Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

apostila de fis.vegetal, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

trata-se de uma apostila muito boa, além de didática.

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 05/12/2009

calebe-farias-de-franca-junior-12
calebe-farias-de-franca-junior-12 🇧🇷

2 documentos

1 / 84

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe apostila de fis.vegetal e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CESNORS – FREDERICO WESTPHALEN DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL DISCIPLINA DE FISIOLOGIA VEGETAL PROFª. ADRIANA TOURINHO SALAMONI APOSTILA DE AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS DE FISIOLOGIA VEGETAL Frederico westphalen 2°/2009 Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 2 Fisiologia Vegetal CAPÍTULO I: A ÁGUA, AS CÉLULAS E A PLANTA 1. A ÁGUA NA VIDA DAS PLANTAS:  Papel fundamental na vida da planta → para cada grama de matéria orgânica produzida, 500 g de água são absorvidas pelas raízes, transportadas pelo corpo da planta e perdidas para a atmosfera. Pequeno desequilíbrio no fluxo da água pode causar déficits hídricos e mau funcionamento de muitos processos celulares. Assim, toda a planta deve realizar um balanço delicado de sua absorção e perda de água.  Água forma maior parte da célula vegetal → célula vegetal madura têm grande vacúolo (90-95%) cheio de água e o resto é citoplasma (5-10%) → constitui 80-95% da massa de tecidos vegetais em crescimento → os fenômenos vitais ativos são condicionados a um suficiente suprimento hídrico. Ex. Plantas hortícolas (couve, alface, tomate) podem conter 85-95% de água. A madeira, composta principalmente por células mortas, tem conteúdo hídrico menor, as sementes (5-15%) estão entre os tecidos vegetais mais secos, mas antes de germinar precisam absorver quantidade considerável de água.  Mais abundante e melhor solvente que se conhece → meio onde moléculas movimentam-se dentro das células e entre elas, influenciando a estrutura de vários constituintes (proteínas, ácidos nucléicos, polissacarídeos).  Forma um ambiente onde ocorre a maioria das reações bioquímicas celulares e participa diretamente em muitas reações químicas essenciais.  Perda e absorção de água são contínuas pela planta → maioria da água perdida evapora da folha à medida que o CO2 para a fotossíntese é absorvido → transpiração. Num dia ensolarado, quente e seco, uma folha renovará até 100% de sua água em apenas 1 hora.  Transpiração → forma eficiente de dissipar calor proveniente do sol → moléculas de água que escapam para a atmosfera têm energia maior, isso promove a quebra das ligações que as seguram no líquido. Quando elas escapam, deixam para trás uma massa de moléculas com energia menor, ou seja, um corpo líquido mais frio. Na folha, quase ½ do ganho líquido de calor do sol é dissipado pela transpiração.  Água recurso mais abundante que as plantas precisam para crescer e funcionar, mas é também o mais limitante para a produtividade agrícola.  Plantas aquáticas ou de ambiente muito úmido, não têm dispositivo especial para evitar a perda d’água. As terrestres precisam manter ativamente sua condição hídrica, como sua parte aérea está em contato direto com a atmosfera que tem pressão de vapor mais baixa, a água é cedida ao ambiente circundante, assim o balanço hídrico deve ser equilibrado com um permanente abastecimento de água. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 5 Fisiologia Vegetal  Osmose: caso particular de difusão através de uma membrana diferencial ou seletiva (membrana semipermeável), ou seja, através de uma membrana que é muito mais permeável à água do que aos solutos. Ocorre comumente na célula vegetal, devido à diferença na concentração de solutos através da plasmalema. Tipicamente, o citoplasma é de 0,5 a 1 M mais concentrado do que a região da parede celular.  Fluxo de massa: movimento em conjunto de grupos de moléculas em massa, em resposta a uma gradiente de pressão. É o principal mecanismo responsável pelo transporte de longa distância da água e solutos no xilema. Também explica a maior parte do fluxo de água no solo e nas paredes celulares de tecidos vegetais. Independe do gradiente de concentração de soluto (diferente da difusão). Ex: movimento da água numa mangueira, fluxo de um rio, chuva caindo. 4. POTENCIAL HÍDRICO DA CÉLULA (Ψw):  O potencial hídrico é uma medida do estado de energia da água em dada situação.  O potencial hídrico governa o transporte através das membranas celulares. Também serve para medir o padrão hídrico de uma planta, ou seja, seu grau de hidratação. O processo mais afetado pelo déficit hídrico é o crescimento celular. Estresse hídrico mais severo leva à inibição da divisão celular, da síntese de proteínas e da parede celular, ao acúmulo de solutos, ao fechamento estomático e à inibição da fotossíntese.  Principais fatores que influenciam no potencial hídrico em plantas → concentração, pressão, gravidade. Ψw = Ψs + Ψp + Ψg Expressam os efeitos de solutos, pressão e gravidade sobre a energia livre da água.  Solutos (Ψs) → potencial de solutos ou osmótico → É uma função da concentração do suco celular. Indica o efeito dos solutos dissolvidos no potencial hídrico. Eles diminuem a energia livre da água porque diluem-a. A mistura de solutos e água provoca um aumento na desordem do sistema, levando à diminuição da energia livre. É inversamente proporcional à concentração de solutos na solução, ou seja, quanto maior a concentração de solutos, menor o potencial osmótico. Mesmo as membranas plasmáticas não sendo rigorosamente semipermeáveis para todas as substâncias, as células vegetais maduras têm um sistema osmótico, pelo menos por períodos curtos. Transferindo-se uma célula normal para uma solução, o movimento de entrada ou saída do vacúolo, depende da diferença entre os potenciais osmóticos do conteúdo celular e da solução externa. Num meio hipotônico (aquoso) → Ψs é menos negativo do que o conteúdo celular, a água flui para o vacúolo, resulta numa pressão hidrostática interna, que comprime o protoplasto contra a parede celular e ela é estendida Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 6 Fisiologia Vegetal elasticamente. Potenciais osmóticos medidos em células vegetais têm amplo espectro de variações, diferem não só entre as células, mas entre os diferentes órgãos e tecidos de uma planta.  Pressão (Ψp) → é a pressão hidrostática da solução. É função da turgescência da célula. Pressão positiva aumenta o potencial hídrico, pressão negativa, diminui.  Gravidade (Ψg) → faz com que a água se mova para baixo. Depende da altura da água, da densidade da água e da aceleração da gravidade. Quando se trabalha com transporte de água em nível celular esse componente geralmente é omitido, porque é desprezível comparado ao potencial osmótico e à pressão hidrostática. Assim: Ψw = Ψs + Ψp  Potencial mátrico ou matricial (Ψm) → é função de forças de atração e capilaridade. É referido em discussões de solos secos, sementes e paredes celulares. Importante em estágios iniciais de absorção de água pelas sementes secas (embebição) e quando se considera a água retida no solo. Em outros, não é considerado. 5. ENTRADA E SAÍDA DE ÁGUA DA CÉLULA:  A água entra na célula ao longo de um gradiente de potencial hídrico.  O fluxo da água é um processo passivo! O movimento é em resposta a forças físicas, em direção a regiões de baixo potencial hídrico ou de baixa energia livre. Não há bombas metabólicas que empurrem a água de um lugar para outro (desde que a água seja a única substância transportada). Quando solutos são transportados (para pequenas distâncias nas membranas ou para grandes distâncias no floema), o transporte da água pode ser associado ao de soluto, podendo esse transporte mover a água contra um gradiente de potencial hídrico (transporte ativo). 6. CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO À SUA ADAPTAÇÃO AO REGIME HÍDRICO DO AMBIENTE: HIDRÓFITAS: crescem total ou parcialmente submersas. Incluem algumas algas (Chlamydomonas), pteridófitas (Azolla) e angiospermas (Zostera marina). Têm folhas geralmente finas, o que reduz a resistência ao fluxo da água. A perda de água não é normalmente um problema, portanto, não apresentam cutícula bem desenvolvida nos órgãos submersos ou na superfície inferior das folhas flutuantes. Xilema, em geral, pouco desenvolvido. Espaços intercelulares volumosos, que auxiliam na Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 7 Fisiologia Vegetal flutuação e na difusão do oxigênio e do gás carbônico. Geralmente não toleram a dessecação, a menos que dormentes. HIGRÓFITAS: plantas terrestres de ambiente úmido e sombreado, onde a umidade relativa é muito alta e o solo muito úmido. Incluem muitos musgos, plantas hepáticas e algumas samambaias. Plantas adaptadas para fotossintetizar com eficiência em baixa luminosidade. Podem suportar dessecamento prolongado, reiniciando o crescimento após a reidratação. MESÓFITAS: crescem normalmente em solos bem drenados e em locais com grandes variações na umidade relativa do ar. São a maioria das espécies cultivadas e das plantas nativas das regiões tropicais e temperadas. Têm cutícula bem desenvolvida e regulam a perda de água através da abertura e fechamento dos estômatos. Possuem sistema radicular extenso e xilema bem desenvolvido. Muitas perenes são decíduas, perdendo suas folhas como mecanismo de redução da perda de água, quando as condições são desfavoráveis, como no inverno. XERÓFITAS: ocorrem principalmente nas caatingas, nas savanas e sertões. Em lugares rochosos e em outros onde a água é geralmente escassa. Sua sobrevivência depende de vários mecanismos de adaptação, como a fixação de carbono à noite, cutícula com baixa permeabilidade ou armazenamento de água em cladódios (ramos achatados) ou xilopódios (tubérculos lenhosos). CAPÍTULO II: BALANÇO HÍDRICO DAS PLANTAS 1. O SOLO:  Solo Corpo natural na superfície da crosta terrestre. Meio natural para crescimento das plantas. Reservatório de água.  Origem Litosfera  rochas (intemperismo)  diferentes tipos  diferentes tipos de solo. Hidrosfera. Atmosfera. Biosfera.  Composição do solo Minerais (primários e secundários). Compostos orgânicos. Solução do solo. Ar do solo. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 10 Fisiologia Vegetal  Como as plantas diminuem o efeito da cavitação no xilema: → Bolha não se espalha → pontoações; → Interconexão dos capilares; → Eliminação durante a noite, quando a transpiração diminui.  A força para o transporte no xilema é a pressão negativa que há na superfície das paredes celulares das folhas. 5. MOVIMENTO DA ÁGUA DA FOLHA PARA A ATMOSFERA:  Perda de água na forma gasosa  transpiração e líquida  gutação.  Água  superfície da parede celular do mesofilo  evapora  espaços intercelulares  difusão  atmosfera. Perda d’água: cutícula - 5% estômatos – 95%  Condição para que haja transpiração: diferença de potencial (Ψ).  IMPORTÂNCIA DA TRANSPIRAÇÃO: - Absorção de água e minerais; - Absorção de CO2 para a fotossíntese; - Crescimento; - Resfriamento.  Razão de transpiração  relacionada à perda de água e ganho de CO2.  FATORES AMBIENTAIS QUE AFETAM A TAXA DE TRANSPIRAÇÃO: - Luz; - Temperatura; - Umidade; - Correntes de ar; - Disponibilidade de água. 6. CONTROLE ESTOMÁTICO DA TRANSPIRAÇÃO: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 11 Fisiologia Vegetal  Localização dos estômatos.  Abertura e fechamento dos estômatos  é um processo biológico.  Células-guarda  controlam pequenas aberturas  poros estomáticos.  Plantas  demanda competitiva.  Regulação temporal da abertura dos estômatos  água abundante/água menos abundante.  Movimentos estomáticos  ocorrem em função de uma diferença de potencial nas células-guarda  presença de íons potássio: Aberto durante o dia  endosmose. Fechado durante a noite  exosmose.  