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Guias e Dicas
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Agricultura, Notas de estudo de Agronomia

Agricultura

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Compartilhado em 16/05/2010

lc-ar-8
lc-ar-8 🇧🇷

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Baixe Agricultura e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! 1 ÍNDICE 1-Introdução 2-Importância social 3-Botânica e morfologia 4-Clima 5-Solo 6- Preparo convencional do solo 7- Técnicas de conservação do solo 7.1-Plantio em nível 7.2- Renques de vegetação permanente ou barreira viva 7.3-Canais escoadouros 7.4-Rotação de culturas 7.5-Cobertura morta 7.6-Adubação verde 8- Plantio, espaçamento, densidade, quantidade de semente (milho) 9-Pragas 9.1-Lagarta rosca 9.2-Lagarta do cartucho 10-Doenças 10.1- Mancha de phaeosphaeria 10.2- Podridão do colmo e raízes 11- Plantio e espaçamento (feijão) 12-Pragas 12.1-Cigarrinha verde 12.2-Lagarta-militar 13-Doenças 13.1- Mosaico comum 13.2-Ferrugem 14- Plantio e espaçamento (mandioca) 15- Sementes - seleção de manivas 16- Seleção de ramas 17-Pragas 17.1-Ácaros 17.2-Mandarová 18-Doenças 18.1-Bacteriose 18.2-Podridão radicular 19- Consorciação de culturas 20- Inseticidas naturais 20.1-Calda bordalesa 20.2-Calda de fumo 20.3-Macerado de urtiga 20.4-Emulsão de óleo 20.5-Chá de angico 21-Adubação 21.1-Compostagem 21.2-Adubação verde 2 3. Botânica e morfologia O milho é uma planta monóica e anual. Pertence à classe das Monocotileôneas; ordem Glumiflorae; tribo maydeae; família Graminae; gênero Zea e espécie Z. Mays L. Há um grande número de variedades de milho, que se distinguem quanto ao porte, tipo e ciclo vegetativo. Existem milhos muito precoces, que com 65 dias estão amadurecendo, enquanto outros necessitam de 100,120,140 e até 180 dias. O caule do milho é cilíndrico, tipo colmo, com nós compactos e entrenós mais curtos na base da planta. O sistema radicular do milho consiste de 2 tipos de raízes: raízes primárias (seminais) e raízes adventícias. A folha do milho é do tipo lanceolada, possuindo limbo e bainha. O embrião já possui de 4-5 folhas diferenciadas. O número de folhas de uma planta é determinado poucos dias após a germinação. As folhas são expostas a medida que o caule se desenvolve. O feijoeiro é uma planta herbácea e anual. Pertence à classe das Dicotiledôneas; ordem Rosales; família Leguminosae; subfamília Papilionoideae; gêneros cultivados: Vigna e Phaseolus; principais espécies: P. vulgaris L, P. mungoL e P.lunatus L. O sistema radicular é formado de raiz principal, pivotante, com ramificações laterais. As raízes principais podem crescer até 2 metros em busca de água e nutrientes. O caule é formado pela haste principal, do qual se originam os ramos. A mandioca é uma planta monóica. Pertence à classe das Dicotiledôneas; ordem Euphorbiales; família Euphorbiaceae; gênero Manihot; espécie Manihot esculenta crantz. O sistema radicular é superficial, fibroso, constituído de um número reduzido de raízes. Apenas algumas raízes intumescem pelo armazenamento de amido transformando-se em raízes tuberosas que são superficiais. O caule, de altura variável entre 1 e 3 metros pode ser ou não ramificado. Com o tempo torna-se suberizado com coloração cinzenta ou marrom. As cultivares ramificadas são classificadas em ramificação alta e baixa. 5 4.Clima O milho produz muito bem em regiões temperadas, onde existe um período de 180 dias de boa pluviosidade e ausência de baixas temperaturas. Os verões devem ser quentes e úmidos. As variedades precoces podem produzirem um mínimo de 250 mm de chuva regularmente distribuídas. Algumas variedades podem ser plantadas em zonas mais quentes. A principais variedades produzem altas colheitas onde a temperatura durante o seu desenvolvimento, não se distancie muito de 20 C a 22 C. Algumas alcançam o ótimo entre 30 a 32 C. E poucas variedades germinam com 10 C. As variedades já aclimadas sentem profundamente as mudanças do meio. É uma planta muito sensível ao fotoperiodismo. No decorrer de maior parte de seu desenvolvimento, o milho requer um bom teor de umidade no solo e no ar. De modo que as chuvas devam ser regulares até atingir o seu período crítico, isto é, durante o florescimento. Neste período, as chuvas muito pesadas prejudicam a polinização, como também a excessiva secura no ar não é favorável à viabilidade do pólen. O milho resiste, sem grandes prejuízos, a uma escassez de água, durante o período de crescimento; parece ter um mecanismo de defesa contra a excessiva evaporação. O feijoeiro é uma planta de clima relativamente quente e estável. Não suporta os fortes calores e os ventos frios. Para os feijões usados na nossa região(vigna) suportam temperaturas