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Guias e Dicas
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FARMACOLOGIA DOS PRINCIPAIS antiparasitarios, Notas de estudo de Farmacologia

Livro muito bom da faculdade de lavras, cujo assunto é a farmacologia antiparasitária na medicina veterinária.

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010
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Compartilhado em 24/03/2008

eduardo-eburnio-3
eduardo-eburnio-3 🇧🇷

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Baixe FARMACOLOGIA DOS PRINCIPAIS antiparasitarios e outras Notas de estudo em PDF para Farmacologia, somente na Docsity! 1- Professor DMV/UFLA 2-Acadêmicos de Medicina Veterinária MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA FARMACOLOGIA DOS PRINCIPAIS ANTIPARASITÁRIOS DE USO NA MEDICINA VETERINÁRIA LAERTE ALEIXO BALDANI2 RAIMUNDO VICENTE DE SOUSA1 ADELMO GUILHOTO MIGUEL2 Lavras, 1999 2 NOTA A clínica dos animais, seja de companhia ou de produção, é um campo sempre em mudança. Precauções padronizadas de segurança precisam ser seguidas, mas, à medida que novas pesquisas e experiências clínicas se desenvolvem, tornam-se necessárias, ou apropriadas, mudanças no tratamento e na terapia com drogas. Nós, autores deste boletim, compilamos algumas informações básicas sobre a farmacologia de algumas drogas em uso atualmente e outras de importância histórica na Medicina Veterinária, que acreditamos possam ser úteis no dia a dia dos profissionais da área. Não é o nosso objetivo oferecer uma obra completa sobre o assunto, e em vista das constantes mudanças no mercado optamos por não exemplificar as drogas com algumas de suas apresentações atuais no comércio. Do mesmo modo, com o constante desenvolvimento de resistência a algumas bases farmacológicas, fato este que envolve vários fatores relacionados ao parasita, ao hospedeiro, à droga em questão, ao tipo de manejo e inclusive aspectos regionais, dentre 5 tais parasitas, nem sempre ela é suficiente para proteger o animal em infestações maciças. Observa-se que algumas infestações são auto- limitantes, ou seja, ocorre uma autocura conforme o animal atinge certa idade, enquanto outras infestações superam sua imunidade. Em vista deste fato, é de fundamental importância o controle integrado das parasitoses, com o seu tratamento específico associado a condições ideais de manejo (destino adequado de fezes, boa higiene do ambiente, calendário correto de vermifugação, entre outros). Entende-se por tratamento específico a utilização apenas da droga efetiva contra o parasita que se quer combater, ou seja, evitar o uso de preparações com mais de uma droga, pois apesar de serem de amplo espectro, encarecem o tratamento e facilitam o surgimento de resistência. Daí a necessidade de se realizar o exame de fezes ou outro método diagnóstico sempre que possível. 2. PAPEL DAS DROGAS ANTIPARASITÁRIAS: Quando se administra um antiparasitário a um animal, dois objetivos são buscados: 6 • Eliminação do agente ou, o que é mais comum, manutenção de uma carga parasitária a níveis toleráveis pelo hospedeiro, pois não há vermífugo que atue contra todos os tipos de parasita e em todas as fases de seu desenvolvimento; • Prevenir a reinfestação ou a reinfecção. 3. PROPRIEDADES DESEJÁVEIS EM UM ANTIPARASITÁRIO: • Eficiência: Deve ter um amplo espectro de atividade e ser capaz de destruir a maior percentagem possível de parasitas, atuando sobre todas as fases de seu desenvolvimento. A eficiência recomendada é de 95%, sendo que abaixo de 75% o produto é considerado ineficiente. • Ser isento de efeitos colaterais: Alguns antiparasitários são pouco seletivos, agindo também sobre as células do hospedeiro. • Baixa toxicidade para o hospedeiro e meio ambiente. • Não deixar resíduos nos produtos do animal. • Possibilidade de administração por várias vias. • Facilidade de administração. • Maior índice terapêutico possível. 7 • Baixo custo. 4. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: • Parenterais: intramuscular (IM) ou subcutânea (SC). • Intra-rumenal: Existe a possibilidade de desenvolvimento de peritonite. É admitida para bovinos, os quais têm a capacidade de “restringir” os quadros de peritonite, reduzindo seu risco. • Oral: Indicada para eqüinos, animais de companhia e no tratamento massal de aves, coelhos e suínos. Pode ser utilizada para bovinos, mas a dificuldade de aplicação, sobretudo quando muitos animais devem ser tratados, limita o seu emprego. • Transcutânea ou percutânea: Utiliza formulações do tipo spot-on ou pour-on. Estas preparações contêm um veículo especial que permite a absorção da droga pela pele. Apesar de mais caras, facilitam bastante a vermifugação de grandes rebanhos. • Bolus: Forma farmacêutica pouco utilizada no Brasil, consiste num comprimido protegido por uma série de camadas que, sob ação dos microorganismos rumenais, vai liberando lentamente a droga. Possuem a grande vantagem de proporcionar uma 10 II. DROGAS CONTRA NEMATÓDEOS: 1. BENZIMIDAZÓIS: Os compostos do grupo dos benzimidazóis são classificados da seguinte maneira: a) Tiazólicos: tiabendazol, cambendazol. b) Metilcarbamatos: Parbendazol, mebendazol, flubendazol, albendazol, fembendazol, oxfendazol. c) Halogenados: triclambendazol. d) Pró– benzimidazóis: febantel, tiofanato, netobimin. Os pró– benzimidazóis são compostos inativos que atuam através da conversão enzimática em benzimidazól– etil ou metilcarbamatos ativos. O febantel e o netobimin são derivados guanidínicos que se convertem em fembendazol e albendazol, respectivemente. O tiofanato é ativado ao ser metabolizado no animal em um derivado etil conhecido como lobendazol. Estas drogas possuem uma solubilidade maior, o que permite uma maior flexibilidade de formulação e administração, resultando em vantagens práticas 11 importantes em relação aos benzimidazóis que são insoúveis em água. Como um grupo, os benzimidazóis interferem na produção de energia com conseqüente paralisia muscular e morte do parasita, a maioria inibindo a enzima fumarato-redutase. Mebendazol e flubendazol atuam inibindo a tubulina, prejudicando a função microtubular na célula (que, entre outros efeitos, inibe o transporte de glicose). Provavelmente, fembendazol e cambendazol possuem ambos os mecanismos. De maneira geral, a atuação destas drogas é exclusiva contra nematódeos, embora algumas delas, como o mebendazol, possam ser utilizadas em certos tipos de tênias. Já o albendazol em doses maiores tem alguma ação contra trematódeos como a Fasciola sp. e cestódeos. Compostos como o tiabendazol e o cambendazol são mais hidrossolúveis, sendo portanto mais facilmente dissolvidos nos fluidos gastrintestinais e atingindo concentrações plasmáticas máximas mais rapidamente. Já os outros compostos benzimidazóis são menos hidrossolúveis, e podem permanecer mais tempo no trato 12 gastintestinal mantendo concentrações plasmáticas mais prolongadas. A molécula absorvida e que chega ao tubo digestivo por meio do plasma é mais importante que a droga passada ao lúmem sem absorção, pois atua melhor contra os vermes hematófagos e atinge os parasitos localizados na mucosa do trato gastrintestinal e outras localidades do organismo. Esta eficiência do grupo como um todo está relacionada ao tempo de contato da droga com o parasita. Isto ocorre em função do seu mecanismo de ação, onde torna-se importante que a droga mantenha-se em contato com o parasito em concentrações suficientes e por um período de tempo mais prolongado. Assim sendo, o tratamento de poligástricos é feito, na maioria dos casos, em dose única, devido às suas características digestivas, que permitem uma permanência maior da droga no trato gastrointestinal (mais especificamente no rúmem). Desse modo, pode-se compreender com base nas características farmacocinéticas, que os benzimidazóis não atuam 15 equivalente em todas elas. As duas drogas não sofrem qualquer tipo de metabolismo, sendo eliminadas íntegras pela urina, fezes e leite. O levamisol é um fármaco pouco seguro, de margem de segurança muito pequena devido ao seu baixo índice terapêutico. Sinais de intoxicação são semelhantes àqueles produzidos por organofosforados, incluindo sialorréia, hiperestesia, irritabilidade, excitação, convulsões clônicas, depressão do sistema nervoso central (SNC), dispnéia, defecação e micção involuntárias. Mesmo em doses terapêuticas, os animais apresentam excessiva excitação e sialorréia, pelo que se recomenda mantê-los presos por 1-2 horas após a aplicação. Eqüinos e carnívoros são mais susceptíveis a intoxicações, principalmente os primeiros, onde a DL50 é apenas o dobro da dose terapêutica e as drogas são expressamente contra-indicadas. Aves são mais resistentes, pois seu metabolismo é muito acelerado e, por isto, deve-se administrar doses altas a intervalos curtos. O período de carência é de dois dias para consumo de leite e sete dias para a carne. 16 3.TETRAIDROPIRIMIDINAS : Possui ação nicotínica na junção neuromuscular levando à uma paralisia espástica, ou seja, um bloqueio neuromuscular despolarizante causando relaxamento da musculatura e desprendimento do parasito. Principalmente utilizado para o tratamento de nematódeos gastrintestinais do cão, em especial ancilostomídeos e ascarídeos, mas também eficaz em equinos, suínos e ruminantes. Os principais representantes do grupo são o pamoato de pirantel, o tartarato de morantel, pamoato de oxantel, entre outros. Devido ao seu mecanismo de ação, o tempo de contato da droga com o parasito já não é tão importante, mas sim uma elevada concentração desta no momento deste contato, obtendo-se assim uma maior eficácia no tratamento. A via de administração é a oral. O efeito é muito maior em monogástricos, devido ao seu pH estomacal que favorece a sua absorção e atuação da droga. Em ruminantes, a pequena quantidade da droga absorvida é metabolizada no fígado. A excreção do 17 pamoato de pirantel é feita em grande parte de forma inalterada nas fezes, com exceção dos cães, que o fazem na urina. Os compostos do grupo atuam contra nematódeos gastrintestinais adultos, sendo mínima sua eficácia contra estádios imaturos e nematódeos pulmonares devido à sua baixa absorção. Devido à sua alta dose letal, os efeitos colaterais são raros, limitando-se geralmente a perturbações do trato gastrintestinal. 4. AVERMECTINAS E MILBEMICINAS: As moléculas provenientes de ambas as famílias são substâncias que compartilham algumas propriedades estruturais e físico-químicas, potenciais endectocidas em doses extremamente baixas e o mesmo mecanismo de ação. No grupo das avermectinas encontram-se a ivermectina, abamectina, doramectina, entre outras. Já no grupo das milbemicinas tem-se o nemadectin, moxidectin, milbemicina oxima D. Estes compostos são fármacos endectocidas de amplo espectro, eficientes contra nematódeos e artrópodes. Eles não possuem atividade tenicida nem trematodicida, devido à falta ou 20 A arsenamida sódica é bastante hepato e nefrotóxica, principalmente quando o animal já tem outras alterações nestes órgãos. O tratamento deve ser interrompido se surgirem vômito, urina escura e icterícia. Outro problema sério é seu grande efeito sobre as filárias, fazendo com que a morte de muitas delas simultaneamente possa levar o animal a desenvolver um quadro de embolia e morrer. O diidrocloridrato de melarsomina é mais eficaz do que a arsenamida sódica e chega a ser até três vezes mais seguro, sendo atualmente a droga mais utilizada neste caso. 6. PIPERAZINA: Droga de uso restrito na atualidade, tem um espectro antiparasitário reduzido, só apresentando boa eficiência contra ascarídeos. A exemplo de outras drogas já citadas, a piperazina também causa um bloqueio neuromuscular por despolarização no parasito, mas insuficiente para matá-lo. Os parasitas adultos são mais susceptíveis do que os estágios mais jovens, enquanto os estágios larvares são pouco afetados; desta forma, são comuns as reinfestações e a presença de parasitos vivos nas fezes. Atualmente, 21 seu uso é restrito à terapêutica massal de aves e suínos. A toxicidade é pequena, podendo causar alterações do SNC quando administrado em altas doses. III. DROGAS CONTRA CESTÓDEOS: 1. PRAZIQUANTEL: O mecanismo de ação é completamente desconhecido. Atua contra todas as tênias e muito efetivo contra Dipillydium e Echinococcus. Toda a droga é absorvida após administração oral e se distribui por vários tecidos do corpo, constituindo-se uma vantagem de sua atividade contra formas adultas ou larvares de cestódeos, que têm localizações variadas no hospedeiro (musculatura, cérebro, cavidade peritoneal, ductos biliares e intestino). O metabolismo é hepático e a excreção renal. Ainda não se estabeleceu a dose letal para cães, sugerindo que a droga é muito segura, produzindo poucos efeitos colaterais. 22 2. NICLOSAMIDA: É um tenicida que inibe a captação de glicose e bloqueia o ciclo de Krebs do parasita. Atua bem contra todas as tênias, menos Dipillydium e Echinococcus, sendo que neste, menos de 50% dos vermes é eliminado. A niclosamida praticamente não é absorvida, e como exige contato com o parasita, tem que ser administrada com o animal em jejum. Praticamente não ocorrem efeitos tóxicos. Hoje, devido ao seu espectro reduzido, está praticamente fora de uso. 3. NITROSCANATO: Seu mecanismo de ação é desconhecido, atua bem contra tênias e nematódeos. Bem absorvido após administração oral, tem metabolismo hepático e excreção renal. Algumas enzimas hepáticas têm seu nível aumentado, o que provavelmente possa acelerar o metabolismo de outras drogas como por exemplo digitálicos e anticonvulsivantes. 25 variedade de parasitos, sua toxicidade fez com que os mesmos deixassem de ser usados na maioria dos casos, principalmente contra endoparasitas. Atualmente, ainda tem sido indicados para o tratamento de ectoparasitoses em geral (carrapatos, sarnas, piolhos, “bernes” e “miíases”) e da habronemose eqüina, embora não constituam a primeira escolha. Podem ser usados pela via intramuscular para o tratamento de endoparasitoses, ou tópica para ectoparasitoses. Quando usados topicamente, grande parte da droga é absorvida pela pele, podendo facilmente determinar intoxicações. Dentre os organofosforados mais utilizados pode-se citar o clorpirifós, diclorvós, triclorfon, malation, diazinon, entre outros. Os sinais clínicos manifestados na intoxicação por organofosforados relacionam-se com sua ação sobre o sistema nervoso autônomo (SNA). Podem ocorrer ataxia, cólica, diarréia, tremores musculares, sialorréia e broncoespasmo. O sinal patognomônico da intoxicação é a miose extrema. Nas intoxicações por organofosforados, o antídoto é a atropina e a pralidoxima (2-pam). A observação da pupila também é 26 útil no tratamento, pois a reversão da miose é um indicativo da eficiência do mesmo. 2. IMIDINAS (AMITRAZ): Possui atividade agonista adrenérgica, através da inibição da monoamino oxidase (MAO) e outras enzimas. Causa depressão do sistema nervoso do parasito. Exclusivo para ectoparasitos (sarna, piolho, carrapato), constituindo a primeira escolha para o tratamento da sarna demodécica (Demodex). Possui baixa toxicidade, exceto para eqüinos, onde sérios efeitos colaterais podem ocorrer, incluindo o íleo paralítico. Não há antídoto específico, devendo ser feito tratamento sintomático. Seu efeito sedativo em cães pode ser evitado com o uso de ioimbina IV ou de tolazolina . O efeito residual é de sete a nove dias. 3. CARBAMATOS: Também são inibidores reversíveis das colinesterases, só que menos tóxicos que os organofosforados, apresentando a mesma sintomatologia produzida por eles. 27 4. PIRETRÓIDES: Agem inibindo o transporte de sódio e potássio no sistema nervoso do parasito. Pouco tóxicos em relação aos demais. Ocorrem principalmente reações de hipersensibilidade e alterações na musculatura da região bucal (o animal fica “lambendo” constantemente). Não há antídoto específico, devendo-se fazer um tratamento sintomático, utilizando-se principalmente anti-histamínicos e corticóides. São exemplos de piretróides a flumetrina, a permetrina, cipermetrina, a deltametrina, entre outras. 5. MONOSSULFETO DE TETRAETIURAN (MONOSSULFIRAN): Após sua absorção pela pele, o monossulfiran chega ao fígado e é metabolizado em carburato. Portanto, tem um efeito indireto. Indicado no combate a sarnas, pulgas, piolhos e carrapatos. 30 Administrado por via oral junto à refeição e absorvido no trato gastrintestinal, atingindo a circulação em poucas horas. É distribuído e armazenado no tecido adiposo, mantendo assim as concentrações plasmáticas. As pulgas adultas ingerem o princípio ativo por meio do repasto sangüíneo, sendo excretado junto às fezes que servirão de alimento às larvas do ambiente, atingindo-as. Como inibe a síntese de quitina, os ovos ficam impedidos de eclodir e as larvas de realizar as mudas. Lufenuron não é adulticida, portanto o tratamento exclusivo com esta droga não é eficaz nos casos de dermatite alérgica por picada de pulga. Neste caso estes animais estarão expostos às pulgas do ambiente de infestações pré-tratamento (o tratamento é a longo prazo). Praticamente não é tóxico para mamíferos, já que estes não dependem da formação de quitina. 9.NITENPYRAM: Promove uma rápida e praticamente completa eliminação das pulgas adultas no hospedeiro, atuando no bloqueio dos seus receptores nicotínicos da acetilcolina, provocando sua paralisia e 31 morte, não interferindo com a acetilcolinesterase. Estudos demonstram uma taxa de mortalidade das pulgas de até 100%, efeito que já pode ser visualizado 30 a 60 minutos após a administração da droga. Utilizada por via oral, é rapidamente absorvida obtendo concentrações sanguíneas máximas entre 15 minutos e uma hora após administração. Mais de 90% da droga é eliminada íntegra através da urina, dentro de 24 horas em cães e 72 horas em gatos. O nitempyram demonstrou ser uma droga segura e efetiva para cães e gatos acima de quatro meses de idade, e graças ao seu efeito imediato (apesar de não ser contínuo), tem sido utilizado com sucesso associado ao lufenuron no controle das pulgas nestes animais. VI. DROGAS CONTRA PROTOZOÁRIOS: 1. ACETURATO DE DIAMINAZENO: Causa interferência na síntese de DNA do parasito. Esterilizantes nas grandes babésias (B. bigemina, B. caballi, B. canis) 32 e cura clínica nas pequenas (B. bovis). Droga muito tóxica, provocando alterações no SNC (salivação, tremores musculares, emese, diarréia, degeneração hepática, renal cardíaca e muscular). Entretanto, é muito eficaz, sendo a droga de escolha na babesiose canina. Nas intoxicações, usar atropina como antídoto. 2. IMIDOCARB: Além de atuar contra babésias, apresenta ainda efeito contra Ehrlichia spp. e Anaplasma sp.. Provoca vacuolização do citoplasma do parasita, redução dos ribossomas e dilatação da cisterna do núcleo. Não é recomendado o seu uso em quadros clínicos avançados pelo perigo de intoxicação, que se caracteriza por descarga nasal serosa, salivação excessiva, diarréia e dispnéia (efeitos colinérgicos). À necrópsia, são constatadas hiperemia, hepatomegalia, congestão e edema pulmonar, hidrotórax, hidropericárdio, hidroperitônio. As lesões microscópicas são de necrose aguda dos túbulos renais e dos hepatócitos. Por não ser totalmente metabolizado, possui eliminação lenta e níveis sanguíneos prolongados, sendo de grande utilidade na profilaxia da 35 absorção é razoável e o metabolismo e eliminação são similares ao das sulfas. Em relação ao trimetoprim, é mais tóxica e menos eficiente. Pode determinar deficiência de ácido fólico também no hospedeiro, levando a anorexia e depressão da medula. Estes sinais são facilmente reversíveis com a administração de ácido fólico. 7. ANTICOCCIDIANOS: Visam principalmente o combate aos protozoários do gênero Eimeria spp., Isospora spp. e Cryptosporidium spp., responsáveis por significativas perdas econômicas na avicultura, suinocultura, e na cunicultura. Usados tanto de forma preventiva, como curativa, associadas à ração ou à água, paralelamente a um adequado manejo (boa higiene do ambiente, menor densidade animal). Atualmente os tipos de programas de controle usados em frangos de corte são os de droga única por toda a vida da ave (“full time”) ou então um programa alternado combinando ionóforos e anticoccidianos químicos: • Só um ionóforo; • Só um químico; 36 • Ionóforo – químico; • Químico – ionóforo; • Ionóforo – outro ionóforo; • Químico – outro químico; Os ionóforos são drogas que causam desequilíbrio iônico alterando a permeabilidade da membrana do coccídio, permitindo a entrada de água na célula até sua ruptura. Estas drogas inibem bactérias celulolíticas gram-positivas do trato gastrintestinal dos animais e podem alterar um pouco a digestibilidade da fibra ingerida no alimento. As mais utilizados são a monenzima, a lasalocida, maduramicina, salinomicina, senduramicina, narasina. Acredita-se que os ionóforos apresentem leves diferenças em sua atividade contra espécies distintas. Por exemplo, a senduramicina é mais eficiente do que a maduramicina contra Eimeria acervulina e E. maxima, mas menos eficaz contra a E. tenella. Dentre os químicos, têm-se a sulfonamida (grupo das sulfas – competem com o ácido p-aminobenzólico por um local enzimático crítico), o amprólio (antagonista competitivo da tiamina ou vitamina 37 B1, que é de elevada necessidade nos coccídios na sua etapa e divisão), a nicarbazina , a robenidina (impede diferenciação de merozoítos para formar um esquizonte maduro, iniciando processo degenerativo), clopidol (coccidiostático que mantém esporozoíto na célula por até sessenta dias), halofunginona, o diclazuril e o toltrazuril. Em suínos têm-se utilizado o toltrazuril em dose única, como medida preventiva em leitões.
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