ficativamente diminuir o risco de câncer de pulmão em ho- mens. Esses dados trazem uma nova perspectiva, pois até então essa associação não tinha sido verificada. Estudos longitudinais mais recentes têm verificado a associação entre atividade física e risco de doenças cardio- vasculares, principal causa de mortalidade na população52,53. A caminhada mostrou novamente ser um fator protetor importante de risco de doenças cardiovasculares52. Embo- ra não tenha sido encontrada uma associação entre a ativi- dade física total (gasto energético total caminhando, su- bindo escadas e praticando esportes) e o risco de doenças cardiovasculares em mulheres, caminhar dez ou mais quar- teirões por dia (em torno de 9,7km por semana) foi asso- ciado com uma diminuição de 33% no risco. De forma si- milar, Mensink et al.53, estudando aproximadamente 11.000 homens e mulheres de 50 a 69 anos de idade, encontraram que os níveis atualmente recomendados de atividade física (cinco ou mais vezes e 3,5 horas ou mais por semana) fo- ram associados com menor prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão arterial e aumento do índice de massa corporal. Relevantes dados epidemiológicos em relação à ativida- de física e o risco de acidente vascular cerebral (AVC) fo- ram recentemente publicados por Evenson et al.54, mos- trando que a prevalência deste problema foi maior nos in- divíduos classificados em menor nível de atividade física realizada, como esporte, no trabalho e no tempo livre. Mas essa relação foi considerada como fraca pelos autores. Por outro lado, analisando prospetivamente a relação entre ati- vidade física e acidente vascular cerebral (AVC), Hu et al.55, seguindo durante oito anos mais de 72.000 enfermeiras de 40 a 65 anos de idade, mostraram valores mais consisten- tes de associação entre essas duas variáveis. O incremento Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 11 rosas por seis semanas a 10 anos mostraram ter um melhor equilíbrio do que mulheres sedentárias da mesma idade. Na mesma revisão65 os autores analisaram o efeito do exer- cício na velocidade de andar com o envelhecimento. O exer- cício aeróbico e o treinamento de força têm mostrado um impacto positivo na amplitude de passada em homens ido- sos. No entanto, o exercício não influencia a velocidade de andar nos indivíduos idosos, exceto em um passo muito lento. Os autores apresentam evidências de que programas de exercício de cinco anos têm mostrado melhora na fle- xão e na rotação do quadril em mulheres de 50 a 71 anos. Provavelmente, além do exercício aeróbico e do treinamento de força, seja necessário um programa de treinamento es- pecífico da velocidade de andar para conseguir melhoras significantes nessa variável no indivíduo que está envelhe- cendo. DISCUSSÃO As evidências epidemiológicas apontam para um decrés- cimo do nível de atividade física com o aumento da idade cronológica, tornando o sedentarismo um fator de risco de morbidade e mortalidade durante o processo de envelheci- mento. Os dados apontam que as barreiras para a prática de atividade física regular na terceira idade são facilmente superáveis e que estratégias de políticas públicas de saúde podem ser implantadas para superar a falta de equipamen- to, a falta de tempo e de conhecimento que são apontadas como as barreiras mais comuns. Dessa forma, é possível encorajar a adoção de um estilo de vida ativo durante o envelhecimento, sensibilizando a população sobre a possi- bilidade de ser fisicamente ativo sem precisar ter muito tempo e habilidades, conhecimentos ou equipamentos es- pecíficos. Do mesmo modo, as evidências enfatizam o pa- pel do médico e da família como agentes facilitadores para a prática regular da atividade física nesta etapa da vida. Neste aspecto é fundamental considerar as observações realizadas