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Guias e Dicas
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Analise gerencia e contabil de custos, Notas de estudo de Contabilidade

gerenciamento de custos, formação de preço, ponto de equilibrio

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 05/02/2009

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jose-marcos-paula-theodoro-7 🇧🇷

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Baixe Analise gerencia e contabil de custos e outras Notas de estudo em PDF para Contabilidade, somente na Docsity! Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco A Estrutura Patrimonial módulo 01 Demonstrações Financeiras FLUXO DE FUNDOS VENDAS À VISTA DESPESAS OPERACIONAIS DEPRECIAÇÃO 1 PAGE 60 INTERPRETAÇÃO DO FLUXO ATIVO PASSIVO APLICAÇÕES DOS RECURSOS ORIGENS DOS RECURSOS 2 PAGE 60 Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco A Estrutura Patrimonial módulo 02 Análise Conceitos A análise vertical é a técnica mais simples e também a mais completa para a análise da Estrutura de Capitais. Ela mede proporções entre valores, ajudando-nos a determinar quais as contas de maior importância e relevância para a análise. Na análise do Ativo, ela mede como a empresa distribuiu ou usou seus recursos dentro do Ativo. É importante começar esta análise pelo principais grupos (Circulante, Permanente e Realizável L. Prazo) e só depois ver cada conta isoladamente (Duplicatas a Receber, Estoques, Imobilizado, etc.). Na análise do Passivo, ela mede como a empresa obteve os recursos que estão ajudando a financiar seus Ativos. É importante começar a análise pelo Patrimônio Líquido (a principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de dívidas (Circulante e Exigível L. Prazo) e só então cada conta isoladamente. Não se deve, porém, analisar as contas dentro do Patrimônio Líquido (analise apenas o total dele). Fórmula de Cálculo Cálculo Valor da Conta 5 PAGE 60 Análise __________ ___ x 100 Vertical BASE Arredonde os resultados dos cálculos. Não use casas decimais Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa consumiu das receitas e, no fim, se houve sobras (lucros) ou faltas (prejuízos). O Total do Ativo é a base de cálculo para todas as contas do Ativo. O Total do passivo é a base de cálculo para todas as contas do Passivo (que sempre tem o mesmo total que o Ativo). No Patrimônio Líquido, calcula-se somente o total, uma vez que não há interesse em analisar cada uma das contas isoladamente. A Receita Líquida de Vendas ou Vendas Líquidas é a base de cálculo para todas as contas da Demonstração de Resultados. ESTRUTURA DE CAPITAIS Tipos de Estrutura Qualquer empresa analisada terá sua estrutura de capital definida dentro dos seguintes três modelos: SAUDÁVEL ALERTA DEFICIENTE e/ou 6 PAGE 60 Recursos próprios financiam todos os ativos de longo prazo e ainda há sobra para financiar o Ativo Circulante Recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante Recursos próprios e de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo Como Montar a Estrutura de Capital Uma das utilidades da análise vertical é a de permitir a montagem da Estrutura de Capital de qualquer empresa. Para isto, toma-se os resultados da análise vertical de cada um dos grupos do Ativo e Passivo colocando-se em dois quadros que indicam Fontes (Passivo) e Aplicações (Ativo) dos recursos, como os exemplos abaixo baseados no Balanço dado nas páginas anteriores. Avaliemos a seguinte Estrutura de Capitais : BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO ATIVO Ano 1 AV % Ano 2 AV % Ano 3 AV % Caixa e Bancos 465 2.235 118 Aplicações Financeiras 589 4.650 235 Duplicatas a Receber 10.580 24.134 25.744 Estoques 26.860 17.299 28.765 Outros Créditos 927 337 0 CIRCULANTE 39.421 48.655 54.862 Empréstimos a Coligadas 12.520 1.260 1.250 Outros Créditos 795 775 489 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 13.315 2.035 1.739 Investimentos 8.289 7.239 7.985 Imobilizado 58.650 60.883 56.665 Diferido 2.986 2.234 896 PERMANENTE 69.925 70.356 65.546 TOTAL DO ATIVO 122.661 100 121.046 100 122.147 100 PASSIVO Ano 1 AV % Ano 2 AV % Ano 3 AV % Fornecedores 31.821 31.859 27.853 Salários/Encargos Sociais a Pagar 1.285 230 1.230 7 PAGE 60 • Gastos, Custos e Despesas são palavras sinônimas ou são conceitos diferentes? • Confundem-se com desembolso? • Têm a ver com Investimento? • Algumas delas têm a ver com perda? a) GASTO: Sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Exemplos de gastos: Com a compra de MP; com MO; com a produção e distribuição; com honorários da diretoria; com a compra de um imobilizado; etc.. Só existe gasto, no ato da empresa assumir como seu o bem ou serviço. Contabilmente falando: no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. b) INVESTIMENTO: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Exemplos de Investimentos: MP é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos financeiros. Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de Investimentos. c) CUSTO: 10 PAGE 60 gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Exemplos de Custos: A MP foi um gasto na sua aquisição que se tornou um investimento enquanto estoque e que se transformou em custo a partir do momento em que foi processada para a fabricação de um bem acabado. Este por sua vez é um novo investimento até que seja vendido; a Energia Elétrica é um gasto enquanto consumida no processo produtivo, ocasião em que passa a custo, não passando pela fase do investimento; a Máquina foi um gasto na sua aquisição, tornou-se investimento na sua contabilização e é transformada em custo parcelado no processo de produção. O Custo é também um gasto só reconhecido como tal, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. d) DESPESA: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Exemplos de Despesas: A comissão do vendedor é um gasto que se torna imediatamente uma despesa; o equipamento da fábrica que fora gasto transformado em investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo de depreciação, torna-se na venda do produto pronto uma despesa. CPV: custo ou despesa? Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa. São os chamados CPV, Custo dos Produtos Vendidos. O significado mais correto que poderíamos dar ao CPV poderia ser: “despesa que é o somatório dos ítens que compuseram o custo de fabricação do produto ora sendo vendido” Cada componente que fora custo no processo produtivo agora, na baixa com a venda, torna-se despesa. 11 PAGE 60 A mercadoria adquirida pela loja comercial provoca um gasto, um investimento e que se transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita trazida pela venda. Assim, o termo CPV não é, em termos técnicos, rigorosamente correto. Logo, todas as despesas são ou foram gastos. Porém, alguns gastos muitas vezes não se transformam em despesas (terrenos que não são depreciados) ou só se transformam quando de sua venda. Todos os custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços a que se referem. Muitos gastos são automaticamente transformados em despesas (despesas administrativas), outros passam primeiro pela fase de custos (energia elétrica) e outros gastos fazem o processo completo, passando por investimento, custo e despesa (matéria-prima). e) DESEMBOLSO: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada do bem ou serviço adquirido. f) PERDA: bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária. Exemplos de Perdas: Incêndios, obsolescência de estoques; gasto com MO em greve. Não deve ser confundida com despesa ou custo, exatamente pela sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Não devem ser confundidas com perdas na produção, pois estas são custos considerados na fabricação dos bens. Quando irrelevantes são embutidas nos custos ou nas despesas, QUESTÕES 1- Temos despesa ao comprarmos matéria-prima? Quando a matéria-prima é 12 PAGE 60 Assim, podemos classificar os custos fixos em Repetitivos e Não-repetitivos. Ex.: repetitivos salários da chefia da fábrica, manutenção preventiva não-repetitivos manutenção eventual de equipamento Alguns tipos de custos podem ter componentes dos dois tipos (semi-variáveis). Ex. energia elétrica apresenta uma parcela variável (que se altera com o volume de produção) e outra fixa (energia consumida com a iluminação das dependências da fábrica). ATENÇÃO Diretos e Indiretos são classificações dos custos propriamente ditos. Fixos e Variáveis aplicam-se tanto aos custos como às despesas. Exemplo: • Despesas de Vendas Fixas – gasto com propaganda, salários da administração de vendas. • Despesas de Vendas Variáveis – comissão dos vendedores, despesas de entrega. Todos os custos podem ser classificados de Diretos ou Indiretos, Fixos ou Variáveis ao mesmo tempo. Assim: Matéria-prima - é um custo direto e variável Materiais de consumo – indiretos e variáveis Seguros da fábrica – indiretos e fixos 15 PAGE 60 Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco B A Contabilização dos Custos módulo 02 Esquema de Contabilidade de Custos 1º PASSO Separar custos de despesas Empresa X Comissões dos vendedores 80.000 Salários de fábrica 120.000 Matéria-prima consumida 350.000 Salários da administração 90.000 Depreciação de fábrica 60.000 Seguros da fábrica 10.000 Despesas financeiras 50.000 Honorários da Diretoria 40.000 Materiais diversos- fábrica 15.000 Energia elétrica – fábrica 85.000 Manutenção – fábrica 70.000 Despesas de entrega 45.000 Correi, telefone 5.000 Materiais de escritório 5.000 Total de gastos 1.025.000 Separar os custos de produção, despesas administrativas, despesas de vendas, despesas financeiras. As despesas (total de 315.000) serão “descarregadas” no resultados do período. 16 PAGE 60 2º PASSO Apropriação dos Custos Diretos A empresa produz três produtos diferentes chamados A, B e C Matéria-prima O consumo da matéia-prima é controlado por sistema de requisições. Assim foram fornecidas as seguintes informações de consumo: Produto A 75.000 Produto B 135.000 Produto C 140.000 Total 350.000 Mão-de-obra Quanto é direta e quanto é indireta? A empresa controla através de apontamento de horas trabalhadas por operário por produto durante o mês. Termos as seguintes informações: Indireta 30.000 Direta Produto A 22.000 Produto B 47.000 Produto C 21.000 90.000 Total 120.000 Logo 90.000 serão atribuídos diretamente e 30.000 serão considerados indiretos Energia elétrica Após verificação dos medidores, observa-se que $ 45.000 são diretamente atribuíveis e $ 40.000 alocáveis somente através de critérios de rateios. Indireta $ 40.000 Direta Produto A 18.000 Produto B 20.000 Produto C 7.000 45.000 Total $ 85.000 Resumidamente, temos: 17 PAGE 60 A matéria-prima é a mesma para cada produto. O apontamento da mão-de-obra direta mostrou que se gasta o mesmo tempo tanto para produzir I Kg de A como 0,5 Kg de B ou 0,4 Kg de C. Os custos indiretos são alocados proporcionalmente à matéria-prima. Dados os ajustes: a- o estoque final de matéria-prima foi avaliado em R$ 5.000.000; b- o estoque final de produtos acabados era igual a 40% do total fabricado de cada um. Pede-se: 1- determine o valor da produção de cada um dos três produtos; 2- determine o valor do estoque final e o lucro bruto para cada um dos três produtos, sabendo que as vendas foram: R$ 8.500.000 para o produto A, R$ 4.000.000 para o B e R$ 3.000.000 para o C. 3- abra os razonetes com os saldos do balancete dado e contabilize a apropriação dos custos dos produtos, sua transferência para estoque e sua baixa pela venda; 4- faça nos razonetes os lançamentos de encerramento do período; e 5- elabore a Demonstração de Resultados de 1998 em o Balanço Patrimonial em 31/12/98. Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco C Os Custos Indiretos módulo 01 Departamentalização Um aprofundamento da análise dos problemas relativos à apropriação dos Custos Indiretos. POR QUE DEPARTAMENTALIZAR? Suponhamos uma empresa produzindo os produtos D, E e F, tendo apresentado os seguintes Custos Diretos alocados: Produto Custos Diretos ($) D 500.000 20 PAGE 60 E 300.000 F 450.000 Total 1.250.000 Custos Indiretos a serem alocados: Custo Indireto Valor ($) Depreciação Equipamentos 200.000 Manutenção Equipamentos 350.000 Energia Elétrica 300.000 Supervisão de Fábrica 100.000 Outros CI 200.000 Total 1.150.000 Observemos a grande incidência de custos indiretos ligados aos equipamentos (depreciação, manutenção, energia elétrica). Considerando esse aspecto, poderemos fazer um rateio aos diversos produtos, com base no tempo de horas-máquina que cada um leva para ser feito. Após levantamento, verifica-se o seguinte: Produto Horas-máquina consumidas % D 400 40 E 200 20 F 400 40 Total 1.000 100 Teríamos então o Custo Indireto Médio/hora = $1.150.000 : 1.000 hm = $1.150/hm Portanto, a atribuição de Custos Indiretos e o cálculo do Custo Total ficariam: 21 PAGE 60 Produtos Custos diretos Custos indiretos Custos Totais $ % $ $ D E F Totais 1.250.000 100 1.150.000 2.400.000 Após análise mais detida, verifica-se que para esses totais de horas/máquina existem disparidades: produto Corte hm Montagem hm Acabamento hm Total hm D 100 50 250 400 E 200 - - 200 F - 250 150 400 total 300 300 400 1.000 Completando a análise, verifica-se que o gasto com Custos Indiretos não é uniforme entre os setores: Custo Corte ($) Montagem ($) Acabamento ($) Total ($) Depreciação 100.000 30.000 70.000 200.000 Manutenção 200.000 30.000 120.000 350.000 Energia elétrica 60.000 40.000 200.000 300.000 Supervisão Outros 50.000 40.000 20.000 30.000 30.000 130.000 100.000 200.000 Total 450.000 150.000 550.000 1.150.000 22 PAGE 60 Seus custos não podem ser apropriados diretamente aos produtos, mas serão distribuídos proporcionalmente aos departamentos que deles se beneficiam. Normalmente um Departamento é um Centro de Custos, nele sendo acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos (departamentos de produção) ou a outros departamentos (departamentos de serviços) Podem existir ainda diversos Centros de Custos em um mesmo departamento. Vejamos um exemplo: O departamento de perfuração possui três máquinas. Primeira hipótese – cada uma das três máquinas executa todos os tipos de serviços de perfuração. Neste caso a conceituação é de um único Centro de Custos pois a execução dos serviços não exigem habilidades ou instalações especiais para serem realizados. Segunda hipótese – cada máquina executa demandas diferentes com perfurações diferentes e operários especializados em cada uma. Cada produto só pode passar por uma delas. Neste caso, o departamento poderá possuir três Centros de Custos se os valores absolutos ($) forem convenientes economicamente. Terceira hipótese – o departamento possui três máquinas diferentes, operadas por operários especializados e com salários diferentes mas, cada produtos deverá passar obrigatoriamente pelos três equipamentos e sempre na mesma seqüência. Neste caso, teríamos obrigatoriamente três centros de custos. Centro de Custo é a unidade mínima de acumulação de Custos Indiretos de Fabricação, mas não é uma unidade administrativa. Para nosso estudo, partiremos do princípio que cada departamento é um único Centro de Custos. 25 PAGE 60 Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco C Os Custos Indiretos módulo 03 Custos dos Departamentos de Serviços Suponhamos os seguintes Custos Indiretos incorrido em determinado mês: CUSTO INDIRETO VALOR Aluguel da Fábrica 150.000 Energia Elétrica 90.000 Materiais Diversos 60.000 MO Indireta 350.000 Depreciação 70.000 TOTAL 720.000 Para a apropriação aos produtos, devemos distribuí-los aos diversos departamentos. Para tanto, é preciso investigar a ligação entre os custos e o departamento onde foi incorrido. a) Aluguel – é um custo comum a toda a fábrica devendo ser englobado ao Departamento de Administração Geral, havendo necessidade de adoção de um critério de rateio para sua distribuição. b) Energia Elétrica – há medidores de força para alguns departamentos e um outro para o resto da empresa. Com isso verifica-se: DEPARTAMENTO VALOR Usinagem 30.000 Cromeação 10.000 26 PAGE 60 Montagem 10.000 A RATEAR 40.000 TOTAL 90.000 c) Materiais Diversos - controle por requisições DEPARTAMENTO VALOR Administração Geral Produção 18.000 Almoxarifado 10.000 Usinagem 6.000 Cromeação 4.000 Montagem 8.000 Controle de Qualidade 5.000 Manutenção 9.000 TOTAL 60.000 d) Mão-de-Obra Indireta – apontamento DEPARTAMENTO VALOR Administração Geral Produção 80.000 Pessoal do Almoxarifado 60.000 Supervisão Usinagem 40.000 Supervisão Cromeação 30.000 Supervisão Montagem 50.000 Pessoal do Controle de Qualidade 30.000 Pessoal da Manutenção 60.000 TOTAL 350.000 27 PAGE 60 Manutenção 25.000 TOTAL 150.000 II – Energia A parte não alocada totaliza $ 40.000 e é devida à iluminação, ar condicionado e máquinas de baixo consumo da Administração Geral. A distribuição se dará segundo o número de pontos de luz. (informação fornecida pela empresa) Para o Departamento de Valor ($) Almoxarifado 6.000 Usinagem 4.000 Cromeação 2.000 Montagem 7.000 Controle de Qualidade 8.000 Manutenção 13.000 TOTAL 40.000 III – Máo-de-Obra Indireta, Materiais Diversos e Depreciação Na ausência de um critério específico adequado, resolveu-se juntar os três custos e distribuí-los proporcionalmente ao número de pessoas envolvidas na Supervisão de cada um dos departamentos. (informação fornecida pela empresa) $ 80.000 + $ 18.000 + $ 8.000 = $ 106.000 Para o Departamento de Valor ($) Almoxarifado 9.000 Usinagem 19.000 Cromeação 16.000 Montagem 21.000 Controle de Qualidade 19.000 30 PAGE 60 Manutenção 22.000 TOTAL 106.000 Rateio dos Custos de Manutenção Levantamento informa que esse departamento trabalhou: 50 h p/ Usinagem 40 h p/ Cromeação 40 h p/ Controle de Qualidade 15 h p/ almoxarifado Tem para ratear: $ 85.000 do quadro resumo $ 25.000 de aluguel $ 13.000 de energia $ 22.000 de materiais inds, MO indireta e Depreciação Total de $ 145.000 a ratear, proporcionalmente às horas trabalhadas; Para o Departamento de Valor ($) Almoxarifado 15.000 Usinagem 50.000 Cromeação 40.000 Controle de Qualidade 40.000 TOTAL 145.000 Rateio dos Custos do Almoxarifado Tem para ratear: $ 70.000 do quadro resumo $ 20.000 de aluguel $ 6.000 de energia $ 9.000 de materiais inds, MO indireta e Depreciação $ 15.000 da Manutenção Total de $ 120.000 a ratear, proporcionalmente às horas trabalhadas. 31 PAGE 60 Resolveu-se distribuir igualmente os custos entre Usinagem, cromeação e Montagem, por serem esses os departamentos que realmente obrigam a existência do Almoxarifado. Ainda que o Controle de Qualidade faça uso dele, não recebe rateio pois seus valores são irrelevantes. Para o Departamento de Valor ($) Usinagem 40.000 Cromeação 40.000 Montagem 40.000 TOTAL 120.000 Rateio dos Custos do Controle de Qualidade Esse departamento faz testes por amostragem dos trabalhos processados nos departamentos de Produção. A distribuição dos seus custos é feita com base no número de testes efetuados. Verifica-se que: Testes para No. % Usinagem 136 53,5 Cromeação 88 34,6 Montagem 30 11,8 TOTAL 254 100,0 Os $ 127.000 de custos existentes no Controle de Qualidade são então distribuídos segundo a proporção de utilização indicada no quadro anterior: Para o Departamento de Valor ($) Usinagem Cromeação Montagem TOTAL 127.000 32 PAGE 60 Montagem - $ 3.500 Furação - $ 4.500 Almoxarifado - $ 7.000 Manutenção - $ 8.000 Administração Geral da Fábrica - $ 25.000 A energia consumida foi distribuída da seguinte maneira: Estamparia - $ 160.000 Montagem - $ 110.000 Furação - $ 33.000 Almoxarifado - $ 17.000 Administração Geral de Fábrica - $ 20.000 Manutenção - $ 20.000 O total da Mão-de-Obra Indireta foi assim apropriado: Estamparia - $ 40.000 Montagem - $ 30.000 Furação - $ 50.000 Almoxarifado - $ 11.000 Manutenção - $ 12.000 Administração Geral da Fábrica - $ 68.000 Apurar o Custo Indireto Total de cada departamento e o de cada produto, com base nas seguintes informações: a) Os custos da Administração Geral da Fábrica são distribuídos aos demais departamentos à base da área ocupada: Departamento % da área ocupada Estamparia 35% Montagem 15% Furação 30% Almoxarifado e Manutenção Dividem igualmente o restante da área b) A Manutenção presta serviços somente aos Departamentos de Produção e o rateio é feito com base na produção total de cada um. A Estamparia, a Montagem 35 PAGE 60 e a Furação produziram respectivamente 40%, 25% e 35% do total. c) O Almoxarifado distribui seus custos nas seguintes proporções: ½ para a Estamparia, ¼ para a Montagem e o restante para a Furação. d) A empresa produz 15.000 unidades de dobradiças, as quais passam apenas pela Estamparia e pela Furação. As 14.000 unidades de fechadura passam por todos os departamentos. A distribuição dos custos indiretos da Estamparia e da Furação aos respectivos produtos é feita na mesma proporção que o material direto. Os Custos Diretos do mês foram: Custos diretos dobradiças fechaduras Total Matéria-prima $ 588.000 $ 392.000 $ 980.000 Mão-de-Obra Direta $ 420.000 $ 314.000 $734.000 TOTAL $ 1.008.000 $ 706.000 $ 1.714.000 Pede-se: Elaborar o mapa de rateio dos Custos Indiretos de Produção e dos Custos Totais. Contabilizar a apropriação dos Custos. 2 - A Cia XY processa e distribui leite tipo C e tipo B. Os Custos Diretos referentes a esses produtos no último mês foram: Leite C - $ 4.390.000 Leite B - $ 2.520.000 Os Custos Indiretos foram os seguintes: Aluguel - $ 425.000 Materiais Indiretos - $ 260.000 Energia - $ 365.750 Depreciação - $ 240.000 Outros Custos Indiretos - $ 330.000 Sabe-se que: a) O aluguel é distribuído aos departamentos de acordo com a área que ocupam. b) O consumo de energia é medido por departamento, c) Os materiais indiretos, a depreciação e os demais custos indiretos, têm por base de rateio o número de horas de MO Direta utilizado em cada departamento. 36 PAGE 60 d) A Pasteurização e a Embalagem recebem 40% cada um dos custos da Administração e 20% dos custos deste último é apropriado à Manutenção. e) A manutenção é realizada sistematicamente e, conforme se tem apurado, cabe à Embalagem um quinta parte do total dos seus custos. f) A distribuição dos custos indiretos aos produtos é feita em função do material direto utilizado. Esse consumo foi o seguinte: Tipo de Leite Consumo de Material Direto C 556.575 litros B 185.525 litros Dados coletados no período: Dado Pasteurização Embalagem Manutenção Administração total área 11.000 9.800 1.500 2.700 25.000 m2 energia 34.000 28.200 3.000 1.300 66.500 Kw MOD 48.000 24.000 4.000 4.000 80.000 h Pede-se: a) Elaborar o Quadro de Rateio dos Custos Indiretos de Produção. b) Apurar o Custo Total de cada produto. c) Comparar com o custo que seria apropriado a cada produto, sem Departamentalização, se o rateio fosse feito com base no consumo do material direto. Explique a diferença eventualmente encontrada. 37 PAGE 60 Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco D Custos para Decisão módulo 01 Custo Fixo, Lucro e Margem de Contribuição 1- O Problema da Alocação dos Custos Indiretos Fixos Tomemos como exemplo uma empresa que fabrique 3 produtos e possua apenas um departamento e tenha as seguintes características: Custos Indiretos de Produção: Certa empresa apresentou R$ 3.100.000 de custos indiretos em determinado mês, sendo: • R$ 2.455.000 Fixos, incluindo mão-de-obra indireta (maior parte) e depreciações • Variáveis: Energia Elétrica e Materiais indiretos = R$ 645.000 Observe o quadro abaixo relacionado as quantidades produzidas pela empresa: Produto Quantidade Produzida Custo Indireto Variável/Un Custo Indireto Variável Total A 2000 un R$ 80 /un R$ 160.000 B 2600 un R$ 100/un R$ 260.000 40 PAGE 60 C 2500 un R$ 90/ un R$ 225.000 TOTAL R$ 645.000 Custos Diretos de Produção 1. R$ 700/u para o Produto A (Matéria-Prima e Mão-de-obra Direta) 2. R$ 1000/u para o Produto B 3. R$ 750/u para o Produto C Preço de Venda desses produtos: Produto A - R$ 1.550/un Produto B – R$ 2.000/un Produto C – R$ 1.700/un A empresa está estudando qual o produto dará mais lucro, para poder incentivar sua venda. Já que a maior parte dos custos indiretos é constituída pela MO, decide fazer a distribuição desses custos em função das horas de MO Direta (hMOD), isto é: Produto A – 20 h/un Produto B – 25 h/un Produto C – 20 h/un Vejamos os cálculos: Produtos Horas de MOD/ unidade Quantidade Produzida Total de Horas de MOD A B C TOTAL 155.000 h Custos Indiretos Totais R$ 3.100.000 41 PAGE 60 = = R$ 20,00/hMod número de horas MOD R$ 155.000 hMOD Quadro de Lucratividade por Unidade de Produto Produto Custo Direto R$/un Custo Indireto HMOD x R$/hMOD Custo Total Preço de Venda Lucro A B C Podemos notar que o produto C foi o que obteve mais lucro. Podemos analisar de outra maneira: com a existência dos Custos Fixos e a forma de apropriação dos Custos Indiretos, chegamos a esse resultado; e se utilizássemos outro critério de rateio, teríamos a confirmação do produto C como mais rentável? Nosso grande problema até o momento tem sido os custos indiretos, especialmente os fixos. No entanto, o custo fixo, independente da parcela que tenhamos de imputar a qualquer um dos produtos não existirá apenas se houver produção, mas sim independente dela. A parcela de custo fixo que for imputada dependerá da quantidade d e produto e da forma de rateio, e não de cada unidade em si. Chegamos assim ao conceito de Margem de Contribuição por Unidade: Margem de Contribuição = Receita – Custos e Despesas Variáveis É o valor que cada unidade produzida e vendida efetivamente traz à empresa. produto Custo Direto Variável $ Custo Indireto Variável $ Custo variável Total $ Preço de Venda $ Margem de Contribuição $/ un A 700 80 780 1.550 770 42 PAGE 60 O cliente faz uma contraproposta de $ 200.000. Ela é vantajosa para a empresa? Pela demonstração abaixo, não. Preço ofertado pelo cliente $ 200.000 (-) Despesas de Venda Variáveis $ 40.000 $ 160.000 (-) Custo, Despesa e Lucro $ 188.000 “FALTA” $ 28.000 Pela fórmula estabelecida pela empresa 50 hm x $400/hm = $ 20.000 de lucro, a empresa teria um prejuízo real de $ 8.000. No entanto, se pensarmos que os custos fixos continuarão a existir independente da empresa assumir o pedido ou não ( a semana está ociosa), a empresa deixaria de gastar apenas: MP e MOD $ 96.000 Custos e Despesas Variáveis (- vendas) $ 400/hm x 50 hm $ 20.000 $ 116.000 Despesas Variáveis de Venda ( 20% de $ 200.000) $ 40.000 Total de Custos e Despesas Variáveis $ 156.000 Deixaria de gastar $ 156.000 mas deixaria de receber $ 200.000. Portanto, estaria perdendo uma Margem de Contribuição de $ 44.000. Receita $ 200.000 (-) Custos e Despesas Variáveis $ 156.000 (=)Margem de Contribuição dessa encomenda $ 44.000 EXERCÍCIOS 1- A empresa Arquivaço S A , fábrica armários de aço de diversos modelos e que têm as seguintes características de custos num nível de produção de 100 unidades de cada: 45 PAGE 60 Produto/ modelo MP $/un MOD $/un CIV $/un CIF $/un Custo total $/un 01 300 500 250 200 1250 02 400 500 300 250 1450 03 500 600 300 250 1650 04 600 600 300 250 1750 Os preços de venda unitários são: Mod 01 $ 1500 Mod 02 $ 1550 Mod 03 $ 1750 Mod 04 $ 1900 De acordo com esses dados, apresente uma ordem de prioridade que a empresa deve adotar para maximizar sua lucratividade. 2- A Cia Tudolimpo fabrica dois tipos de aspiradores de pó. Fez recentemente uma grande ampliação de sua capacidade produtiva e pretende utilizá-la plenamente com intensiva campanha publicitária e sem alterar os preços dos seus produtos. O Depar5tamento de Planejamentop pediu dados detalhados sobre a produção dos dois produtos e obteve as seguintes informações: Custos Fixos Mensais MOD $ 2.000.000 Depreciação $ 600.000 Outros $ 360.000 Custos Variáveis Aspirador A Aspirador B MP $ 300,00/un $ 400,00/un Outros Materiais $ 122,50/um $ 180,80/un MOD $ 350,00/un $ 600,00/un Quantidades Produzidas no Último Mês: 2.000 unidades de cada modelo Tempo Total Utilizado na Fabricação durante o M<ês ModeloA 15.500 horas Modelo B 24.500 horas Preço de Venda Modelo A $ 1.900,00/un Modelo B $ 2.600,00/um Sabendo-se que a empresa apropria os Custos Fixos à base do tempod e fabricação, a) Calcule o lucro unitários de cada um dos produtos. b) Indique qual o produto que deve ter sua venda incentivada e justifique sua escolha. 46 PAGE 60 3- A Cia Amazonense de Automóveis tem capacidade para produzir 36.000 carros por ano. No entanto, coloca atualmente no mercado somente 24.000 unidades. Seus custos e Despesas são os seguintes: Custo Fixo de Produção $ 450.000.000/ano Custos Variáveis $ 15.000/um Despesas Fixas $ 90.000.000/ano Despesas Comerciais $ 1.000/um Impostos $ 3.000/um Recebeu proposta para exportar 12.000 unidades, desde que o preço seja de $ 25.000/um (no Brasil o carro é vendido a $ 47.000/um) a) Deve aceitar a proposta? (lembre-se que haverá isenção de impostos, mas suas despesas comerciais serão acrescidas em 50% e o transporte será de $ 2500/un). b) Qual seria o preço mínimo pelo qual passaria a valer a pena efetuar esse negócio. Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco D Custos para Decisão módulo 02 Limitações na Capacidade Produtiva Ao comentarmos a grande importância do conceito de Margem de Contribuição, verificamos algumas de suas aplicações, mas não atentamos ao problema decorrente da existência de diversos fatores que naturalmente limitam a capacidade de produção da empresa. Vamos agora entrar nesse tipo de problema. Margem de Contribuição antes da Existência de Limitações. Suponhamos que uma determinada empresa fabricante de barracas para camping produza quatro modelos diferentes (A, B, C e D). Os dados de Custos que a empresa possui são bastante minuciosos: Quadro 1 47 PAGE 60 Vê-se agora a fábrica na contingência de verificar qual dos modelos deixará de ser total ou parcialmente atendido. Deverá considerar o atendimento de alguns clientes especiais mesmo a custa da redução do lucro. Onde então efetuar o corte das 6.150 horas excedentes a sua capacidade (103.150 h – 97.000 h)? Com base na Margem de Contribuição é provável que a nossa empresa venha a decidir pela redução na linha do Modelo D, já que apresenta a menor Margem de Contribuição por unidade (veja quadro 2). Teria assim que deixar de produzir 1.757 unidades desse tipo: 6.150 h = 1.757 un 3,50 h / u A partir dessa previsão de produção, poderia constituir um quadro projetado do resultado do ano 199X: Quadro 4 Quantidade un MC $ / un MC Total $ Modelo A 3.300 500 1.650.000 Modelo B 2.800 550 1.540.000 Modelo C 3.600 600 2.160.000 Modelo D 243 200 48.600 Total Margem de Contribuição $ 5.398.600 (-) Custos Fixos ($ 2.500.000) Resultado $ 2.898.600 Comprovação da Utilização do Critério Correto Para termos certeza de que a decisão tomada de corte do Modelo D é a correta, podemos fazer alguns cálculos com o resultado de que seria obtido caso se decidisse de maneira diversa. Para isso, basta verificarmos qual seria a nova Margem de Contribuição Total com a nova escolha, já que de todas as hipóteses 50 PAGE 60 possíveis interessa a que maximizar, pois o mesmo montante de Custos Fixos será deduzido dela para se chegar ao Resultado. Verifiquemos primeiramente o que teria acontecido se a empresa tivesse optado pelo corte no produto C, ao invés de no D. O número de unidades não produzidas de C seria 6.150 h = 559 un e o resultado seria: 11,00 h / u Quadro 5 Quantidade (un) MC unitária $ / u MC Total $ Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D Total Este quadro evidencia que a Margem de Contribuição Total seria maior nessa hipótese que na anterior! Logo, esta última produz mais lucro, e é, portanto, melhor que a anterior! Estará invalidado então nosso conceito de Margem de Contribuição? Margem de Contribuição e Fator de Limitação Analisemos a razão da discrepância acima: na primeira hipótese, deixamos de produzir 1.757 unidades de D, o que nos eliminou a possibilidade de obtenção de uma Margem de Contribuição Total de: 1.757 u x $ 200 / u = $ 351.400 enquanto que, na Segunda hipótese, cortando da linha C, diminuímos um potencial de Margem de Contribuição Total de: 559 u x $ 600 / u = $ 335.400 51 PAGE 60 Apesar de, por unidade, o modelo C produzir muito mais de Margem de Contribuição do que D, dentro das 6.150 horas cortadas ele produz menos. E isso é devido ao tempo que cada unidades leva para ser elaborada. Uma unidade de C produz $ 600 de Margem de Contribuição, mas leva 11 horas para ser feita. Assim, em cada hora a Margem de Contribuição é de $ 54,55, enquanto o produto D produz só $ 200 por unidade, mas leva apenas 3,5 horas para ser elaborado, fornecendo $ 57,14 de MC por hora. Logo, cada hora usada na linha D rende mais do que na linha C. O resultado correto seria obtido então com o seguinte cálculo: Quadro 6 Margem de Contribuição unit $ Tempo de Fabricação hm MC/hm ($ / hm) Modelo A 500 9,50 52,63 Modelo B 550 9,00 61,11 Modelo C 600 11,00 54,55 Modelo D 200 3,50 57,14 Vemos que o modelo que menos traz Margem de Contribuição por hora-máquina é o A, este deverá então ser o item a ter sua produção limitada. O modelo D, que parecia o primeiro a ser eliminado, só seria cortado como 3ª opção, depois A e C. Ele é, na realidade, o segundo produto mais interessante nessa situação. Concluímos então que a Margem de Contribuição continua sendo o elemento-chave em matéria de decisão, só que agora não por unidade, mas pelo fator limitante da capacidade produtiva. Portanto, se não houver limitação na capacidade produtiva, interessa o produto que produz maior Margem de Contribuição por unidade, mas, se existir interessa o que produz maior Margem de Contribuição pelo fator limitante da capacidade (no caso, as horas-máquina disponíveis). Outro Exemplo de Limitação na capacidade Produtiva 52 PAGE 60 Mão-de-obra Direta: $ 170/u produzida Matéria-prima: $ 200 / kg de lã utilizada Comissão de Vendas: $ 150 / u vendida Custos (80%) e Despesas (20%) Fixos: $ 653.000 A Indústria rateou tanto os Custos quanto as Despesas que não são variáveis à base do tempo de fabricação de cada um dos 4 produtos feitos no mês; os dados mais relevantes do período foram: Produto Tempo de Fabrica ção Quant. Lã consumida Volume Produzi do Preço de Venda Cobertores- Casal 9,5 h/u 3,5 kg 12.000 u $ 1.500/u Mantas- Casal 7,6 h/u 2,8 6.000 u $ 1.300 Cobertores- Solt. 9,0 h/u 2,5 8.000 u $ 1.260 Mantas- Solt. 7,4 h/u 1,5 4.000 u $ 1.000 Em fevereiro a empresa recebeu 6.000 kg de matéria-prima a menos do que havia consumido em janeiro, e por isso ela teve de restringir sua produção e assim fabricou menos daqueles produtos que davam menor lucro por unidade. Em ambos os meses conseguiu vender toda sua produção. a) Refaça os cálculos que você acha que a Indústria fez para escolher o produto a restringir da produção. b) Faça os cálculos que você acha que deveriam ter sido feitos para uma apropriação adequada de custos para fins de avaliação de estoques. 55 PAGE 60 c) Faça os cálculos que deveriam ter sido feitos para analisar qual a decisão correta em fevereiro/80 e quais produtos que devem ter sua venda encorajada, observando o fator limitante. d) Compare seus números, analise-os e faça alguns comentários. 3- A Cia. PH de Calculadoras Eletrônicas fabrica dois modelos, um com impressora e outro sem. Para atender ao mercado a empresa produz, normalmente, 5.000 máquinas do primeiro e 4.000 do segundo tipo. Os materiais consumidos diretamente são de $ 3.993 e $ 3.700, respectivamente. Os demais custos variáveis são de $ 2.150 por unidade, além de $ 275/h de mão-de- obra direta, tanto para um como para outro modelo. Os custos Fixos totalizam $ 3.360.500 por mês e são rateados à base de horas de M. O. D.(9,10 h/u para o modelo com e 6,50 h/u para o sem impressora). Os preços de venda são aproximadamente os das empresas concorrentes ($9.900/ u e $ 8.810/u, respectivamente), e a PH não pretende altera-los. a) Calcule o custo de cada um dos modelos, o lucro unitário e a margem de contribuição unitária. b) Sabendo-se que há uma grande dificuldade de obter pessoal especializado na produção desses itens, dê sua opinião sobre em qual modelo deve a empresa dedicar seus esforços de propaganda. QUESTIONÁRIO DE FECHAMENTO A. É sempre útil trabalhar apenas com o conceito de Margem de Contribuição por Unidade? Por quê? B. No que influi a existência de alguma limitação na capacidade produtiva da empresa? C. Como deve ser tratado o caso em que ocorrem vários fatores de limitação ao mesmo tempo? 56 PAGE 60 D. É possível fazer uma alocação de custos fixos de tal forma que se obtenha um quadro de análise parecido com o obtido somente à base de margem de contribuição? Análise Gerencial e Contábil de Custos Prof. José Marcos Bloco D Custos para Decisão módulo 03 Ponto de Equilíbrio O Ponto de Equilíbrio (também denominado Ponto de Ruptura - Break-even Point) nasce da conjugação dos Custos Totais com as Receitas Totais. 57 PAGE 60 $ 1.000.000 / mês _ . = 10 casas por mês ($240.000 / u - $ 140.000 / u) Suponhamos que ela esteja produzindo e vendendo 14 casas por mês obtendo com isso um lucro de: 4 u/mês x $100.000/u = $400.000/mês Dizemos que a empresa está com uma Margem de Segurança de quatro casas, pois pode ter essa redução sem entrar na faixa de prejuízo. Em termos percentuais, podemos dizer que está com uma Margem de Segurança de 28,6%: Margem de Segurança = 4 u = 28,6% 14u Em Receitas o cálculo é o mesmo: Margem de Segurança = Receitas Atuais - Receitas no Ponto de Equilíbrio Receitas Atuais $3.360.000 - $2.400.000 = 28,6% $3.360.000 Pode reduzir essa porcentagem nas Receitas antes de entrar na faixa de prejuízo (28,6% x $3.360.000 = $960.000 = 4 x $240.000). Se passar a uma atividade de produção e venda de 17 unidades por mês, seu resultado passará a: 7 u/mês x $100.000/u = $700.000/mês Comparando esses números com os atuais (14 unidades e lucro de $400.000/mês), vemos que houve: Aumento no volume: 3 u, ou seja, 21,4% Aumento no lucro: $300.000, ou seja, 75% A um acréscimo de 21,4% no volume de atividade correspondeu um aumento de 75% no resultado, com uma alavancagem de: 75% = 3,5 vezes 21,4% 60 PAGE 60 O que teria acontecido se, ao invés de passar de 14 ara 17, passasse de 14 para 21 unidades? O novo lucro seria de 11 u/mês x $100.000/u = $1.100.000 Logo, Alavancagem Operacional = Porcentagem de acréscimo no lucro Porcentagem de acréscimo no volume $700.000 / $400.000 = 3,5 vezes 7u / l4u A cada 1% de aumento sobre seu atual volume de 14 u/mês corresponderá um acréscimo de 3,5% sobre o seu atual resultado mensal. Para cada ponto em que se encontrar, sua Alavancagem é diferente; ela não é sempre igual a 3,5, pois esse número é válido para as comparações a partir do volume atual de 14 u. Por exemplo, se estiver produzindo agora as 21 unidades, com lucro de 100.000, o que acontecerá se passar para 25? Seu novo resultado será de 15 u/mês x $100.000/u = $1.500.000/mês E a alavancagem será de: $400.000 / $1.100.000 = 36,4% = 1,9 4 u / 21 19,0% Seria 3,5 se calculado sobre as 14 unidades. A Margem de Segurança, por outro lado, com produção de 21 unidades é de 52% (21–10 / 21), bem maior que a anterior de 28,6%. À medida que aumenta a Margem de Segurança, decresce a Alavancagem Operacional. EXERCÍCIOS 61 PAGE 60 1. A Empresa Paulista de Trompetes S.A., através de um levantamento na sua Contabilidade de Custos, chegou à seguinte conclusão com respeito aos seus custos e despesas: Custos e despesas fixos: Depreciação de Equipamento $ 100.000/ano Mão-de-obra Direta e Indireta 400.000/ano Impostos e seguros da planta fabril 38.000/ano Despesas de Vendas 150.000/ano Custos e despesas variáveis: Materiais Diretos $ 300/u Embalagem 70/u Comissões de Vendedores 20/u Outros 10/u Sabendo-se que o preço de venda é de $ 2.000/u, a) Quantos trompetes deve ser produzidos e vendidos por ano para atingir o ponto de equilíbrio? b) Qual o valor da receita nesse ponto? c) Se a empresa quiser ter um lucro de 30% sobre as receitas totais, quantas unidades deve produzir e vender durante o ano? d) Qual será esse lucro? 2. A Indústria de Lâmpadas São Marcos Ltda, teve os seguintes custos em 1998: Fixos: Mão-de-obra Indireta $ 600.000 Materiais Indiretos $ 250.000 Outros $ 350.000 Variáveis: Matéria-prima $ 2,00/u 62 PAGE 60 mínimo desejado anual de $1.000.000. Assim, se essa taxa for a de juros no mercado, concluímos que o verdadeiro lucro da atividade será obtido quando contabilmente o resultado for superior a esse retorno. Logo, haverá um ponto de equilíbrio econômico (PEE) quando houver um lucro contábil de $1.000.000. O PEE será obtido quando a soma das Margens de Contribuição totalizar então $5.000.000, para que, deduzidos os Custos e Despesas Fixos de $4.000.000, sobrem os $1.000.000 de lucro mínimo desejado: PEE = $5.000.000 / ano = 2.500 u/ano, ou $20.000.000/ano de Receitas $2.000 / u Se a empresa estiver obtendo um volume intermediário entre as 2.000 e as 2.500 unidades estará obtendo resultado contábil positivo, mas estará economicamente perdendo, por não estar conseguindo recuperar sequer o valor do juro do capital próprio investido. Por outro lado, o Resultado Contábil e o Econômico não são coincidentes, necessariamente com o Resultado Financeiro. Por exemplo, se dentro dos Custos e Despesas Fixos de $4.000.000 existir uma Depreciação de $800.000, sabemos que essa importância não irá representar desembolso de caixa. Dessa forma, os desembolsos fixos serão de $3.200.000/ano; portanto, o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) será obtido quando conseguirmos obter uma Margem de Contribuição Total nessa importância: PEF = $3.200 000/ano = 1,600 u/ano, ou $12.800.000 de Receitas Totais $2.000/u Se a empresa estiver vendendo nesse nível, estará conseguindo equilibrar-se financeiramente, mas estará com um prejuízo contábil de $800.000, já que não estará conseguindo recuperar-se da parcela "consumida" do seu Ativo Imobilizado. Economicamente estará, além desse montante, perdendo os $1.000.000 dos juros, com um prejuízo total de $1.800.000. Se o volume de vendas for de 2.200 u, teremos: Resultado Contábil: 200 u x $2.000/u = $400.000 de lucro Resultado Econômico: (300 u) x $2.000/u = ($600.000) de prejuízo Resultado Financeiro: 600 u x $2.000/u = $1.200.000 de superávit 65 PAGE 60 (Esses números foram calculados tomando-se o volume de vendas em unidades menos os respectivos Pontos de Equilíbrio; seriam os mesmos caso calculássemos Receitas Totais menos Custos e Despesas Totais - contábeis, econômicas e financeiras.) Assim, haveria em "Caixa" uma sobra de $1.200.000/ano, que significariam, contabilmente, lucro de $400.000, já que $80.000 seriam a recomposição no Ativo da parte perdida no Imobilizado, mas essa sobra de $400.000 é $600.000 inferior ao mínimo desejado de $1.000.000. Essa é de fato uma hipótese simplista para o cálculo do Resultado Financeiro, pois estamos admitindo todas as receitas recebidas e todos os custos e despesas (exceto depreciação, é claro) pagos; mas também podemos admitir que o conceito de "Caixa" seja ampliado para "Disponível + Valores a Receber de Clientes - Valores a Pagar a Fornecedores dos Insumos (Bens e Serviços)". Poderia também ser calculado outro Ponto de Equilíbrio Financeiro que levasse em conta eventuais divergências entre prazos de pagamento e de recebimento. Mais importante do que esse, todavia, é a elaboração de um segundo Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF2), que leve em consideração parcelas financeiras de desembolso obrigatório no período que não estejam computadas nos Custos e Despesas. Por exemplo, suponhamos que a empresa tenha feito um Empréstimo de $8.000.000 para somar a seus Recursos Próprios a fim de conseguir os recursos totais para operar; e, mais, que os encargos financeiros desses $8.000.000 já estejam contidos dentro dos $4.000.000 de Custos e Despesas Fixos. Entretanto, a parcela da amortização não estará lá colocada. Supondo que tenhamos que amortizar esse empréstimo em parcelas anuais de $2.000.000, concluímos que, financeiramente, a empresa precisa obter em cada período os $3.200.000 de desembolsos fixos dos Custos e Despesas mais essa parcela de $2.000.000. Logo, o Ponto de Equilíbrio Financeiro para conseguir esse objetivo será: PEF2 = $5.200.000 / ano = 2.600 u/ano, ou $20.800.000 de Vendas Totais $2.000 / u Assim, se estiver trabalhando num volume de 2.550 u, estará com um Resultado Contábil de $1.100.000, Econômico de $100.000, Financeiro de $1.900.000, se considerarmos só as operações, e Financeiro deficitário em $100.000, se levarmos 66 PAGE 60 em conta que não conseguiu todo o recurso necessário ao pagamento da amortização da dívida. Outros cálculos podem ser feitos dentro dessa mesma linha de idéias; apenas expusemos os exemplos iniciais suficientes para o desenvolvimento individual de outras alternativas. EXERCÍCIOS 01 - Uma indústria de televisores tem a seguinte estrutura de custos e despesas: Custos fixos $ 16.000.000/mês Custos variáveis $ 3.000/un Despesas fixas $ 4.000.000/mês Despesas variáveis 10% das vendas Preço de venda $ 5.555/un Sabendo que • a empresa deseja um retorno mínimo de 10% ao ano sobre o PL de $240.000.000; • 20% dos seus custos fixos são depreciações e que ela tem compromissos fixos para o ano de $ 6.000.000 mensais, a título de amortizações de dívidas, pede-se: a- calcular o Ponto de Equilíbrio Contábil e Econômico; b- Calcular o PE Financeiro sem e com a amortização das dívidas 02 – O analista de custos de uma certa empresa resolveu aplicar as técnicas de análise do Ponto de Equilíbrio para verificar o desempenho da empresa. Sabia que a mesma vinha vendendo nos últimos meses 30.000 pacotes de algodão/ mês, à base de $35 por pacote. Seus custos e despesas fixas têm sido de $472.500/ mês e os variáveis de $15/pacote. Suas dúvidas são as seguintes: a- Qual a margem de segurança da empresa? b- Um aumento de 2000 un na margem de segurança trará que efeito sobre o lucro? c- Qual a alavancagem operacional a partir daí calculada? d- Se conseguir uma redução de 20% sobre os custos e despesas fixas, o que acontecerá com a margem de segurança em termos percentuais? e- Supondo a não alteração do seu quadro de custosa atual, qual deverá ser o aumento de suas vendas para aumentar em 40% seus lucros atuais? 67 PAGE 60 aquela que dá maior Margem de Contribuição Total. Nem sempre a alternativa que possibilita a maior receita é a que dá melhores resultados. Comprar ou Fabricar? Suponhamos que uma empresa esteja fabricando um determinada peça que se usa na fabricação de geladeiras. Ela apropria os custos indiretos à base de horas- máquina as 800 unidades que fabrica. Componente: Material e mão-de-obra Diretos: $ 730/u Custos Indiretos: $1.400.0000 01 F 0 0 1 F x 0,5 hm/u = $ 350/u 2.000 hm Custo unitário total = $ 1.080 Produto: Material e MOD diretos: $ 3.600/u Custos indiretos de produção: $1.400.000 x 2,5 hm/u = 1.400/u 2.000 hm Custo total: R$ 6.080 (R$3.600 + R$1.400 + R$ 1.080) A empresa recebe a proposta de um fornecedor, que pode entregar a peça por $ 800/u. Deve aceitar? Se os custos fixos são comuns tanto para o produto, quanto para a peça, nada altera para a empresa. O custo variável é de $ 730, se comprar , será de $ 800. Talvez exista a possibilidade de a empresa eliminar grande parte de seus custos fixos, desativando um setor da fábrica. Vejamos: os custos variáveis somam $ 584.000, a compra dos componentes somaria $ 640.000 (800u x $ 800/u), então só valerá a pena a decisão, se a empresa conseguir custos fixos maior que $ 56.000 ($ 640.000 – $ 584.000), aí o custo total da empresa seria menor que o total da produção. Neste tipo de decisão, o conceito de custeio variável é de suprema importância, já que sempre a alternativa correta será aquela que trouxer maior diferencial de Margem de Contribuição, o que significa diretamente diferencial do próprio lucro. Mas precisam ser lembrados os Incrementos (ou Decréscimos) nos custos fixos. EXERCÍCIOS 70 PAGE 60 1- A Cia das Bicicletas está atualmente produzindo e vendendo 9600 unidades por ano. Após fazer uma pesquisa de mercado, verificou que precisaria diminuir o preço de venda de $3000 para $2900 a unidade para conseguir elevar suas vendas para o máximo de sua capacidade de produção que é de 12000 unidades/ano. a- Sabendo que os custos e despesas variáveis são de $2100/un e que os fixos totalizam $500.000 por mês, fora a depreciação de $840000 por ano, calcular o lucro por unidade e elaborar os outros cálculos necessários para análise da situação. b- Qual dos dois preços de venda deve adotar a empresa para maximizar seu lucro? Para completar essa pesquisa, a companhia verificou ainda que, caso baixasse o preço para $2700/un, poderia colocar no mercado 1500 unidades por mês. Entretanto, necessitaria de um investimento adicional em equipamentos no valor de $12milhões. Estes teriam uma vida útil de 20 anos e uma valor residual de $3600000. O acréscimo nos custos fixos (exceto depreciação) seria de 15%. c- Qual seria sua decisão nesse caso? Justifique. 2- Certa panificadora observou que, na semana em que cobra $30/kg de um tipo de produto, vende um total de 2400 kg do mesmo, no entanto, quando cobra $32, vende 2100 kg. Cada quilo desse produto acresce seus custos de $16, além dos $12000 semanais de custos fixos referentes a essa linha de produção. a- qual deve ser o preço cobrado por esse produto, para maximização do lucro? Suponha agora que haja um aumento de 30% sobre a matéria-prima utilizada nesse produto e que essa MP represente 50% do seu custo variável total. b- Analise essa nova situação. 71 PAGE 60
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