Características das células-guarda: - orientação radial da celulose na parede celular e - são presas na extremidade, têm uma parede comum.  FATORES QUE AFETAM O MOVIMENTO ESTOMÁTICO: - turgor da folha. - orientação das fibrilas de celulose. - perda de água. - estresse hídrico  ABA. - concentração de CO2. - luz. - temperatura. - da própria planta. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 12 Fisiologia Vegetal CAPÍTULO III: ESTRESSE – RESPOSTAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS 1. INTRODUÇÃO: Em condições naturais e agricultáveis, as plantas são expostas a estresses ambientais. O estresse tem papel importante na determinação de como o solo e o clima limitam a distribuição das espécies, seu desenvolvimento e chance de sobrevivência. Estresse é qualquer fator externo que exerce influência desvantajosa sobre a planta, induzindo a mudanças e respostas em todos os níveis do organismo, estas podem ser reversíveis ou permanentes. Quando uma cultura não está expressando sua potencialidade máxima, é provável que as plantas estiveram ou estão sofrendo algum tipo de estresse. Mas, quase todos os fatores de estresse podem ser superados mediante a aplicação de técnicas adequadas de manejo. Conceito: num sentido geral, é a pressão excessiva de algum fator adverso que apresenta a tendência de inibir o funcionamento normal dos sistemas. Levitt sugeriu que o estresse biológico poderia ser definido como determinadas condições ambientais, que induzem um organismo a entrar Figura 1 - Rotas para absorção de água pelas raízes. Figura 2 – Trajetória da água pela folha. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 15 Fisiologia Vegetal e seus pêlos podem ser danificados. A deposição de suberina na exoderme pode também aumentar a resistência ao fluxo hídrico. 2.1.8. Aumento do depósito de cera sobre a superfície foliar: cutícula espessa reduz a perda de água pela epiderme. 2.1.9. Altera dissipação de energia das folhas: a perda de calor por evaporação diminui a temperatura foliar, se o estresse hídrico limitar a transpiração a folha esquenta, a menos que outro processo compense a falta de esfriamento. Por exemplo: mudança na orientação das folhas (em direção oposta à do sol); murchamento, enrolamento foliar em gramíneas (as células buliformes diminuem a superfície exposta ao sol), presença de tricomas, cera refletora cuticular. 2.1.10. Induz o metabolismo ácido das crassuláceas: estômatos abrem à noite e fecham de dia a fim de reduzir a transpiração. 2.1.11. Diminui a fertilidade do pólen. 2.1.12. Desencadeia a síntese de ABA na raiz: vai para diferentes partes da planta onde induz uma variedade de efeitos. 2.2. EVITE EM RELAÇÃO À DESSECAÇÃO: 2.2.1. Maior capacidade de condução da água: ampliando a área de condução do sistema, com uma maior quantidade de xilema, com uma densa venação das folhas e diminuindo a distância de transporte (internós mais curtos). 2.2.2. Diminuir perda de água: diminuir transpiração, com epiderme com parede celular densamente cutinizada e coberta por extensa camada de cera. Estômatos só na face inferior da folha, escondidos por densa cobertura de pêlos ou em depressões. 2.2.3. Reserva de água: por exemplo, usando carboidratos capazes de se hidratarem (mucilagem). 3. ESTRESSE E CHOQUES TÉRMICOS: Plantas podem sofrer superaquecimento  grande influxo de energia capaz de ser absorvida combinada com uma perda insuficiente de calor. Daí, a aclimatação ao calor pode ocorrer rapidamente, em reposta ao estresse provocado por altas temperaturas. O efeito do calor depende de sua duração, a regra da dose diz que pouco calor por longo período provoca tanto dano quanto muito calor por curto período. A maior parte dos vegetais não é capaz de sobreviver a uma prolongada exposição a temperaturas maiores que 45ºC. As células e os tecidos que não estão em crescimento ou estão desidratados (como as sementes) podem sobreviver a temperaturas muito mais altas do que os hidratados ou em crescimento ativo. Assim, durante o período mais ativo de crescimento, as plantas são muito sensíveis ao calor. Temperatura foliar alta + déficit hídrico  estresse térmico. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 16 Fisiologia Vegetal 3.1. ALTERAÇÕES: 3.1.1. Inibição da fotossíntese antes da respiração: diminuindo a reserva de carboidratos. 3.1.2. Diminuição da estabilidade das membranas celulares: há modificação da composição e estrutura das membranas, podendo levar a perda de íons, inibição da fotossíntese e da respiração. Excessiva fluidez dos lipídeos de membrana faz com que as mesmas percam sua função. Diminui a força das ligações de hidrogênio e das interações eletrostáticas entre grupos polares de proteínas na fase aquosa da membrana. 3.2. ADAPTAÇÕES: As plantas podem sobreviver sob alta temperatura prevenindo-se (escape em relação à forte radiação), dissipando calor ou se o protoplasma tiver a capacidade de tolerar o calor (depende da planta, as de região fria são as mais sensíveis, as de região temperada são as intermediárias e as tropicais/de deserto são as mais resistentes). 3.2.1. Diminuição da absorção da radiação solar: presença de tricomas e ceras foliares, enrolamento foliar e mudando a orientação foliar, desenvolvendo folhas pequenas e muito divididas. Formando densas camadas de folhas cobrindo as gemas da base, responsáveis pela renovação das folhas. Formando órgãos sob o solo (bulbos e tubérculos). 3.2.2. Isolamento térmico da casca: desenvolvimento de casca com fibras espessas. Por exemplo, a casca áspera e suberizada de muitas árvores do semi-árido, que fazem uma proteção contra o fogo. 3.2.3. Produção de proteínas de choque térmico: forma mais efetiva de proteção ao calor. Estas proteínas auxiliam as células a suportar o estresse térmico, funcionando como “chaperonas moleculares”. Promovem o correto dobramento das proteínas celulares danificadas pelo calor, evitando assim sua deformação (caso ficassem estendidas ou mal-dobradas), isso facilita o funcionamento adequado das células submetidas à temperatura elevada. 4. RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO: As espécies tropicais e subtropicais são tipicamente suscetíveis ao dano por resfriamento. O que define a sobrevivência de uma planta sob clima frio é sua capacidade de tolerância à baixa temperatura. Dano por resfriamento provoca crescimento mais lento (diminui a velocidade das reações, diminui a energia disponível, há menor absorção de água e nutrientes, cai a biossíntese e assimilação, afeta o crescimento), as folhas descolorem ou tornam-se lesadas e a folhagem dá impressão de estar encharcada. Se as raízes sofrem o dano, a planta pode murchar. 4.1. ALTERAÇÕES: 4.1.1. Interrompe a corrente citoplasmática. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 17 Fisiologia Vegetal 4.1.2. Alteração das propriedades das membranas: há perda de função das membranas, podendo diminuir o poder de seleção. Também há dano às membranas dos cloroplastos, inibindo a fotossíntese. Há dano às membranas mitocondriais e as taxas respiratórias caem. Também há translocação mais lenta de carboidratos, inibição da síntese protéica e aumento da degradação de proteínas existentes. Perda de solutos devido ao dano no tonoplasto. Por que as membranas são afetadas? Membranas suscetíveis ao frio apresentam lipídeos com alta porcentagem de cadeias de ácidos graxos saturados que tendem a solidificar, tornando as membranas menos fluídas, os componentes proteicos podem não funcionar normalmente. 4.1.3. Formação de cristais de gelo e desidratação do protoplasto: sementes, tecidos parcialmente desidratados e esporos de fungos toleram temperaturas muito baixas. Para reter a viabilidade de tecidos hidratados o esfriamento deveria ser muito rápido, formando cristais de gelo pequenos que não provocam dano. Quando há formação de cristais de gelo grandes e de crescimento lento, os mesmos podem perfurar e destruir estruturas celulares. Quando há grande quantidade de água no interior das células, pode ocorrer congelamento intracelular e rápida formação de cristais, com destruição do citoplasma. 4.2. ADAPTAÇÕES: 4.2.1. Proteínas anticongelamento  podem se ligar à superfície dos cristais de gelo para evitar ou retardar seu crescimento. 4.2.2. Síntese de açúcares e outras substâncias induzidas pelo frio  têm efeito crioprotetor. Estabilizam proteínas e membranas durante a desidratação induzida por baixa temperatura, no citoplasma restringem o crescimento do gelo. As espécies lenhosas em estado dormente são resistentes. Por aclimatação prévia ao frio mais o efeito da genética, estas plantas acumulam açúcares e outras substâncias protetoras. 4.2.3. Resistência ao congelamento  envolve a supressão da formação de cristais de gelo a temperatura bem abaixo do ponto de congelamento. Ex. carvalho, nogueira, macieira. 4.2.4. ABA  parece ter papel importante na tolerância ao congelamento. 5. ESTRESSE SALINO: O maior problema de alta concentração de sais está na água de irrigação. A evaporação e transpiração removem a água pura do solo e esta perda d’água concentra solutos no solo, podendo prejudicar espécies sensíveis aos sais. Ótimo de crescimento em níveis moderados de sal, este ótimo está relacionado com a capacidade das células de acumularem íons no vacúolo, diminuindo a quantidade tóxica no citosol. 5.1. ALTERAÇÕES: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 20 Fisiologia Vegetal  A curva de crescimento das plantas está em função da concentração de nutrientes nos tecidos.  Técnicas para estudos nutricionais: cultivo das plantas em condições experimentais onde só o elemento sob investigação encontra-se ausente, em solo ou solução  A solução de HOAGLAND é uma formulação para solução nutritiva, contém todos os elementos minerais necessários ao rápido crescimento das plantas, sendo as concentrações estabelecidas no maior nível possível. CONTATO ENTRE RAÍZES E SOLO:  O suprimento de nutrientes para as raízes depende das características físicas e químicas do solo, da espécie iônica do nutriente e das características das raízes (densidade, comprimento e superfície).  O solo: interação entre as fases.  pH: crescimento das raízes, desenvolvimento de fungos e bactérias, disponibilidade de nutrientes. ABSORÇÃO:  A maior parte da água que as plantas absorvem penetra através das partes mais jovens da raiz. Os pêlos radiculares propiciam uma enorme superfície de absorção.  Na absorção há seletividade. Há acúmulo contra um gradiente de concentração e varia com a variabilidade do germoplasma.  Transporte via xilema (corrente transpiratória) e via floema (translocação).  ASSOCIAÇÕES SIMBIÓTICAS: facilitam a absorção. Podem ser: ∗ Rizóbios  bactérias que fixam Nitrogênio. ∗Micorrizas  associações de fungos ao sistema radicular. 83% das dicotiledôneas apresentam, 79% das monocotiledôneas e todas as gimnospermas. Melhoram a capacidade das raízes de absorver nutrientes, porque as hifas externas dos fungos são mais finas que as raízes e podem alcançar além das áreas do solo esgotadas em nutrientes próximas das raízes. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 21 Fisiologia Vegetal 2. ABSORÇÃO E TRANSPORTE: TRANSPORTE:  Depende do tipo de substância e é regulado principalmente por membranas.  Pode ser Passivo (espontâneo) ou Ativo (contra um gradiente, necessita um mecanismo que consome energia, para daí bombear o íon para dentro da célula).  1ª LEI DE FICK.  