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Guias e Dicas
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Utilização de Tampões na Alimentação de Bovinos Leiteiros, Trabalhos de zootecnia

Trabalho q explica a utilização dos tamponantes na alimentação de Ruminantes

Tipologia: Trabalhos

Antes de 2010

Compartilhado em 19/11/2009

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Baixe Utilização de Tampões na Alimentação de Bovinos Leiteiros e outras Trabalhos em PDF para zootecnia, somente na Docsity! ANTENOR LUIZ BRAGA NETTO TAMPÕES Aquidauana – MS Junho de 2009 TAMPÕES Trabalho solicitado pelo Prof. Dr. Marcus Vinicius Morais de Oliveira, como parte integrante de avaliação da disciplina de Bovinocultura de Leite. Aquidauana – MS Junho de 2009 1.0 Introdução A pecuária bovina brasileira se tem modificado nas últimas décadas, apresentando tendência à intensificação de seu sistema de produção. Hoje, estima-se que cerca de 6 milhões dos bovinos sejam criados em regime de confinamento ou diminui a circulação sangüínea periférica para órgãos não-vitais, tais como musculatura e pele, gerando a produção excessiva de ácido láctico ORTOLANI De acordo com Santos (0000), o fornecimento de alimentos concentrados na forma de grãos na dieta para aumentar o consumo de energia e desempenho animal, aumenta a quantidade de carboidratos a serem fermentados pela microflora ruminal, o que promove a produção de ácidos graxos voláteis. Grãos ricos em açucares ou subprodutos fibrosos ricos em açucares e pectinas aumentam a quantidade de matéria orgânica sujeita a fermentacão ruminal, além de mudanças na composição da dieta, o consumo de matéria seca, também influencia a produção de ácidos no rúmen, já que animais de maior ingestão consomem mais matéria orgânica fermentescível no rúmen. 3.0 Concentração de AGV e pH Ruminal O pH ruminal é fisiologicamente mantido em torno da neutralidade. A posição anatômica do rúmen propicia que tampões salivares tenham fluxo constante para o órgão. Um ambiente ruminal neutro foi importante evolutivamente para propiciar diversidade microbiana, dando ao ruminante a capacidade de fermentar praticamente todo tipo de substrato ingerido. Um ambiente muito ácido ou muito básico seria mais seletivo, provavelmente resultando em um menor número de populações microbianas anaeróbicas capazes de manter populações competitivas no fluído ruminal (PEREIRA). A mensuração do pH ruminal é um método auxiliar no diagnóstico da acidose ruminal em rebanhos leiteiros (Garret et al., 1999). A justificativa para esta prática é a sabida correlação negativa entre a concentração de AGV no fluído e o pH . Baixo pH, per se, é um fator na patogênese da acidose ruminal.(PEREIRA). Baixo pH pode causar distúrbio no transporte de eletrólitos podendo causar vesiculação e necrose das células da parede ruminal. Baixo pH também pode aumentar o estímulo aos receptores vagais da mucosa, capazes de inibir a motilidade do rúmen, provavelmente por aumentar a velocidade de absorção dos AGV .(PEREIRA). Em ruminantes com alto nível de consumo de dietas de alta fermentabilidade o pH ruminal é mais ácido que o fisiologicamente observado em animais com baixo aporte energético. Reduzir a produção diária de AGV não é um caminho lógico para evitar a queda no pH, pois isto causaria queda no fluxo de nutrientes para o animal. Em ruminantes modernos com alto desempenho não se pode exigir que parâmetros descrevendo a fermentação ruminal sejam similares àqueles observados em ruminantes com baixa ingestão de energia. Dietas de alta fermentabilidade tendem a reduzir tanto o pH ruminal quanto a relação entre ácido acético e ácido propiônico. Uma amplitude normal de variação ao longo de 24 horas no pH ruminal de vacas