mais elevadas. Necessita de chuvas moderadas e dias bem ensolarados. As fortes chuvas são desfavoráveis à cultura, pois o excesso de umidade produz o apodrecimento das folhas e vagens. Pode ser plantado no inverno ou durante o verão, nas bacias de irrigação, nas vazantes dos açudes ou no leito úmido dos rios periódicos. Em nosso meio, o plantio deve ser feito no princípio das chuvas, de janeiro a março, quando o inverno se generalizar. As áreas que mais produzem feijão no Ceará são as zonas fisiográficas do Sertão Central, do Alto e Médio Jaguaribe e do Sertão Sudoeste. Como planta de origem tropical, a mandioca prefere os climas quentes e úmidos. Mas pode ser cultivada em toda a faixa tropical e subtropical. As condições consideradas ideais vão de 18 a 35oC de temperatura e 1000 a 1500mm de chuvas bem distribuídas anualmente, principalmente no início da cultura. A mandioca é cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação pluviométrica variável de 600 a 1.200 mm de chuvas bem distribuídas e uma temperatura média de em torno de 25ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento vegetativo da planta. Pode ser cultivada em altitudes que variam de próximo ao nível do mar até mil metros. É bem tolerante à seca e possui ampla adaptação às mais variadas condições de clima e solo. 6 5. Solo O solo tem as funções de servir de suporte mecânico para os vegetais e reter a umidade, libertando os nutrientes e o oxigênio para as raízes, quando as plantas dele necessitam. O solo agrícola é a parte mais externa da crosta terrestre que sofreu a ação dos agentes intempéricos. A riqueza mineral de um solo é variável com os elementos constituintes da rocha- matriz. O milho se desenvolve bem em solos férteis e de textura fina. Devem ser os solos profundos, drenáveis e bem dotados de húmus. Tolera um solo moderadamente ácido ou ligeiramente alcalino. Os solos muito compactos são difíceis de ser trabalhados e se empapam facilmente de umidade ou racham quando secos; os solos arenosos são pobres e secam com facilidade, logo, não produzem bem esse exigente cereal. No Nordeste brasileiro, as aluviões fluviais e os tabuleiros e serras de solo profundos e férteis constituem as manchas de solo mais apropriadas para a cultura do milho. O feijão produz em vários tipos de solos, desde que não sejam demasiadamente argilosos. Os melhores solos para sua cultura são os profundos, drenáveis e com bom teor de húmus. As aluviões fluviais, frouxas e limosas que margeiam nossos rios e riachos ,são terrenos apropriados à cultura do feijão. Para a cultura da mandioca deve-se preferir solos leves, profundos com textura média, bem drenados, pH de 5 a 6, de topografia plana e férteis, embora ela se desenvolva bem, também em solos pouco férteis, ter bom teor de matéria orgânica e ser livres de pedras e cascalhos, apresentando boa insolação, fácil acesso, mecanizáveis e com abundância de água de boa qualidade. Deve-se evitar solos muito arenosos e os permanentemente alagados. 7 8. Plantio, espaçamento, densidade, quantidade de semente (milho) O plantio de uma lavoura deve ser muito bem planejado, pois determina o inicio de um processo de cerca de 120 dias e que afetará todas as operações envolvidas, além de determinar as possibilidades de sucesso ou insucesso da lavoura. O planejamento do plantio começa com a compra da semente e demais insumos. O agricultor deverá planejar a melhor época de receber a semente, assim como reservar um local limpo e arejado para armazená-la até a data do plantio. O plantio deve ser mais superficial ao redor de 3 a 5 cm em solos mais pesados, que dificultam a emergência, ou quando a temperatura do solo é mais fria, em função da época ou da região . Em solos mais leves, arenosos, a profundidade pode ser maior, variando de 5 a 8 cm, aproveitando as condições mais favoráveis de umidade do terreno. O rendimento de uma lavoura se eleva com o aumento da densidade de plantio, até atingir uma densidade ótima, que é determinada pela cultivar e por condições externas resultantes das condições edafoclimáticas do local e do manejo da lavoura. A partir da densidade ótima, quando o rendimento é máximo, o aumento da densidade resultará em decréscimo progressivo na produtividade da lavoura. A densidade ótima é, portanto, variável para cada situação, sendo basicamente dependente de três fatores: cultivar, disponibilidade de água e de nutrientes. Quaisquer alterações nestes fatores, direta ou indiretamente, afetarão a densidade ótima de plantio. Além do rendimento de grãos, o aumento na densidade de plantio também afeta outras características da planta. Dentre estas, merecem destaque a redução no número índice de espigas) e tamanho de espiga por planta. Também o diâmetro de