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História dos Saltos dos Calçados, Notas de estudo de História

Designer de Calçados e Pós-Graduado em Criação e Gestão de Moda, conta a história dos saltos dos calçados ao longo dos tempos, relatando fatos e períodos marcantes ao longo do tempos.

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 08/04/2009

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fabio-marcelo-espindula-4 🇧🇷

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Baixe História dos Saltos dos Calçados e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity! História dos Saltos dos Calçados A real origem dos saltos dos calçados confunde-se ou perde-se, ao longo da própria história dos calçados. Até onde sabe-se, os primeiros resquícios de calçados com saltos foram encontrados em tumbas do Antigo Egito e datam aproximadamente de 1.000 A.C.. Provavelmente estes calçados com saltos distinguiam a alta posição social do quem os utiliza. Na Grécia Antiga, também houve a utilização de saltos, sendo que o primeiro grande dramaturgo trágico da história grega o autor Aeschylus, exigia dos atores que encenavam suas peças, a utilização de calçados plataforma feitos inicialmente de cortiça, estas plataformas tinham diferentes alturas, as quais indicavam a posição social qual personagem pertencia. Isto também ocorreu na história recente do Oriente, mas precisamente no Japão, quando o Imperador Hirohito assumiu o trono em 1926, este utilizava calçado com plataforma de aproximadamente 30 cm de altura. A história nos revela que os saltos altos também estiveram associados à sexualidade, uma vez que as prostitutas na Roma Antiga eram identificadas pelos saltos que utilizava já as cortesãs japonesas utilizavam tamancos com altura que variavam entre 15 e 30 cm, já as concubinas chinesas e as odaliscas turcas eram obrigadas a utilizarem sandálias altas provavelmente para dificultar a fuga dos haréns. Mas é somente na Idade Moderna, mais precisamente durante o Renascimento o período da história da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, quando diversas transformações em uma multiplicidade de áreas da vida, que iniciou-se a utilização do salto que foi criado para elevar a altura das mulheres, os primeiros saltos foram confeccionados em cortiça em forma de cunha, acompanhando o formato do arco do pé, elevando a altura apenas no calcanhar. Existem diferentes opiniões a respeito dos saltos altos, alguns como origem das "chopinas" (blocos de madeira utilizada como base/solado, onde o calçado era confeccionado), provenientes da China ou Turquia, eram sandálias com plataformas onde a altura dos solados apontava o nível social e chegava a atingir 40 cm. Havia casos de senhoras da corte que elevaram suas plataformas até 70 cm e precisavam às vezes de dois criados, um de cada lado para conseguir o equilíbrio, as chopinas foram inicialmente utilizadas pelos nobres, passando pela burguesia e chagando as camadas sociais mais baixas, daí foram desprezadas pela elite, sendo que as últimas as utilizarem as chopinas foram às prostitutas. As plataformas e os saltos altos estão desde a Antigüidade associados a situações solenes e rituais, quando todo o universo gestual e os movimentos corporais, na época bastante contidos, estão relacionados a reverências e comportamentos formalizados. As mulheres mais observadoras imaginaram que suas silhuetas poderiam ganhar contornos mais sensuais com o calcanhar elevado, projetando o tórax para frente e dessa maneira ressaltando os seios. Até 1.600 não havia nada que realmente pudesse ser chamado de salto, nos anos de 1.590, até já tinham produzido alguns saltos baixos de madeiras ou cortiças, antes disso foram utilizados cunhos de cortiça ou empilhamento de camadas de couros, mas sem muito sucesso devido à dificuldade no caminhar. Uma vez com o surgimento do verdadeiro salto, com o conceito que conhecemos hoje, as outras formas de saltos desaparecem rapidamente. Em pleno século XVII, a fabricação de calçados com saltos originavam calçados com pouca estabilidade, causando freqüente falta de equilíbrio durante a utilização destes, isto devido às falhas na fabricação dos calçados principalmente na região de encaixe do salto, causando também problemas de emparelhamentos. Embora o desenvolvimento dos calçados desde o período Romano, já vinha sendo produzidos para pés direitos e esquerdos, porém a parte traseira dos calçados não havia diferenças entre os dois pés, então para dar mais estabilidades aos calçados com saltos, iniciou-se uma maior preocupação com detalhes e diferenciações entre pés esquerdos e direitos também na parte traseira. A invenção do salto é atribuída a Catarina de Médicis (1519 a 1589), Rainha da França pelo casamento com o Duque Orléans (Henrique I), ficou viúva aos 40 anos, mas controlou o poder durante os reinados de seus filhos Francisco II, Carlos IX, e Henrique III. Apoiou o massacre dos protestantes na trágica noite e São Bartolomeu. Estudiosa da astrologia e magia, seus inimigos a acusavam e procurar auxílios de demônios. Catarina de Médicis ao desembarcar em Paris, trazia em sua bagagem vários calçados de saltos, produzidos exclusivamente para ela com o único intuito de deixá-la mais alta, calçados estes, confeccionados por um artesão italiano. Logo seu gosto por saltos, acabou sendo absorvido pela aristocracia européia influenciando a moda, que incorporou o salto alto. No século XVII, as mulheres que se utilizassem saltos altos para seduzir ou atrair os homens para os casamentos, eram punidas pelo parlamento inglês como feiticeiras. Em sua biografia Giovani Casanova, declarou sua tração pelos saltos altos, que segundo ele, levantavam as armações da saias- balão, utilizadas na época, sendo que assim mostravam as pernas femininas. Durante o século XIX, importados do bordéis de Paris, os saltos altos foram introduzidos nos Estados Unidos. Nesta época em Paris eles já eram um grande sucesso, uma vez que os clientes preferiam contratar os serviços de prostitutas que utilizam os saltos. Ainda nesta épca não existia a figura do estilista ou designer de calçados, onde só seriam criadas durante o seculo XX, portanto, a criação destes calçados era apenas mais um ofício dentre muitos e ficavam a cargo dos modestos sapateiros.
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