Membranas celulares → LIPOPROTEICAS. O movimento de uma substância é controlado pela permeabilidade da membrana. Esta depende da composição da membrana e da natureza do soluto. A BICAMADA LIPÍDICA permite a livre difusão de moléculas apolares, mas é impermeável a compostos iônicos ou polares. Os lipídeos, assim, associam-se a PROTEÍNAS (chamadas PROTEÍNAS DE TRANSPORTE) que viabilizam o transporte de determinados solutos. Estas proteínas são específicas para os solutos que transportam, por isso, há grande diversidade das mesmas nas células. As membranas são, então, permeáveis a compostos para os quais dispõem de transportadores específicos. OS TRANSPORTADORES: Tendem a aumentar o movimento de solutos pelas membranas. São:  Proteínas canais (poros seletivos) → são fixas e se estendem pelas membranas. O transporte é sempre passivo, de água e íons. O tamanho do poro e a densidade de cargas determinam a especificidade do transporte. Não abrem todo o tempo, mas em resposta a sinais externos.  Proteínas carregadoras → são móveis. Não possuem poros que se estendam pela membrana. Seletivas para a substância transportada. Ligam a molécula transportada num lado da membrana e liberam do outro. Transporte pode ser ativo ou passivo.  Bombas → fazem transporte ativo primário. O carregador precisa acoplar o transporte do soluto contra um gradiente, com outro evento que libere energia. Transporte de íons e grandes moléculas. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 22 Fisiologia Vegetal Transporte de íons regulado por 2 potenciais: • Químico → gerado pela concentração do íon; • Elétrico → gerado pela carga do íon. 3. NUTRIENTES ESSENCIAIS:  Três critérios de essencialidade: - ausência impede a planta de completar seu ciclo; - têm papel fisiológico claro, não pode ser substituído; - envolvido no metabolismo da planta.  MACRO E MICRONUTRIENTES: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 25 Fisiologia Vegetal que depende da espécie e da idade da planta. Característico: necrose preta de folhas jovens, principalmente na base da lâmina foliar e nas gemas terminais, caules rígidos e quebradiços. Perda de dominância apical (a planta se ramifica muito). Frutos, raízes carnosas e tubérculos podem apresentar necrose ou anomalias relacionadas à desintegração de tecidos internos. GRUPO 3: Dos nutrientes que ficam na forma iônica: encontrados em solução no citosol ou no vacúolo ou podem estar ligados a compostos de carbono. Potássio (K+): tem papel na regulação do potencial osmótico das células. É o cátion mais abundante no citoplasma. Ativa enzimas da respiração e da fotossíntese. Deficiência provoca clorose em manchas ou marginal, que evolui para necrose, principalmente nos ápices foliares, nas margens e entre nervuras. Folhas podem curvar-se e secar. Caules fracos e com entre-nós curtos. Em milho, a deficiência de K provoca maior suscetibilidade a fungos da podridão radicular e maior tendência a tombamento. Cálcio (Ca2+): uso na síntese de paredes, principalmente de lamelas médias. Também é importante no fuso mitótico durante a divisão celular. Necessário para o funcionamento normal das membranas celulares. Deficiência provoca necrose de regiões meristemáticas jovens (como ápices radiculares e folhas jovens), pode ser antecedida por clorose generalizada e curvamento para baixo das folhas. Folhas jovens deformadas. Sistema radicular acastanhado, curto e muito ramificado. Pode haver redução severa do crescimento se houver morte prematura de regiões meristemáticas. Magnésio (Mg2+): ativa enzimas da respiração, fotossíntese e síntese de DNA e RNA. Também faz parte da molécula de clorofila. Sintoma mais típico é a clorose entre nervuras (1º nas folhas mais velhas por causa da mobilidade), se continua, folhas tornam-se amarelas ou brancas. Pode haver abscisão foliar prematura. Bastante móvel no xilema e no floema. Transporte e redistribuição na forma iônica. Cloro (Cl-): necessário para reações de quebra da molécula de água da fotossíntese. Pode ser necessário à divisão celular. A deficiência provoca murcha dos ápices foliares, clorose e necrose generalizadas. As folhas podem ter crescimento reduzido. Raízes curtas e grossas junto aos ápices. Maioria das plantas absorve a mais do que precisa. A deficiência em habitats nativos ou agrícolas é desconhecida. Manganês (Mn2+): ativa várias enzimas nas células. Função mais bem definida é sua participação na reação da fotossíntese onde a H2O → O2. A deficiência provoca clorose internervura com manchas necróticas em folhas mais velhas ou nas jovens, depende da espécie e da taxa de crescimento. Sódio (Na+): necessário a maioria das espécies que fazem rota C4 e CAM, para a regeneração do fosfoenolpiruvato (PEP). Pode substituir o potássio, como soluto osmoticamente ativo. GRUPO 4: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 26 Fisiologia Vegetal Aqueles nutrientes envolvidos em reações REDOX. São micronutrientes. Podem sofrer oxidações e reduções reversíveis, além de serem importantes na transferência de elétrons e na transformação de energia. Usualmente encontrados em associação com moléculas maiores, como citocromos, clorofila e proteínas (normalmente enzimas). Ferro (Fe2+ ou Fe3+): papel como componente de enzimas envolvidas na transferência de elétrons. Deficiência causa clorose internervura, inicialmente nas folhas mais jovens (diferente do Mg). Se há deficiência extrema (prolongada), as nervuras também ficam cloróticas e a folha branca. Por quê? Fe necessário para a síntese de alguns complexos clorofila-proteínas no cloroplasto. Zinco (Zn2+): necessário para atividade de muitas enzimas e para a síntese de clorofila em algumas plantas. Deficiência: diminuição do crescimento de entrenós e planta com hábito rosetado. Folhas também ficam pequenas e retorcidas, com a margem com aparência enrugada, sintoma que pode ser devido a diminuição da capacidade de sintetizar AIA. Absorvido e metabolizado na planta na forma Zn2+. Cobre (Cu2+): associado a enzimas envolvidas em reações REDOX. Deficiência provoca formação de folhas verde-escuras, podendo ter manchas necróticas primeiro nos ápices das folhas jovens e se estendem em direção à base da folha, ao longo das margens. Folhas podem ficar retorcidas e malformadas, em deficiência extrema há queda prematura. Níquel (Ni2+): única enzima das plantas superiores com este elemento é a urease. A deficiência provoca acúmulo de uréia nas folhas com necrose nos ápices foliares. Nas plantas cultivadas no solo é raro aparecer deficiência porque as necessidades são mínimas. Molibdênio (Mo4+ até Mo6+): componente de várias enzimas, como nitrato redutase e nitrogenase. Deficiência provoca clorose generalizada entre as nervuras e necrose das folhas mais velhas. Pode haver impedimento à formação de flores ou elas caírem prematuramente. Sua deficiência pode acarretar deficiência de N, caso a planta dependa da fixação biológica do N. CAPÍTULO V: A FOTOSSÍNTESE INTRODUÇÃO:  Processo de síntese utilizando a luz.  Os organismos autotróficos convertem fontes físicas e químicas de energia em carboidratos na ausência de substratos orgânicos.  Os produtos finais da fotossíntese são igualmente importantes para todos os organismos vivos: O2, é a condição prévia para a respiração e os carboidratos são substratos para a respiração e o ponto de partida para diferentes biossínteses.  Equação geral da fotossíntese: 6 CO2 + 6 H2O  C6H12O6 * + 6 O2  *(CH2O)n  carboidrato. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 27 Fisiologia Vegetal  Durante o processo de assimilação do Carbono  processos fotoquímicos (dirigidos pela luz, nos tilacóides); processos enzimáticos (reações de fixação do Carbono, no estroma) e processos de difusão (trocas de CO2 e O2 entre o cloroplasto e a atmosfera).  Estima-se que ± 200 milhões de toneladas de CO2 sejam convertidas em biomassa a cada ano.  O mais ativo dos tecidos fotossintéticos das plantas é o mesofilo porque apresenta muitos cloroplastos, onde está a clorofila. CONCEITOS GERAIS: A luz tem característica de onda e de partícula. A Onda é caracterizada pelo comprimento de onda (distância entre 2 picos sucessivos). A Freqüência é o número de picos que passam por um observador num espaço de tempo. A Partícula  fóton  contém energia chamada de quantum. A luz solar é uma chuva de fótons de diferentes freqüências. Nossos olhos são sensíveis a uma faixa destas, que é a região da luz visível do espectro eletromagnético. AS TROCAS GASOSAS:  O metabolismo do carbono no interior das células é relacionado com a circulação atmosférica por meio das trocas gasosas: troca de CO2 e O2 entre o interior da planta e a atmosfera que a envolve.  Durante a Fotossíntese, ocorrem as trocas gasosas: fixação do CO2 e liberação do O2. Durante a respiração também ocorrem trocas gasosas, há liberação de CO2 e consumo de O2.  As trocas gasosas ocorrem por difusão ou fluxo de massa.  Abastecimento de O2: nas partes aéreas de plantas terrestres é bom. Raízes e caules subterrâneos podem estar sujeitos a um fraco abastecimento.  Caminho da difusão e resistência difusiva do CO2 na folha: CO2 atmosfera  CO2 cloroplasto. Esta trajetória deve vencer muita resistência: - resistência da camada fronteiriça: - resistência estomática: O CLOROPLASTO E OS PIGMENTOS: Como se dá a absorção da luz? Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 30 Fisiologia Vegetal ESQUEMA Z (FOTOSSISTEMA I E II): Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 31 Fisiologia Vegetal 2. PROCESSO BIOQUÍMICO REAÇÕES DE CARBOXILAÇÃO: FIXAÇÃO DO CO2 VIA PENTOSE-P (CICLO DE CALVIN):  Todas as plantas reduzem CO2 a carboidratos dessa forma! Três fases: Carboxilação → aceptor é a ribulose-1,5-bifosfato (RuBP), um composto com cinco carbonos; Redução e Regeneração.  Plantas C3 fazem todo o ciclo num só tipo de cloroplasto!  RUBISCO representa 40% do total de proteínas solúveis na maioria das folhas.  Rendimento líquido do Ciclo de Calvin: 6 CO2 + 11 H2O + 12 NADPH + 18 ATP  C6H12O6 + 12 NADP + + 6 H+ + 18 ADP + 17 Pi.  A Eficiência da carboxilação depende: Da quantidade e atividade enzimática; Da disponibilidade de CO2; Da concentração do aceptor; Da temperatura; Do grau de hidratação do protoplasma; Do suprimento de sais minerais; Do grau de desenvolvimento e da atividade da planta; Da síntese de NADPH e ATP. CICLO FOTOSSINTÉTICO OXIDATIVO C2 DO CARBONO (FOTORRESPIRAÇÃO):  A RUBISCO é capaz de catalisar tanto a carboxilação (funcionando como carboxilase) como a oxigenação (funcionando como oxigenase, ou seja, fixando o O2) da RuBP. Assim, o CO2 e o O2 competem pelo mesmo sítio ativo, quer dizer, pelo mesmo substrato.  A OXIGENAÇÃO é a reação primária da FOTORRESPIRAÇÃO, processo oposto à fotossíntese. Resulta na perda de CO2 das células que estejam simultaneamente fixando CO2 pelo Ciclo de Calvin. É a respiração na presença da luz (semelhante à respiração mitocondrial, que consome O2 e libera CO2). Porém, é diferente da respiração, porque cessa no escuro.  Não ocorre em todas as plantas. Aparece nas C3, nas C4 não é visível.  Há interação de 3 organelas, os cloroplastos, as mitocôndrias e os peroxissomos.  FUNÇÃO BIOLÓGICA  recupera parte do carbono originalmente perdido no Ciclo de Calvin. Importante em condições de alta intensidade de luz e baixa concentração de CO2. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 32 Fisiologia Vegetal Figura: Ciclo De Calvin Figura: Fotorrespiração Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 35 Fisiologia Vegetal 3. SÍNTESE DE AMIDO E SACAROSE: A partir do Ciclo de Calvin, em todas as plantas, há a produção de triose-P. Qual seu destino? - O CITOSOL, sendo transformada em sacarose-P e sacarose, para translocação via floema para os drenos. - Permanecer no CLOROPLASTO, formar hexose-P e, a partir daí, o amido, principal composto de reserva das plantas. Assim, a fotossíntese produz os compostos de carbono para respiração e biossínteses. CAPÍTULO VI: FOTOSSÍNTESE - ECOFISIOLOGIA LUZ, FOLHAS E FOTOSSÍNTESE:  Ambiente de luz em que a planta cresce é de fundamental importância, pois a adaptação das plantas a esse ambiente depende do ajuste do seu aparelho fotossintético de modo que a luminosidade do ambiente seja usada da maneira mais eficiente possível.  Quantidade de luz e de CO2 é que determina a resposta fotossintética. Mas, a absorção excessiva de luz pode trazer problemas sérios, existem mecanismos especiais que protegem o sistema fotossintético da luz excessiva.  