recentemente por Christmas e Andersen66, que sugerem para os profissionais da área da saúde, especial- mente os médicos, estratégias específicas para abordar e motivar o paciente idoso sedentário levando em considera- ção o padrão de atividade física do indivíduo durante a vida e seus interesses, assim como o nível de atividade fí- sica nos três últimos meses, o nível de interesse e motiva- ção para o exercício e as preferências sociais para a prática da atividade física regular. Para reforçar e conseguir suces- so os autores recomendam que a prescrição da atividade física seja realizada por escrito, levando em conta o tempo disponível para realizar atividade física, o desejo do pa- ciente, os equipamentos e as facilidades disponíveis, lem- brando as comorbidades que podem afetar o desempenho para realizar atividade física e, o mais importante, ser esti- mulada como um hábito para o resto da vida. A avaliação médica, no entanto, deve ser utilizada com critérios espe- cíficos para converter esta ferramenta em mais uma barrei- ra para a prática da atividade física. O último posiciona- mento a este respeito de um dos maiores especialistas da área, Shephard67, aponta claramente, com fortes evidên- cias epidemiológicas, que o idoso que deseja realizar ati- vidades físicas leves ou moderadas deve ser encorajado a se envolver regularmente sem uma avaliação médica espe- cial, já que é desnecessária e um fator desmotivante. Devi- do às claras e fortes evidências epidemiológicas de que o estilo de vida ativo é um fator fundamental na prevenção, tratamento e controle das doenças crônicas não transmissí- veis, a promoção da atividade física regular deve ser pro- movida nesta população com políticas claras e estratégias de implementação recentemente descritas por S. Matsudo e V. Matsudo68. As políticas públicas devem promover na população o estímulo à adoção da recomendação atual da atividade física, encorajando os indivíduos de todas as ida- des, mas em especial os maiores de 50 anos, a realizar pelo menos 30 minutos de atividade física moderada por dia, na maior parte dos dias, de forma contínua ou acumulada. Es- tas estratégias devem enfatizar a não obrigatoriedade da avaliação médica (com exceção dos casos sintomáticos) ou da participação em programas estruturados ou supervi- sionados para a adoção de um estilo de vida ativo como mecanismo de promoção da saúde. CONCLUSÕES As evidências epidemiológicas apresentadas nos permi- tem concluir que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo de envelhe- cimento. A atividade física deve ser estimulada não somente no idoso, mas também no adulto, como forma de prevenir e controlar as doenças crônicas não transmissíveis que apa- recem mais freqüentemente durante a terceira idade e como forma de manter a independência funcional. As atividades que devem ser mais estimuladas são as atividades aeróbi- cas de baixo impacto, mas preferencialmente o exercício com pesos, para estimular a manutenção da força muscu- lar dos membros superiores e inferiores, deve ser a priori- dade no idoso. Da mesma forma, o equilíbrio e os movi- mentos corporais totais devem fazer parte dos programas de atividade física na terceira idade. As evidências suge- rem que a atividade física regular e o estilo de vida ativo têm um papel fundamental na prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, especialmente aque- las que se constituem na principal causa de mortalidade: as doenças cardiovasculares e o câncer. Mas, além disto, a 12 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 atividade física está associada também com uma melhor mobilidade, capacidade funcional e qualidade de vida du- rante o envelhecimento. É importante enfatizar, no entan- to, que tão importante quanto estimular a prática regular da atividade física aeróbica ou de fortalecimento muscu- lar, as mudanças para a adoção de um estilo de vida ativo no dia-a-dia do indivíduo são parte fundamental de um en- velhecer com saúde e qualidade. REFERÊNCIAS 1. Caspersen CJ, Kriska AM, Dearwater SR. Physical activity epidemiolo- gy as applied to elderly populations. Baillieres Clin Rheumatol 1994;8: 7-27. 