Baixe Apostila de Anatomia Aplicada I (parte 2) e outras Notas de estudo em PDF para Anatomia, somente na Docsity! Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 25 UNIDADE II: OSTEOLOGIA Com esta unidade você iniciará o estudo do Aparelho Locomotor que é formado pelos sistemas: ósseo, articular e muscular, constituintes da porção ativa do aparelho locomotor. Competências - Conhecimento do esqueleto e suas divisões. - Compreensão da classificação das articulações, eixos, movimentos e a importância clínica. - Descrição dos principais acidentes dos ossos do esqueleto axial e apendicular Objetivos - Descrever as funções, as formas, os tipos, as estruturas, as propriedades e os números dos ossos do corpo humano. - Reconhecer e diferenciar os ossos do esqueleto axial e do apendicular, e das cinturas escapular e pélvica; - Citar e reconhecer os principais acidentes anatômicos dos ossos do esqueleto. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 26 Conceito Etimólogo: Osteologia é derivada das palavras ósteon que significa “osso”, e logos, que significa um “ramo de conhecimento”. Conceito Anatômico: É o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com os ossos, com eles formando um todo (esqueleto). Ossos: Ossos são como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis, que quando unidos de forma apropriada formam o esqueleto, quanto a constituição são formados por vários tecidos, entre os quais predomina um tecido conectivo especializado (osteócitos), que em conjunto constituem o esqueleto. Os ossos são muito fortes, o que é surpreendente se levarmos em conta a sua leveza, constituem apenas 14% do peso total do corpo, relativamente ao próprio peso, são mais fortes do que o aço ou concreto armado. Um único filamento de colágeno, com apenas 1mm de espessura, é capaz de suportar um peso de até 10 kg. Número de Ossos no Corpo Humano: No individuo adulto, idade na qual se considera completa o desenvolvimento orgânico, o número de ossos é de 206, o que pode varia se levarmos em consideração os seguintes fatores: - Idade: o número de ossos diminui do nascimento à senilidade. - Fatores Individuais: persistência da divisão do osso frontal e ossos extranumerários. - Critério de contagem: varia de autor para autor. Cabeça = 22 Crânio = 08 Face = 14 Pescoço = 8 Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 29 demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos ou chatos. Ossos curtos: Apresenta equivalência das três dimensões. São encontrados nas mãos e nos pés em grupos, os ossos do carpo e do tarso são excelentes exemplos. Ossos irregulares: Apresent a uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos marcantes Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras: Ossos pneumáticos: Apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenóide; Ossos sesamóides: Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são chamados intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo: Costelas. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 30 Ossos Suturais: São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa. Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso laminar, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). ESTRUTURA DOS OSSOS Os ossos são formados essencialmente pelo tecido ósseo (tecido conjuntivo duro, com 1,87% de fosfato e cálcio). O estudo microscópico do tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa. Embora os elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substância óssea, eles dispõem-se diferentemente conforme o tipo considerado e seu aspecto macroscópico também diferem. Na substância óssea compacta, as lamínulas de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas umas às outras pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto. Por esta razão, este tipo é mais denso e rijo. Na substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a semelhança do canal medular, contém medula. Gênese Óssea Os ossos se formam no embrião de um esboço constituído por tecido cartilaginoso e por tecido membranoso que representam o osso primário e secundário. Com o tempo, tais esboços começam a se ossificar e o processo de ossificação inicia-se em pontos particulares, os centros de ossificação. Desses centros o processo se estende. Por ocasião do nascimento, os ossos estão quase inteiramente no estado cartilaginoso. A ossificação se processa durante toda a infância e adolescência e só está completa depois do 24º ano de idade. Então todo o esqueleto tornou-se ósseo. Nos ossos longos forma-se um centro de ossificação na diáfise e um em