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Texto: Mata Atlântica, Notas de estudo de Ciências Florestais

Localização Geográfica da Região

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Compartilhado em 07/03/2010

priscila-brustin-3
priscila-brustin-3 🇧🇷

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Baixe Texto: Mata Atlântica e outras Notas de estudo em PDF para Ciências Florestais, somente na Docsity! MATA ATLÂNTICA LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA REGIÃO A mata atlântica originalmente percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta. Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e ocupava uma área de 1,3 milhões de quilômetros quadrados. Tratava-se da segunda maior floresta tropical úmida do Brasil, só comparável à Floresta Amazônica. O grande destaque da mata original era o pau-brasil, que deu origem ao nome do nosso país. Alguns exemplares eram tão grossos que três homens não conseguiam abraçar seus troncos. O pau-brasil hoje é quase uma relíquia, existindo apenas alguns exemplares no Sul da Bahia. Atualmente da segunda maior floresta brasileira restam apenas cerca de 5 % de sua extensão original. Em alguns lugares como no Rio Grande do Norte, nem vestígios. Hoje a maioria da área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e agricultura. Porém, ainda restam manchas da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no sudeste do Brasil. O aparecimento da Serra-do-Mar e da Mantiqueira datam da separação entre o continente Americano e Africano. No princípio eram altas montanhas e só com os milhões de anos de erosão conseguiram suavizar essas rochas de formação antiga que sustentam o continente sul-americano. Concomitantemente evoluíram as linhagens de plantas que originaram a Mata Atlântica. Nesta época também desenvolveram-se insetos, aves e mamíferos fazendo com que hoje fauna e flora se combinem rica e complexamente. Área total original: aproximadamente 1,3 milhões de km2. Área total atual: aproximadamente 52.000 Km2. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE EM QUE SE DESENVOLVE A VEGETAÇÃO A Mata Atlântica compreende a região costeira do Brasil. Seu clima é equatorial ao norte e quente temperado sempre úmido ao sul, tem temperaturas médias elevadas durante o ano todo e não apenas no verão. A alta pluviosidade nessa região deve-se à barreira que a serra constitui para os ventos que sopram do mar. Seu solo é pobre e a topografia é bastante acidentada. No interior da mata, devido à densidade da vegetação, a luz é reduzida. Há uma importante cadeia de montanhas que acompanham a costa oriental brasileira, desde o nordeste do Rio Grande do Sul até o sul do estado da Bahia. Ao norte as maiores altitudes se encontram mais para o interior do país, mas, nas regiões do norte do estado de Alagoas, todo estado de Pernambuco e da Paraíba, e em pequena parte do Rio Grande do Norte temos altitudes de 500 a 800 metros que estão próximas ao mar. Em São Paulo é conhecida como Serra do Mar e em outros estados tem outros nomes. Sua altitude média fica ao redor dos 900 metros. Em certos trechos é bastante larga, mas em outros é muito estreita. Afasta-se do mar em alguns pontos, se aproximando dele em outros. Os ventos úmidos que sopram do mar em direção ao interior do continente ao subirem resfriam-se e perdem a umidade que possuem; o excesso condensa-se e se precipita principalmente nas partes mais altas da serra, em forma de nevoeiro ou chuvas. Assim esses ambientes contêm bastante umidade para sustentar as florestas costeiras, densas, com árvores de 20 a 30 metros de altura. Devido a densidade da vegetação arbórea, o sub-bosque é escuro, mal ventilado e úmido. Próximo ao solo existe pouca vegetação, devido à escassa quantidade de luz que consegue chegar aí. As condições físicas na floresta atlântica variam muito, dependendo do local estudado, assim, apesar de a região estar submetida a um clima geral, há micro climas muitos diversos e que variam de cima para baixo nos diversos estratos. Os teores de oxigênio, luz, umidade e temperatura são bem diferentes dependendo da camada considerada. Em certos pontos da floresta chega ao solo 500 vezes menos luz do que nas copas das árvores altas. A temperatura também varia bastante, as copas das camadas superiores se aquecem durante o dia, porém perdem calor rapidamente a noite. Ao contrário nas camadas inferiores, a temperatura varia muito pouco, já que as folhas funcionam como isolante térmico. Nas camadas mais altas, mais expostas, a ventilação tem valores consideravelmente maiores que nos andares inferiores da mata. Em resumo, os micro climas nos diversos andares de uma floresta pluvial podem ser muito diferentes, embora o clima geral (macro climas) seja um só. O que interessa, naturalmente, a cada espécie e a cada indivíduo, não é o clima geral da região em que se encontra a floresta, e sim o clima ao qual ele faz parte; o importante é o clima a que ele (indivíduo) ou ela (espécie) estejam sujeitos (micro clima). Os solos da floresta são, via de regra, pobres em minerais e sua natureza é granítica ou gnáissica. A maior parte dos minerais está contida nas plantas em vez de estar no solo. Como há no solo muita serrapilheira que origina abundante húmus, existem microorganimos de vários grupos os quais decompõem a matéria orgânica que se incorpora ao solo. Esses minerais uma vez liberados pela decomposição de folhas e outros detritos, são prontamente reabsorvidos pelo grande número de raízes existentes, retornando ao solo quando as plantas ou suas partes (ramos, folhas, flores, frutos e floresta riquíssima em espécies, graças à rápida reciclagem da enorme quantidade de matéria orgânica que se acumula ao húmus. A reciclagem dos nutrientes é um dos aspectos mais importantes para a revivência da floresta. ADAPTAÇÕES VEGETATIVAS E REPRODUTIVAS DAS PLANTAS DIANTE DA DIVERSIDADE DO AMBIENTE EM QUE SE DESENVOLVEM As árvores do interior da mata são adaptadas à sombra, desenvolveram grande área foliar a fim de captar o máximo de luminosidade possível nessas condições. Tem espécies que passam toda a vida sombreadas e mesmo assim, são capazes de produzir flores, frutos e sementes. Muitas árvores são esguias, sem ramos, a não ser na parte superior. É que devido ao sombreamento, os ramos inferiores foram eliminados. Sobre os troncos das árvores encontram-se dezenas de orquídeas, bromélias, cactáceas, ou seja, epífitas perfeitamente adaptadas a vida longe do solo. Como as epífitas não mantêm contato com o solo muitas vezes possuem problemas de nutrição. Nada retiram das árvores apenas buscam uma maior luminosidade e ainda retribuem o abrigo atraindo animais polinizadores, como o beija-flor. Nos troncos onde as águas das chuvas escoam rapidamente, as epífitas tiveram que se adaptar a secas periódicas, mesmo vivendo num ambiente úmido. Bromélias possuem folhas que formam um reservatório de água, na forma de um copo. Nesses reservatórios aquáticos podem viver algas, protozoários, vermes, lesmas e até pererecas constituindo uma pequena comunidade. As orquídeas, cactáceas guardam em suas suculentas folhas a água que necessitam para a sobrevivência. epífitas Há plantas que começam como epífitas e terminam como plantas terrestres. Suas sementes germinam sobre forquilhas de ramos ou axilas de folhas, onde foram depositadas por pássaros em suas fezes; suas raízes crescem em torno do caule da hospedeira, em direção ao solo, onde penetram e se ramificam; com seu crescimento em espessura acabam concrescendo umas com as outras formando uma coluna vigorosa, capaz de suportar sua copa, quando a hospedeira, com seu caule asfixiado no interior, morre e se desfaz. O exemplo típico é o Ficus, conhecido como mata-pau. Certas espécies nascem no solo, atingem com seu eixo principal ou com alguns ramos um suporte e nele se fixa; se porventura se desfizer a ligação, por qualquer motivo, com o solo, por exemplo, por morte de parte do eixo em contato com ele, essas plantas passam a viver epifiticamente. bromélia Na mata existe uma planta que abriga formigas, a embaúba, a única planta que fora da região amazônica se associa com formigas, enquanto lá os exemplos desta associação são numerosos. A formiga protege a planta contra a ação de predadores e essa árvore serve de abrigo às formigas. No chão da floresta alguns fungos, as micorrizas, formam-se junto às raízes das árvores onde auxiliam na absorção de nutrientes. Plantas saprófitas evoluídas a ponto de dispensar a clorofila, deixando de fazer a fotossíntese, vivem a custa de matéria orgânica em decomposição. São plantas esbranquiçadas que crescem em meio às folhas no chão da floresta. Nessas matas são comuns as raízes tabulares e as raízes de escoras, que são dispositivos para se coletar oxigênio do ar, uma vez que a taxa de oxigênio do solo é pequena. Além disso, solos muito úmidos não proporcionam boa fixação, assim as raízes tabulares aumentam a base de sustentação da planta. Devido a densidade da vegetação ser muito grande, os ramos nas copas das árvores se entrelaçam e as plantas assim se suportam reciprocamente e mesmo que os troncos sejam cortados, a árvore não cai por estar presa à copa. O chão da floresta é um verdadeiro berçário de plantas recém germinadas ou em vida latente dentro das sementes. Muitas dessas plantas podem passar anos aguardando que uma árvore caia, abrindo uma clareira para que tenham luz suficiente para crescer. Outras suportam até a passagem do fogo das queimadas para depois germinar e auxiliar na cicatrização da floresta. Algumas espécies como os manacás-da-serra e quaresmeiras produzem milhares de minúsculas sementes que o vento carrega e deposita sobre as áreas abertas onde rapidamente crescem fechando as "feridas". Na floresta temos plantas que emitem odores atraentes ou até mesmo simulando uma fêmea de algum animal com a função de atrair polinizadores, tais como abelhas, vespas, moscas, besouros, borboletas, mariposas, aves ou até morcegos. Durante o inverno, ipês e suinãs exibem suas flores nos altos das copas ao mesmo tempo em que derrubam todas as folhas, tornando as flores visíveis a seus polinizadores a longa distância. Algumas espécies produzem suas flores junto aos troncos onde abelhas e outros polinizadores no interior da mata podem encontrá-las com mais facilidade. Há plantas que abrem ao entardecer no mesmo período de atividade de seus polinizadores, tais como pequenos morcegos. Na dispersão das sementes tem plantas que produzem frutos ou sementes com asas ou longos pelos, valendo-se dos ventos para distribuí-las. Outras produzem frutos explosivos, que ao secarem lançam suas sementes à longas distâncias. Diversas plantas produzem frutos suculentos e coloridos que se prestam à alimentação de vários animais. Depois da digestão, estes seres defecam as sementes prontas para germinar. As folhas são muitas vezes brilhantes recorbertas por cera, tendo superfícies lisas e pontas em forma de goteira. Todas essas características facilitam o escoamento da água das chuvas impedindo sua permanência prolongada, o que seria inconveniente sobre a superfície foliar porque pode obstruir estômatos, além de servir para, em suas gotas, se desenvolverem microorganismos que podem determinar doenças. Outros mecanismos são conhecidos tais como: caules e folhas pendentes, folhas de limbo em pedúnculos delgados e longos, que se curvam ao peso da água fazendo com que a ponta do limbo se incline para baixo, o que determina o escoar da água por ação da gravidade e com isso o peso do limbo diminui e volta à posição anterior. A SITUAÇÃO ATUAL DESSA FORMAÇÃO VEGETAL NO BRASIL DO PONTO DE VISTA DA PRESERVAÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS E ANIMAIS Um dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é a rica biodiversidade, ou seja, a grande variedade de animais e plantas. Calcula-se que nela existam dez mil espécies de plantas, sendo 76 palmeiras, 131 espécies de mamíferos, 214 espécies de aves, 23 de marsupiais, 57 de roedores, 183 de anfíbios, 143 de répteis e 21 de primatas. Dentre estes animais estão vários morcegos destacando-se uma espécie branca. Dos símios destacam-se o muriqui, que é a maior e mais corpulenta forma de macaco tropical, e o sauí-preto que é o mais raro dos símios brasileiros. Habitam também a mata diferentes sagüis, os sauás, os macacos-prego e o guariba que está se extinguindo. Dos canídios, o cachorro-do-mato é um dos predadores mais comum juntamente com o guaxinim, o coati, o jupurá, os furões, a irara, o cangambá, e felinos, como gatos-do mato que se alimentam de animais como o tapiti, diferentes ratos-do-mato, caxinguelês, cotias, outiço-cacheiro, o raro ouriço-preto, etc.
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