leiteiras de alta produção vai de 5,5 a 7, enquanto a relação entre moles de acetato e moles de propionato fica ao redor de 2,5/1. Maior pH e menor concentração de AGV são observados entes da primeira alimentação da manhã, enquanto o momento de mínimo pH e máxima concentração de AGV normalmente ocorre de 10 a 12 horas após a primeira alimentação. Entretanto, o manejo alimentar, principalmente a freqüência de alimentação concentrada em sistemas que adotem o fornecimento de concentrados separadamente da forragem pode afetar a variação circadiana na concentração de AGV e no pH do rúmen .(PEREIRA). Santos, afirma que com a ingestão de carboidratos, microorganismos ruminais irão aderir-se as partículas de alimento e iniciar o processo de digestão de (dentro para for a) , ou seja, as bacterias tem que produzir enzimas que irao digerir as ligações entre os polímeros de hexoses.Quando microrganismos celuloliticos digerem a celulose, ha maior produção de graxos voláteis, acetato, propionato e butirato, e de aproximadamente 75.15.10.Ja quando o amido e açucares predominam na dieta, microganismos amiloliticos digerem esses carboidratos e produzem acetato, propionato e butirato em diferentes proporções, com um aumento no propionato e redução na concentração molar de acetato e butirato 65.30.5. Como os microrganismos que digerem amido e açucares multiplicam-se mais rapidamente que os celuloliticos e hemiceluloliticos, e a taxa de digestão desses carboidratos e mais rápida do quando celulose e hemicelulose sao fermentadas, o pH ruminal e mais baixo quando o amido e digerido comparada com a celulose.Essa alteração no pH ruminal influencia o crescimento microbiano, ja que microrganismos celuloliticos e hemiceluloliticos preferem pH acima de 6,5, enquanto os amiloliticos preferem pH entre 5,5 e 6,5. 4.0 Deslocamento de Abomaso A passagem exagerada de AGV para o abomaso em casos de alto consumo de dietas de alta fermentabilidade pode resultar em hipomotilidade do AGV, possivelmente relacionando a incidência de acidose ruminal, a ocorrência de deslocamento de abomaso. Dietas acidogênicas, formuladas com baixo teor de forragem, também podem induzir baixo enchimento ruminal. Espaço vago na cavidade abdominal pode ser um fator predisponente ao deslocamento de abomaso (DAMASCENO). 5.0 Conseqüências do Aumento da Acidez A acidose ruminal pode ser definida como a adição e o acúmulo excessivo de ácidos e/ou falta de bases no fluído do rúmen-retículo. Secundariamente ao processo digestivo pode ocorrer acidose metabólica, esporadicamente resultando em acidemia, capaz de induzir valores de pH sangüíneo abaixo do limite mínimo compatível com a vida. O distúrbio é normalmente relacionado a uma inadequada adaptação da fisiologia digestiva a aumento na relação entre concentrados e forragens na dieta. A acidose ruminal pode afetar negativamente o desempenho e a saúde animal mediante efeitos deletérios sobre a motilidade do rúmen a fermentação da fibra, o consumo de alimentos a produção microbiana e a morfologia da parede ruminal. Compreender aspectos de morfologia e fisiologia dos pré-estômagos tem utilidade na prevenção e mesmo cura deste distúrbio (PEREIRA). 6.0 Definição de Tampões Valadares Filho e Pina, afirmam que o tampões tem a função de neutralizar o excesso de ácidos produzidos no rúmen em situações onde os sistemas tamponantes, principalmente bom fluxo salivar, são insuficientes.Tampões são combinações de um acido fraco e seu sal, estes por usa vez devem ser solúveis em água e seu pKa deve ser próximo do pH fisiológico do rúmen, sendo os bicarbonato de sódio considerado um verdadeiro tampão com um pKa de 6,25. Estudos indicam que , quando as dietas contem menos de 40% de forragem (20% FDN), um baixo crescimento microbiano e observado.Uma mistura de bacterias ruminais que foram incubadas in vitro produziram 50% a menos de ptna microbiana em pH 5,7 em relacao a 6,7. 7.0 A importância da Utilização Tamponantes Tamponantes neutralizam ácidos presentes na dieta, produzidos na fermentação ruminal ou no metabolismo animal ou secretados durante a digestão. O termo Num estudo anterior, empregando-se bovinos adultos sadios, comparou-se o efeito alcalinizante no sangue promovido pela infusão de igual quantidade de alguns desses tampões {lactato-levógiro (L), acetato-L, propionato-L, lactato, L e dextrogiro (D)} com o bicarbonato, concluindo-se que os melhores resultados foram obtidos igualmente com o lactato-L e o bicarbonato (Leal et al., 2007). De acordo com Hutjens (1991), a questão principal no uso de tampões está relacionada ao retorno econômico favorável em resposta à utilização destes. De acordo com o próprio autor são listadas algumas situações onde se teria uma resposta positiva à utilização de substâncias tamponantes: dietas com alta percentagem de silagem de milho: Estas apresentam alta umidade (60 a 70%), acima de 30% de CHO fermentáveis e um baixo pH (3,9 a 4,2%). A silagem de milho tem um tamanho pequeno de partícula devido ao corte mais preciso e promove menor salivação devido a sua umidade natural; baixa fibra na ração: Dietas com menos de 19% de FDA deprimem a ruminação e podem causar uma acidose ruminal; baixo consumo de feno: O feno estimula a produção de saliva, aumentando o tempo de mastigação e ruminação. Uma dieta com feno de média qualidade poderá resultar em 27,1 litros de saliva/kg de MS consumida; alto consumo de concentrado: Os concentrados substituem as forragens na dieta, reduzindo o nível de fibra. Pesquisas com vacas alimentadas com dietas contendo 30% de forragem mostraram que elas produziam 199 g a menos de bicarbonato de sódio, através da saliva, do que vacas alimentadas com dietas contendo 70% de forragem; grandes quantidades de concentrado por refeição (acima de 3 kg/refeição); alta concentração de carboidratos solúveis: Afetam a quantidade e a taxa de degradação de CHO no rúmen, pH ruminal, digestão da fibra e a produção de AGV. Para Romanelli, a elevação dos teores de fibra da dieta, pode-se elevar a capacidade de tamponamento ruminal, devido ao estímulo a produção salivar. Entretanto, em situações onde ocorre a necessidade de trabalhar com altos níveis de concentrados (animais de alta produção), torna-se difícil realizar estes ajustes, tornando- se necessário, o uso destes aditivos. Os tampões podem promover melhoria na produtividade e evitar problemas metabólicos no animal por neutralizar o excesso de ácidos produzidos no rúmen em situações onde os sistemas tamponantes do próprio animal, principalmente o fluxo salivar são inadequados. A adoção de produtos tamponantes na ração é válida para a prevenção do problema em animais confinados que recebem grandes quantidades de grãos. A substância tamponante mais usada é o bicarbonato de sódio, na proporção de 1,0-2,0% do concentrado. O bicarbonato de sódio pode ser substituído pelo bicarbonato de potássio ou carbonato de potássio. Outra substância tamponante é o óxido de magnésio que pode ser usado na proporção de 0,2 a 0,3% da ração seca total. O uso de ionóforos (monensina sódica ou lasalocida ) também é indicado para diminuir a incidência de acidose. (PIRES 2004) 9.0 Conseqüências da Acidose Láctica É um processo inflamatório agudo das estruturas sensíveis da parede do casco que resulta em claudicação e deformidade permanente do casco. O mecanismo de desencadeamento do processo que leva ao quadro de laminite ainda não está totalmente esclarecido. Alguns acreditam que a laminite ocorra em função do excesso de histamina, que causa um ingurgitamento do leito vascular do casco. Por outro lado, o estudo da doença produzida experimentalmente tem demonstrado que o suprimento sangüíneo arterial da lâmina do casco é bastante reduzido ao invés de ser aumentado. Quando há ingestão excessiva de grãos, ocorre um aumento na produção de ácido láctico no trato digestivo, com destruição de grande número de bactérias e liberação de suas toxinas. A acidose ruminal provoca uma lesão na mucosa ruminal com aumento de sua permeabilidade, levando a uma endotoxemia (intoxicação) e acidose sistêmica, que resulta em vasoconstrição periférica, com redução do fluxo sangüíneo às lâminas do casco (CARVALHO, 2008). O melhor método para prevenção é a adoção de medidas que evitem a acidose láctica, que pode ser feito através de um adequado esquema de adaptação para animais que receberão dietas altamente concentradas e o uso de produtos alcalinizantes (bicarbonato ou carbonato de cálcio) na ração. Evitar o confinamento de animais muito novos também pode ser indicado para diminuir a incidência da doença. Uma medida a longo prazo para redução da incidência da doença seria a seleção contra machos cujas progênies apresentem esta condição (PIRES 2004). Para Pires (2004), a acidose láctica e uma doença metabólica aguda, causada pela ingestão súbita de grãos ou outros alimentos altamente fermentáveis em grandes quantidades, que é caracterizada por perda do apetite, depressão e morte, também conhecida por sobrecarga ruminal, indigestão aguda, impactação aguda do rúmen ou indigestão por carboidratos. Pires (2004), afirma que quando os grãos ou outros produtos facilmente fermentáveis são consumidos rapidamente e em grandes quantidades, há alteração da microflora ruminal com predominância de bactérias gram-positivas, principalmente o Streptococcus bovis, e produção de grandes quantidades de ácido láctico. A grande concentração de ácido láctico leva a uma queda no pH. Ocorre um aumento da pressão osmótica do rúmen resultando em desidratação e diarréia. O animal apresenta polipnéia e depressão. A manifestação de rumenite e laminite, assim como o desenvolvimento de abcessos hepáticos, são seqüelas comuns de um quadro de sobrecarga ruminal. A rumenite ocorre devido à alta acidez do conteúdo ruminal, que causa lesões à mucosa, possibilitando a invasão de bactérias, que pela circulação atingem o fígado, onde formam abcessos. As medidas mais eficazes para este fim são aquelas que buscam evitar o acesso acidental de animais a grandes quantidades de grãos e a adoção de um bom esquema de adaptação, com mudança lenta e gradual ao concentrado. 10.0 Referências Bibliograficas POMPEI, J.P. A Importância de uma Boa Suplementação Mineral. Artigo Técnico Departamento de Nutrição Animal – Matsuda. Disponível em: http:// www.matsuda.com.br/administracao/arquivo/ A%20Import%C3%A2ncia%20de%20Um%20Boa%20Suplementa%C3%A7%C 3%A3o.doc Acesso em: 15 de junho de 2009. FILHO VALADARES, S.C. e PINA, D. S. Fermentação Ruminal. In: Nutrição de Ruminantes BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. Jaboticabal -UNESP pág.151 – 182. ORTOLANI, E.L. Diagnóstico de doenças nutricionais e metabólicas por meio de exame de urina em ruminantes In: Anais do I Simpósio de Patologia Clínica Veterinária da Região Sul do Brasil. 2003, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, RS. Pág. 91-102. 2003 Faculdade de Veterinária pág. 91-102.Disponível em: http://www6.ufrgs.br/ bioquimica/extensao/SPCV2003.pdf#page=31 Acesso em: 15 de junho de 2009. Pereira, M.N. Morfofisiologia digestiva dos ruminantes Disponível em : http:// www.grupodoleite.com.br/materiais/morfofisiologia_ruminantes.pdf Acesso em : 15 de junho de 2009.
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