2. Yusuf HR, Croft JB, Giles WH, Anda RF, Casper ML, Caspersen CJ, Jones DA. Leisure-time physical activity among older adults. Arch In- tern Med 1996;156:1321-6. 3. Andrade EL, Matsudo SMM, Matsudo VKR, Araújo TL, Andrade DR, Oliveira LC, Figueira AJ. Barriers and motivational factors for physical activity adherence in elderly people in developing country [abstract]. Med Sci Sports Exerc 2000;33(Supl 7):141. [Presented at 47th American College of Sports Medicine Annual Meeting; 2000 Mai 31-Jun 3; India- napolis (Indiana)]. 4. Satariano WA, Haight TJ, Tager IB. Reasons given by older people for limitation or avoidance of leisure time physical activity. J Am Geriatr Soc 2000;48:505-12. 5. Andrade EL, Matsudo SMM, Matsudo VKR, Araújo TL, Andrade DR, Figueira Jr. AJ, Oliveira LC. Nível de atividade física de adultos acima de 50 anos de idade do Estado de São Paulo. In: Anais XXII Simpósio Internacional de Ciências do Esporte; 1999 out 7-10. São Paulo, Brasil. Celafiscs, 1999:125. 6. Pate R, Pratt M, Blair SN, Haskell W, Macera CA, Bouchard C, et al. Physical activity and public health: a recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA 1995;273:402-7. 7. Matsudo SM, Andrade EL, Matsudo VK, Araújo TL, Andrade DR, Fi- gueira AJ, Oliveira LC. Nível de atividade física em relação ao grau de conhecimento do novo paradigma da atividade física em indivíduos maiores de 50 anos. In: Anais II Congresso Brasileiro de Atividade Físi- ca e Saúde; nov 24-26. Florianópolis, Brasil. NuPAF, 1999:85. 8. Oyama ER, Oliveira JG. Educação física e o idoso: implicações de gê- nero. Revista da APEF 1997;12:5-20. 9. Cousins SO, Keating N. Life cycle patterns of physical activity among sedentary and active older women. J Aging Phys Act 1995;3:340-59. 10. Young DR, Appel LJ, Jee SH, Miller ER. The effects of aerobic exercise and T’ai Chi on blood pressure in older people: results of a randomized trial. J Am Geriatr Soc 1999;47:277-84. 11. World Health Organization. WHO Guidelines for physical activity in older persons. Fourth International Congress of Physical Activity, Ag- ing and Sports; 1996. August 27-31; Heidelberg, Germany; University of Heidelberg; 1996. 12. Secretaria de Estado da Saúde-Celafiscs. Manual do Programa Agita São Paulo. São Paulo (SP), 1998. 13. Ettinger WH, Mitchell BS, Blair SN. Should you see a doctor before you start exercising? Fitness after 50. 1st ed. St. Louis: Beverly Cracom Publications, 1996:71-86. 14. Evans WJ. Exercise training guidelines for the elderly. Med Sci Sports Exerc 1999;31:12-7. 15. Pescatello LS, Dipietro L. Physical activity in older adults. Sports Med 1993;15:353-64. 16. Arent SM, Landers DM, Etnier JL. The effects of exercise on mood in older adults: a meta-analytic review. J Aging Phys Act 2000;8:407-30. 17. Kraemer AF, Hahn S, McAuley E. Influence of aerobic fitness on the neurocognitive function of older adults. J Aging Phys Act 2000;8:379- 85. 18. Okuma SS. Investigando o significado da atividade física para o idoso. O idoso e a atividade física. 1ª ed. Campinas: Papirus, 1998:111-9. 19. Faria Junior AG. Atividades físicas para idosos – um desafio para a edu- cação gerontológica. In: Anais do 7º Congresso de Educação Física e Ciências do Esporte dos Países de Língua Portuguesa; 1999 ago 26-30, Florianópolis, Brasil, 1999:119-28. 20. Feigenbaum MS, Pollock ML. Prescription of resistance training for health and disease. Med Sci Sports Exerc 1999;31:38-45. 