Da energia solar que alcança a terra  5% convertida em carboidratos pela folha fotossintetizante, parte tem comprimento de onda muito curto ou muito longo e não pode ser absorvida pelos pigmentos fotossintéticos, parte da energia absorvida é perdida como calor e parte como fluorescência.  A anatomia foliar é altamente especializada para a absorção de luz.  Epiderme tipicamente transparente à luz visível e suas células são frequentemente convexas  atuam como lentes e concentram a luz.  Parênquima paliçádico tem suas células como pilares dispostas em colunas paralelas de 1-3 camadas.  Parênquima lacunoso (esponjoso) tem células com formas irregulares e delimitadas por amplos espaços de ar  geram muitas interfaces ar-água que refletem e refratam a luz  torna aleatória sua direção de movimento  serve à dispersão luminosa.  Características dos parênquimas  absorção luminosa mais uniforme através da folha.  Adaptações das plantas para proteção contra excesso de luz, como no deserto  o excesso de luz pode prejudicar as folhas, estas apresentam tricomas, glândulas de sal, cera epicuticular. Isso pode aumentar a reflexão da luz pela superfície foliar, diminuindo sua absorção (±40%), o aquecimento foliar e outros problemas associados à absorção de luz em demasia.  Movimentação dos cloroplastos  os cloroplastos orientam-se e posicionam-se conforme a luz incidente. As folhas regulam que quantidade de luz incidente deve ser absorvida. Quando a luz é fraca, eles acumulam-se paralelos ao plano da folha, ou seja, perpendiculares à luz, para maximizar sua Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 36 Fisiologia Vegetal absorção. Quando a luz é forte, os cloroplastos ficam paralelos à luz, evitando absorção em excesso. A reorientação dos cloroplastos pode aumentar a quantidade de luz absorvida em 15%.  Lâmina foliar  disposta perpendicular à luz para maior absorção luminosa. Algumas plantas controlam a absorção de luz pela trajetória solar, se ajustam continuamente para que fiquem perpendiculares aos raios solares (alfafa, soja, feijoeiro) (folhas dia-heliotrópicas). A sensação à luz pode estar nos folíolos, nas nervuras maiores, nos pulvinos. Plantas também podem movimentar suas folhas para evitar exposição total à luz solar, diminuindo o aquecimento e a perda de água (folhas para- heliotrópicas).  Algumas plantas têm grande plasticidade de desenvolvimento, se adaptam a uma amplitude de regimes de luz, crescem como plantas de sol em áreas ensolaradas e de sombra em habitats sombrios. Mas há aquelas que são de sombra (com mais clorofila/centro de reação, razão clorofila b/a mais alta, geralmente mais finas que as de sol) ou de sol (com células paliçádicas mais longas e mais espessas, têm mais RUBISCO e os componentes do ciclo da xantofila em maior quantidade). São as específicas, não sobrevivem em outro tipo de habitat. As folhas de uma mesma planta que crescem ao sol e à sombra podem ter características distintas.  Folhas sombreadas por outras têm taxas fotossintéticas muito mais baixas. RESPOSTAS FOTOSSINTÉTICAS AO CO2:  Para que haja fotossíntese, o CO2 precisa se difundir da atmosfera para a folha e para o sítio de carboxilação da RUBISCO. As taxas de difusão dependem do gradiente de concentração do gás no ambiente e de uma taxa de difusão adequada do CO2, da superfície da folha para o cloroplasto.  A cutícula é quase impermeável ao CO2, a principal via de acesso são os estômatos. O CO2 difunde-se para a câmara subestomática e para os espaços de ar entre as células do mesofilo, é uma fase gasosa de movimento. O resto do caminho é a fase líquida de movimento. Cada trecho da rota impõe resistência à difusão do CO2.  Se as plantas começam a perder mais água do que podem absorver, diminui o grau de abertura dos estômatos, diminui a perda de água e mantém equilíbrio hídrico. Quanto maior a deficiência, menor o grau de abertura dos ostíolos e maior a resistência à entrada de CO2.  Maiores taxas fotossintéticas: luz absorvida preferencialmente na superfície superior da folha e CO2 penetra pela inferior. A difusão interna do CO2 é rápida e as limitações ao desempenho fotossintético no interior da folha são impostas por fatores diferentes do CO2. Capacidade da folha em assimilar CO2 depende do seu conteúdo de RUBISCO (pode variar em diferentes locais na folha).  Se as concentrações de CO2 intercelulares são muito baixas, a fotossíntese é limitada.  Determinação quantitativa de CO2  folha ou planta fazendo fotossíntese  a concentração de CO2 vai diminuir, se o CO2 não for reposto, sua concentração diminui até atingir zero, é o PONTO DE COMPENSAÇÃO DE CO2 DA FOTOSSÍNTESE, quando isso acontece, a taxa de fotossíntese bruta é igual a taxa de respiração (R) + taxa de fotorrespiração (FR). A fotossíntese líquida é zero. FL = FBR – (R + FR) Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 37 Fisiologia Vegetal FBR = capacidade carboxilativa total das folhas numa condição, responsável pela retirada de CO2 do ar e formação de carboidratos. Pode ser estimada pela determinação da assimilação de CO2. Já a R e a FR liberam CO2 para o ambiente. RESPOSTAS FOTOSSINTÉTICAS À TEMPERATURA:  Fotossíntese estimulada pelo aumento da temperatura até um ótimo, após há decréscimo. A temperatura afeta todas as reações bioquímicas da fotossíntese. RESPOSTAS FOTOSSINTÉTICAS A ÁGUA:  Plantas C4 e CAM têm mecanismos concentradores de CO2 que aumentam significativamente a eficiência de uso da água, em relação as C3. EUA (EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA) = quantidade de CO2 assimilado/quantidade de H2O transpirada: C3 = 1-3 g CO2/kg H2O C4 = 2-5 g CO2/kg H2O CAM = 6-30 g CO2/kg H2O  Diferenças são relacionadas com o funcionamento diferenciado dos estômatos nos 3 tipos fotossintéticos.  Alto valor de EUA nas CAM, também está associado à regulação da abertura estomática e ao mecanismo concentrador de CO2. Com a abertura noturna, diminuem as perdas de água devido ao baixo gradiente de pressão de vapor entre o mesofilo e a atmosfera. Também, a alta atividade da PEPcarboxilase noturna garante a fixação do CO2, armazenado sob a forma de ácido orgânico.  Plantas C4 e CAM são mais adaptadas a ambientes com limitações na disponibilidade de H2O. Porque as plantas desses grupos podem assimilar CO2 em condições hídricas adversas, controlando de forma específica a abertura estomática. RESPOSTAS FOTOSSINTÉTICAS AO NITROGÊNIO:  Ele é necessário para garantir a integridade estrutural e funcional da fotossíntese, porque o nitrogênio faz parte das proteínas e clorofilas.  C4 e CAM precisam destinar menos N para a fotossíntese do que as C3. Porque? A RUBISCO corresponde a 50% da proteína foliar solúvel nas C3, nas C4 e CAM cai para 25%. Nas C4 e CAM a eficiência do uso do N é maior que nas C3, ou seja, produzem maior quantidade de moléculas orgânicas com menos N, competindo vantajosamente com as C3 em solos pobres em N. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 40 Fisiologia Vegetal A importância do dreno também pode ser alterada durante o desenvolvimento. O ápice radicular e o caulinar são drenos principais durante o crescimento vegetativo, os frutos são durante o desenvolvimento reprodutivo. A maior demanda metabólica ocorre principalmente em órgãos e tecidos em fase de expansão. A presença de conexões vasculares estabelece que as folhas fonte supram drenos com os quais elas mantêm conexões diretas. O QUE É TRANSLOCADO?  A água é a substância mais abundante translocada, porque os solutos são translocados dissolvidos nela.  Os carboidratos translocados são principalmente açúcares não-redutores (sacarose, estaquiose, rafinose). A sacarose, um dissacarídeo, atinge concentrações de 0,3-0,9 M no floema. Monossacarídeos (glucose, frutose, manose e ribose) quase nunca são encontrados no floema.  Açúcares-álcoois: o manitol e o sorbitol.  O nitrogênio é encontrado no floema principalmente na forma de aminoácidos (glutamato, aspartato) e amidas (glutamina, asparagina).  Hormônios  auxinas, giberelinas, citocininas e ácido abscísico já foram encontrados nos elementos crivados. Seu transporte de longa distância deve ocorrer, pelo menos em parte, via floema.  Proteínas.  Alguns solutos inorgânicos. TRANSPORTE APOPLÁSTICO E SIMPLÁSTICO:  O transporte da seiva elaborada do mesofilo até o sistema vascular pode ser apoplástico ou simplástico.  O Apoplasto engloba os espaços intercelulares e aqueles formados por macro e microporos da parede celular. Chamado espaço livre aparente (da nutrição mineral). Nos espaços intercelulares, que são os ESPAÇOS LIVRES DE ÁGUA, há movimento livre de solutos (cátions ou ânions), água e sacarose. Nos poros da parede celular, como há depósito de ácidos orgânicos (poligalacturônicos) sobre feixes de microfibrilas, gera superfície de cargas fixas, o chamado ESPAÇO LIVRE DE DONNAN, só água e sacarose circulam livremente. Íons têm movimento restrito (depende do sinal do poro e dos íons e da intensidade da carga do íon). O movimento no apoplasto pode ocorrer desde as células do mesofilo até as nervuras (células companheiras ou ETC), chamado de movimento totalmente apoplástico. As espécies com rota apoplástica translocam quase exclusivamente sacarose.  No simplasto, há deslocamento célula a célula através de conexões entre os protoplastos. Conexões feitas pelos plasmodesmos (são poros revestidos por membrana e um tubo central, o desmotúbulo). Há livre deslocamento de açúcares e nutrientes minerais. É necessário que haja número suficiente de ligações via plasmodesmos, entre as superfícies das células adjacentes, ao longo do contínuo mesofilo – ETC, se não houver, o sistema de carregamento é apoplástico e isso vai depender da espécie. As Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 41 Fisiologia Vegetal espécies com rota simplástica translocam oligossacarídeos (principalmente rafinose e estaquiose) e sacarose.  No transporte intermediário, os nutrientes percorrem parte do trajeto entre o mesofilo e as células crivadas via simplasto e parte via apoplasto. MECANISMO DE TRANSLOCAÇÃO:  O mecanismo de translocação é explicado pelo modelo de fluxo de pressão (MÜNCH, 1930). O gradiente de pressão gerado osmoticamente entre a fonte e o dreno provoca carregamento do floema na fonte e descarregamento no dreno: O carregamento do floema acionado por energia leva ao acúmulo de açúcares nos EC, gera um potencial osmótico (Ψs) baixo (mais negativo), assim, diminui o potencial hídrico (Ψw) fazendo com que a água entre nos EC e aumente o potencial de pressão. O descarregamento do floema diminui a concentração de açúcar nos EC, o Ψs aumenta, a água sai, diminui a pressão. CARREGAMENTO DO FLOEMA:  É o movimento de fotossintatos dos cloroplastos do mesofilo até o conjunto elementos crivados/células companheiras (local de carregamento do floema) das folhas maduras, chamado transporte de curta distância. Pode ser apoplástico, simplástico ou intermediário, depende da espécie. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 42 Fisiologia Vegetal DESCARREGAMENTO DO FLOEMA:  É quando os fotossintatos deixam os EC do floema nos drenos. Também é um transporte de curta distância. O descarregamento do floema pode ser SIMPLÁSTICO ou APOPLÁSTICO. TRANSPORTE DA SACAROSE:  O transporte da sacarose do apoplasto para os EC-CC é feito contra um gradiente de concentração, assim haverá gasto de energia. É necessário um sistema de transporte ativo, feito por um mediador, o transportador de sacarose-H+ do tipo simporte (co-transportador). Usa energia gerada por uma bomba de prótons: a energia dissipada pelos prótons no movimento de retorno para a célula é usada para absorver um substrato (a sacarose). H+-ATPases é que fornecem energia para o transporte de fotossintatos do apoplasto para os EC.  As Bombas de prótons funcionam com energia metabólica da hidrólise do ATP, são próton- ATPases. O transportador, estimulado pelo H+ do meio interno, usa energia gerada pela hidrólise do ATP para mudar de estado energético, liga-se ao H+ e o bombeia para o meio externo independentemente de troca por outro cátion, é um sistema de transporte unidirecional, chamado UNIPORTE. Figura: Transporte da sacarose ALOCAÇÃO E PARTIÇÃO DE FOTOSSINTATOS:  A taxa fotossintética determina quanto do total de carbono fixado estará disponível para a folha. A quantidade de carbono disponível para translocação depende de eventos metabólicos posteriores. Alocação do carbono fixado na célula fonte: • Síntese de compostos de reserva. • Utilização metabólica. • Síntese de compostos transportados ou estocados temporariamente no vacúolo. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 45 Fisiologia Vegetal ROTA DAS PENTOSES-P:  Predomina a rota nos plastídios e não no citosol.  O resultado líquido da rota é a completa oxidação da glicose a CO2 e a síntese de 12 moléculas de NADPH.  Importância: - produz NADPH. - elétrons do NADPH podem reduzir O2 e gerar ATP. - produz ribose-5-P, que é precursora da ribose e da desoxirribose, necessárias à síntese de RNA e DNA. - produz eritrose-4-P, que pode se combinar com o fosfoenolpiruvato e produzir compostos fenólicos vegetais, precursores da lignina, antocianinas. - gera intermediários do Ciclo de Calvin, antes dos tecidos se tornarem fotoautotróficos. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 46 Fisiologia Vegetal 2. CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO (CICLO DE KREBS):  Ocorre nas mitocôndrias.  Na glicólise, a degradação da sacarose a piruvato libera menos de 25% da energia total da sacarose, o restante fica armazenado nas moléculas de piruvato formadas.  O piruvato, proveniente da glicólise, entra na mitocôndria e é oxidado pelo ciclo do ácido cítrico. Antes de entrar no ciclo, o piruvato, na matriz mitocondrial, é descarboxilado pela piruvato desidrogenase e forma acetil-CoA. Gliceraldeído-P Figura: Rota das pentoses. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 47 Fisiologia Vegetal  Funções: - Redução de NAD+ e do FAD, formando NADH e FADH2, que depois serão oxidados para produzir ATP. - Síntese direta de ATP (1 para cada piruvado oxidado). - Formação de esqueletos de carbono que podem ser usados para sintetizar alguns aminoácidos que são convertidos em grandes moléculas. Piruvato 4. TRANSPORTE DE ELÉTRONS E SÍNTESE DE ATP:  O ATP é o carregador de energia usado pelas células para governar processos metabólicos.  A energia química conservada durante o Ciclo do Ácido Cítrico e a Glicólise sob as formas de NADH e FADH2 tem que ser convertida a ATP para realizar trabalho útil dentro da célula. Este processo é um processo dependente de O2, a chamada fosforilação oxidativa e ocorre na membrana mitocondrial interna. É a principal fonte de ATP das células.  A enzima que usa energia do gradiente de prótons para sintetizar ATP é chamada ATP-sintase. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 50 Fisiologia Vegetal  Sementes  no início da germinação, durante a embebição, aumentam as taxas.  Flores  a floração tem grande demanda energética. CAPÍTULO IX: FITOHORMÔNIOS 1- INTRODUÇÃO:  Os hormônios vegetais clássicos são agrupados em: auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abscísico. Classificados em: ESTIMULADORES e INIBIDORES do crescimento.  Os hormônios afetam a resposta de muitas partes da planta e essa resposta depende da espécie, da parte da planta, do estágio de desenvolvimento, da concentração do hormônio, da interação entre eles e de fatores ambientais. Atividade Hormonal: Para ação dos hormônios, três partes do SISTEMA DE RESPOSTA devem acontecer: - o hormônio deve estar presente em quantidade suficiente na célula alvo; - o hormônio deve formar um complexo hormônio-receptor, com uma proteína específica, que é a forma ativa do hormônio; - a proteína receptora deve provocar outra alteração metabólica, ou seja, amplificar o sinal hormonal. A Curva de DOSE-RESPOSTA para a atividade hormonal tem forma SINOSOIDAL. 2 - CONCEITO: HORMÔNIOS VEGETAIS: substâncias orgânicas endógenas de ocorrência natural, sintetizadas numa parte da planta e translocadas para outra parte, onde, em concentrações muito baixas, provocam uma resposta fisiológica. REGULADORES DE CRESCIMENTO: substâncias sintéticas que produzem efeitos semelhantes aos produzidos pelos hormônios. 3- GRUPOS: AUXINAS: 1. Introdução:  Primeiro hormônio descoberto e provavelmente é o melhor conhecido. 2. Estrutura: Principal auxina natural: Ácido indol-3-acético (AIA). Auxinas sintéticas são separadas em 6 grupos: 1- derivados indol: ácido indol-3-acético (AIA); ácido indol-3-butírico (IBA); 2- ácidos benzóicos: ácido 2,3,6-triclorobenzóico; ácido 2-metoxi-3,6-diclorobenzóico; 3- ácidos naftalenos: ácido α e β naftalenoacético (α-ANA e β-ANA); Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 51 Fisiologia Vegetal 4- ácidos clorofenoxiacéticos: ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético (2,4,5-T); ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D); 5- ácidos naftoxiacéticos: ácido α e β naftoxiacético (α-NOA e β-NOA) 6- ácidos picolínicos: ácido 4-amino-3,5,6-tricloropicolínico (Tordon ou Picloran). Antiauxinas: sintéticas com pouca ou nenhuma atividade auxínica são específicas para inibir o efeito das auxinas. 3. Localização: AUXINAS LIVRES estão localizadas no meristema apical de brotos, folhas jovens. São os locais primários da síntese. Locais associados com regiões de rápida divisão celular, em crescimento ativo. 4. Metabolismo:  Inclui a síntese, conjugação e inativação do AIA.  O precursor do AIA é o triptofano  A inativação da auxina se dá por oxidação: ação de enzimas peroxidativas (AIA oxidases). Pode ser oxidada quando exposta à luz, In vitro.  A conjugação forma auxinas ligadas ou conjugadas – AIA-glucose; AIA-inositol e AIA- glucoproteínas. Função das auxinas conjugadas? Relacionada com estocagem, proteção contra degradação oxidativa e transporte do AIA. 5. Transporte do AIA: Há 2 sistemas básicos de transporte: 1. Sistema polar unidirecional, via células parenquimáticas. 2. Sistema não polar passivo via floema. 6. Efeitos Fisiológicos: 6.1. Aumento da extensibilidade da parede celular (elongação celular): Provoca afrouxamento da parede celular. Em resposta ao AIA a célula exporta algum fator de afrouxamento que provoca a extensibilidade da parede celular, é a teoria do crescimento ácido. 6.2. Tropismos: As auxinas são intermediárias no efeito da luz e da gravidade sobre o crescimento vegetal. Plantas podem ter orientação em relação ao ambiente, são as RESPOSTAS TRÓPICAS (positivas ou negativas). Fototropismo: movimento em resposta a um gradiente de luz. Geotropismo: movimento em resposta à ação da gravidade. Tigmotropismo: movimento em resposta a um obstáculo. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 52 Fisiologia Vegetal 6.3. Dominância apical: Níveis relativamente altos de auxina no ápice de brotos suprimem o crescimento das gemas laterais. 6.4. Iniciação e elongação de raízes: O AIA é o principal hormônio formador de raízes, a auxina da haste estimula a iniciação de raízes. Quando se faz a aplicação exógena de auxina, ela promove a iniciação de raízes, mas a elongação pode ser inibida. Também promove desenvolvimento de raízes adventícias em hastes. 6.5. Atraso na abscisão foliar: Com a maturação, diminui o incremento de auxinas nas folhas jovens e é relativamente baixo nas folhas em senescência, levando à abscisão foliar. Se aplicar AIA no início da abscisão foliar inibe a queda das folhas, mas, aplicando nos estágios finais antecipa. 6.6. Desenvolvimento de frutos: As auxinas provocam aumento no tamanho de frutos, porque induzem o alongamento celular. 6.7. Estimula produção do etileno: Em plantas intactas ou segmentos, a síntese de etileno pode ser induzida pelas auxinas e os efeitos observados serem devidos à presença do inibidor. 6.8. Usos comerciais das auxinas sintéticas: - Prevenção da queda de folhas e frutos. - Promoção do florescimento em abacaxi. - Herbicida. GIBERELINAS: 1. Introdução:  Substâncias químicas relacionadas ao ácido giberélico (GA3).  Descoberta: Kurosawa em 1926, quando, trabalhando com arroz identificou uma doença induzida por um fungo (Gibberella fugikuroi).  Em 1934 foi isolado um componente ativo do fungo, chamado giberelina.  Em 1955, a giberelina foi comercializada na Grã-Bretanha. 2. Estrutura: Giberelina natural: GA3 . 3. Localização: Nível mais alto ocorre em SEMENTES IMATURAS. Menores níveis nos tecidos vegetativos (folhas jovens, gemas, raízes e parte superior da haste). Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 55 Fisiologia Vegetal 1. Introdução: • Único hormônio gasoso. • Nos cultivos de manga e abacaxi, os fruticultores acendiam fogueiras e a fumaça ajudava a iniciar e a sincronizar floração. • 1864 → observaram que um gás usado para a iluminação pública provocava desfolhação de árvores. • 1901 → determinou-se que o etileno era o componente ativo do gás de iluminação. • 1924 → iniciou-se o uso do etileno como agente no amadurecimento de frutos. • 1934 → ficou provado quimicamente que as plantas produzem etileno. 2. Produção: Maior nível de produção em tecidos em senescência, nos frutos em amadurecimento, nas gemas dormentes, durante a abscisão, nas flores após a polinização e em órgãos feridos. Nas plântulas, o ápice dos brotos é importante local de produção. 3. Metabolismo: O precursor é o aminoácido metionina. 4. Transporte: Através de tecido vivo ou morto. 5. Papel Biológico: 5.1. Acelera amadurecimento de frutos: Frutos climatéricos, que são a maioria, têm aumento climatérico na respiração e produção do etileno, que leva ao amadurecimento. Os frutos não climatéricos, não têm aumento na respiração e na produção de etileno. 5.2. Abscisão: Etileno parece ser o regulador primário. Envolve a dissolução enzimática da parede celular, a enzima envolvida é uma celulase. 5.3. Epinastia: crescimento diferente. 5.4. Crescimento de plântulas: Pode diminuir a taxa de elongação de hastes e raízes. 5.5. Dormência de sementes e gemas: induz a quebra de dormência e germinação de sementes de cereais, tubérculos e bulbos. 5.6. Florescimento: normalmente inibe o florescimento; induz basicamente em manga e abacaxi. 5.7. Usos Comerciais: Um dos hormônios de plantas mais usado na agricultura. ÁCIDO ABSCÍSICO: 1. Introdução: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 56 Fisiologia Vegetal  Identificado e caracterizado em 1963, quando se estudava os componentes responsáveis pela abscisão de frutos do algodão.  Em 1967 chamaram o componente de ácido abscísico. 2. Estrutura: É um sesquiterpeno de 15 carbonos. Sua estrutura é semelhante à porção terminal de alguns carotenóides, podendo ser produto da sua quebra. 3. Síntese:  Ocorre em quase todas as células que contém cloroplastos ou amiloplastos.  Caminho biossintético, através da via do ácido mevalônico. Há duas rotas, a direta ou a indireta.  Inativação de ABA livre: por oxidação e também por conjugação. 4. Transporte: Xilema e floema (mais abundante). 5. Efeitos Fisiológicos: 5.1. Induz a dormência de gemas e de sementes. 5.2. Crescimento: o crescimento de plântulas induzido por auxina, o ABA inibe. 5.3. Estresse hídrico → induz o fechamento de estômatos, aumento do sistema radicular e diminuição do crescimento foliar. CAPÍTULO X: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 1. INTRODUÇÃO: ZIGOTO (célula simples) → crescimento, desenvolvimento, diferenciação, morfogênese → organismo adulto multicelular. CRESCIMENTO: aumento em tamanho. Internamente ocorre divisão e alongamento celular, que são componentes fundamentais do crescimento. Mudanças quantitativas. DESENVOLVIMENTO: crescimento associado a mudanças de forma na planta (Diferenciação e Morfogênese) MORFOGÊNESE: desenvolvimento da forma das células e órgãos. DIFERENCIAÇÃO: alterações bioquímicas e estruturais das células para desenvolver funções especializadas. Células, tecidos e órgãos se diferenciam a medida que crescem. 2. CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 57 Fisiologia Vegetal - CRESCIMENTO PRIMÁRIO: em ápices de brotos e raízes e em apêndices laterais (folhas e gemas). Na maioria das plantas significa CRESCIMENTO NO COMPRIMENTO. É de responsabilidade do MERISTEMA APICAL (1ário). - CRESCIMENTO SECUNDÁRIO: aumento no DIÂMETRO de hastes e raízes. É de responsabilidade dos MERISTEMAS LATERAIS (2ários), que levam ao aumento no crescimento secundário. Tipos de meristema lateral: Câmbio vascular e felogênio. 3. CONDIÇÕES PARA O CRESCIMENTO: ENDÓGENAS: DO MEIO AMBIENTE: 4. PASSOS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CELULAR: As diferentes formas vegetais existentes são explicadas por três eventos que ocorrem ao nível celular: 1º. DIVISÃO CELULAR; 2º. EXPANSÃO CELULAR; 3º. DIFERENCIAÇÃO CELULAR. 4.1. O CICLO CELULAR (divisão nuclear): Divisão nuclear→interfase/mitose. Formação de nova parede celular. 4.2. CRESCIMENTO CELULAR EM VOLUME: Há entrada de água na célula, síntese de novos materiais da membrana e da parede celular, ou seja, expansão celular. 4.3. MORFOGÊNESE: DIFERENCIAÇÃO E TOTIPOTÊNCIA: - Diferenciação → Desdiferenciação. -Totipotência. 5. MEDIDA DO CRESCIMENTO VEGETAL: 1. Aumento de tamanho por aumento volume → medida da expansão em 1 ou 2 direções (comprimento, diâmetro, área). 2. Aumento de tamanho por aumento de protoplasma. 3. Aumento do tamanho por multiplicação celular. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 60 Fisiologia Vegetal 1. Indução da floração: O estímulo indutor resulta de fatores endógenos e ambientais. Quando as condições ambientais são favoráveis, o meristema apical adquire maturação para florir. Nas primeiras fases da transformação ocorrem modificações fisiológicas, surgem os primórdios de inflorescência. Fatores ambientais que afetam: Para a floração, as plantas podem apresentar: respostas qualitativas/obrigatórias (há necessidade absoluta de um ou mais fatores ambientais para que o processo ocorra) e respostas quantitativas/facultativas (floração é promovida pelo fator, mas pode ocorrer na ausência dele). Os fatores principais são: Luz (efeito do comprimento do dia). Temperatura (vernalização). Umidade. Fatores endógenos: Nutrição. Açúcares. Hormônios vegetais. 2. Evocação floral: Após a indução floral, os eventos que acontecem no meristema vegetativo resultam na formação de flores. Indica o momento que o meristema se reorganiza para produzir flores. Ocorre a diferenciação morfológica e funcional de todas as células do meristema. As células atingem um ponto sem retorno no programa de desenvolvimento, comprometendo-se em definitivo com a formação de flores. O meristema é competente à floração. 3. Desenvolvimento floral: Com o meristema vegetativo determinado para a floração, estabelece-se um novo programa de desenvolvimento que culmina com a expressão floral (início da diferenciação do primórdio floral). A produção de elementos florais se dá em número e posição precisos, formando os VERTICILOS, que são anéis concêntricos em volta do meristema. Os meristemas florais são determinados, ou seja, cessam a atividade meristemática após a produção do último elemento floral. FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO DOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS: Interações entre genética e fatores ambientais 1. Radiação solar. 2. Duração do período luminoso-FOTOPERÍODO. 3. Temperatura. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 61 Fisiologia Vegetal 4. Hormônios e nutrientes. 5. Água. O FOTOPERÍODO: O RITMO CIRCADIANO: Os organismos estão normalmente sujeitos a ciclos diários de luz e escuro, exibindo comportamento cíclico associado com tais alterações. Exemplos destes ritmos incluem movimento de folhas e pétalas, abertura e fechamento dos estômatos, capacidade fotossintética, taxa respiratória. Nos ritmos circadianos, a operação de um regulador endógeno gera uma resposta que irá acontecer em um momento particular. Em condições naturais, este oscilador endógeno é sincronizado com um período verdadeiro de 24 horas por sinais ambientais, os mais importantes dos quais são as transições luz – escuro ao entardecer e escuro – luz ao amanhecer. Quer dizer, os ritmos são gerados internamente, mas normalmente necessitam de um sinal ambiental (por exemplo, a exposição à luz ou a mudança de temperatura) para iniciarem sua expressão. Ritmos circadianos são fenômenos cíclicos definidos por 3 parâmetros: o período, a fase e a amplitude. A capacidade de um organismo em detectar o comprimento do dia torna possível um evento ocorrer em determinado momento do ano, permitindo respostas sazonais. Como foi dito anteriormente, o relógio circadiano permite o organismo determinar o tempo do dia no qual um evento particular acontece. O FOTOPERÍODO, ou a habilidade de um organismo perceber a duração do dia, torna isso possível permitindo uma resposta sazonal. Ritmos circadianos e fotoperiodismo possuem a propriedade comum de responder a ciclos de luz e escuro. No reino animal, a duração do dia controla muitas atividades sazonais, como hibernação e reprodução. As respostas das plantas em relação à duração do dia são numerosas, inclusive a iniciação floral, reprodução assexuada, a formação de órgãos de armazenamento, a dormência e a senescência. Talvez todas as respostas ao fotoperíodo utilizem o mesmo fotorreceptor, com vias de transdução que regulam respostas diferentes. Os estudos fisiológicos mostraram que (1) a duração da noite é mais importante que a duração do dia para a resposta; (2) um ritmo circadiano é parte do mecanismo fotoperiódico; (3) o fitocromo é o fotorreceptor para muitos fenômenos fotoperiódicos e (4) que o receptor azul claro e o criptocromo também parecem estar envolvidos. Típico ritmo circadiano. O período é o tempo entre um ponto e sua repetição; a fase é qualquer ponto no ciclo que se repete; e a amplitude é a distância entre o pico e a base. O ritmo circadiano extraído de um ciclo de 24 horas de luz-escuro Figura - Ritmos circadianos Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 62 Fisiologia Vegetal CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS: As plantas podem ser classificadas pelas respostas fotoperiódicas. Muitas espécies de plantas florescem durante os dias longos do verão. Por muitos anos, os fisiologistas vegetais acreditaram que a correlação entre dias longos e florescimento era uma conseqüência do acúmulo de produtos da fotossíntese, durante os dias longos. A classificação de plantas de acordo com as respostas ao fotoperíodo normalmente é feita em base no florescimento, embora outros aspectos possam ser afetados. As categorias de resposta ao fotoperíodo são: Plantas de dias curtos (PDC) → a floração somente acontece em dias curtos ou é acelerada por dias curtos. Plantas de dias longos (PDL) → a floração somente acontece em dias longos ou é acelerada por dias longos. Plantas neutras (PDN) → indiferentes ao fotoperíodo. Algumas plantas têm exigências de duração de dia mais especializadas. O FOTOPERÍODO CRÍTICO varia amplamente entre as espécies. Sabe-se que as plantas monitoram o fotoperíodo pelo comprimento da noite, sendo que o centro da reação fotoperiódica está localizado nas folhas. Estas sintetizam um ESTÍMULO FLORAL (provavelmente um hormônio), chamado FLORÍGENO, que é transportado para o tecido responsivo, que vai ativar genes do florescimento. A partir daí, há a indução floral, o desenvolvimento inicial das flores e a formação da flor. FOTOMORFOGÊNESE: FITOCROMO: Introdução:  Fotomorfogênese  é o processo pelo qual a luz regula o desenvolvimento das plantas. Dentre os pigmentos que podem promover respostas fotomorfogênicas nas plantas os mais importantes absorvem luz vermelha e azul e são os fotorreceptores.  Plântulas que crescem no escuro  estioladas. Têm características especiais.  FOTORRECEPTORES são importantes porque a percepção do sinal luminoso requer que a luz seja absorvida e torne-se fotoquimicamente ativa. Os Fotorreceptores são: fitocromos, criptocomos, fitotropinas.  LUZ é o sinal ambiental que, ao ser percebido, desencadeia mudanças no metabolismo e desenvolvimento das plantas.  FITOCROMO  é o pigmento proteico que absorve luz mais fortemente nas regiões do vermelho e do vermelho-distante e também na região do azul.  As primeiras evidências sobre o papel do fitocromo surgiram na década de 30, em função das respostas morfogênicas induzidas pela luz vermelha, especialmente sobre a germinação. Propriedades do fitocromo: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 65 Fisiologia Vegetal  DORMENTE  semente precisa de um estímulo ambiental específico para adquirir capacidade germinativa. Provavelmente o ABA seja um dos fatores de manutenção da dormência. A germinação envolve reações catabólicas e anabólicas. Semente desenvolvida, apta para germinar, passa por 3 etapas principais: 1º) Embebição da Semente: É um processo físico. Os tecidos que envolvem o embrião devem ser permeáveis à água. Durante a embebição há entrada da água e rehidratação, para reiniciar a divisão celular. Há inchamento da semente e esta sofre uma pressão de embebição, com isso ocorre ruptura do tegumento e a emergência do embrião. 2o) Reativação do Metabolismo da Semente: • Há aumento da respiração para produção de energia. • Produção de giberelinas, que induzem a síntese de enzimas hidrolíticas (lípases, α-amilases, β- glucanases, proteases e ribonucleases), estas quebram polímeros, que são a maior parte da reserva da semente. • Reativação de organelas e macromoléculas preexistentes para retomada da divisão e alongamento celular. 3º) Utilização das reservas: Quando todos os sistemas preexistentes estão em operação, há produção de novas organelas, proteínas estruturais e enzimas. Quando a parte aérea é verde e fotossintetizante e raízes absorvem nutrientes do solo, a planta se torna independente das reservas da planta-mãe. 5- TIPOS DE GERMINAÇÃO: - EPÍGEA. - HIPÓGEA. 6- FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO:  Longevidade das sementes: é o tempo durante o qual a semente conserva sua viabilidade. Viabilidade: capacidade de uma semente reter seu potencial germinativo.  Água: a absorção de água pela semente é controlada pela: - Permeabilidade do tegumento. - Disponibilidade de água. - Composição química das reservas.  Gases: importante na germinação e no desenvolvimento, a presença de O2 para a respiração das reservas e produção de energia.  Temperatura: nas espécies tropicais a temperatura ótima está entre 15 e 30oC.  Luz: é importante o fotoperíodo (fitocromo) e a qualidade da luz. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 66 Fisiologia Vegetal Classificação das sementes quanto à resposta à luz: - fotoblásticas positivas (embaúba, alface) - fotoblásticas negativas (mamona) - fotoblásticas neutras (feijão)  Nutrição mineral.  Morfologia da semente: tegumento, tamanho, desempenho germinativo. 7- DORMÊNCIA: A dormência induz um atraso temporal na germinação. 7.1. VANTAGENS:  Fornece maior tempo para a dispersão da semente.  Aumenta a sobrevivência das plântulas em condições desfavoráveis. 7.2. SEMENTES PODEM TER:  Dormência primária: quando as sementes são liberadas da planta-mãe em estado dormente. A dormência já está instalada na semente ao final da maturação.  Dormência secundária: quando as sementes são liberadas em estado não dormente, mas em condições desfavoráveis para a germinação, tornam-se dormentes. 