colmo é reduzido e, consequentemente, há maior suscetibilidade ao acamamento e quebramento. Além disto é reconhecido que pode haver aumento na ocorrência de doenças, especialmente as podridões de colmo, com o aumento na densidade de plantio. Estes aspectos podem determinar o aumento de perdas na colheita, principalmente quando esta é mecanizada. Por estas razões, às vezes, deixa-se de recomendar densidades maiores que, embora em condições experimentais produzam maiores rendimentos, não são aconselhadas em lavouras colhidas mecanicamente. A magnitude de variação destas características também é função da cultivar e disponibilidade de água e nutrientes. O espaçamento adotado deve ser o de 1metro entre os sulcos e as semeadeiras reguladas para deixar cair de 6 a 7 sementes por metro do sulco, quando se tem um semente com 90% para mais de germinação. As semeadeiras, tanto de tração animal como motora, possuem duas aletas colocadas posteriormente do local que deixa cair às sementes no solo, que devem ser bem reguladas para que a quantia de terra colocada sobre a semente seja uma camada uniforme, de 5 cm mais ou menos. 10 9.Pragas 9.1. Lagarta rosca A lagarta desse inseto tem hábito noturno e se alimenta da haste da planta, provocando o seccionamento da mesma, que pode ser total quando as plantas tem até 20 cm de altura, pois ainda são muito tenras e finas, e parcial após esse período. As lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 40 mm, são robustas, cilíndricas, lisas e com coloração variável, predominando o cinza-escuro. A fase larval dura cerca de 25 a 30 dias, transformando-se em pupa no próprio solo, de onde, após duas ou três semanas, emergem os adultos. A lagarta abriga-se no solo, em volta das plantas recém-atacadas numa faixa lateral de 10 cm e numa profundidade em torno de 7 cm. Quando tocada, enrola-se, tomando o aspecto de uma rosca, daí a sua denominação. Quando as plantas de milho são pequenas com a idade máxima de 20 dias, as lagartas seccionam a planta rente ao solo. Em estágios mais avançados de desenvolvimento da planta, as lagartas podem abrir galerias na base do colmo, provocando com esse tipo de ataque o aparecimento de estrias nas folhas, semelhantes às causadas por deficiência minerais. Este mesmo tipo de ataque pode levar a um sintoma conhecido como "coração morto". Quando a planta já está com mais de 40 cm, a morte sucessiva de plantas devido a ação da praga, faz com que surja uma touceira de plantas totalmente improdutiva, que é o perfilhamento devido ao ataque da lagarta-rosca. 9.2. Lagarta do cartucho São conhecidas também por lagartas dos milharais e lagarta militar. As mariposas põem os ovos nas folhas e num total de 150. Após três dias nascem as lagartinhas que passam a alimentar-se, de preferência, das folhas mais novas do milho. Após completo desenvolvimento, atacam todas as folhas centrais, destruindo-as completamente. Sua coloração varia de pardo escuro-verde até quase preta. Apresentam três finíssimas linhas longitudinais branco amareladas na parte dorsal do corpo. Devido ao canibalismo é comum encontrar-se apenas uma lagarta desenvolvida por cartucho. Pode-se encontrar lagartas em instares diferentes num mesmo cartucho, separadas pelas folhas. Essa lagarta ataca o cartucho do milho chegando a destruí-lo completamente e, nesse caso, chama a atenção a quantidade de excreções existentes na planta. As lagartinhas novas apenas raspam as folhas, mas depois de desenvolvidas, conseguem fazer furos, até destruí- las completamente. Essa praga pode reduzir, através da destruição das folhas, a produção do milho em até 20%, sendo os períodos críticos de seu ataque na época próxima do florescimento. As causas do insucesso no controle dessa praga são o combate tardio à praga e métodos inadequados de aplicação de inseticidas. Recomenda-se, então, efetuar o controle logo que surjam os primeiros ataques ao cartucho. 10.Doenças 10.1.Mancha de phaeosphaeria 11 A doença apresenta ampla distribuição no Brasil. As perdas na produção podem ser superiores a 60% em determinadas situações. As lesões iniciais apresentam um aspecto de encharcamento, (tornando-se necróticas com coloração palha de formato circular a oval com 0,3 a 2cm de diâmetro). Alta precipitação, alta umidade relativa (>60%) e baixas temperaturas noturnas em torno de 14ºC são favoráveis à doença. Plantios tardios favorecem a doença. Há o envolvimento da bactéria Pantoeae ananas nas fases inciais da doença. Plantio de cultivares resistentes. Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade da doença. O uso da prática da rotação de culturas contribui para a redução do potencial de inóculo. 10.2.Podridão do colmo e raízes Quanto às podridões de raizes, as perdas econômicas estão diretamente relacionadas ao teor de umidade no solo e geralmente são causadas por um complexo de microorganismos. As principais podridões do colmo na cultura do milho podem ocorrer antes do fase de enchimento dos grãos, em plantas jovens e vigorosas ou após a maturação fisiológica dos grãos. No primeiro caso as perdas se devem à morte prematura das plantas com efeitos negativos no tamanho e no peso dos grãos como consequência na redução na absorção de água e nutrientes. Pode ocorrer o tombamento das plantas. No segundo caso, as perdas na produção se devem ao tombamento das plantas o que dificulta a colheita mecânica e expõe as espigas à ação de roedores e a o apodrecimento, pelo contacto com o solo. O tombamento das plantas é função do peso e altura da espiga; da quantidade do colmo apodrecida; da dureza da casca e da ocorrência de ventos. Estresses durante a fase de enchimento de grãos predispõem as plantas às podridões. São considerados fatores estressantes, as doenças foliares, os danos nas folhas ou no colmo causados por insetos, a umidade excessiva ou deficiente do solo, o baixo teor de K em relação ao de N, os períodos prolongados de nebulosidade, a alta densidade de semeadura e a ocorrência de chuvas com intensidade acima do normal, 2 a 3 semanas após o florescimento. De um modo geral, as podridões do colmo não ocorrem uniformemente na área mas ao acaso. É possível encontrar plantas sadias ao lado de plantas apodrecidas. 11. Plantio e espaçamento (feijão) O feijoeiro é uma planta com sistema radicular delicado, com sua maior parte concentrada na camada de até 20 cm de profundidade do solo, por isso, deve-se ter um cuidado especial na escolha da área. Solos pesados, compactados, sujeitos a formar crosta na superfície ou ao encharcamento não são adequados para a cultura do feijoeiro, recomendam-se solos friáveis, com boa aeração, de textura areno-argilosa, relativamente profundos e ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos. 12 a rotação de culturas, a redução na densidade de plantio, a remoção de resíduos e as épocas de plantio diferenciadas para cada região. Deve-se utilizar cultivares resistentes sempre que possível; entretanto, o desenvolvimento de tais genótipos é dificultado pela grande variabilidade genética que o patógeno apresenta. 14. Plantio e espaçamento (mandioca) O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, podendo ser feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade. Quando em grande áreas, para fins industriais, utilizam-se plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado, que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras. Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a mais indicada é a horizontal, no fundo das covas ou dos sulcos, porque facilita a colheita das raízes. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas na posição horizontal. 15. Sementes- Seleção de ramas Utilizar ramas oriundas de plantações sadias e "maduras". Em geral, as ramas de plantas com oito a dez meses de idade já se prestam para o plantio. A queda natural das folhas a começar da base para o ápice das plantas, em condições normais, é um índice de maturação das manivas, naquelas porções de onde já caíram as folhas. Se, ao contrário, a queda se 15 processar a partir do ápice, denota incidência de bacteriose, ou larvas dos brotos ou, mesmo, brocas do caule. Em geral, as inspeções da cultura fornecedora das ramas para o plantio, oferecem melhores oportunidades para uma apreciação do seu estado sanitário, quando feitas nos meses de dezembro a fevereiro. Deve-se escolher as manivas de boa grossura porque resistem mais às intempéries após o plantio, e darão plantas mais vigorosas. As ramas finas e as partes mais fracas, herbáceas, do terço superior das plantas, não devem ser usadas no plantio. É necessário, portanto, inspeção constante do mandiocal de onde serão retiradas as ramas para plantio, para avaliar sua sanidade, devendo ser evitados mandiocais com alta ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros e percevejo-de-renda. 16. Conservação de ramas A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os novos plantios tem sido um dos problemas na preservação de cultivares, a nível de produtor, e muitas vezes resulta na perda de material de alto valor agronômico. Quando as ramas não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não reduzir ou perder a viabilidade. Recomenda- se que a conservação ocorra o mais próximo possível da área a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas ser dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as ramificações e a maniva- mãe, tendo as suas bases enterradas cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e que permanecerá molhado durante o período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal, as ramas devem conservar a cepa ou maniva- mãe e ser empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas. Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área com cerca de 20% do mandiocal, como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de novos plantios, exceto em áreas 16 17. Pragas 17.1. Ácaros Os ácaros são pragas das mais severas que atacam a mandioca, sendo encontrados em grande número na face inferior das folhas, freqüentemente durante a estação seca do ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões Nordeste e Centro Oeste. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e succionando o conteúdo celular. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a área foliar e a fotossíntese. O controle cultural dos ácaros deve ser utilizado e consiste na realização de práticas que dificultam o desenvolvimento populacional da praga e retardam a sua dispersão, tais como: 1) destruição de plantas hospedeiras; 2) inspeções periódicas na cultura para localizar focos; 3) destruição dos restos de cultura, prática indispensável naquelas plantações que apresentaram altas populações de ácaros; 4) seleção do material de plantio livre de ácaros, insetos e enfermidades; e 5) distribuição adequada das plantas no campo, para reduzir a disseminação dos ácaros. 17.2. Mandarová O mandarová da mandioca, Erinnyis ello, é considerado uma das pragas mais importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. Este inseto tem-se apresentado somente nas Américas, onde tem desfolhado grandes plantios de mandioca. O mandarová da mandioca pode se apresentar em qualquer época do ano, mas em geral ocorre no início da estação chuvosa ou da seca, entretanto é uma praga de ocorrência esporádica, podendo demorar até vários anos antes de surgir um novo ataque. O mandarová tem ainda uma série de inimigos naturais que são capazes de exercer um bom controle, não se recomendando aplicações de produtos químicos, porque ocorre destruição desses insetos benéficos. Podem ainda ser utilizadas armadilhas luminosas para capturar adultos, o que não constitui propriamente um método de controle, mas permitem diminuir as populações, além de fornecer dados para o conhecimento da flutuação populacional do mandarová, prevenindo o agricultor contra ataques intensos, o que ajuda a planejar melhor a aplicação das diferentes alternativas de controle. 18.Doenças 18.1.Bacteriose A bacteriose, causada por Xanthomonas axoponodis pv. manihotis, é a principal doença da mandioca, sobretudo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas condições de Cerrado essa doença adquiri grande expressão econômica, podendo provocar perdas totais. Os sintomas da bacteriose caracterizam-se por manchas angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. Os prejuízos causados pela bacteriose variam com as condições climáticas, suscetibilidade ou tolerância das variedades, práticas culturais empregadas, épocas de plantio e nível de contaminação do material de plantio. A variação brusca de temperatura entre o dia e a noite é o fator mais 17 Modo de fazer: Com o saco de pano prepare um sachê com o sulfato de cobre. Mergulhe o sachê em 18 de litros de água por 3 ou 4 horas até que o sulfato dissolva. À parte, misture a cal em 2 litros de água e despeje na solução preparada com o sulfato dissolvido. Mexa bem. Antes de usar a calda bordalesa, faça um teste de acidez: mergulhe uma lâmina de ferro no preparado. Se ela escurecer, não aplique ainda a calda no gramado. Acrescente um pouco mais de cal e faça o teste novamente. Caso a lâmina continue saindo manchada, adicione mais cal até que a lâmina não saia sem escurecer. A calda bordalesa deve ser usada no máximo até o terceiro dia após o preparo. Em plantas pequenas ou em fase de brotação, não recomenda-se aplicar em concentração forte. 20.2. A calda de fumo é um bom inseticida e ainda ajuda a combater a lagarta. Ingredientes: 10 cm de fumo de rolo 50 g de sabão de coco ou neutro 1 litro de água Modo de fazer: Pique o fumo e o sabão em pedaços, junte a água e misture bem. Deixe curtir por cerca de 24 horas. Coe e pulverize as plantas atacadas. 20.3. O macerado de urtiga espanta pulgões. Ingredientes: 11 litros de água 100 g de folhas frescas de urtiga (use luvas para manusear a planta, pois ela causa irritações na pele). Modo de fazer: Misture as folhas de urtiga em um litro de água. Deixe a infusão agir por 3 dias, mantendo- a em um local seco e à meia-sombra. Coe e dilua o extrato em 10 litros de água. Este preparado pode ser armazenado por alguns dias (em local seco e arejado) para pulverizações preventivas nas plantas a cada 15 dias. 20.4. A emulsão de óleo é usada contra cochonilhas. Ingredientes: 2 litros de água 1 kg de sabão comum (em pedra ou líquido) 8 litros de óleo mineral Modo de fazer: Pique o sabão (se for em pedra), misture com o óleo e a água e leve ao fogo, mexendo sempre, até que levante fervura. A mistura vai adquirir a consistência de uma pasta. Guarde em um pote bem tampado e na hora da aplicação, dissolva cerca de 50g pasta em água morna e dilua tudo em 3 litros de água. 20.5. O chá de angico combate as lagartas. 20 Ingredientes: 100 g de folhas de angico 1 litro de água Modo de fazer: Coloque as folhas de angico de molho na água por cerca de 10 dias, misturando diariamente. Coe o chá e guarde em uma garrafa tampada. Quando for utilizar em pulverizações, dilua uma parte do extrato em 10 partes de água. 21. ADUBAÇÃO 21.1. Compostagem A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada e estrume, em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica natural sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. Por essa razão uma pilha de composto não é apenas um monte de lixo orgânico empilhado ou acondicionado em um compartimento. É um modo de fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem nutrientes para as plantas. O composto possui nutrientes minerais tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre que são assimilados em maior quantidade pelas raízes além de ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros que são absorvidos em quantidades menores e, por isto, denominados de micronutrientes. Quanto mais diversificados os materiais com os quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir. Os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente, realizando a tão desejada "adubação de disponibilidade controlada". Em outras, palavras, fornecer composto às plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas águas das chuvas. Outra importante contribuição do composto é que ele melhora a "saúde" do solo. A matéria orgânica compostada se liga às partículas (areia, limo e argila), formando pequenos grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas. Dentro os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo, destacam-se: • Estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nutrientes do solo. • Aumento da capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão. • Mantém estáveis a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH). • Dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas). 21 • Ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microorganismos benéficos às culturas agrícolas. O processo inicial de formação da compostagem é: 1-Selecionar os materiais necessários: esterco animal, restos orgânicos; 2-Fazer as camadas: primeiro colocar a matéria orgânica(palha),sendo ela três vezes a quantidade de esterco, assim sucessivamente até ficar a altura de 1,5 a 2,0 m e largura de 2,5 a 3,5 m. 3-Regular a temperatura: em uma compostagem ocorre grande liberação de calor. Tente não deixar a pilha atingir uma temperatura maior que 70º C. Alta temperatura é bom para destruir certas sementes de ervas daninhas, que pode-se conseguir com longas temperaturas em torno de 50 – 60º C. Dica !!! *Tente deixar a pilha em forma de triângulo para evitar futura compactação. *Para saber a temperatura da pilha, enfie uma barra de ferro e se não conseguir segurar a pilha deve ser aguada. 21.2. Adubação Verde A melhoria dos solos, através da adubação verde, para fins agrícolas, já era praticada por romanos e chineses bem antes da Era Cristã. No Brasil há algum tempo a adubação verde perdeu espaço para a adubação mineral. No entanto, com a elevação dos preços de fertilizantes minerais, novamente evidenciou-se a necessidade de se buscar alternativas tecnológicas que, sem elevar os custos de produção, ofereçam possibilidades de se aumentar a fertilidade do solo, como forma de um melhor aproveitamento dos recursos naturais. A adubação verde consiste na prática de se utilizar certas espécies vegetais, na sua grande maioria leguminosas que, quando estiverem em pleno florescimento, ainda com o caule e ramagem tenra, fáceis de se decompor, são incorporadas ou não ao solo, com o objetivo de melhorar suas qualidades físicas, químicas e biológicas. Sobre as propriedades físicas e químicas do solo, a adubação verde tem os seguintes efeitos: - reduz a erosão provocada pelas águas e ventos; - aumenta a capacidade de retenção de água no solo; - reduz a evaporação; - aumenta a porosidade e aeração do solo; - aumenta o teor de nitrogênio decorrente da massa foliar e da fixação biológica; - melhora a eficiência de aproveitamento dos nutrientes pelas culturas; - eleva o teor de matéria orgânica no solo. 22
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