cada epífise; desses três pontos o tecido ósseo começa a estender-se até que o tecido proveniente de um centro se funde com Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 31 aquele que provém dos outros centros. Nos ossos chatos, o centro de ossificação é na parte mediana e daqui o processo se irradia para a periferia. A ossificação se processa de modo diverso conforme o esboço originário é de natureza cartilaginosa ou membranosa. Nos ossos de origem cartilaginosa, o processo se inicia na membrana que reveste a cartilagem e que se chama pericôndrio. O pericôndrio se transforma pouco a pouco em periósteo, no qual se distinguem células particulares, os osteoblastos, que estão encarregadas de produzir o osso: revestem eles a cartilagem formando um fino estrato ósseo (lâmina fundamental) e, multiplicando-se, dão origem a uma nova substância óssea, a qual se acumula primeiramente de modo irregular e depois em delgadas lâminas ósseas estratificadas de modo bastante regular. Começada assim a ossificação, ela se estende. Do tecido ósseo apenas formado se destacam os osteoblastos que emigram para a cartilagem restante; são eles acompanhados de ramificações de vasos sanguíneos. No território invadido, os osteoblastos retomam a sua função, formam novo tecido ósseo, até que a cartilagem esteja inteiramente transformada em osso. A completa transformação da cartilagem em osso só tem lugar na idade adulta; até os 20 ou 25 anos ficam sempre, entre a diáfise e as epífises, uma linha de cartilagem que faz crescer o osso em comprimento. Pode-se demonstrar que o osso se alonga justamente graças à cartilagem de conjugação: se inserir uma bolinha de chumbo na epífise (logo além da cartilagem) e outra na diáfise (apenas um pouco para cá da cartilagem) em um osso em via de crescimento (por exemplo, em um animal jovem), constatar-se- á, radiografando o osso depois de um período de tempo suficiente, que à distância entre as duas bolinhas aumentou. O mesmo se pode fazer para demonstrar que o crescimento em espessura é devido ao periósteo. Sempre no animal jovem, se cerca um osso com um fio metálico, ou então se insere uma bolinha de chumbo no periósteo. Depois de um certo tempo notar-se-á que o fio ou a bolinha não estão mais na extrema periferia do osso mas no seu interior: evidentemente, o periósteo, produzindo novo osso pela sua parte interna, afastou-se perifericamente, enquanto os corpos estranhos ficaram onde estavam. Nos ossos secundários, derivados não de uma cartilagem mas de um esboço de tecido membranoso, a ossificação tem lugar assim: as células embrionárias se transformam em osteoblastos e estes iniciam a sua proliferação do centro para a periferia, até que se complete a formação do tecido ósseo. Estruturas dos Ossos Longos A diáfise é formada por tecido ósseo compacto e é percorrido longitudinalmente por um canal interno, chamado canal medular, ocupado pela medula. A medula do osso desempenha uma função importantíssima: fabrica os glóbulos do sangue, sejam os vermelhos ou brancos. As epífises são formadas por tecido ósseo esponjoso, que, na superfície, é revestido por uma camada de tecido ósseo compacto. No osso esponjoso, a medula enche as cavidades formadas pelo interpenetrar-se das trabéculas. Até a idade adulta, a Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 34 Saliências de proeminências não articulares Processo: Qualquer proeminência acentuada do osso. Ex.: Processo mastóideo do osso temporal. Tubérculo: Um pequeno processo arredondado. Ex. : Tubérculo maior do úmero . Tuberosidade: Um grande processo áspero. Ex. : Tuberosidade da ulna . Trocanter: Processo maciço encontrado apenas no fêmur. Ex.: Trocanter maior do fêmur. Espinha: Processo agudo, fino. Ex. : Espinha da escápula . Crista: Projeção em aresta estreita. Ex. : Crista ilíaca do osso do quadril. Epicôndilo: Projeção acima do côndilo. Ex. : Epicôndilo medial do fêmur . Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 35 Depressões As depressões podem ser articulares ou não e as aberturas, em geral servem para a passagem de nervos ou vasos. Fossa: Uma vala rasa. Ex.: Fossa mandibular do osso temporal. Sulco: Goteira que acomoda um vaso, nervo ou tendão. Ex.: Sulco intertubercular do úmero. Fissura: Abertura em fenda estreita. Ex.: Meato acústico do osso temporal. Alvéolo: Soquete ou escavação profunda. Ex.: Alvéolos dentários da maxila. Aberturas Forame: Abertura circular que atravessa o osso. Ex.: Forame magno do occipital. Seio: Cavidade ou espaço oco. Ex.: Seio frontal do osso frontal. Fóvea: Pequena cavidade ou depressão. Ex.: Fóvea da cabeça do fêmur.