7.3. TIPOS DE DORMÊNCIA:  Dormência exógena ou extra-embrionária (quando está associada aos tecidos adjacentes ao embrião ou à semente): - Impedimento da absorção da água (impermeabilidade); - Restrição mecânica; - Interferência com as trocas gasosas; - Retenção de inibidores; - Produção de inibidores; Quebra da dormência: escarificação (mecânica, química e com água), isolamento do embrião.  Dormência embrionária ou endógena (os fatores de restrição da germinação estão associados ao embrião): - Intrínseca do embrião. Pode ser devido a presença de inibidores (ABA) ou ausência de promotores do crescimento (GA). - Imaturidade do embrião. Quebra da dormência: imersão em água, estratificação (temperatura crítica), despolpamento. 7.4. FATORES QUE CONTROLAM A LIBERAÇÃO DA DORMÊNCIA: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 67 Fisiologia Vegetal  Pós-maturação  Vernalização.  Luz. CAPÍTULO XIII: FRUTIFICAÇÃO E SENESCÊNCIA: FRUTO: formado pelos ovários maduros com ou sem sementes. Em frutos secos, a semente é que interessa. O desenvolvimento do fruto ocorre no período compreendido entre o final da floração e a senescência e tem duração variável entre 70-80 dias (cerejas, damascos) e 250 dias (maçãs e pêras tardias). O crescimento potencial dos frutos está claramente determinado por fatores genéticos. Eles têm, então, grande influência sobre a velocidade de crescimento, o tamanho final e a forma do fruto. A variação no tamanho final dos frutos, dentro de uma mesma espécie, provém de diferenças no número de células do ovário antes da antese ou, como ocorre no morango, da variação no número de ovários. FUNÇÃO EVOLUTIVA DOS FRUTOS: dispersar as sementes, atraindo pássaros, insetos e animais. Distinguem-se 4 grandes períodos: -FRUTIFICAÇÃO EFETIVA. -CRESCIMENTO ATIVO. -MATURAÇÃO: mudança de cor e diferenciação de odor e sabor. -SENESCÊNCIA: envelhecimento e murchamento. 1- FRUTIFICAÇÃO EFETIVA: Esta etapa assinala o início do crescimento. Após a fecundação, o ovário transforma-se em fruto e os óvulos em sementes. Fatores que afetam esta fase: - HORMONAIS: após a antese, a polinização é o estímulo para desencadear o crescimento do fruto, sendo que muitos trabalhos têm mostrado que há hormônios vegetais presentes no pólen e que afetam este processo (auxinas e giberelinas). Uma hipótese sugere que os hormônios podem dirigir o fluxo de nutrientes para os tecidos dos frutos. Depois da polinização, o fator fundamental no desenvolvimento do fruto é a presença de sementes. Já se comprovou que há proporcionalidade entre o tamanho do fruto e o número de sementes (exemplos: pimenta, tomate, maçã, kiwi), e a existência de deformações nas regiões do fruto onde não há sementes. Os efeitos benéficos das sementes sobre o crescimento dos frutos são devidos a maior quantidade de substâncias de crescimento que estas contêm, em comparação com os tecidos que as rodeiam. -NUTRICIONAIS: a formação dos frutos demanda grande quantidade de nutrientes que se originam das reservas da planta-mãe. Esta etapa, se não ocorrer fecundação, recebe o nome de APOMIXIA e se divide em: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 70 Fisiologia Vegetal FIGURA 2: Curva de crescimento do fruto de pêssego, mostrando o tipo duplo sigmóide. 3- MATURAÇÃO: Representa a seqüência de mudanças físico-químicas que ocorrem no fruto e que determinam que este apresente uma cor, sabor e textura que lhe tornam apto para o consumo ou dispersão. Em muitos frutos, o início da maturação não é observado claramente. Alguns frutos só amadurecem quando separados da planta (exemplo: abacate). Há algumas hipóteses sobre o porquê dos frutos iniciarem a maturação: 1. Diminui a concentração de um inibidor hipotético da maturação. 2. Esgota-se um provável promotor interno do crescimento. 3. É um processo “programado” geneticamente. O que se observa na maioria dos frutos e que está associado à sua maturação: - mudança de cor: pela perda da clorofila e síntese de novos pigmentos. - mudança de sabor: inclui variação na acidez, adstringência e doçura. - mudança de textura, consistência e aparecimento da camada de abscisão. Tipos de maturação: - Maturação de consumo ou gustativa: fruto alcança suas melhores características organolépticas e está apto ao consumo direto. Depende do gosto do consumidor. - Maturação fisiológica: corresponde ao momento em que as sementes estão suficientemente desenvolvidas para serem viáveis e germinarem. Mudanças que ocorrem durante a maturação: TEXTURA: Durante a maturação observa-se a perda da consistência dos frutos, devido ao acúmulo de água e ao enfraquecimento das paredes celulares. A perda da consistência ocorre em épocas diferentes, dependendo do fruto: no abacate, somente após a sua separação da planta-mãe. Na uva, várias semanas antes da maturação. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 71 Fisiologia Vegetal SABOR: O fotoassimilado que chega aos frutos via floema é principalmente a sacarose. A maior parte da sacarose é transformada em amido, forma normal de armazenamento. Durante a maturação do fruto, estes processos se invertem e há a formação de açúcares a partir do amido e também de gorduras. Os principais açúcares presentes no suco celular dos frutos são a frutose, a sacarose e a glicose. A frutose é mais doce que a sacarose e esta é mais doce que a glicose. Assim, frutos com o mesmo conteúdo de açúcares totais podem ser mais ou menos doces em função da porcentagem relativa de açúcares que contenham. Os ácidos orgânicos diminuem durante a maturação, mas ainda estão presentes no fruto maduro. Eles são importantes em relação ao sabor dos frutos, determinando a acidez ou “amargor” e têm efeito indireto na percepção da doçura. Estes ácidos são usados na respiração, por isso, fatores que afetam a respiração alteram sua concentração em frutos maduros. AROMA: As alterações do aroma dos frutos se devem a presença de compostos voláteis aromáticos, como ésteres, álcoois, aldeídos e cetonas, que se desenvolvem durante a maturação, assim como uma série de hidrocarbonetos. COR: As mudanças na cor dos frutos ocorrem devido à síntese de pigmentos que serão mais ou menos desejáveis, dependendo do fruto. Os mais importantes são os carotenóides, as antocianinas e as clorofilas. Os carotenóides concentram-se no epicarpo dos frutos e são responsáveis pelas cores amarelo e laranja, desejáveis no pêssego e na laranja. As antocianinas são responsáveis pelo vermelho, desejáveis em maçãs, cerejas e morangos. As clorofilas são normalmente desejáveis em hortaliças, não em frutos. Durante a maturação elas desaparecem progressivamente, sendo substituídas por outros pigmentos. OUTRAS SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS: Os LIPÍDEOS, que são acumulados nas membranas mais externas da epiderme, formando a cutícula, têm papel importante no controle da respiração e na proteção do fruto contra as adversidades climáticas e parasitárias. Fatores que afetam a maturação: ETILENO Não se sabe muito bem como este hormônio atua, mas é chamado de “hormônio da maturação”. O etileno é produzido por todos os frutos na maturação, mas nos frutos climatéricos esta produção é consideravelmente maior. A aplicação do etileno na fase pré-climatérica inicia a maturação de frutos climatéricos. A temperatura afeta a produção de etileno pelos frutos, sendo esta mais baixa sob baixas temperaturas. A produção do etileno também é estimulada por danos mecânicos ou por patógenos. OUTROS HORMÔNIOS: As AUXINAS atrasam a maturação. Seu efeito parece ser duplo e contraditório, enquanto estimulam a síntese do etileno, atuam como protetoras dos tecidos das plantas, tornando-as insensíveis ao etileno. As CITOCININAS parecem atuar como retardantes da senescência do epicarpo. Quando são aplicadas, pode-se conseguir uma maturação normal do interior fruto, conservando a “pele jovem”. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 72 Fisiologia Vegetal As GIBERELINAS atuam atrasando a perda da clorofila e o acúmulo de carotenóides do epicarpo. O ÁCIDO ABSCÍSICO provoca senescência em frutos climatéricos e também acelera a maturação. OUTROS FATORES: Há fatores da própria planta que afetam a sua maturação, havendo diferenças entre as diversas variedades e dependendo da idade da planta. Além destes, o tipo de solo, o clima e as práticas culturais também afetam. RESPIRAÇÃO DOS FRUTOS: Todos os frutos respiram, não só na fase de desenvolvimento (divisão e elongação celular), mas também durante a maturação e senescência e mesmo depois de colhidos. Durante o desenvolvimento, os produtos da fotossíntese são translocados às células do fruto, onde ocorrem processos metabólicos que os transformam em carboidratos, proteínas e gorduras. Para que estes processos ocorram é necessária energia química, obtida pela respiração. Uma vez o fruto colhido, a respiração continua independente da atividade fotossintética, utilizando os substratos acumulados durante o desenvolvimento e maturação. A respiração é representada por: (CH2O)6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia O ÍNDICE RESPIRATÓRIO (IR) representa o volume de CO2 desprendido na respiração do fruto, por unidade de peso fresco e de tempo, a uma temperatura constante. Na Figura 3 é representada a evolução do IR ao longo da vida de um fruto. O IR diminui constantemente, até um momento a partir do qual começa a crescer de novo até marcar um máximo relativo. A este último período se denomina CLIMATÉRIO. O final do climatério marca o começo da SENESCÊNCIA do fruto. FIGURA 3: Curva respiratória dos frutos. Padrões respiratórios: De acordo com o desenvolvimento da curva respiratória dos frutos, podem ser diferenciados dois tipos de comportamentos: Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 75 Fisiologia Vegetal Senescência foliar seqüencial: quando as folhas morrem após atingir certa idade. Senescência das flores. Senescência de tipos celulares especializados (tricomas, traqueídeos e elementos de vaso). Fisiologia da Senescência: Como visto anteriormente, o fitohormônio que tem papel mais importante na senescência dos órgãos das plantas, é o etileno. Como é codificada geneticamente, a senescência segue um curso previsível de eventos celulares. Em nível citológico, algumas organelas são destruídas e outras permanecem ativas. O cloroplasto é a primeira organela a se deteriorar no início da senescência foliar (já que constitui o maior depósito de nitrogênio da folha), com a destruição de componentes protéicos dos tilacóides e de enzimas do estroma, perdendo a capacidade fotossintética (porque diminui a quantidade de cloroplastos e/ou os mesmos perdem sua função). Os núcleos permanecem intactos até os estádios tardios da senescência. Os tecidos senescentes realizam processos catabólicos que exigem uma nova síntese de várias enzimas hidrolíticas, como proteases, lípases, enzimas degradadoras da clorofila e enzimas envolvidas na biossíntese do etileno (como a ACC sintase e ACC oxidase). A síntese destas enzimas específicas de senescência envolve a ativação de genes específicos. Outra mudança que acontece em órgãos senescentes, especialmente nas folhas, é a diminuição da assimilação do CO2, o que acontece paralelamente à queda no conteúdo de proteínas totais. Isso acontece porque a RUBISCO constitui proporção importante do total de proteínas solúveis. Muitos autores mostraram que o fechamento estomático é também um dos fatores determinantes da senescência: plantas com estômatos fechados mais tempo envelhecem mais rápido que aquelas com estômatos abertos. Com relação à respiração, a senescência pode ser classificada em climatérica e não-climatérica. Esta distinção baseia-se na mesma da fisiologia da maturação dos frutos, ajustando-se bem ao processo de senescência de flores e algumas folhas. A climatérica é iniciada por um aumento na produção do etileno. Na senescência não-climatérica normalmente não há incremento na produção de etileno ou da respiração. ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS Recomendações para as aulas práticas: -Compareça às aulas pontualmente, munido de avental branco (jaleco) e deste manual, obrigatoriamente. -Leia cuidadosamente o roteiro, antes de iniciar sua execução. -Divida os trabalhos eqüitativamente com o(s) companheiro(s) do grupo. -Tome nota das observações e resultados. -Use o material estritamente necessário, evitando desperdícios e danos. -Limpe, no final da aula, o balcão de trabalho, colocando todo o material usado onde for definido pelo seu instrutor. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 76 Fisiologia Vegetal PRÁTICA 1: Efeito do pH. Objetivo: observar o efeito do pH sobre a coloração de pétalas de flores. Material: Pétalas de flores. Gral com pistilo. Funil de vidro Algodão ou papel filtro. 3 tubos de ensaio Solução de ácido. Solução de hidróxido de sódio. Procedimento: Macere as pétalas em água. Filtre com funil e algodão (ou papel filtro). Coloque o extrato obtido em três diferentes tubos de ensaio. Num deles acrescente lentamente um ácido e no outro, hidróxido de sódio, o terceiro tubo funcionará como controle. Observe as alterações da coloração, decorrentes da mudança de pH. Questões: 1. Por que ocorre alteração da coloração em presença das duas substâncias químicas utilizadas? 2. Como essa reação pode ser observada na natureza? PRÁTICA 2: Demonstração da osmose na célula de Traube. Introdução: as membranas de permeabilidade diferencial são de diversas naturezas. Nos primeiros estudos dos fenômenos osmóticos empregavam-se membranas inorgânicas aderidas à parte inferior de cápsulas de argila ou porcelana, que são permeáveis à água e impermeáveis a solutos de peso molecular elevado, conseguindo-se, dessa maneira, um osmômetro perfeito. A membrana de Traube, formada pela combinação química do CuSO4 com K4Fe(CN)6, é facilmente construída em laboratório, quando esses dois compostos reagem em meio aquoso. Quando um cristal de ferrocianeto é adicionado a uma solução de sulfato de cobre, nota-se facilmente a formação contínua de membranas por meio do rompimento (absorção de água além do limite da resistência da membrana) e do aumento de tamanho, ocorrendo a combinação química dos dois solutos, quando entram em contato. Objetivo: observar o processo de osmose e o crescimento osmótico da célula de Traube. Material: Solução de CuSO4 2%. K4Fe(CN)6. Tubo de ensaio. Procedimento: Coloque no tubo de ensaio cerca de 10 mL de solução de sulfato de cobre e adicione um cristal de ferrocianeto de potássio. Ponha o tubo em lugar firme e, sem tocar nele ou movê-lo, observe o que acontece no período de 1 hora. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 77 Fisiologia Vegetal Questões: 1. Que substâncias existem dentro e fora da célula de Traube? 2. Qual é a substância que atravessa a membrana? 3. Por que a célula artificial de Traube é usada para demonstrar o fenômeno da osmose? PRÁTICA 3: Plasmólise e efeito de substâncias tóxicas sobre a permeabilidade das membranas celulares. Introdução: quando se coloca uma célula vegetal numa solução, ela ganha ou perde água, conforme seu potencial hídrico seja menor ou maior do que o potencial hídrico da solução externa. Se o potencial hídrico da célula for maior (positivamente) do que o da solução externa, a célula perderá água e o protoplasma, com o vacúolo, vai-se retraindo até separar-se da parede celular. Esse fenômeno é denominado plasmólise e o inverso, desplasmólise. Ambos só ocorrem porque o protoplasma é envolvido por uma membrana celular, ou plasmalema, dotada de permeabilidade diferencial (seletiva). Essa permeabilidade mantém as duas fases – solução externa e solução interna – separadas. A membrana celular deixa a água passar livremente, mas impede, em maior ou menor grau, a passagem de solutos, e isso faz com que as fases externa e interna se conservem individualizadas. É certo que o vacúolo possui sua própria membrana também com características semipermeáveis, mas em série com a membrana celular, e, assim, o protoplasma e o vacúolo funcionam como um todo, em suas relações hídricas. Se as membranas plasmáticas, cuja integridade física é essencial para a manutenção da permeabilidade, forem danificadas por agentes químicos ou físicos, os solutos terão livre trânsito e se distribuirão no meio aquoso (externo e interno) por difusão. As células e organelas perderão, portanto, a capacidade de reter solutos contra o gradiente de concentração (potencial eletroquímico). A parede celular das células vegetais, por outro lado, não oferece restrição à passagem de água e solutos (exceto moléculas muito grandes). Como os microporos e microcapilares de sua estrutura estão cheios de água, retida com grandes forças mátricas, moléculas gasosas não a atravessam. No tecido que perde água por evaporação (transpiração), as paredes celulares estarão sempre hidratadas, já que o fluxo de água se dá do vacúolo para a parede celular. As células perdem água, tendendo à retração, sem que o protoplasma se separe da parede celular. Grandes tensões desenvolvem-se, assim, nas células, podendo levar à ruptura e desorganização da estrutura protoplasmática e, conseqüentemente, à morte. Objetivos: Observar os processos de plasmólise e desplasmólise em células de tecido foliar. Verificar o efeito do álcool etílico sobre a permeabilidade das membranas celulares. Material: Solução de sacarose a 0,25 M. Álcool etílico. Microscópio. Lâminas e lamínulas de vidro. Lâmina de barbear. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 80 Fisiologia Vegetal Solução de lugol. Placas de petri. Álcool etílico ou comercial. Becker de 250 mL. Bastão de vidro. Pinça. Tesoura. Banho-maria. Procedimento: Esquematizar a folha variegada. Mergulhe a folha por um período de meio minuto, em água fervente e a transfira para um béquer contendo álcool etílico fervente em banho maria, deixando até a sua despigmentação completa. Coloque a folha despigmentada, com a face abaxial para cima, sobre uma placa de petri sobre um fundo branco e trate-as com algumas gotas de lugol. Esquematizar novamente. Repita o mesmo procedimento utilizando uma folha que tenha ficado coberta com papel alumínio duplo durante 7 dias. Compare os resultados. Questões: 1. Em que partes da folha se verifica a presença do amido? 2. Qual o papel da luz e dos cloroplastos na síntese do amido? 3. Quais são as organelas celulares que acumulam amido? 4. Tecidos internos de um caule não apresentam cloroplastos desenvolvidos, no entanto, o teste com lugol acusa a presença de amido nesses tecidos. Explique. PRÁTICA 6: Atividade catalase em tubérculos de batatinha. Introdução: Durante a respiração, pode haver formação de peróxido de hidrogênio (H2O2), que é tóxico para as células. Sabe-se que essa substância é um potente inibidor de muitas enzimas, devendo existir, portanto, um mecanismo enzimático nos tecidos que promova sua destruição. Há evidências de que as células geralmente contêm enzimas denominadas catalases, que utilizam o H2O2. 2 H2O2 + catalase → 2 H2O + O2 Outras funções de catalases nas plantas ainda não estão determinadas. Objetivo: observar a atividade de catalases em tubérculos de batatinha. Material: Água oxigenada 20 volumes. Placa de petri. Tubérculo de batatinha. Tubo de ensaio (com pegador) Lâmina de barbear. Becker. Banho Maria. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 81 Fisiologia Vegetal Procedimento: coloque uma fatia fina de tubérculo em uma placa de petri e cubra-a com uma solução diluída (30:1) de peróxido de hidrogênio. A evolução de bolhas de oxigênio indica a presença da catalase. Repita a operação com uma fatia de batatinha que tenha sido anteriormente fervida por 5 minutos. Interprete os resultados. Questões: 1. Dê a reação das catalases, indicando o substrato e os produtos. 2. Cobrindo fatias de batatinha com água oxigenada, observa-se maior evolução de bolhas de oxigênio nos tecidos da periferia do que nos tecidos internos. Por quê? 3. Houve diferença nos 2 tratamentos? Discuta. PRÁTICA 7: Atividade desidrogenase em sementes. Introdução: alguns corantes podem agir como aceptores de hidrogênio, mudando de cor com a sua redução. Por exemplo: sais de tetrazólio são incolores e solúveis quando oxidados e produzem sais de formazana insolúveis e coloridos quando reduzidos. Com o uso de sais de tetrazólio, é possível verificar a presença in situ da atividade de desidrogenases, uma vez que as formazanas precipitam-se onde esta ocorre. A presença de desidrogenases ativas é considerada sinal de vitalidade do tecido vegetal. As desidrogenases catalisam reações do tipo: BH2 (substrato reduzido) + A (aceptor oxidado) → B (produto oxidado) + AH2 (aceptor reduzido) Sais de tetrazólio têm sido recomendados para testes rápidos de vitalidade e germinabilidade de sementes. Objetivo: determinar a ocorrência e a localização da atividade de desidrogenases em sementes. Material: Grãos de milho e feijão embebidos, de véspera, por 12 a 24 horas. Solução de TTC a 1% (cloreto de trifeniltetrazólio). Banho-maria fervente. Tubos de ensaio. Placas de petri. Lâmina de barbear. Lupas. Pinças. Procedimento: separe 10 grãos de milho, embebidos de véspera, e deixe-os em água fervente por 5 minutos. Com uma lâmina de barbear, corte cada grão longitudinalmente, num plano perpendicular às faces chatas, expondo o eixo maior do embrião. Faça o mesmo tipo de corte em outro lote de grãos embebidos, mas que não foram fervidos; conserve os dois grupos separados. Coloque os grãos cortados em solução de TTC a 1%, usando solução suficiente para cobrir os grãos. Observe as mudanças de cor que ocorrem com o tempo (use a lupa). Faça um esquema da distribuição da coloração vermelha nos grãos vivos. Prof.ª Dr.ª Adriana Tourinho Salamoni Página 82 Fisiologia Vegetal Questões: 1. O teste de TTC é específico para determinar a atividade de que tipo de enzima? 2. Por que o teste de TTC pode ser usado para indicar a vitalidade de sementes? 3. Em que regiões da semente aparece a coloração vermelha? 4. Zonas meristemáticas de raízes vivas apresentam reação positiva ao teste do TTC e partes suberosas de raízes velhas dão resultado negativo ao mesmo tipo de teste. Explique. PRÁTICA 8: Efeito do 2,4-D no alongamento de raízes. Introdução: as raízes são extremamente sensíveis a auxinas quando comparadas com coleóptilos e caules. Como as auxinas aparentemente não são sintetizadas na ponta da raiz, mas vêm da parte aérea, por transporte polar acrópeto (nas raízes), o seu papel regulador no alongamento é duvidoso. As raízes sintetizam etileno. Sabe-se que o etileno inibe o alongamento radicular com a mesma eficiência com que inibe o alongamento do caule (exceto em plantas aquáticas, como arroz). É possível que a inibição do alongamento das raízes por auxina, em concentrações supra-ótimas, seja devido ao aumento na produção de etileno pelo tecido radicular. Objetivo: avaliar o efeito da auxina sintética (2,4-D), em concentrações crescentes, sobre o alongamento de raízes. Material: Placas de petri. Tampão fosfato pH 6,0 (10 mM). Solução mãe de 2,4-D, a 1000 mg.L-1, preparada em tampão fosfato. Pipetas de 5 e 10 mL. Régua graduada. Papel filtro. Sementes de pepino. Procedimento: a partir da solução-mãe de 2,4-D, prepare, em tampão, as seguintes soluções: A- água (sem tampão) B-tampão (controle). C- 10-3 mg.L-1 de 2,4-D. D- 10-2 mg.L-1 de 2,4-D. E- 10-1 mg.L-1 de 2,4-D. F- 1 mg.L-1 de 2,4-D. G- 10 mg.L-1 de 2,4-D. Coloque, no fundo das placas de petri, 1-2 discos de papel-filtro. Marque as placas com as letras correspondentes ao tratamento e coloque 25 sementes de pepino em cada uma. Adicione, a cada uma, 10 mL da respectiva solução. Coloque o conjunto em lugar escuro e, ao final de uma semana, remova as sementes. Meça o comprimento da raiz primária de cada plântula. Determine as médias dos comprimentos das raízes de cada tratamento e construa um gráfico em papel milimetrado, usando-se o
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved