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Morfologia floral, Notas de estudo de Ciências Biologicas

MORFOLOGIA DE ESTRUTURAS FLORAIS

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 19/07/2010

liugo-fernando-meneses-2
liugo-fernando-meneses-2 🇧🇷

4.8

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Baixe Morfologia floral e outras Notas de estudo em PDF para Ciências Biologicas, somente na Docsity! 1 Estes trechos e figuras foram retirados da apostila de “Anatomia e Morfologia de Plantas Vasculares” (Menezes et al, 2004), fornecida aos alunos da Biologia na disciplina BIB121. FLOR - MORFOLOGIA Numa flor típica são formados 4 tipos de estruturas (Fig. 2A): a) sépalas, cujo conjunto forma o cálice; b) pétalas, que constituem a corola. Ambas são estruturas estéreis, cujo conjunto forma o perianto. c) estames, representando as estruturas reprodutivas masculinas, e que formam no conjunto o androceu; d) carpelos, constituindo o gineceu. Em algumas flores, os verticilos de sépalas, pétalas e estames estão fundidos, formando uma estrutura denominada hipanto (Fig. 2B). A fusão pode envolver apenas os apêndices florais, constituindo o hipanto apendicular ou também o receptáculo floral, formando o hipanto receptacular (Fig. 3). Fig. 3. Diagramas de cortes de ovários ínferos (hipanto). A-B. Longitudinal; C. Transversal. A. Darbya sp. (Santalaceae); B-C. Rosa helenae (Rosaceae). Os diagramas mostram a vascularização, que evidencia a inversão dos feixes. Retirado de Fahn (1974). A B C Fig.2. Cortes longitudinais. A. Flor de trigo-sarraceno (Fagopyrum sp., Polygonaceae); B. Flor de eucalipto (Eucalyptus globulus, Myrtaceae). Retirado de Fahn (1974). Pedicelo Sépala Ovário Estame Pétala Estiletes (3) Opérculo Óvulos Estilete Estames Hipanto A B Estigma Óvulo 2 As sépalas, na maioria das vezes, são clorofiladas e as pétalas são coloridas. Nas angiospermas, a folha carpelar (megasporofilo) dobra-se e suas margens fundem-se, encerrando em seu interior os óvulos. A parte apical da folha carpelar transforma-se numa região especializada para o pouso e a germinação do grão-de-pólen: o estigma. O estigma pode ser séssil ou, mais freqüentemente, estar ligado ao ovário por uma projeção, o estilete. A parte basal da folha carpelar é dilatada, o ovário, contendo de um a vários óvulos. O estigma, o estilete e o ovário, em conjunto, formam o pistilo. O estame é um microsporofilo que transporta ao microsporângios (ou sacos polínicos). Na maioria das angiospermas, o estame está diferenciado em filete e antera. A antera, na maioria dos casos, está formada por duas tecas: cada uma contém dois microsporângios. O filete termina no conectivo, o qual une as teças (Fig. 4). 1. PERIANTO Os apêndices florais mais externos são estéreis e constituem o perianto, sendo formado pelas sépalas e pétalas. As sépalas podem ser livres entre si e o cálice é denominado dialissépalo, ou podem ser unidos entre si, sendo o cálice dito gamossépalo. Internamente ao cálice forma-se a corola, que pode ser definida como o conjunto de pétalas. Da mesma forma que o cálice, a corola pode apresentar as pétalas livres entre si: corola dialipétala. Quando as pétalas são unidas entre si a corola recebe o nome de gamopétala (Fig. 5A). Se a corola das angiospermas possuir mais de um plano de simetria, a flor é denominada actinomorfa. Em se traçando um só plano de simetria, a flor é zigomorfa (Fig. 5B). Podem existir também flores assimétricas, não possuindo nenhum plano de simetria. Fig.4. Aspecto geral de uma flor, com as suas partes principais Antera Filete Pedicelo Receptáculo Pétala Sépala Estigma Estilete Ovário 5 número de estames é menor do que o número de pétalas. Flores polistêmones são aquelas nas quais o número de estames é maior do que o número de pétalas (Fig. 8). Quanto ao número de verticilos de estames, tem-se flores haplostêmones, quando há somente um verticilo e diplostêmones, quando há dois verticilos. Cada verticilo possui, no máximo, o número igual de estames e de pétalas. Individualmente, cada estame é formado pelo filete, antera e conectivo. O filete é a parte estéril do estame, geralmente de forma alongada e que porta em sua porção apical, a antera normalmente é constituída por duas tecas, sendo que a porção estéril que está entre elas é denominada conectivo (Fig. 9). Os estames podem ser livres entre si ou unir-se através dos filetes, formando um ou vários grupos, sendo tal fenômeno denominado adelfia. Os filetes são denominados monadelfos quando todos estão unidos em um só grupo; diadelfos quando unidos em dois grupos ou poliadelfos quando formam muitos grupos. As anteras são, geralmente, livres entre si. Porém, em algumas famílias (ex.: Compositae), elas podem estar unidas; tal situação denomina-se sinanteria (Fig. 10). Normalmente as sépalas são alternas com as pétalas e estas com o primeiro círculo (verticilo) de estames e assim por diante, pois a perda dessa alternância implica na supressão de um ou mais círculos de elementos. É importante verificar em cada flor se os estames são opostos ou alternos com as pétalas (Fig. 11). Os estames podem estar inseridos no receptáculo, sendo então denominados estames livres desde a base, ou inseridos nas pétalas, denominados então epipétalos. O filete pode unir-se à antera pela base – antera basifixa, ou pelo dorso – antera dorsifixa, ou ainda mais raramente pelo ápice – antera apicefixa (Fig. 12). A liberação do grão-de-pólen se dá através de uma abertura da teca, denominada deiscência. Esta pode ser uma fenda longitudinal – deiscência longitudinal ou rimosa; ou por poros Fig. 8. Número de estames em relação ao número de pétalas. Fig. 9. O estame e suas par- tes. 6 localizados na porção apical da teca – desicência poricida; ou ainda por uma ou duas valvas em cada teca – deiscência valvar (Fig. 13). Na maioria dos casos de redução da porção fértil do androceu, formam-se os estaminódios, com diversas funções: nectários, estruturas petalóides, alimento. Fig. 13. Deiscência da antera. Fig. 10. Androceu quanto à união dos estames. Fig. 11. Posição dos estames em relação às pétalas. Fig. 12. Tipos de inserção do filete na antera 7 3. GINECEU Internamente ao androceu, desenvolve-se o gineceu, formado pelos carpelos. De acordo com a teoria clássica, o carpelo é derivado de uma folha fértil, que possui óvulos na margem. As margens dobraram-se para dentro e uniram-se entre si e com as margens de outros carpelos; dessa maneira, os óvulos ficaram encerrados no lóculo, que é o espaço no interior do carpelo. Morfologicamente, o gineceu compreende as seguintes partes: ovário, estilete e estigma (Fig. 4). O ovário é a porção basal, dilatada e a cavidade interna é o lóculo. O estilete é uma porção geralmente alongada e cilíndrica que une o ovário ao estigma. Este é a porção receptiva do grão- de-pólen, tendo geralmente uma superfície pilosa ou rugosa, podendo exsudar substâncias que facilitam a aderência do pólen. O gineceu consiste de um ou mais carpelos. Neste último caso, eles podem estar livres entre si, constituindo o gineceu apocárpico ou unidos entre si, no todo ou em parte, constituindo o gineceu sincárpico (Fig. 14). A cavidade onde estão encerrados os óvulos é o lóculo e todo gineceu apocárpico é sempre unilocular. No gineceu sincárpico, ao se fazer um corte transversal no ovário, é possível verificar o número de lóculos (Fig. 14). Geralmente esse número corresponde ao número de carpelos; porém, podem existir casos em que o gineceu com vários carpelos, apresente um só lóculo (unilocular). Quanto ao número de lóculos, os ovários podem ser: uniloculares, biloculares, triloculares, tetraloculares, pentaloculares (Fig. 15). Hipanto Fig. 14. Tipos de flores quanto à posição do ovário. As flores A e B têm gineceu apocárpico (carpelos livres) e a flor C. tem gineceu sincárpico (carpelos unidos). Flor Hipógina Flor Perígina Ovário súpero Ovário súpero sem hipanto com hipanto Flor Epígina Ovário ínfero com hipanto A B C Receptáculo Ovário Estilete Estigma Sépalas Sépala Óvulo 10 Muitos autores utilizam também o termo pistilo para designar a(s) unidade(s) estrutural(is) do gineceu. Segundo esse conceito, numa flor com gineceu apocárpico unicarpelar, os conceitos de carpelo, pistilo e gineceu correspondem a uma mesma estrutura. Por outro lado, numa flor com gineceu apocárpico pluricarpelar teremos cada carpelo formando um pistilo isolado. A terceira possibilidade é aquela na qual um gineceu sincárpico constitui um pistilo, que nesse caso é formado de mais de um carpelo. INFLORESCÊNCIAS Na grande maioria das angiospermas, as flores são produzidas em agrupamentos denominados inflorescências, embora ocorram também flores isoladas. Morfologicamente, uma inflorescência é um ramo ou um sistema de ramos caulinares que portam flores. 1. Tipos de inflorescências 1.1. Inflorescências racemosas ou indeterminadas – cada eixo termina numa gema floral e, portanto, potencialmente tem crescimento ilimitado, basicamente monopodial. Os principais exemplos desse tipo de inflorescência são: a) Racemo ou cacho – eixo simples, alongado, ortando flores laterais pediceladas subtendidas por brácteas (Fig. 18). b) Espiga – eixo simples alongado portando flores laterais sésseis (sem pedicelo) na axila da bráctea (Fig. 18). c) Umbela – eixo muito curto, com várias flores pediceladas inseridas praticamente num mesmo nível (Fig. 18). d) Corimbo – tipo especial de racemo, no qual as flores têm pedicelos muito desiguais e ficam quase todas no mesmo plano (Fig. 18). e) Capítulo – eixo muito curto, espessado e/ou achatado, com flores sésseis e dispostas bem juntas. Geralmente existe um invólucro de brácteas estéreis protegendo a periferia do capítulo (Fig. 18). f) Panícula – é um cacho composto, ou seja, um racemo ramificado (um eixo racemoso principal sustenta 2 ou muitos racemos laterais) (Fig. 18). Racemo Espiga Corimbo Capítulos Umbela Fig. 18. Tipos de inflorescências racemosas ou indeterminadas. 11 1.2. Inflorescências cimosas ou determinadas a) Dicásio – o ápice do eixo principal se transforma em uma flor, cessando logo o crescimento; em seguida as duas gemas nas axilas das duas brácteas subjacentes prosseguem o crescimento da inflorescência e se transformam cada uma numa flor; novamente o mesmo processo pode prosseguir, resultando em 4 flores, e assim por diante (Fig. 19). b) Monocásio – após a formação da flor terminal do eixo, apenas uma gema lateral se desenvolve em flor, e assim por diante. Aqui, há duas possibilidades: as flores laterais desenvolvem-se consecutivamente em lados alternados (em zigue-zague) = monocásio helicoidal, ou sempre de um mesmo lado = monocásio escorpióide (Fig. 19). c) Cimeira composta – inflorescência ramificada, na qual os eixos laterais comportam-se irregularmente (ou alternadamente) como monocásios ou dicásios (Fig. 19). É importante salientar que podem existir umbelas determinadas, corimbos determinados e capítulos determinados. Dicásio Monocásio Dicásio Fig. 19. Tipos de inflorescências cimosas ou determinadas 12 Tipos Especiais de Inflorescências a) Espádice – tipo especial de espiga com eixo muito espessado, com flores parcialmente “afundadas” no eixo, e tipicamente protegido na base por uma grande e vistosa bráctea modificada, denominada espata – típico de Araceae (Fig. 20). b) Espigueta – unidade básica das inflorescências das Gramineae (Poaceae), consistindo de uma espiga reduzida, envolvida por várias brácteas muito modificadas, densamente dispostas (Fig. 20) . c) Sicônio – típico de Fícus spp. (Moraceae). É uma inflorescência carnosa e côncava, com numerosas e pequininas flores encerradas na cavidade, havendo apenas uma estreita abertura no ápice (Fig. 20). d) Pseudantos – nome genérico aplicado a inflorescências condensadas em que muitas flores ficam dispostas de forma a simular uma única flor. Os pseudantos mais comuns são os capítulos (já caracterizados anteriormente) e os ciátios. Ciátio é característico de alguns gêneros da família Euphorbiaceae, e consiste de uma inflorescência formada por um invólucro de brácteas (geralmente com um ou mais nectários evidentes), que envolve um conjunto de flores estaminadas rodeando uma flor pistilada central (Fig. 20). SEXUALIDADE DAS PLANTAS Diferentemente da maioria dos animais, as plantas podem possuir diversas possibilidades de arranjos com relação à sexualidade: 1. Espécies hermafroditas. São aquelas que têm flores monoclinas. 2. Espécies monóicas. São aquelas que possuem flores diclinas, com os dois sexos na mesma planta – flores estaminadas e pistiladas (carpeladas) Ex.: mamona, Ricinus communis, Euphorbiaceae. 3. Espécies dióicas. São aquelas que possuem flores diclinas – estaminadas e pistiladas em plantas diferentes. Ex.: amoreira, Morus nigra, Moraceae.
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