21. Sparling PB, Cantwell JD. Strength training guidelines for cardiac pa- tients. Physician Sports Med 1986;17:190-6. 22. McCartney N. Role of resistance training in heart disease. Med Sci Sports Exerc 1998;30(Suppl):S396-402. 23. American College of Sports Medicine. Position stand on exercise and physical activity for older adults. Med Sci Sports Exerc 1998;30:992- 1008. 24. Fiatarone MA. Physical activity and functional independence in aging. Res Q Exerc Sport 1996;67(Suppl 3):70. 25. Hurley BF, Hagberg JM. Optimizing health in older persons: aerobic or strength training? Exerc Sport Sci Rev 1998;26:61-90. 26. Yan JH, Downing JH. Tai Chi: an alternative exercise form for seniors. J Aging Phys Act 1998;6:350-62. 27. Yan JH. Tai Chi practice improves senior citizens’ balance and arm move- ment control. J Aging Phys Act 1998;6:271-84. 28. Lan C, Lai JS, Chen S, Wong M. 12-month Tai Chi training in the elder- ly: its effect on health fitness. Med Sci Sports Exerc 1998;30:345-51. 29. Lan C, Chen S, Lai J, Wong M. The effect of Tai Chi on cardiorespirato- ry function in patients with coronary artery bypass surgery. Med Sci Sports Exerc 1999;31:634-8. 30. Oliveira RF, Matsudo SMM, Andrade DR, Matsudo VKR. Effect of Tai- Chi-Chuan on physical fitness of elderly women [abstract]. Med Sci Sports Exerc 1999;31(Suppl 5):385. [ Presented at 46th American Col- lege of Sports Medicine Annual Meeting; 1999 Jun 2-5; Seattle (Wash- ington)]. 31. Oliveira RF, Matsudo SMM, Matsudo VKR. Efeito de um período de destreinamento após um programa de treinamento de Tai Chi Chuan so- bre o nível de aptidão física de mulheres idosas. In: Anais XXII Simpó- sio Internacional de Ciências do Esporte; 1999 out 7-10. São Paulo, Brasil. Celafiscs, 1999:128. 32. Young DR, Appel LJ, Jee SH, Miller ER. The effects of aerobic exercise and T’ai Chi on blood pressure in older people: results of a randomized trial. J Am Geriatr Soc 1999;47:277-84. 33. Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Pro- grama Agita São Paulo. São Paulo (SP), 1998. 34. Murphy MH, Hardman A. Training effects of short and long bouts of brisk walking in sedentary women. Med Sci Sports Exerc 1998;30:152- 7. 35. Dunn AL, Marcus BH, Kampert JB, Garcia ME, Kohl HW, Blair SN. Comparison of lifestyle and structured interventions to increase physi- cal activity and cardiorespiratory fitness. JAMA 1999;281:327-34. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 7, Nº 1 – Jan/Fev, 2001 13 36. King AC, Rejeski WJ, Buchner DM. Physical activity interventions tar- geting older adults. A critical review and recommendations. Am J Prev Med 1998;15:316-33. 37. Chen W, Chang J, Pollock M, Graves JE, Probart CK, Splitter D. Effect of aerobic exercise training on anxiety reduction and health behaviors of healthy men and women 60 to 79 years of age. Res Q Exerc Sport 1992; 63(Suppl 1):33-8. 38. Stephens KE, Vanhuss WD, Olson HW, Montoye HJ. The longevity, morbidity and physical fitness of former athletes. Med Sci Sports Exerc 1990;22:742-50. 39. Paffenbarger RS. Contributions of epidemiology to exercise science and cardiovascular health. Med Sci Sports Exerc 1988;20:426-38. 40. Blair SN, Kohl HW, Paffenbarger Jr RS, Clark DG, Cooper KH, Gib- bons LW. Physical fitness and all-cause mortality. JAMA 1989;262:2395- 401. 41. Lee IM, Hsieh CC, Paffenbarger Jr RS. Exercise intensity and longevity in men. JAMA 1995;273:1179-84. 42. Lissner L, Bengtsson C, Bjorkelund C, Wedel H. Physical activity levels and changes in relation to longevity. A prospective study of Swedish women. Am J Epidemiol 1996;143:54-62. 43. Kushi LH, Fee RM, Folsom AR, Mink PJ, Anderson KE, Sellers TA. Physical activity and mortality in postmenopausal women. JAMA 1997; 277:1287-92. 44. Paffenbarger Jr. RS, Lee IM. Physical activity and fitness for health and longevity. Res Q Exerc Sport 1996;67:11-28. 45. Farrell SW, Kampert JB, Kohl HW, Barlow CE, Macera CA, Paffen- barger Jr RS, et al. Influences of cardiorespiratory fitness levels and other predictors on cardiovascular disease mortality in men. Med Sci Sports Exerc 1998;30:899-905. 46. Paffenbarger Jr RS, Kampert JB, Lee IM. Physical activity and health of college men: longitudinal observations. Int J Sports Med 1997;18:S200- 3. 47. Wannamethee G, Shaper G, Walker M. Physical activity alterations, mortality and coronary disease prevalence in older men. Lancet 1998; 351:1603-8. 48. Sihvonen S, Rantanen T, Heikkinen E. Physical activity and survival in elderly people: a five-year follow-up study. J Aging Phys Act 1998;6: 133-40. 49. Hakim AA, Petrovitch H, Burchfiel CM, Ross WG, Rodriguez BL, White LR, et al. Effects of walking on mortality among nonsmoking retired men. N Engl J Med 1998;338:94-9. 50. Lee IM, Paffenbarger RS. Associations of light, moderate, and vigorous intensity physical activity with longevity. Am J Epidemiol 2000;151: 293-9. 51. Lee IM, Sesso HD, Paffenbarger RS. Physical activity and risk of lung cancer. Int J Epidemiol 1999;28:620-5. 52. Sesso HD, Paffenbarger RS, Ha T, Lee IM. Physical activity and cardio- vascular disease risk in middle-aged and older. Am J Epidemiol 1999; 150:408-16. 53. Mensink GB, Ziese T, Kok FJ. Benefits of leisure-time physical activity on the cardiovascular risk profile at older age. Int J Epidemiol 1999; 28:659-66. 54. Evenson KR, Rosamond WD, Cai J, Toole JF, Hutchinson RG, Shahar E, Folsom AR. Physical activity and ischemic stroke risk. Stroke 1999;30: 1333-9. 55. Hu FB, Stampfer MJ, Colditz GA, Ascherio A, Rexrode KM, Willett WC, Manson JE. Physical activity and risk of stroke in women. JAMA 2000;283:2961-7. 56. Brill PA, Macera CA, Davis DR, Blair SN, Gordon N. Muscular strength and physical function. Med Sci Sports Exerc 2000;32:412-6. 57. Lee Y. The predictive value of self assessed general, physical, and men- tal health on functional decline and mortality in older adults. J Epidemi- ol Community Health 2000;54:123-9. 58. Laukkanen P, Leskinen E, Kauppinen M, Sakari-Rantala R, Heikkinen E. Health and functional capacity as predictors of community dwelling among elderly people. J Clin Epidemiol 2000;53:257-65. 59. Leveille SG, Guralnik JM, Ferrucci L, Langlois JA. Aging successfully until death in old age: opportunities for increasing active life expectan- cy. Am J Epidemiol 1999;149:654-64. 60. Vita AJ, Terry RB, Hubert HB, Fries JF. Aging, health risks, and cumu- lative disability. N Engl J Med 1998;338:1035-41. 61. Morey MC, Pieper CF, Cornoni-Huntley J. Is there a threshold between peak oxygen uptake and self-reported physical functioning in older adults? Med Sci Sports Exerc 1998;8:1223-9. 62. Hébert R, Brayne C, Spiegelhalter D. Factors associated with functional decline and improvement in a very elderly community-dwelling popula- tion. Am J Epidemiol 1999;150:501-10. 63. Patla AE, Shumway-Cook A. Dimensions of mobility: defining the com- plexity and difficulty associated with community mobility. J Aging Phys Act 1999;7:7-19. 64. Hirvensalo M, Rantanen T, Heikkinen E. Mobility difficulties and phys- ical activity as predictors of mortality and loss of independence in the community-living older population. J Am Geriatr Soc 2000;48:493-8. 65. Daley MJ, Spinks WL. Exercise, mobility and aging. Sports Med 2000;29:1-12. 66. Christmas C, Andersen RA. Exercise and older patients: guidelines for the clinician. J Am Geriatr Soc 2000;48:318-24. 67. Shephard RJ. Does insistence on medical clearance inhibit adoption of physical activity in the elderly? J Aging Phys Act 2000;8:301-11. 68. Matsudo SM, Matsudo VK. Physical activity and ageing in developing countries. Perspectives 2000;2:65-84.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved