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Apostila Paisagismo, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

UFG - AGRO

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 08/07/2010

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Baixe Apostila Paisagismo e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! Universidade Federal de Goiás Escola de Agronomia e Eng. de Alimentos Paisagismo e Floricultura PAISAGISMO E PLANTAS ORNAMENTAIS Profª. Larissa Leandro Pires Goiânia – GO 2008 Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 2 I - PAISAGISMO ................................................................................... 1 1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................................................................... 1 1.1. Paisagem:..................................................................................................................................... 1 1.2. Paisagismo: .................................................................................................................................. 1 2. COMPONENTES ............................................................................................................................ 2 3. IMPORTÂNCIA .............................................................................................................................. 3 4. DIVISÃO DO PAISAGISMO ........................................................................................................ 4 4.1. MICROPAISAGISMO ................................................................................................................ 4 4.2. MACROPAISAGISMO .............................................................................................................. 4 5. FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM PAISAGISMO ........................................................... 5 II. PLANEJAMENTO PAISAGÍSTICO ............................................................. 5 1. ESTUDO PRELIMINAR ................................................................................................................ 6 1.1. PESQUISA POPULAR ............................................................................................................... 6 1.2. LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO E CADASTRAL ................................................ 7 1.3. ANÁLISE DO SOLO .................................................................................................................. 7 1.4. LEVANTAMENTO CLIMÁTICO ............................................................................................. 7 2. ANTE-PROJETO ............................................................................................................................ 8 2.1. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL ..................................................................................................... 9 2.2. ELEMENTOS NATURAIS ...................................................................................................... 10 2.3. PARTE HIDRÁULICA E ELÉTRICA ..................................................................................... 10 2.4. ANÁLISE DO ANTE-PROJETO ............................................................................................. 11 3. PROJETO DEFINITIVO OU EXECUTIVO ............................................................................. 11 3.1. PLANTA EXECUTIVA DE ARQUITETURA E DE ENGENHARIA CIVIL ........................ 11 3.2. PROJETO BOTÂNICO ............................................................................................................ 11 3.3. MEMORIAL DESCRITIVO ..................................................................................................... 12 3.4. MANUAL TÉCNICO DE IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO JARDIM .................... 17 3.5. PROPOSTA OU CONTRATO DE SERVIÇO ......................................................................... 17 4. Elementos de trabalho ................................................................................................................... 18 4.1. ELEMENTOS NATURAIS ...................................................................................................... 18 4.1.1. VEGETAÇÃO ............................................................................................................... 18 4.1.2. ANIMAIS ....................................................................................................................... 19 4.1.3. ÁGUA ............................................................................................................................ 19 4.1.4. OUTROS ELEMENTOS ............................................................................................... 19 4.2. ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS ........................................................................................ 20 4.2.1. CAMINHOS – CIRCULAÇÃO E PISO ....................................................................... 20 4.2.2. CONSTRUÇÕES PARA LAZER ................................................................................. 20 4.2.3. ILUMINAÇÃO .............................................................................................................. 22 4.2.4. DIVISÓRIAS ................................................................................................................. 24 4.2.5. MOBILIÁRIO ................................................................................................................ 24 4.2.6. OBRAS DE ARTE......................................................................................................... 25 5. IMPLANTAÇÃO DE JARDINS .................................................................................................. 25 5.1. Serviços preliminares ................................................................................................................ 25 5.1.1. PREPARO DO TERRENO ........................................................................................... 26 5.2. PLANTIO DAS MUDAS .......................................................................................................... 27 A) COVEAMENTO: ............................................................................................................ 27 B) PLANTIO: ....................................................................................................................... 28 5.3. ADUBAÇÃO DE PLANTIO .................................................................................................... 32 5.4. SERVIÇOS COMPLEMENTARES ......................................................................................... 33 6. MANUTENÇÃO DE JARDINS ................................................................................................... 33 6.1. ADUBAÇÃO DE COBERTURA ............................................................................................. 34 Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 1 I - PAISAGISMO 1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 1.1. PAISAGEM: A paisagem refere-se ao espaço de terreno abrangido em um lance de vista, ou extensão territorial a partir de um ponto determinado. Pode ser classificada em:  Natural: sem a intervenção do homem;  Artificial: planejada, ou seja, um jardim. Jardim é uma palavra de origem hebraica e vem de gan (proteger, defender) + eden (prazer, satisfação, encanto, delícia). A concepção inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim está ligada às palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno, perfeito e privativo. Na tradição judaico-cristã, a idéia primitiva de jardim é de paraíso, um lugar com plantas ornamentais e frutíferas formando um ambiente de harmonia, beleza e satisfação espiritual. Um jardim é a representação idealizada da paisagem como cada civilização (ou até cada pessoa) desejaria que ela fosse. É um local que pode ser percebido pelos cinco sentidos. É dinâmico, porque o elemento vegetal, como um ser vivo, está sujeito a um ciclo biológico. O jardim modifica- se com o passar do tempo (devido ao crescimento) e durante as estações do ano (floração, frutificação, queda das folhas, mudança de cor, etc.). 1.2. PAISAGISMO: Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo é uma atividade que organiza os espaços externos com o objetivo de proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender às suas necessidades, conservando os recursos desses espaços. Combina conhecimentos de ciência e arte, pois: ♦ Arte: forma de expressão cuja ocorrência se verifica quando um conjunto de emoções atua sobre a sensibilidade humana; ♦ Ciência: é a reunião de leis abstratas, deduzidas dos fenômenos da realidade exterior ou interior. ♦ Técnica: é a aplicação, nos trabalhos de rotina, das leis abstratas que vêm da ciência. Existem alguns conhecimentos básicos que são requeridos no paisagismo: 1º. Conhecimentos científicos:  Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botânica, Geologia e Geografia, etc.; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 2  Técnicas de cultivo: Agronomia (Fitopatologia, Entomologia, Fitotecnia, Adubação, Fisiologia Vegetal, Horticultura, Solos, Nutrição de plantas, Proteção de plantas, Climatologia, Topografia, Irrigação e Drenagem, etc.);  Organização dos espaços: Arquitetura e Urbanismo. 2º. Conhecimentos artísticos:  Artes plásticas: elementos vivos e inertes (esculturas);  Artes industriais: cerâmicas, serralherias, marcenarias, etc. 2. COMPONENTES Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partir para o planejamento paisagístico. Este planejamento deve considerar, ainda, o espaço livre e de área verde existente no local em estudo. O espaço livre é toda a área geográfica (solo ou água) que não é coberta por edificações ou outras estruturas permanentes. A área verde é um tipo específico de espaço livre, ou seja, aquele coberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo “área verde” aplica-se a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum: serem abertos (ao ar livre); serem acessíveis; serem relacionados com saúde e recreação. São consideradas áreas verdes urbanas tanto áreas públicas, como particulares. Podem ser jardins, praças, parques, bosques, alamedas, balneários, campings, praças de esporte, playgrounds, playlots, cemitérios, aeroportos, corredores de linhas de transmissão, faixas de domínio de vias de transporte, margens de rios e lagos, áreas de lazer, ruas e avenidas arborizadas e/ou ajardinadas. Desde que devidamente tratados, também se incluem os depósitos abandonados de lixo, as áreas de tratamento de esgoto e outros espaços semelhantes. Existem diversas classificações de áreas verdes: a) Jardins de representação: áreas ligadas à ornamentação sem finalidade recreacional e de menor importância do ponto de vista ecológico. São os jardins de prédios públicos, de igrejas, etc.; b) Jardins de vizinhança: áreas para recreação, que podem ter alguns equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos ou mesmo de lazer passivo (bancos). Sua área mínima é de 1.500m2, ou de 5.000m2 caso tenham equipamentos esportivos. Devem distar, no máximo, 500m das residências dos usuários; c) Parques de bairro: áreas com a mesma finalidade que os parques de vizinhança, mas com Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 3 equipamentos que requerem maior espaço; sua área mínima é de 10ha, e devem distar, no máximo, 1.000m das residências dos usuários; d) Parques distritais ou setoriais: têm a mesma finalidade que as duas categorias anteriores, mas sua área mínima é de 100ha; e) Parques metropolitanos: áreas de responsabilidade extra-urbana, com espaços de uso recreacional e de conservação; f) Unidades de conservação: áreas exclusivamente destinadas à conservação, podendo, eventualmente, ter algum equipamento recreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nesta categoria as áreas de recursos naturais, áreas de proteção ambiental, áreas de proteção de mananciais e áreas de proteção paisagística; g) Áreas verdes de acompanhamento viário: áreas sem carater conservacionista ou recreacional, tendo apenas função ornamental, mas podendo interagir no ambiente urbano. São os canteiros de avenidas, rotatórias, etc.. Existe ainda um espaço urbano, talvez o mais importante, não inserido nesta classificação, a Praça, local de encontro na cidade, vegetado ou não, comumente com área aproximada de 1,0ha. Os parques de vizinhança são praças, mas as praças nem sempre são parques de vizinhança. O índice de área verde é o total de áreas verdes de um determinado local (m2) dividido pelo seu número de habitantes (m2/habitante), ou seja, é a relação entre a quantidade de área verde de uma cidade e sua respectiva população. Considera-se adequado um índice de 10 m2 a 13 m2 de área verde/habitante. Mais importante que o índice, entretanto, é a distribuição dessas áreas verdes e as suas características e as da região onde elas se inserem. 3. IMPORTÂNCIA A existência de áreas verdes junto aos centros urbanos (parques, praças, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensação de bem-estar aos usuários destes espaços. As plantas utilizadas no paisagismo urbano, tão importantes na caracterização ambiental destas áreas, promovem inúmeros benefícios estéticos e funcionais ao homem e estão muito além dos seus custos de implantação e manejo. Alguns dos efeitos causados pela vegetação no meio urbano estão relacionados com a melhoria da qualidade do ar e do conforto térmico. A qualidade do ar é melhorada pela interceptação de partículas e absorção de gases poluentes pelas plantas, enquanto que a redução da temperatura ocorre pela absorção de calor no processo de transpiração, redução da radiação e reflexão dos raios solares. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 6 O planejamento do jardim deve estar integrado ao planejamento da residência; portanto, é essencial planejar o jardim antes da construção, reforma ou expansão da residência. Para que se tenha êxito, o projeto deve ser desenvolvido em etapas, que são: o Estudo Preliminar, o Ante- projeto e o Projeto Definitivo ou Executivo. 1. ESTUDO PRELIMINAR Antes do desenvolvimento do projeto propriamente dito, são necessários vários levantamentos que fazem parte do Estudo Preliminar: 1.1. PESQUISA POPULAR Antes da elaboração de um projeto, deve-se atentar, primeiramente, para as condições sociais do público (família, clube, escola, condomínio, comunidade, etc.) a quem será destinada a obra. A Pesquisa Popular trata-se de um levantamento indispensável para avaliar a aspiração popular por meio de questionamentos dos costumes, gostos e necessidades dos usuários, e para descobrir a vocação natural da área a ser ajardinada. Este tipo de levantamento é feito por meio de uma boa conversa com os usuários do jardim, utilizando ou não questionários pré-elaborados (Anexo 1), abordando alguns aspectos, tais como:  Função do jardim: relaxamento, atividades esportivas, abrigar coleções, festas, conforto ambiental, "sala ao ar livre", etc.;  Período de uso principal: durante o dia, a noite ou ambos;  Tipo de privacidade: murado, cercado, aberto;  Presença de animais: cachorros, gatos, atração de pássaros, peixes, tartarugas, etc.;  Tipo de família: presença de crianças, de idosos, mista, com deficientes (visuais, usuários de cadeiras de rodas, etc.);  Estilo do jardim: adequado aos gostos e necessidades de quem usa, podendo ser formal ou informal, combinado, inglês, tropical, mediterrâneo, árido, oriental, etc.;  Nível de manutenção: baixa, média ou alta;  Elementos de construção: lago, chafariz, estátuas, bancos, mesas, piscina, ripados, brinquedos, churrasqueira, poço, fossa, pedras, área calçada, pérgola, caramanchões, etc.;  Prioridades: formalidade x limpeza, fonte de terapia x fonte de aborrecimento, plantas frágeis x cachorros novos x esportes, plantas x construção e reforma;  Nível de dedicação: se gosta de apreciar o jardim x gosta de cuidar do jardim;  Elementos desejados: plantas ou elementos que se tenham um alto interesse (status, heranças, etc.);  Elementos abominados: pessoas sensíveis a certas plantas ou produtos de plantas, etc. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 7 1.2. LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO E CADASTRAL O levantamento planialtimétrico e cadastral refere-se à avaliação minuciosa da área a ser ajardinada, que resulta em um desenho feito em escala, reproduzindo, como se fosse um retrato, tudo o que já existe no terreno a ser ajardinado. O levantamento altimétrico registra o grau de declividade do terreno, ilustrando o desenho com curvas de nível. O levantamento planimétrico registra o perímetro do terreno e todos os elementos naturais nele já existentes, como construções, canteiros e caminhos, etc. O levantamento cadastral deve reforçar o mapeamento, de forma a alocar no desenho todos os objetos e elementos que nele possam existir, como por exemplo: luminárias, torneiras, caixas de inspeção, galerias, fiações e encanamentos subterrâneos ou aéreos, bancos, fontes, etc. Nesta etapa, faz-se, ainda, a análise do local, verificando:  observação do dia e da noite;  orientação N-S para a obtenção do mapa de sombras;  presença e tipos de plantas daninhas;  vistas a serem realçadas e escondidas;  plantas e construções da área vizinha;  privacidade;  barulho (necessidade de barreiras de som);  tipo, estilo e idade da casa;  tipo de muro, cerca, pavimentação;  demais características urbanísticas e sociais. 1.3. ANÁLISE DO SOLO A Análise do Solo é importante para verificar a real necessidade de calcário e fertilizantes, de acordo com as espécies que serão cultivadas na área, fornecendo informações a respeito do pH, de nutrientes e da granulometria desse solo. Essa análise possibilitará a recomendação mais adequada de corretivo e de fertilizante, considerando-se a idade da planta, o espaçamento, o ciclo vegetativo e as exigências nutricionais de cada espécie ou variedade. 1.4. LEVANTAMENTO CLIMÁTICO A distribuição da vegetação no globo terrestre ocorre de acordo com a zona climática: temperada, tropical e subtropical, podendo, ainda, ser influenciada pela altitude do local. O clima Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 8 possui grande importância na escolha das espécies a serem usadas na composição do jardim, sendo resultante da ação conjunta dos elementos: temperatura, luz e insolação, pluviosidade, umidade e ventos. 1.4.1. Temperatura: é o elemento climático de maior influência sobre as plantas, especialmente sobre o crescimento vegetativo, a floração e a frutificação. Cada espécie ou variedade apresenta desenvolvimento ótimo dentro de determinadas faixas de temperatura, sendo, assim, classificada como:  Tropical: espécie originada de clima quente, sendo intolerante ao frio. Necessita de temperaturas médias anuais entre 22ºC e 30°C;  Subtropical: planta originada de clima ameno. Desenvolve-se melhor sob temperaturas médias anuais entre 15ºC e 22°C e em locais onde não ocorrem geadas;  Temperada: planta originada de regiões frias. Desenvolve-se melhor sob temperaturas médias anuais entre 5ºC e 15°C, sobrevivendo em locais de ocorrência de geadas durante o inverno. 1.4.2. Umidade: a umidade do ar influencia na transpiração da planta, enquanto que a umidade do solo determina a absorção de água e de nutrientes pelos vegetais. Existe uma grande variedade de espécies em termos de exigência de umidade do solo, desde aquelas originárias de regiões desérticas (cactos) até as que se desenvolvem bem em terrenos mais úmidos (copo-de-leite- Zantedeschia aethiopica, papiro-Cyperus giganteus, etc.); 1.4.3. Ventos: para escolha e distribuição das espécies no jardim, devem ser consideradas a presença dos ventos, sua freqüência, direção e intensidade, pois podem ocasionar fendilhamento e quebra de ramos, queda e rasgadura de folhas e flores (alta velocidade), aumento da taxa de evapotranspiração, secamento do solo e dessecamento nas plantas (vento quente e seco), prejudicar a formação de brotações e ocasionar a desidratação e a queima de folhas (ventos frios). Isto pode ser minimizado com o plantio de quebra-ventos e tutoramento das plantas. 2. ANTE-PROJETO Com todos esses levantamentos preliminares em mãos, o paisagista terá embasamento suficiente para a elaboração do ante-projeto, que consiste na apresentação das distribuições dos elementos vegetais e arquitetônicos na área a ser ajardinada, em escala adequada, sob a forma de Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 11 2.4. ANÁLISE DO ANTE-PROJETO Estando pronto o ante-projeto, esse deve ser analisado detalhadamente, em conjunto com os demais profissionais envolvidos na construção (eletricista, hidráulico, botânico, engenheiros), para somente depois ser apresentado ao proprietário do jardim, para que seja finalmente aprovado. 3. PROJETO DEFINITIVO OU EXECUTIVO O Projeto Definitivo ou Executivo refere-se à apresentação dos desenhos, dos cortes, do detalhamento e dos memoriais desenvolvidos com base no ante-projeto aprovado. É composto de diversas pranchas, elaboradas de acordo com as necessidades da área trabalhada. Deve ser claro e objetivo para reproduzir no campo, com toda a fidelidade, o que foi projetado no papel, por qualquer profissional da área. Esse projeto consta, pelo menos, da planta executiva de arquitetura e de engenharia civil, do projeto botânico, do memorial descritivo e da proposta de serviço, os quais serão descritos a seguir. 3.1. PLANTA EXECUTIVA DE ARQUITETURA E DE ENGENHARIA CIVIL A Planta Executiva de Arquitetura (Anexo 2) consta da apresentação de uma ou várias pranchas com ilustrações claras dos elementos arquitetônicos e construtivos, contendo cotas e medidas que orientarão a locação dos canteiros, dos equipamentos, das edificações e do sistema de circulação. As edificações estarão representadas e detalhadas em pranchas a parte. A Planta de Engenharia Civil consta da apresentação de uma ou várias pranchas contendo os cálculos matemáticos para a execução planejada pela arquitetura. São detalhados todos os itens referentes às fundações, às estruturas e às coberturas das edificações e demais construções. Por meio destas pranchas, o engenheiro da obra orientará a execução e o dimensionamento das ferragens e da concretagem. 3.2. PROJETO BOTÂNICO O Projeto Paisagístico irá dar o toque final à obra, complementando-a com a vegetação e os demais elementos arquitetônicos paisagísticos. Refere-se à prancha demonstrando e locando cada um desses elementos, de maneira a formar um ambiente harmônico e belo. O Projeto botânico (pranchas) consta de desenhos, representados em folhas de papel apropriado, com a locação das espécies vegetais devidamente identificadas, representadas em escala adequada e simbolizadas em seu tamanho adulto (Anexo 3). Deve apresentar também uma legenda contendo os nomes científicos e comuns das plantas e o carimbo (Tabela 1), em que estarão o nome Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 12 do cliente; o endereço do local de execução; o tipo do projeto; o nome e CREA do projetista; a escala utilizada; a área (m2) a ser ajardinada e a data de realização do projeto. Tabela 1. Modelo de carimbo para o Projeto Botânico de um Projeto Paisagístico. NOME DA EMPRESA (COM LOGOMARCA) PROJETO DE ESPECIFICAÇÃO E LOCAÇÃO DE PLANTAS Proprietário: Endereço da obra: Data: Escala: Área (m2): Paisagista responsável: CREA: Assinatura do RT: 1/n O Memorial botânico refere-se à relação da quantidade e da qualidade das espécies vegetais a serem usadas no projeto, orientando no processo de aquisição e de distribuição das mudas no ato do plantio. Poderá ser feito sob a forma de tabela (Anexo 4) ou sob a forma descritiva. Quando elaborado sob a forma de tabela, essa poderá estar apresentada no Projeto Botânico, ou no Memorial Descritivo, conforme a maneira de trabalhar do paisagista. Contudo, quando elaborado sob a forma descritiva, essa somente poderá ser apresentada no Memorial Descritivo. O Memorial Botânico deve conter:  Nomes científicos e comuns das plantas planejadas;  Área (m2) ocupada por cada espécie;  Área total ocupada pelo conjunto de cada espécie (no caso de canteiros, grupos);  Espaçamento de plantio da espécie;  Quantidade, porte (m), embalagem de comercialização e coloração das mudas;  Outras informações a respeito das mudas usadas no projeto, com o objetivo de facilitar a compra e a identificação das plantas. 3.3. MEMORIAL DESCRITIVO O Memorial Descritivo é um documento muito importante e que deve ser apresentado ao cliente, sendo útil durante a execução e a manutenção do jardim. Consiste em um texto explicativo com o objetivo de dar uma idéia geral sobre a concepção do jardim. O que não for possível colocar sob a forma de desenhos, o paisagista deverá colocar sob a forma descritiva nesse memorial. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 13 O Memorial Descritivo refere-se a um relatório contendo a descrição das informações de ordem natural e social, bem como as especificações técnicas dos materiais e dos vegetais usados. Deve ser claro, sem perdas de detalhes, contendo:  Capa;  Cabeçalho: com as informações do carimbo das pranchas: Nome do cliente; Endereço do local de execução; Tipo do projeto; Nome e CREA do projetista; Escala utilizada e Data de realização do projeto.  Apresentação: relato do tipo de projeto e suas características, os problemas a serem solucionados, os objetivos e justificativas do projetista. Os critérios usados para a elaboração do projeto também são mencionados, correlacionando o estilo, o ambiente (paisagem e clima), as necessidades e os desejos dos proprietários;  Caracterização da área:  Localização: endereço, cidade, estado, coordenadas geográficas;  Dimensões: área do terreno a ser ajardinado;  Clima: definição das características climáticas do local de implantação do projeto;  Tipo de solo: definido a partir de análises químicas e físicas;  Características do terreno: referem-se, principalmente, à topografia, definida de acordo com o levantamento topográfico da área;  Outras características que o paisagista achar relevante.  Características vegetais: discriminação da paisagem da região e das espécies vegetais existentes na área (quando for o caso), por observação do local ou com base em documentos, textos ou ainda informações verbais. Outros elementos existentes também deverão ser levantados e descritos;  Informações sobre a construção de estruturas físicas: elaboradas por um profissional especializado, discriminando detalhes da construção da estrutura planejada, descrevendo com justificativas quando for necessário. A relação de materiais, bem como as instruções para a implantação, também devem ser apresentados neste memorial;  Memorial botânico ou Lista de espécies: esse item constitui o Memorial Botânico, constando da lista e da caracterização das espécies utilizadas. Contudo, esse memorial poderá ser apresentado na forma de tabela no Projeto Botânico, e não aqui no Memorial Descritivo;  Orçamentos e Cronograma de atividades: da mesma maneira que o memorial botânico, as tabelas dos orçamentos e o cronograma de atividades também poderão estar anexadas nesse documento; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 16 Calcário dolomítico Saca 50Kg 1 7,00 7,00 Esterco de curral Lata 2 3,00 6,00 Adubo 4-14-8 Saca 50Kg 1 39,00 39,00 Subtotal (ST3) 52,00 D) Orçamento da mão-de-obra: referente aos custos com as atividades realizadas por jardineiros, ajudantes, eletricistas, pedreiros e outros profissionais, juntamente com os custos do trabalho do paisagista, caso ele será responsável pela implantação do projeto (Tabela 6). Tabela 6. Orçamento da mão-de-obra para implantação do Projeto Paisagístico. Especificação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor total (R$) Gramar Homem/hora/m2 1 35,00 35,00 Plantar Homem/hora/cova 2 35,00 70,00 Adubar m2 1 35,00 35,00 Subtotal ---- ---- --- 140,00 Administração da implantação do projeto Horas 24 90,00 2.160,00 Subtotal (ST 4) --- --- --- 2.300,00 E) Honorários do paisagista: o valor pago ao paisagista pela elaboração do projeto será estabelecido considerando-se o grau de complexidade do trabalho; a partir disso, estabelece-se a forma de cobrança. O trabalho do paisagista exige um grau de conhecimento para que atinja, ao final, a qualidade desejada. Assim, pode-se chegar a esse valor de algumas maneiras: E.1. Percentagem do valor orçado: estabelece-se uma percentagem que varia, em média, entre 10% e 20% sobre o valor de custo do projeto; E.2. Pela área do projeto: estabelece-se um preço por área a ser trabalhada (R$/m2). É mais fácil de se aplicar nos casos em que o projetista é também o próprio executor da obra; E.3. Em função do tempo dedicado ou hora técnica: estabelecem-se preços que tenham como base no número de horas gastas para a elaboração do projeto, calculando-se quantos dias serão gastos na sua elaboração e multiplicando-se pelo valor de um dia de um profissional da área. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 17 F) Orçamento total do projeto: contendo o Resumo dos Custos, com a totalização por operações e dos demais itens (Tabela 7). Tabela 7. Orçamento total do projeto. Itens de custo Custo (R$) Elementos vegetais 188,00 Elementos arquitetônicos 1.072,83 Insumos 52,00 Mão-de-obra 2.300,00 SUBTOTAL ST = (ST1+ST2+ST3+ST4) 3.612,83 Honorários do paisagista (15% ST) 541,93 TOTAL (Total = ST + %ST) 4.154,76 3.4. MANUAL TÉCNICO DE IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO JARDIM Esse Manual orientará a execução e a manutenção do jardim, ensinando, a quem necessário for (profissional ou proprietário), sobre os tratos culturais que as plantas deverão receber após o plantio. Devem estar relacionados e descritos todos os serviços necessários à implantação e manutenção do projeto, tais como: preparo da área, limpeza do terreno e movimentação de terra;  locação de obras: vias de circulação, jardineiras, bancos, pérgulas, espelhos d’água, etc.;  instalações hidráulicas e elétricas;  preparo para o plantio: calagem, adubação, abertura de covas, construção de canteiros, etc.;  plantio propriamente dito;  limpeza geral após implantação;  manutenção. 3.5. PROPOSTA OU CONTRATO DE SERVIÇO A Proposta ou Contrato de Serviço (Anexo 5) deverá ser efetuado especialmente em se tratando de um projeto tendo como cliente uma empresa jurídica. Poderá vir acompanhado ou não do projeto. Esta proposta poderá apresentar a descrição de todos os componentes que serão entregues ao cliente (projeto botânico, memorial botânico, manual técnico de implantação e de manutenção, etc., devidamente descritos), o valor de investimento, o prazo de entrega do ante- projeto e do projeto executivo, as condições de pagamento e, principalmente, a validade da Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 18 proposta. Esta proposta deverá ser assinada pelo paisagista e pelo cliente responsável, de preferência com as assinaturas de duas testemunhas. 4. ELEMENTOS DE TRABALHO Na estética e composição de jardins, os elementos artificiais e os naturais fazem parte do ambiente existente ou projetado. Consideram-se elementos artificiais aqueles que são construídos ou colocados pelo homem no ambiente natural, tais como caminhos, escadas, muretas, bancos, mesas, coretos, gradis, portões, tanques, caixas d’água, piscinas, cascatas, vasos, lixeiras, postes, quadras esportivas, etc. Os elementos naturais são aqueles existentes ou plantados no local, compostos por uma combinação de componentes físicos (água, solo e clima) e biológicos (plantas e animais), tais como gramados, árvores, bosques, pomares, maciços de arbustos, plantas aromáticas e medicinais, hortas, orquidários, lagos naturais, etc. 4.1. ELEMENTOS NATURAIS Os componentes naturais estão todos intimamente relacionados entre si, influenciando a paisagem com seu tamanho, forma, cor, aroma, som, movimento, entre outros caracteres. Assim, as plantas e os animais deixam de ser apenas parte da decoração, apresentando alto valor estético e funcional e, se necessário, alguns podem ser modificados ou melhorados para que se obtenha um jardim esteticamente adequado e agradável aos usuários. 4.1.1. VEGETAÇÃO A vegetação é constituída por espécies de formas, portes, cores e texturas as mais variadas. Quando combinadas com arte são a verdadeira essência do jardim. Algumas de suas características devem ser observadas quando do planejamento paisagístico: por ser um ser vivo, é também dinâmico; apresenta um ciclo de vida; deve-se observar os atributos estéticos do vegetal; as crenças devem ser respeitadas, assim como outros aspectos. Outro aspecto a ser notado é em relação às associações de plantas (uso paisagístico), as quais são divididas em:  ISOLADO: seu efeito ornamental pode ser representado por flores, folhagens, frutos, troncos, galhos, raízes ou porte; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 21 movimentação são uma constante, ou seja, são atividades dinâmicas, como por exemplo a prática de futebol. Para tal, algumas construções são necessárias no jardim, tais como:  PISCINA: esporte, sensação de paz e serenidade, microclima, influência estética. Observar a localização, forma, tamanho e tipo de piscina, pavimentação ao redor, proteção para animais e crianças, mobiliário e iluminação;  DECK: plataforma de madeira inserida adequadamente no jardim, constituindo-se de superfícies planas, contínuas ou seccionadas, determinando pisos próximos às piscinas por exemplo, isolando as plantas ou conservando o gramado. É projetado adaptando-o ao relevo do terreno. Pode ser construído em madeira apropriada (massaranduba, aroeira, peroba) e exige manutenção permanente com óleo queimado ou outro produto protetor de madeira;  PÉRGULA: seu uso no jardim decorre da necessidade de se assegurar locais apropriados para a expansão das plantas trepadeiras, bem como oferecer um local de convivência agradável. Pode estar localizada isoladamente ou junto às edificações. Pode ser feita de madeira, ferro, concreto, alvenaria ou outro material;  CARAMANCHÃO: também está associado às plantas trepadeiras, pois serve de suporte a elas; porém, sua estrutura é mais simples do que a da pérgula, sendo feita de material fino, ou seja, madeira roliça, bambu ou até mesmo alvenaria;  QUIOSQUE: elemento com função social de lazer. Dependendo do formato, também pode ser chamado de GAZEBO. É usado para fazer refeições e como guarda-sol em piscinas, praias e bares, podendo conter churrasqueira, pia, fogão, etc. É um componente completamente desligado do corpo da casa, permitindo intimidade e vista privilegiada. Pode apresentar características e dimensões variadas, podendo ser dimensionado com área de cerca de 4m2/pessoa. Dependendo do grau de sofisticação, pode ser feito de alvenaria, madeira, vidro, concreto, ferro, policarbonato ou acrílico, além de coberturas em telha colonial, lona, palha de sapé ou folhas de palmeiras, vidro, etc., sendo o piso de vários materiais (seixos, tijolos usados, ladrilhos, pedras, entre outros);  TRELIÇA: refere-se a uma estrutura de madeira ou outro material, em forma de grade que, servindo de suporte para as plantas trepadeiras, tem a finalidade de quebrar o visual pesado e sem beleza. Usada junto a muros altos ou paredes com aspecto desagradável e sem nenhum atrativo;  TELADO E GREENHOUSE;  ESTUFA: serve para colocação de coleções de plantas (hobby) nativas raras ou exóticas, com certo controle das condições climáticas. É o local ideal para colecionar cactos, orquídeas, begônias, antúrios, bromélias ou outras espécies de valor ornamental, ou ainda servir de local de recuperação de plantas doentes ou mal cuidadas; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 22  MIRANTE: feito em jardins extensos e que apresentam elevações com pontos privilegiados para usufruir a paisagem;  RESERVATÓRIOS E ESPELHOS D’ ÁGUA: tanques para peixes, plantas aquáticas e formação de espelhos de água, lagos, etc.;  CASCATA: pode ser natural ou artificial (pedras, concreto, calhas de cerâmica, etc.), sendo um elemento de destaque na paisagem;  PONTE: elo de ligação no jardim, podendo ser construída até mesmo em locais onde não existe água, fazendo a ligação entre acidentes topográficos (depressões). Pode ser feita de vários tipos e dimensões, usando madeira, ferro, aço, concreto ou outro material. É presença obrigatória em jardins no estilo japonês;  ÁREAS ESPECÍFICAS DE LAZER ATIVO:  LAZER INFANTIL: casas de bonecas, play-ground, gangorras, escorregadores, balanços, gira-gira, tanques de areia, etc.;  QUADRAS POLIESPORTIVAS: vôlei, futebol, basquete, futebol de salão, tênis - verificar medidas oficiais. 4.2.3. ILUMINAÇÃO O jardim não é feito apenas para ser frequentado durante o dia, podendo se converter em ambientes extremamente agradáveis, com ótimos efeitos visuais produzidos pela iluminação artificial durante à noite, além do aspecto de segurança. Deve ser planejada com a intensidade aproximada da iluminação interna, lembrando-se de que os focos de luz não devem incidir diretamente sobre as pessoas. A iluminação, além de ser funcional, é também decorativa, servindo para focalizar a luz sobre a planta, deixando o fundo no escuro; iluminar apenas um setor focando a parede com objeto na frente enfatizando sua silhueta, com foco por trás e de baixo para cima (objetos com transparência) ou com foco sobre a planta de modo a conseguir sua sombra sobre a parede. As luminárias podem servir para uso do jardim à noite, para realce e para valorização de elementos que merecem destaque, ornamentar o jardim quando possui características peculiares interessantes e criar efeitos especiais. Dependendo do objetivo da iluminação, são escolhidas as luminárias adequadas para cada situação, as quais são classificadas em: PROJETORES OU SPOTS: usados para criar efeitos de iluminação direcionada, chamando a atenção para algum ponto específico; para ressaltar um componente em destaque no jardim, tais como uma árvore, arbusto, estátua, escultura ou fonte. Podem ser usados também para iluminar Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 23 as margens de lagos, piscinas, proximidade de bancos ou mobília de play-ground. Existem peças que ficam enterradas no solo, deixando aparente apenas a parte superior, que possui proteção especial; ESPETOS: assim como os spots, os espetos são usados para dar destaque em arbustos, massas arbóreas e forrações. A grande vantagem é que oferecem maior maleabilidade, pois podem ser facilmente transferidos; BALIZAS: usadas para orientar e clarear as vias de acesso, de circulação (caminhos, escadas e rampas), ou colocadas em meio a canteiros e arbustos, camuflando-se entre a vegetação, de maneira a iluminá-los sem aparecer. Apresentam-se de forma tubular, podendo ser de diversos materiais. Por oferecer potência de iluminação menor do que os postes, são perfeitos para quem gosta de admirar o céu à noite; POSTES: encontram-se com vários formatos, que vão desde o esférico tradicional até as versões mais modernas. Sua iluminação é maior, mais uniforme e não dirigida, sendo usados em áreas extensas, áreas de permanência (recantos com bancos), locais de circulação de veículos e de pessoas, áreas planas como os gramados, e para destacar mosaicos florais ou corbelhas. Como a iluminação é feita de cima para baixo, o ideal é que sejam mais altos para não ofuscar a vista; DE PAREDE: podem ser usadas em portões, porta de acesso ao jardim, pontos estratégicos da fachada da residência ou muro; OUTROS EQUIPAMENTOS: tocheiros, luminárias pendentes e bolas de cerâmica, que servem também como objetos de decoração. A coloração da luz também é importante, tendo grande influência no efeito visual que se quer produzir. A luz verde pode ser usada para iluminar arbustos e folhagens das copas de árvores, enquanto a luz rosa é ideal para folhagens de coloração cobre; já a luz vermelho-escura serve para realçar as flores, e a amarela é recomendada para iluminar troncos de árvores; para estátuas ou estruturas que se destacam, não é necessário o uso de luz colorida. Em relação ao tipo de luz, podem ser encontradas no mercado:  LUZ FLUORESCENTE: consome pouca energia. Podem ser lâmpadas tubulares (40w), colocadas de 45-60cm acima das plantas, se possível com um refletor para direcionar e difundir a luz e, de preferência as de luz amarela por serem mais agradáveis no jardim;  INCANDESCENTE: tradicional, continua sendo a melhor fonte de luminosidade artificial para as plantas. Porém, esquenta bastante e necessita ser protegida da chuva e do relento. Existe também a lâmpada anti-insetos, indicada para ambientes abertos próximos a bancos, por exemplo; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 26 5.1.1. PREPARO DO TERRENO Um dos erros mais graves encontra-se no preparo inadequado do solo. Fazendo-o inadvertida e apressadamente, esquece-se que o solo é o alicerce e o fator determinante no desenvolvimento do jardim. O primeiro passo no preparo do solo para plantio consiste em efetuar uma limpeza geral de toda a área, recolhendo todo o lixo, entulho, restos de construção e demais materiais encontrados na área. Esta etapa é de suma importância, pois alguns materiais inorgânicos, além de prejudicarem o pleno desenvolvimento das plantas, podem demorar muito tempo para se decomporem, tais como apresentado a seguir:  Papel – 3-6 meses;  Tecidos – 6-12 meses;  Filtro de cigarro e Chicletes – 5 anos;  Madeira pintada – 13 anos;  Nylon – mais de 30 anos;  Plástico e Metal – mais de 100 anos;  Borracha – tempo indeterminado;  Vidro – 1 milhão de anos. Em seguida, parte-se para o revolvimento do solo por meio de enxadão, ou enxada rotativa quando em áreas maiores, até uma profundidade de 30cm. Processa-se à quebra dos torrões ao mesmo tempo que se retiram as raízes e restos de entulhos, tais como cacos de telha, tijolo, etc., efetuando-se concomitantemente um nivelamento do terreno. A seguir, pode-se deixar a terra descansar por 10 dias em média. Nesse período, irriga-se diariamente, evitando o pisoteio da superfície. Com isso, ocorre a germinação de sementes e/ou plantas remanescentes, o que possibilita o controle das plantas daninhas, por meio de capina manual, mecânica através de arações e/ou gradagens, ou mesmo a aplicação de herbicidas específicos. Este também é o momento de se fazer o controle prévio dos agentes causadores de insetos- praga e doenças. No solo, podem ser encontrados formigas, nematóides, cupins, lesmas, caracóis e fungos; além de lagartas, pulgões e cochonilhas nas plantas. Grande parte destes patógenos pode ser eliminada pelo próprio revolvimento do solo e exposição direta aos raios solares, ou por meio da aplicação de corretivos como o calcário, com a drenagem de solos encharcados ou eliminação de plantas atacadas que porventura possam estar na área. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 27 Parte-se, então, para a correção do solo, por meio da aplicação de calcário quando necessário e da incorporação de adubos orgânicos (de origem animal ou vegetal) e minerais (adubos químicos) na camada superficial ou na cova. A recomendação de adubação será feita de acordo com a análise do solo e necessidades nutricionais das plantas. Contudo, sempre que possível, recomenda-se o uso de uma ou mais fontes de matéria orgânica, além da complementação com a adubação mineral, especialmente a fosfatada no momento do plantio. Neste caso, pode-se usar fontes naturais de fósforo como o fosfato de Araxá e farinha de ossos, que liberam o nutriente de forma mais lenta para as plantas, e fontes mais solúveis como o superfosfato simples, que supre as necessidades da muda no estádio inicial de crescimento. Quando se dispõe de fontes mal curtidas ou que não se tem certeza de que a estejam, torna-se conveniente fazer a adubação orgânica com cerca de 20 a 30 dias antes do plantio, incorporando-a bem ao solo. De modo geral, uma boa adubação orgânica consiste da aplicação de cerca de 10 a 20L.m-2 de adubo orgânico bem curtido; para esterco de aves, aconselha-se reduzir a dose para cerca de 3 a 5L.m-2, por ser mais concentrado em termos de nutrientes. O adubo mineral pode ser simples (formado a partir de uma única substância usada como fonte de fertilizante, podendo conter um ou mais nutrientes), ou formulado (NPK – formados pela mistura de mais de uma fonte de fertilizante simples, em proporções adequadas para se obter as concentrações de nutrientes desejadas). Pode ser aplicado junto com o orgânico, ou posteriormente em cobertura. 5.2. PLANTIO DAS MUDAS Antes de se iniciar o plantio das mudas, é necessário fazer a demarcação das covas e dos canteiros e bordaduras, especificando exatamente onde cada planta irá ficar na área:  Plantio e escoramento de arbóreas e arbustos;  Formação e plantio nos canteiros, com os arranjos ornamentais planejados;  Plantio e nivelamento final do gramado. A) COVEAMENTO: A dimensão da cova a ser aberta dependerá do porte da espécie que será plantada no local, podendo ser com as seguintes dimensões:  Árvores: 60x60x60cm;  Arbustos: 30x30x30cm ou 40x40x40cm;  Forrações e floríferas: dimensões da embalagem;  Palmeiras: dimensões do torrão = . 60x60x60cm ou 40x40x40cm. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 28 B) PLANTIO: Para facilitar o processo de plantio das mudas, esse normalmente é realizado na seguinte sequência: árvores e palmeiras ⇒ arbustos e trepadeiras ⇒ canteiros para folhosas, floreiras, bordaduras ⇒ gramado. A região do coleto (de transição entre raízes e caule) não deve ficar abaixo e nem acima do nível do terreno. B.1. MÉTODOS DE PLANTIO: B.1.1. Plantio em linha reta: para formação de alamedas: N = (A/E) + 1 muda Em que: N = número de mudas para a área; A = superfície do terreno ou área do canteiro; E = distância entre plantas. B.1.2. Plantio em quadrado: atualmente, está sendo pouco recomendado: Para área quadrada: N = ((L/E) + 1 muda)2 Em que: N = número de mudas para a área; A = superfície do terreno ou área do canteiro; E = distância entre plantas. Para área retangular: N = N1 + N2 Nn = ((L/E) + 1 muda) Em que: N = número de mudas para a área; A = superfície do terreno ou área do canteiro; E = distância entre plantas. B.1.3. Plantio em quincôncio: disposição retangular em que, além das plantas dos vértices do retângulo, aparece uma quinta planta ocupando o centro da disposição. Usado em canteiros, gramados, bosques, agrupamentos em geral (usa-se menor número de plantas do que no plantio em quadrado): N = S/(C2 x 0,666) Em que: N = número de mudas para a área; A = superfície do terreno ou área do canteiro; E = distância entre plantas. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 31  Superfosfato simples = 15g.m-2. Este material será incorporado ao fundo do tanque com a ajuda de um ancinho, até a profundidade de cerca de 10cm, sendo, em seguida, compactado. O plantio das espécies aquáticas poderá ser feito diretamente em covas previamente adubadas (de bordadura, submersas e emergentes), liberando-as na superfície da água (flutuantes) ou em vasos que serão colocados no fundo do tanque (submersas e emergentes). B.9) PLANTIO DE GRAMAS: Inicialmente, faz-se o revolvimento do solo até cerca de 15-20cm de profundidade, por meio de enxadão ou arados à tração animal ou mecânica. Procede-se à retirada de pedras e restos de raízes grossas. Após o nivelamento do terreno, espalha-se o calcário magnesiano ou dolomítico, micropulverizado ou calcinado, de acordo com a quantidade recomendada pela análise de solo, e faz-se uma gradagem cruzada com discos de pouca curvatura, em posição paralela ou abertos, para não revolver o solo; ou afofa-se o solo manualmente sem revirá-lo. Em seguida, deve ser feita a distribuição de adubo fosfatado a lanço, incorporando-o na camada de 0-10cm por meio de ancinho ou grade de disco: superfosfato simples (50g.m-2) ou termofosfato magnesiano (50g.m-2) ou fosfato natural ou farinha de ossos (150g.m-2). Juntamente com esta adubação, também aplica-se adubo orgânico, nas seguintes quantidades:  Composto orgânico = 200g.m-2 , ou  Esterco de curral = 200 g.m-2 , ou  Esterco de galinha = 60 g.m-2 , ou  Torta de mamona = 30g.m-2 . Ainda é aplicado 4-14-8 + Zn (50g.m-2), incorporando-o ligeiramente ao solo. Faz-se, então, o plantio da grama:  Plantio de placas: as placas são justapostas. Se ficar algum espaço entre elas, esse deve ser preenchido com uma mistura, em partes iguais, de areia e matéria orgânica isenta de sementes de plantas daninhas. Por meio de soquete, pressiona-se vigorosamente as placas contra o solo. Se houver necessidade, em caso de terreno inclinado, as placas podem ser mantidas no lugar através de estacas de madeira ou bambu, fincadas no sentido perpendicular à declividade do terreno. Rega-se abundantemente e repete-se a operação algumas vezes por semana, durante um ou dois meses até que o gramado se encontre bem consolidado. Após o pegamento das placas, Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 32 durante o período chuvoso, aplica-se 10g.m-2 de uréia dissolvida em 20L de água, repetindo a operação um mês depois;  Plantio por rolos: idem ao de placas;  Plantio por mudas ou touceirinhas: o preparo do solo é o mesmo para placas. As mudas são plantadas com espaçamento de 10-15cm, introduzindo-as no solo; as touceiras são plantadas com espaçamento de 20x20cm até 30x30cm, tomando-se o cuidado para que a base das folhas fique em nível com a superfície do solo. Em alguns meses o gramado estará fechado; porém, para que não haja concorrência com as plantas daninhas, essas devem ser retiradas periodicamente. Os passos seguintes são os mesmos para placas;  Plantio por sementes: a quantidade de sementes a ser usada por metro quadrado varia de acordo com a espécie e fornecedor. A semeadura deve ser feita na primavera ou outono, evitando-se períodos de forte pancadas de chuvas que poderiam arrancar as sementes ou danificar as mudas recém-nascidas. As sementes devem ser uniformemente distribuídas por toda a superfície, passando-se uma vassoura flexível ou outro equipamento em seguida, de modo a enterrá-las no máximo até 3mm de profundidade. Logo após, passa-se um cilindro compressor para agregar bem as sementes ao solo. Recomenda-se a cobertura e proteção do solo com uma leve camada de cobertura morta, retirando-a assim que as sementes começarem a germinar. Irrigações leves e frequentes deverão ser realizadas desde e imediatamente após a semeadura até o perfeito enraizamento. Posteriormente, são mais abundantes e menos frequentes. Recomenda-se uma adubação nitrogenada em cobertura, 40 a 60 dias após a semeadura, com 10g.m-2 de uréia dissolvida em 20L de água. 5.3. ADUBAÇÃO DE PLANTIO Em termos gerais, a adubação pode ser feita com NPK 6-18-10, 4-30-10 ou 4-16-8, sendo de 300-500g/cova para espécies maiores e 100-300g/cova para arbustos e 100-200g/m2 para canteiros e gramados; juntamente com 10 a 20 L de esterco/cova.  Árvores: recomenda-se fazer o preparo, adubação e enchimento da cova com algumas semanas de antecedência do plantio da muda, para que se processem todas as reações químicas, físicas e biológicas que se fizerem necessárias. Para uma cova de 60x60x60cm, recomenda-se 0,5kg de calcário dolomítico + 1,5kg de fosfato natural ou farinha de ossos + 20L de esterco de gado ou composto orgânico;  Palmeiras: a adubação de plantio recomendada para covas de 60x60x60cm é de 30L de esterco de gado curtido ou similar + 1,0kg de fosfato de Araxá ou farinha de ossos + 500g de calcário dolomítico; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 33  Arbustos: por cova, recomenda-se 600g de calcário dolomítico ou magnesiano + 900g de fosfato natural ou farinha do ossos + 12L de esterco de gado curtido ou composto orgânico;  Trepadeiras: 500g de calcário dolomítico + 1kg de fosfato natural e 20L de esterco de gado bem curtido, misturados à terra de enchimento. 5.4. SERVIÇOS COMPLEMENTARES Após o plantio, são necessários alguns outros serviços para completar o trabalho de implantação do jardim, tais como:  Tutoramento das mudas de árvores e arbustos: o tutor deve ser colocado em posição vertical enterrado cerca de 1,0m dentro da cova e ter sua altura proporcional ao tamanho da muda. A planta é presa ao tutor por amarrios em forma de oito deitado, de borracha, fitilho, sisal ou outro material qualquer que não fira o tronco;  Colocação de luminárias, aspersores, estátuas, vasos, móveis e demais elementos arquitetônicos;  Limpeza da área antes da entrega do jardim ao proprietário. 6. MANUTENÇÃO DE JARDINS Regras básicas para a manutenção de um jardim:  Irrigações mais frequentes até o completo pegamento das mudas. A necessidade de irrigação irá depender do tipo de solo, da espécie vegetal, da época do ano e do tamanho da planta;  Replantio de mudas para substituir as eventualmente mortas e/ou espécies de floração sazonal;  Varredura geral dos gramados e canteiros para retirada de folhas e detritos;  Corte da grama mantendo-se o delineamento das margens nos canteiros e passeios;  Cobertura anual dos gramados com terra peneirada e adubada, bem como reposição de terra nos canteiros para compensar o solo eventualmente perdido por erosão;  Controle de plantas daninhas, assim como de plantas parasitas;  Combate sistemático aos insetos-praga e agentes causadores de doenças;  Podas de diversos tipos, de acordo com a necessidade;  Adubação geral em todas as áreas do jardim, de acordo com as necessidades de cada espécie;  Dentre as trepadeiras, os arbustos escandentes e cipós precisam ser amarrados a tutores durante as primeiras fases do desenvolvimento, sendo necessário, ainda, dirigir os caules para posições mais adequadas. Os cipós podem exigir algumas podas iniciais para forçar a ramificação lateral e impedir o crescimento excessivo em altura. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 36 6.2.5. De Rejuvenescimento A poda de rejuvenescimento é efetuada com o objetivo de reformar a copa, reconstituir a ramagem já estéril e fazer voltar à planta sua aparência perdida. Feita drasticamente no final do inverno antes do início da brotação, removendo os caules mais velhos e cortando-se bem próximo ao solo. III – ESTILOS DE JARDIM A forma com que os estilos de jardins foram se desenvolvendo, se modificando e se adequando à vida do homem está intimamente ligada à história e caracterização da evolução da nossa própria civilização. Analisando as características individuais dos diversos estilos de jardins através dos tempos, nota-se a forte influência exercida pelas crenças e costumes do homem, em suas diferentes fases de evolução. Estas crenças e costumes estão representados nas diversas formas de composição com os elementos da natureza que formam os jardins. Cada cultura é expressa de uma forma particular. Pode-se considerar até que os diferentes estilos de jardim são um retrato de cada época, mostrando como o homem vê e classifica o seu ambiente, como se coloca no ambiente que cria e que referências usa para escolher esse ambiente. Segundo alguns autores, os jardins surgiram simultaneamente na China e Egito; porém, de acordo com outros autores, iniciaram primeiramente na China e, somente em seguida, no Egito. De qualquer maneira, estas duas origens possibilitaram o surgimento de duas formas diferentes de jardins, o informal e o formal; o sinuoso e o retilíneo; o naturalista e o arquitetônico. Em relação aos estilos de jardins, existem algumas classificações, umas mais simples, outras mais complexas e abrangentes. Uma primeira classificação, que agrupa os diferentes tipos de jardins de acordo com características mais simples, está descrita a seguir: 1. Formal: um estilo mais organizado, comportado e com maior equilíbrio; 2. Informal: um estilo desarrumado propositadamente, com influência dos jardins ingleses, privilegiando a natureza e a descontração; 3. Rochoso: específico de climas quentes e agrestes, usa e abusa das múltiplas composições de pedras; 4. Japonês: ganha um significado muito especial, ditado pela filosofia do povo japonês. Cada espécie é muito valorizada e seus recantos levam, quase sempre, as pessoas à meditação; 5. Tropical: toda exuberância da flora das regiões tropicais está presente neste estilo, que utiliza, predominantemente, espécies nativas e traduz-se em um jardim de desenho; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 37 6. Ambiental: é uma paisagem na qual a prioridade consiste em recuperar a vegetação nativa; 7. Ecológico: bastante atual, esse tipo de jardim segue uma tendência que surgiu na Alemanha. Busca a interação da planta ao mundo do homem; 8. Clean: visualmente mais limpo, utiliza poucas espécies, mas de boa qualidade. Acompanha uma tendência atual de construções com linhas retas; 9. Social: consiste em uma paisagem que convida à convivência, desfrute e contribui para o embelezamento das áreas vizinhas, da cidade. Ex: jardins particulares que se estende até a rua. Tem-se na China a menção mais antiga de jardins, onde se crê que o homem, agrupando plantas, procurando imitar a natureza, estabeleceu as bases de um jardim que foi o embrião do estilo paisagístico naturalista, informal. Este estilo apresenta as seguintes características:  Jardim com predominância de linhas curvas e graciosas, livres;  Superfícies onduladas;  Uso de plantas perenes de crescimento livre;  Uso de muitas folhagens;  Figuras indefinidas;  Plantas naturais nos lugares certos;  Trilhas de largura variável;  Traçado acompanhando os acidentes do terreno;  Sem uso de filas indianas, plantas podadas segundo as formas, cercaduras, bordaduras e terra aparente;  Exemplos: chinês, inglês e japonês: este estilo chegou ao Japão no século VI e na Inglaterra no século XVIII. Pouco depois da China, considerada o berço da jardinocultura, surgiu no Egito e Pérsia uma outra tendência que, por muito tempo, iria dominar o mundo: a dos jardins regulares e geométricos, chamado de estilo clássico, geométrico ou formal, cujas características são as seguintes:  Jardim regular, com predominância de linhas retas e geométricas;  Jardins simétricos, de formas artificiais;  Vegetação rigidamente podada;  Canteiros com cercaduras e bordaduras;  Grande trabalho de manutenção;  Elevado custo de implantação;  Muitas estátuas e obras de arte;  Uso de cercas vivas podadas; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 38  Solo aparente;  Cultivo de violetas a roseiras;  Exemplos: jardins egípcios, grego, persa, mourisco, romano, medieval, do renascimento (italiano, francês e holandês). Este estilo chegou à Roma no século XVII, à França no século XVII, e ingressou na Arábia e Espanha no século XIII. O estilo contemporâneo refere-se a um estilo de jardim criado com liberdade de ação no sentido funcional e estético, sendo:  Jardins irregulares com disposição informal;  Plantas de crescimento livre, muita folhagem e colorido abundante;  Maciços de plantas que se integram à paisagem;  Elementos decorativos: pedras, bancos, escadas, esculturas, água e pérgolas;  Florada subsequente em diversas épocas do ano;  Planos diretores urbanos;  Integração à cidade, praças, parques, espaços verdes semi-públicos e privados, arborização de ruas e avenidas;  Atendimento às necessidades de recreação nas diferentes faixas etárias;  Espaços destinados ao esporte e lazer;  Composição de paisagens urbanas;  Preservação de ocorrências naturais. 3.1. ESTILO INFORMAL A) JARDIM CHINÊS O povo chinês era fortemente marcado pela religiosidade (Confucionismo), que situava o homem no centro da investigação, cultuando a solidão, individualismo e harmonia instintiva, e não a comunidade e aparência exterior regrada, onde a imaginação e o espírito deveriam correr livre em espaços amplos e abrangentes. Desta forma, os jardins chineses eram verdadeiros templos de meditação e purificação, com elementos demonstrando grandeza e causando fortes impactos à vista do observador. Local onde se podia caminhar, contemplar e usufruir o repouso que a natureza oferecia. Basicamente, tentava-se organizar o já existente, as fronteiras entre os espaços foram eliminadas ou quase subdimensionadas. Além disto, apresentavam as seguintes características:  Retratavam com perfeição a natureza, lembrando pinturas paisagísticas;  Traçado com linhas curvas e suaves; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 41 natural, sugerindo que a natureza as colocou ali; deve-se usar número ímpar (3, 5 ou 7), números da felicidade e que representam a harmonia do karma. O número ímpar trazia sorte. A água espelha a imagem e induz o homem a enxergar a si mesmo, é símbolo de purificação e seu gorgolejar suave correndo entre as pedras convida à reflexão. O bambu dobra-se ao vento sem quebrar, sugerindo adaptação às situações adversas sem se deixar vencer. É uma planta reta, correta, para cima, como deveria ser o homem. Seu crescimento ereto e sem curvas simboliza a retidão de princípios e integridade desejável nos membros da sociedade. O som do vento em suas folhas e os raios do sol filtrados são espetáculos tranquilizantes que elevam o espírito para esferas mais altas. Também são utilizados o monjolo e pontes. As pontes sugerem uma viagem mental através da contemplação; atravessá-la equivale a atingir outras esferas, quase sem sair do lugar. O barulho intermitente dos monjolos empresta uma aura de misticismo ao lugar sagrado. São feitos caminhos sinuosos de pedra ou cascalho, que permitem percorrer o jardim desfrutando sua beleza e descobrindo novos ângulos a cada passo. Além disso, alongam a caminhada, possibilitando mais tempo para meditar. As lamparinas dão uma conotação de luz que guia as pessoas nas trevas, as lanternas de pedras que são iluminadas ao entardecer, os caminhos formados por uma sucessão de pedras irregulares ou passeios recobertos de areia. Usavam materiais resistentes, as mais duradouras pedras, cascalhos e vegetação não florífera, devido à preocupação com a influência da luz solar, as mudanças sazonais e a ação do tempo sobre o desenvolvimento das plantas, tentando manter o jardim sempre com a mesma aparência, em uma sugestão de perenidade. Assim, as flores anuais e bianuais eram banidas. O trabalho de manutenção era grande, com constantes podas. Enriqueceram mais estes jardins, acrescentando estímulos para os sentidos humanos; usavam matizes sutis de cores e formas perfeitas, para estimular o sentido da visão. Os sons das águas e dos ventos criavam mistérios auditivos. E, ainda, os perfumes compunham o clima exótico, estimulando o olfato. Os japoneses se caracterizam como um povo extremamente espiritualizado, e a sua história indica que estiveram sempre expostos a movimentos agressivos da natureza, como terremotos e maremotos. Em seus jardins só utilizavam plantas perenes, criando, assim, um quadro estável e seguro em qualquer estação do ano, apesar da dura realidade da inconstância da natureza. Apaixonado por detalhes e formas sintéticas, os jardins japoneses, até hoje, são muito elaborados e todas as plantas são valorizadas. Os bonsais representam as miniaturas do mundo externo. Começaram a ser criados por um verdadeiro movimento de rebeldia (consciente ou não) dos monges japoneses. Uma das crenças das religiões japonesas, budistas e maoístas, fala da importância do desapego, de coisas e sentimentos. Para exercitar este desapego, os monges eram constantemente transferidos dos mosteiros onde viviam para outros em outras cidades. Mas a necessidade humana da "referência" falou mais alto, e estes homens começaram a fazer mudas de Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 42 árvores, símbolo da paisagem de seu local de origem, transportando-os para seus novos lares. Para possibilitar o transporte, desenvolveram a técnica da miniaturização das espécies arbóreas plantadas em vasos. Estes símbolos mantinham vivos a necessidade humana da referência do ambiente conhecido. De forma geral, os jardins japoneses eram os jardins chineses em miniatura, no formato Lago-ilha, com transposição da água por meio de pontes. Inicialmente era xintoísta, depois budista. Os elementos sempre representam algo: 3 pedras de 3 tamanhos diferentes = 3 gerações (pai, filho, neto); as lanternas de argamassa = a luz do caminho; a ponte que conduz a uma ilha = instrumento para chegar ao todo poderoso. Atualmente, os jardins japoneses conservam as características essenciais da arte japonesa: a assimetria e a importância dos espaços vazios, a vegetação continua sendo usada com parcimônia – apenas musgos e pinheiros e praticamente sem flor. 3.2. ESTILO FORMAL A) JARDIM FRANCÊS No início, o jardim francês sofreu grande influência da simplicidade dos jardins medievais. Na segunda metade do século XVII, os jardins adquiriram novas perspectivas, o paisagismo tornou- se uma atividade quase que febril na França; estava, assim, implantado o estilo francês. Os franceses renovaram o estilo italiano, construindo os jardins em locais pouco acidentados, ou nivelando a área por meio de aterros. Introduziram estátuas de mármore junto às fontes, com pequenos pavilhões e grutas dotadas de repuxos e outros artifícios hidráulicos. Destacam-se os jardins do Palácio de Luxemburgo e o jardim das Tulherias. Reproduziram muito bem o barroco: rigorosamente simétrico e distribuição axial (em forma de eixo), com eixo monumental que o divide em duas partes iguais, sendo de tamanho extenso claramente construído para exibição e sem árvores para não estragar a visão na parte nobre. Outras características eram a perspectiva e o uso de topiárias. As formas geométricas eram percebidas nos caminhos, passeios e na vegetação (podas artísticas). Os jardins de Versailles (1624-1688) foram efetuados para a esposa que queria a maior casa e o maior jardim do mundo, constando de área de 732ha, com plantas de todos os continentes do mundo: as tropicais eram colocadas em grandes vasos, os quais no inverno eram levados para dentro da casa. Foram construídos por uma equipe de arquitetos, engenheiros, escultores e jardineiros, comandados pelo paisagista André Le Nótre (1613-1700). Favorável ao predomínio da lógica, da clareza e do equilíbrio, Le Nótre, além de manter o traçado simétrico, valorizou a perspectiva e a sensação de grandiosidade. Em Versailles, o passeio central comandou toda a composição. De cada lado desse eixo, Le Nótre dispôs simetricamente os canteiros, separados dos bosquetes por cercas vivas cuidadosamente podadas e acompanhadas por estátuas de mármore branco. Sobressaía a tudo isso os tapetes de relva, as inúmeras fontes e os canteiros floridos. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 43 O jardim do palácio de Versailles teve início com Luís XIV, embora antes tenha sido um imenso brejo onde seus antecessores praticavam a caça. Le Nótre aproveitou o desnível para aumentar a visão dos terraços, escadarias e delicados bordados. Com a ajuda de maciços de árvores, colocadas lateralmente, a vista era conduzida por planos em diferentes níveis onde abundavam fontes monumentais, com artísticas esculturas e alamedas, com uma profusão de jarrões, vasos de bronze e estátuas. O parque de Versailles é considerado o melhor local para se julgar a escultura francesa da época de Luís XIV. Em 1681, comandados pelo engenheiro Arnold de Ville, Versailles ganha água para suas fontes. À beira do Sena, 225 bombas d’água, movidas pela ação do vento, foram instaladas para enviar água para um reservatório encravado numa montanha rochosa a 154m de altura. De lá, um grande aqueduto de 8km a conduzia por gravidade até Versailles. Esse duto funcionou até 1960 nesse imenso jardim. Criado para uma corte que amava o espetáculo e o luxo, os jardins franceses, eram majestosos e tinham a proporção dos palácios da época. Assim como o povo, orgulhoso de sua cultura e origem, os franceses não economizaram em seus jardins. Impuseram sua vontade até mesmo às formas da natureza: nivelando todo o terreno, para criar espaços perfeitamente planos, a fim de adaptá-las ao plano previamente traçado. Com formas ordenadas e simétricas, utilizaram-se de recursos óticos e efeitos de perspectiva, criando verdadeiros cenários barrocos. O jardim francês parece-se com um tapete persa com plantas no chão, para bordar o máximo possível o plano horizontal do jardim. Na primavera e verão, usam-se plantas anuais: desta forma, as plantas são trocadas 3 a 4 vezes/ano – em novembro entram com os bulbos que hibernam no inverno e despertam em abril, e em seguida, entram com as anuais (maio e julho). Os franceses não deixam as plantas anuais morrerem no jardim. Os elementos verticais são esculpidos no formato de cones para não atrapalhar a visão. B) HOLANDÊS Por ser a Holanda é um país pequeno (300x200km), seus jardins eram os jardins franceses em miniatura. Os holandeses também não fugiram, no início, das influências francesas e italianas. Porém, devido à topografia plana, hábito de cultivo de plantas bulbosas (em especial a tulipa) e ao seu gosto pelas cores, criaram jardins mais compactos e graciosos. Eram divididos em múltiplos recintos, apresentando túneis sombreados por trepadeiras. As partes centrais eram formadas por intricados grupos florais; fontes douradas, baixas, jorrando água em pequenos tanques, rodeados de cercas vivas de bordadura baixa. Os ciprestes recebiam podas formando círculos sobrepostos; portões de ferro fundido fechavam os jardins. Isso ocorreu do século XVII ao XVIII. Os jardins modernos holandeses têm uma agradável forma doméstica, com especial ênfase nas tulipas, narcisos e jacintos, distribuídos com capricho encantador. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 46 um toque mais alegre, pode-se introduzir outros exemplares com floração mais viva, como hibiscos, azaléias, lantanas, jasmins, camarão e outras. No chão, caminhos com pedras, gramas e formação de recantos íntimos e agradáveis, com espelhos d’água e folhagens coloridas (tinhorão e prímulas), complementam o paisagismo. Tomando-se como referência o local de maior visão, plantam-se por trás, as espécies mais altas como palmeiras, árvores e bananeiras. As plantas menores são usadas como bordaduras para os canteiros (de maria-sem-vergonha, cinerária, lírios, agapantos, etc.). E, para dar o clima tropical, muitas bananeiras de jardim, coqueiros e samambaias. B) JARDIM ROCHOSO No jardim rochoso, prevalecem as seguintes características:  Plantas suculentas e cactos;  Vegetação de textura mais agressiva: presença de espinhos, folhas pontiagudas e rijas;  Uso de rochas, pedriscos e seixos rolados. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 47 IV – PLANTAS ORNAMENTAIS 1. PLANTAS ARBUSTIVAS Os arbustos são plantas lenhosas ou semi-lenhosas, cujo caule é ramificado desde a base, não havendo, portanto, um tronco indiviso (como nas árvores). São exemplos de plantas ornamentais arbustivas :  Mil cores = Breynia nivosa  Camarão-amarelo = Pachystachys lutea  Árvore-da-felicidade = Polyscias guilfoylei  Roseiras = Rosa sp.  Camélia = Camellia japonica  Caliandra = Calliandra sp.  Hortênsia = Hydrangea macrophylla  Pingo-de-ouro = Duranta repens  Azaléia = Rhododendron x simsii  Abélia = Abelia x grandiflora  Acalifas = Acalypha sp. São elementos vegetais que possuem um importância fundamental no paisagismo, ocupando, quase sempre, papel muito variado nos arranjos de um jardim. Os arbustos floríferos enriquecem as composições e aqueles de folhagens dão cor constante durante o ano, valorizando as árvores e demais plantas que os cercam. De modo geral, são plantas que aceitam podas, o que harmoniza a sua condução, permitindo ou obter um formato ajustado ao jardim onde estão inseridos, ou a formação de figuras (denominadas topiárias). 1.1. DISPOSIÇÃO NO JARDIM Em função do porte, os arbustos podem ser utilizados com diferentes finalidades no jardim:  transição do estrato herbáceo para o arbóreo;  complemento decorativo;  elemento dominante;  neutralizar uma visão que se pretende dissimular;  orientar a circulação de pessoas, realçando as passagens e os caminhos;  organizar espaços em benefício do ser humano, formando anteparos, tapumes, divisórias, cercas vivas; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 48  favorecer o isolamento visual de áreas íntimas, delimitando uma linha de visão;  completar as linhas arquitetônicas das construções;  atuar como barreira, evitando que o som e a poeira passem para dentro de casa;  algumas espécies, por serem bem compactas, chegam a ser até intransponíveis, servindo, por exemplo, para a contenção de animais;  preencher espaços vazios, onde uma árvore não possa produzir o mesmo efeito. São plantas muito versáteis, devido ao colorido de suas folhas, flores e frutos, textura das folhagens, ramagem densa e folhagem abundante. Paisagisticamente, podem ser usados de várias formas em um jardim:  isolados;  em pequenos grupos;  associados a forrações ou outros tipos de vegetação;  por se apresentarem aos olhos mais como manchas do que como pontos ou focos, conseguindo-se efeitos maravilhosos à distância, devem ser plantados, preferencialmente, em grupos de vários indivíduos da mesma espécie, formando maciços ou tufos, de modo a serem apreciados pelo conjunto de sua forma, colorido de suas folhas e folhagem, e não pelo detalhe de uma única flor;  na formação de cercas vivas;  na formação de vasos. 1.2. CLASSIFICAÇÕES Apesar da maioria não ultrapassar 3,0m de altura, o tamanho determina pouco, já que depende muito das condições climáticas do local, tais como temperatura, luz, precipitação pluviométrica, etc., e das condições químicas, físicas e biológicas do solo. Conforme seu porte, os arbustos podem ser classificados em três categorias:  Arbustos baixos: com menos de 0,5m de altura. São usados, de preferência, na beira de caminhos e canteiros, para cobrir caules esteticamente indesejáveis de arbustos mais altos, ou como contorno em passagens e caminhos. São usados em bordadura, separação de ambientes, junto de muros, maciços florais;  Arbustos médios: com porte entre 0,5m a 1,50m de altura. Usados para formar maciços destinados a disfarçar as linhas retas e monótonas das bases das construções; no meio de gramados; isolados; em fileiras guarnecendo cercas e gradis, obstruindo a visão da parte baixa e desnuda de plantas mais altas; em conjunto como pequenas cercas vivas, junto de muros ou Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 51 2.1. DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO As plantas herbáceas ornamentais normalmente são usadas como bordadura ou forração. A bordadura refere-se à fileira de plantas herbáceas ou arbustivas, geralmente de porte baixo, que marca o limite de um canteiro ou que se presta para formar desenhos decorativos. São mantidas com seu porte natural ou por meio de podas cuidadosas. A forração é um termo normalmente usado para definir plantas com crescimento horizontal maior do que o vertical, apesar de possuírem hábito de crescimento horizontal ou vertical, dependendo da espécie. As espécies classificadas como forração não resistem ao pisoteio. Diferentemente, as gramas são plantas que, em sua maioria, suportam certo pisoteio. As forrações possuem múltiplas soluções paisagísticas, podendo ser usadas com diferentes fins:  revestimento do solo, protegendo-o contra erosões, evitando a formação de poeira e lama;  para quebrar a monotonia da cor verde dos gramados, usando-as intercaladas a estes;  dependendo da espécie ou variedade, pode-se obter diferentes graus de coloridos e texturas no espaço considerado;  fazer o acabamento em jardins, em composição com espécies de porte maior;  recobrimento do solo em locais onde há impossibilidade de uso de gramas;  integram o gramado às outras plantas;  manter a umidade do solo;  evitar a incidência de plantas invasoras;  criam-se possibilidades paisagísticas infinitas, devido à imensa variedade de plantas. Apesar de exigirem como área de implantação um local onde não haja circulação de pessoas, muitas delas apresentam a vantagem de prosperarem em locais sombreados, onde as gramas não cresceriam; algumas toleram solos encharcados e outras desenvolvem-se bem em lugares inclinados ou no meio de rochas. O uso das diferentes forrações depende do gosto e da área disponível. Recomendam-se espécies mais altas para áreas maiores e espécies menores para área pequenas. Podem ser usadas de diferentes maneiras (uso paisagístico):  em vasos colocados em ambientes de luminosidade indireta;  sob árvores, como pendentes ou junto do tronco;  junto a muros e paredes, com luminosidade indireta;  em jardins de “inverno”; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 52  junto de arbustos de porte médio a grande, para forrar o solo;  em floreiras ou jardineiras;  para redução do trabalho de manutenção em áreas sombreadas;  em canteiros sob diferentes condições de luminosidade. Plantas herbáceas usadas como forração. Nome comum Científico Altura (cm) Luminosidade Propagação Planta mosaico2,8 Fittonia verschaffetii 15 Meia sombra Estaquia Hera roxa3,6 Hemigraphis colorata 20 Sol/meia sombra Estaquia Quaresmeira roxa3 Schizocentron elegans 50 Sol Estaquia Confete6 Hypoestes sanguinolenta 90 Sol/meia sombra Estaquia Pingo-de-ouro4 Peristriphe angustifolia 40 Meia sombra Estaquia Periquito gigante6 Alternanthera dentata 50 Sol Estaquia Periquito2,3 Alternanthera ficoidea 25 Sol Estaquia Coração magoado3,6 Iresine herbstii 150 Sol Estaquia Capim palmeira3 Curculigo capitulata 50 Meia somb/sombra Div. touceiras Tradescantia3,6 Callisia repens 10 Meia sombra Mergulhia Trapoeraba roxa6 Tradescantia pallida cv.purpurea 25 Sol Estaquia Zebrina3,6 Tradescantia zebrina 25 Meia somb/sombra Estaquia/mergulhia Bambu miniatura3,7 Sasa fortunei 60 Meia sombra Divisão touceiras Ajuga3,6,9 Ajuga reptans 20 Meia sombra Estolão Orelha-de-lebre1,3 Stachys byzantina 40 Sol Brotação lateral Amendoim rasteiro3 Arachis repens 20 Sol Dv.Touc/mergulhi a Clorofito3,7 Chlrorophytum comosum 20 Meia sombra Dv.Touc/Infloresc. Espadinha3,7 Sanseveria trifasciata 20 Sol Brotação lateral Rabo-de-gato2 Acalypha reptans 20 Sol Dv.Planta/estaquia Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 53 Grama dólar3 Dichondra micrantha 10 Sol/Sombra Divisão touceiras Capim chorão3 Eragrotis curvala 70 Sol Divisão touceiras Grama preta5 Ophiopogon japonicum 30 Sol/Sombra Divisão touceiras Pilea alumínio3,8 Pilea cadierei 30 Meia sombra Estaquia Brilhantina3 Pilea microphylla 30 Sol/meia sombra Estaquia Mini coleus4,6 Coleus sp. 20 Sol/meia sombra Estaquia Dinheiro em penca4 Pilea mummu larifolia 15 Meia sombra Mergulhia/estaquia Referente à cor: 1Branca; 2Avermelhado; 3Verde; 4Verde claro; 5Verde escuro; 6Roxo; 7Variegado; 8Prata; 9Bronze. Pode-se encontrar forrações para vários tipos de ambientes:  para solos áridos ou secos: Sedum sp. (Dedinho de moça) e Echeveria sp.;  para solos íngremes e necessitando de proteção contra a erosão: Wedelia paludosa (vedélia);  para valorizar o intenso colorido: Ajuga (Ajuga reptans), celósia-plumosa (Celosia argentea);  para pleno sol: trapoeraba-roxa (Tradescantia pallida, purpurea);  para meia-sombra: marantas (Calathea sp.), trapoerabarana (Tradescantia zanonia);  para pleno sol e meia-sombra: abacaxi-roxo (Tradescantia spathacea), lambari (Tradescantia zebrina). 2.2. PRINCIPAIS ESPÉCIES E SUAS CARACTERÍSTICAS 2.1. HERBÁCEAS FOLHOSAS As herbáceas folhosas são assim denominadas por serem cultivadas devido à beleza de suas folhas. As folhas podem ter papel fundamental em termos de beleza de um ambiente, devido à grande variedade de forma, dimensão, textura, tom de verde e tonalidade de outras cores. Quanto à luminosidade, podem ser classificadas em: A) Plantas de pleno sol:  cinerária (Senecio douglasii)  capim chorão (Eragrostis curvula)  periquito gigante (Alternanthera dentata)  periquito (Alternanthera ficoidea)  abacaxi-ornamental (Ananas bracteatus)  cinerária (Senecio douglasii)  trapoeraba roxa (Tradescantia pallida cv. purpurea) Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 56 2.3. FLORÍFERAS As herbáceas floríferas são assim chamadas por ser a beleza de suas flores a responsável pelo seu cultivo, como as orquídeas e begônias. Além da beleza, a flor serve de guia muito útil na identificação das plantas. A cor varia muito, desde a branca até a violeta, assim como outras características, indo de homogênea a heterogênea, de simples a composta, perfumada ou não, dentre outras. O tamanho é também bastante variável, desde o microscópico até a gigante vitória-régia. É justamente a associação de tom, forma, cheiro e variedades que faz com que as flores sejam tão queridas e procuradas. Cada espécie requer cuidados especiais, mas a maioria exige basicamente mais luz do que as plantas de folhagem para se desenvolver. São exemplos de floríferas: A) Plantas de sol:  Aptenia cordifolia - rosinha-de-sol  Bidens tinctoria - margaridinha-escura  Gazania rigens – gazânia  Evolvulus pusillus – gota-de-orvalho  Lobularia maritima – alisso  Acalypha reptans – rabo-de-gato  Belamcanda chinensis – flor-leopardo  Dietes iridioides – moréia  Iris germanica – íris  Freesia x hybrida – frésia  Hemerocallis flava – hemerocális  Strelitzia reginae – estrelítzia  Petunia x hybrida – petúnia  Viola tricolor – amor perfeito B) Plantas de sol e meia-sombra:  Crossandra infundibuliformis - crossandra  Clivia miniata – clívia  Agapanthus africanus – agapanto  Cuphea gracilis – érica  Anthurium andraeanum – antúrio  Spathiphyllum wallisii – bandeira-branca Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 57 C) Plantas de meia-sombra:  Cuphea ignea – flor-de-santo-antônio  Primula obconia – prímula  Zingiber spectabile – gengibre-magnífico 2.2.1. Ciclo de vida  Anuais: calêndula (Calendula officinalis), petúnia (Petunia hybrida), amor-perfeito (Viola tricolor), cravo (Dianthus caryophyllus), cravina (Dianthus chinensis), calêndula (Calendula officinalis);  Perenes: lírio-de-são-josé (Hemerocallis flava), agapantos (Agapanthus africanus), gazânia (Gazania rigens), prímula (Primula obconica), gipsofila (Gypsophila paniculata), begônia sempre-florida (Begonia semperflorens), gerbera (Gerbera jamesonii), alpínia (Alpinia purpurata), gengibre magnífico (Zingiber spectabile), antúrio (Anthurium andraeanum). Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 58 Plantas floríferas herbáceas anuais para o cultivo a pleno sol. Nome comum Científico Altura (m) Época de floração Propagação Crista-de-galo2,4 Celosia argentea 0,60 Ano todo Semente Crista-de-galo2,4,5 Celosia cristata 0,80 Verão Semente Perpétua7 Gomphrena globosa 0,40 Ano todo Semente Beijo de frade1,4,7 Impatiens balsamina 0,50 Ano todo Semente Mª-sem-vergonha8 Impatiens walleriana 0,50 Ano todo Semente/estaquia Agerato1,6 Agerantum houstonianum 0,30 Inverno/primavera Semente Beijo-de-moça8 Bidens bipinnata 1,20 Inverno/verão Semente Dália8 Dahlia x pinnata 1,50 Ano todo Estaquia Sempre-viva1,2,4,5 Helichrysum bracteatum 1,20 Primavera Semente Margarida amarela1,7 Rudbeckia hirta 0,90 Primavera/verão Semente Cravo-de-defunto2,3 Tagetes erecta 0,90 Primavera/verão Semente Alisso1 Lobularia maritima 0,20 Primavera/verão Semente Goivo8 Matthiola incana 0,50 Primavera Semente Sangue-de-adão1,4,5,7 Salvia splendens 0,80 Ano todo Semente Flocos1,4,5,6,7 Phlox drummondii 0,40 Primavera/verão Semente Pena-de-príncipe4 Polygonum orientale 1,50 Verão Semente Onze-horas1,2,4,7 Portulaca grandiflora 0,20 Verão Semente Boca-de-leão8 Antirrhinum majus 0,70 Inverno/primavera Semente Capuchinho2,3,4 Tropaeolum majus 0,40 Primavera/verão Semente Amor perfeito1,2,6,7 Viola tricolor 0,15 Ano todo Semente Referente à cor da flor: 1Branca; 2Amarela; 3Alaranjado; 4Vermelha; 5Rosa; 6Azul; 7Roxo;8Diversas. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 61  Bainha: é a base ou região mais inferior que envolve o caule parcial ou totalmente;  Pecíolo: é a continuação da bainha e consiste da parte livre da folha, curta ou longa. As margens são lisas, denteadas ou com espinhos;  Lâmina ou limbo: é a parte folhosa verde, que pode ser inteira ou variavelmente dividida. Possui na parte central a raque (uma porção mais rígida que é a continuação do pecíolo). As folhas divididas não são consideradas compostas. As palmeiras apresentam grande diversidade de folhas quanto ao tamanho, forma e divisão, com algumas grandes, como na Raphia farinifera (12m de comprimento). As folhas adultas, em função da forma, são de dois tipos:  Palmadas: não há propriamente a raque ou esta é muito curta, e os segmentos (lâmina dividida) ou a lâmina (se inteira) partem de um único ponto na extremidade do pecíolo, em todas as direções. As divisões são chamadas de segmentos. Em outras espécies, a raque é encurtada parcialmente e uma extensão dela penetra na folha até uma certa distância, sendo denominadas de costapalmadas, e têm o aspecto de repuxadas como em espécies de Sabal sp.. No geral, as palmeiras com folhas palmadas ou costapalmadas são chamadas popularmente de flabeliformes.  Pinadas: folhas semelhantes a uma pena. A lâmina é dividida e os segmentos dispõem-se regular ou irregularmente ao longo da raque. Os segmentos são chamados de pinas e não de folíolos. Possuem um eixo próprio, comprido, ao longo do qual se dispõem inúmeros folíolos. Algumas palmeiras possuem folhas bipinadas (raque principal ramifica-se e as pinas fixam-se nestas ramificações), como na Caryota mitis. D) Inflorescência: paniculada, axilar, protegida por uma ou mais brácteas, em cacho com numerosas flores. A maioria das palmeiras é policarpa, ou seja, as inflorescências formam-se sucessivamente ano após ano durante todo o período de maturidade, com algumas exceções como a Caryota urens, cujas inflorescências se desenvolvem progressivamente do ápice para a base do caule, em um processo que demanda muitos anos, resultando na morte da planta logo após o amadurecimento da última inflorescência formada ao nível do solo. A jupati (Raphia taedigera), originária da região amazônica, cresce por sete anos, formando estipe grosso, de 1,0m a 4,0m de altura; é uma planta entouceirante, cujo estipe que produz cachos volumosos de frutos morre em seguida. Contudo, a maioria das palmeiras cresce por dezenas de anos, atinge grande porte, floresce e frutifica durante quase toda a sua existência. E) Flores: são pequenas, pouco atraentes e geralmente desprovidas de colorido vistoso. São unissexuais, podendo estar na mesma inflorescência e planta (plantas monóicas), ou em plantas Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 62 distintas (plantas dióicas), como as tamareiras (Phoenix sp.); F) Frutos: do tipo drupa (uma semente envolvida por um endocarpo rígido) ou bagas (uma a três sementes envolvidas por um endocarpo mole), indeiscente, na maioria das vezes de coloração amarela, vermelha ou preta, ornamentais. Os frutos, no geral, são de forma globosa, ovalada, cônica ou alongada, de tamanho variável desde cerca de um grão de arroz ou ervilha até excepcionalmente grande com peso em torno de 20kg como os do coqueiro-do-mar (Lodoicea maldivica); G) Sementes: com abundante endosperma, em geral oleaginoso. A cavidade dos frutos é preenchida geralmente por uma única semente, dura e densa. A forma é variada, arredondada, ovalada, cônica, às vezes alongada. 3.2. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA A maioria das espécies ocorre nas regiões tropicais (Ásia, Indonésia, Ilhas do Pacífico e Américas); porém, algumas são de regiões subtropicais, sendo resistentes ao frio (Brasil/Uruguai/Argentina = Butia spp.). No Brasil, na Zona dos Cocais (Norte e Nordeste) ocorrem os babaçuais, carnaubais, buritizais e carandazais. As palmeiras de maior importância são: babaçu (Orbignia sp.), carnaúba (Copernicia sp.), coqueiro-da-bahia (Cocus nucifera.), açaí e jussaras (Euterpe sp.) e jerivá (Syagrus sp.). Dentre as mais cultivadas, estão: tamareira (Phoenix sp.), palmeira real (Roystonea sp.), palmeiras-de-leque (Livistona sp. e Chamaerops sp.), areca-bambu (Dypsis sp.) e as cariotas (Caryota sp.). 3.3. HÁBITO DE CRESCIMENTO  Arbóreo: palmeira imperial (Roystonea oleraceae);  Arbustivo: areca-bambu (Dypsis lutescens);  Acaule: Geonoma acaulis, Phoenix acaulis;  Trepador: Daemonorops, Calamus. 3.4. CARACTERÍSTICAS ORNAMENTAIS A) Caule:  Longos de espessura constante:  buriti (Mauritia flexuosa)  coco-da-bahia (Cocus nucifera)  afinados na base e no ápice, com espessura maior na região mediana:  palmeira real (Roystonea regia) Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 63  estipe com ramificações aéreas: Hyphaene thebaica  brotações na base: Phoenix dactylifera. B) Folhas:  limbo pregueado, às vezes com fendilhamento;  costa, costela ou ráquis curta ou longa;  pecíolo curto ou longo, com ou sem espinhos. C) Inflorescência: flores em cacho, pequenas, cor amena, pouco chamativas; D) Frutos: algumas vezes, coloridos, bastante ornamentais. E) Curiosidades:  Coripha umbra culifera: maturidade em 40-80 anos, inflorescência com 6m de comprimento, 10m2 de base, 60 milhões de flores;  Loidocea maldivica: fruto de 20 kg;  Raphia ruffia: folhas de 6m de comprimento;  Roystonea oleraceae: caule com 50m de altura. 3.5. USO PAISAGÍSTICO As palmeiras são plantas de grande importância econômica, seja pela exploração comercial, como a extração de palmito (Euterpe edulis) e côco (Cocus nucifera), e de outros produtos alimentares (óleos), de fibras para confecção de chapéus, cestas, etc., como material para construções rústicas, além de modificar o microclima em associações extensas, ou pelo próprio valor ornamental atribuído às mudas em função do porte e espécie. As palmeiras, dependendo da espécie, podem ser mantidas em vasos, floreiras, etc. E, mesmo as plantas adultas podem ser transplantadas para o solo com sucesso, desde que cuidados necessários sejam observados. As palmeiras possuem grande importância em projetos paisagísticos, principalmente em função da forma e rusticidade. Recomenda-se não cultivá-las associadas a árvores, pois perdem o efeito visual. Podem ser cultivadas isoladamente, ou em grupos para o sombreamento e melhoria do microclima, sempre em posições dominantes no jardim. Quando plantadas formando aléias laterais (fileiras formando alamedas) em grandes jardins, em ambos os lados de arruamentos largos e compridos, oferecem um visual bastante atrativo. Em pequenos jardins, este tipo de formação não deve ser usado, por neutralizar o ponto de fuga, proporcionando um visual pesado e desagradável. Em gramado extenso, a utilização de uma única planta também não realça, promovendo apenas um Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 66 individuais (vaso ou lata, com 4 a 5 litros de capacidade). A temperatura ótima para germinação está em torno de 24ºC a 28°C (UR de 70%); em temperaturas baixas as sementes não germinam. O tempo gasto para a germinação varia de algumas semanas até anos.  Após a semeadura, regar e manter o substrato sempre úmido;  Repicagem: processo efetuado quando a planta apresentar de uma a duas folhas, passando-as para recipientes individuais, mantendo-as à meia-sombra, sob telado, ripado ou estufas e irrigadas copiosamente. Pode-se haver a necessidade de se fazer mais de uma repicagem;  A planta pode ser mantida em viveiro a campo, em condição de sol ou meia-sombra e espaçamento adequados para cada espécie;  Transplantio: efetuado para local definitivo, tomando-se o cuidado de fazer, inicialmente, um mês antes do transplantio, a abertura de uma valeta (anelamento) com cerca de 30 cm de raio, dependendo do porte de cada planta, sem destacá-la e colocando adubo dentro da vala. Este processo visa reduzir o trauma que a palmeira sofreria caso o arrancamento fosse repentino, acostumando-a paulatinamente e obrigando-a a emitir novas raízes. O arrancamento final, que pode ser feito por meio de um gindaste, é feito no dia de ser transportada, envolvendo-se o torrão remanescente com plástico, tecido de juta ou aniagem, devidamente amarrado para que não esboroe, assim como envolver o caule com aniagem de juta para manter a planta úmida por mais tempo. Uma mangueira é colocada por dentro da aniagem ao longo da planta para que seja molhada por toda a sua extensão. Retira-se, ao mesmo tempo, metade das folhas para equilibrar a transpiração com a redução da absorção de água pelas raízes. Após ter sido transplantada, recomenda-se irrigar a planta duas vezes ao dia, por cerca de 90 dias. Esta irrigação deve ser feita tanto na cova, como na gema apical, por meio de uma mangueira furada colocada na cova de plantio (1,0-1,8m de largura x 1,0m de profundidade) para fazer a irrigação da raiz (por pelo menos 5 minutos, garantindo que a água chegue a todo o torrão), e outra mangueira no topo da palmeira, levando água para o início das folhas. O topo da palmeira deve receber água por cerca de 3 minutos, tempo suficiente para umedecer o tecido e para a absorção da água pela planta. Recomenda-se fazer um bom escoramento da planta, em no mínimo três pontos, para evitar que essa se balance com o vento, por cerca de 90 dias. O principal cuidado para se garantir a sobrevivência da palmeira é a irrigação, evitando-se a desidratação; B) Divisão de touceiras: é o único processo em que todas as características da planta mãe são mantidas. Só é possível para espécies que apresentam estipes múltiplas, formando touceiras. Efetuada quando as plantas são cespitosas e estéreis, ou quando são plantas masculinas, bem como se houver interesse na obtenção mais rápida de mudas. Estas mudas são obtidas por divisão Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 67 dos caules subterrâneos, devendo vir acompanhadas de porções dos rizomas, com raízes e caules aéreos. C) Outros métodos: cultivo in vitro (de embriões) e alporquia. 3.7.MANEJO A) Plantio: as mudas podem ser plantadas em local definitivo, em qualquer época do ano, preferencialmente nos meses mais quente, para que haja melhor desenvolvimento, em covas de tamanho adequado a cada espécie. Recomenda-se solo profundo, bem drenado, de textura franca, com boa aeração, teor adequado de matéria orgânica e nutrientes minerais, além de covas de 60 x 60 x 60 cm ou 40 x 40 x 40 cm, conforme a espécie; B) Adubação:  De plantio (na cova): ½ terra e ½ esterco curtido ou composto orgânico, ou,  De plantio: cova de 60x60x60cm = esterco de gado curtido ou similar (30L) + fosfato de araxá ou farinha de ossos (1,0kg) + calcário dolomítico (0,5kg);  Após pegamento: 10-10-10 (200g/cova). C) Cuidados gerais:  Retirada de folhas secas, inflorescências e cachos velhos;  Desbaste nas espécies cespitosas, quando houver necessidade;  Controle de cochonilhas, pulgões e ácaros, por meio de paration e malation;  Retirada de lagartas no início da infestação. Deve-se evitar o uso de produtos químicos, para não causar danos ao meio ambiente. Para tanto, pode-se pulverizar com Dipel (Bacillus thurigiensis). 3.8. ESPÉCIES A) Plantas de sol:  Cyrtostachis laka cv. Orange formulação  Wallichia disticha - Rabo-de-peixe  Ravenea rivularis - Palmeira majestosa  Socratea exorrhiza – Paxiúba  Butia purpurascens  Dypsis lastelliana - Palmeira de pescoço marrom Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 68  Livistona decipiens  Corypha umbraculifera  Satakentia liukiuensis - Palmeira satake  Euterpe edulis – Juçara  Mauritiella armata – Buritirana  Euterpe oleracea – Açaí  Hyophorbe verschaffeltii - Palmeira fuso  Dypsis cabadae - Palmeira de cadaba  Butia capitata  Dypsis decaryi - Palmeira triângulo  Latania commersonii - Latânia-vermelha  Copernicia prunifera – Carnaúba  Bismarckia nobilis - Palmeira azul B) Plantas de sol e meia-sombra:  Calyptrocalix spicatus - Palmeira-de-rabo  Phoenix roebelenii - Tamareira de jardim  Normambya normanbyi x Wodyetia bifurcata  Verschaffeltia splendida - Palmeira esplêndida C) Plantas de meia-sombra:  Areca vestiaria cv. Rubra  Areca trianda  Areca vestiaria - Areca-dourada  Licuala elegans  Reinhardtia gracilis – Palmeirinha  Chamaedorea costaricana - Palmeira bambu 5. PLANTAS ORNAMENTAIS TREPADEIRAS As trepadeiras são plantas de caules longos, lenhosos, semi-lenhosos ou herbáceos, que necessitam de um suporte ou tutor para se fixarem, por serem incapazes de se manter em pé, sem algum tipo de apoio. Os caules, após subirem até certa altura, começam a se arquear, devido ao seu próprio peso, o peso das folhas e flores. Podem ser encontradas em mais de 40 famílias, como as Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 71  Troncos altos de palmeiras ou de outras árvores de fuste alto;  Troncos de xaxim. 5.3. UTILIZAÇÃO Como seu crescimento pode ser conduzido, e devido à grande diversidade de forma, textura, estrutura, floração e hábito de crescimento, a trepadeira pode ser usada no jardim em:  Formação de cercas-vivas;  Separação de ambientes;  Revestimento de muros ou paredes, quebrando a cor monótona, disfarçando e suavizando as linhas rígidas de construções;  Formação de pérgolas, arcos e treliças;  Mascarar troncos de árvores e palmeiras esteticamente indesejáveis;  Auxiliar no aproveitamento do espaço vertical em jardins pequenos;  Dissimular objetos que se deseja excluir a visão;  Conferir sombra aos caramanchões, pérgulas;  Formar uma cortina verde em latadas ou gradis, separando os espaços internos;  Oferecer matizes diferentes em árvores de folhas caducas;  Proporcionar uma sensação de aproximação com a natureza, harmonizando o ambiente;  Criar agradáveis recantos sombreados;  Enfeitar e proteger contra o sol forte, barulho e ventos. A trepadeira apresenta, ainda, a vantagem de poder ser cultivada em espaços mais reduzidos quando comparada às árvores. São adequadas para serem usadas:  em vasos como pendentes, ou com uso de suportes (estacas de bambu ou madeira, tronco de xaxim);  em jardineiras ou floreiras mais altas como pendentes;  formando conjuntos ou não, conduzidas como arbustos (primaveras, alamandas, filodendros);  em arcos, molduras de janelas, de bancos ou de varandas. São exemplos de trepadeiras que podem ser usadas em:  Pérgulas e caramanchões (cipó ou arbusto escandente): evita-se o uso de trepadeiras muito vigorosas. No caso de pérgulas, por serem estruturas ligadas à casa, sem sombra excessiva, as espécies recomendadas são: primavera, jasmim-da-noite (Cestrum nocturnum), lágrima-de- cristo (Clerodendron thomsonae), ipoméia-rubra (Ipomoea horsfalliae), jasmim-da-china Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 72 (Jasminum pubescens), madressilva (Lonicera japonica), cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta), roseira-trepadeira (Rosa x wichuraiana), jasmim-de-madagascar (Stephanotis floribunda), sapatinho-de-judia (Thunbergia mysorensis), glicínia (Wisteria floribunda), clerodendro (Clerodendron splendens), viuvinha (Petrea subserrata). Para caramanchão, dependendo do tamanho, acrescenta-se, ainda: alamanda (Allamanda cathartica), jasmim- estrela (Trachelospermun jasminoides), sete-léguas (Podranea ricasoliana);  Muros e paredes de reboco áspero, principalmente de pedras (trepadeiras sarmentosas): tumbérgia (Thunbergia alata), hera verdadeira (Hedera helix), unha-de-gato (Ficus pumila), jasmim-estrela (Trachelospermun jasminoides) e aráceas (costela-de-adão-Monstera deliciosa, singônio-Syngonium podophyllum, jibóia-Scindapsus aureus, e maioria dos filodendros-Philodendron spp.). São plantas de meia-sombra, com exceção das heras e do Philodendron imbe. Outros cipós podem ser usados no revestimento de muros, desde que tutorados e amarrados: alamanda (Allamanda cathartica), flor-de-cera (Hoya carnosa), aspargo-samambaia (Asparagus plumosus), roseira trepadeira (Rosa x wichuraiana), jasmim, clerodendros, etc.;  Treliças de madeira ou latadas de arame: usadas quando se quer revestir o muro com trepadeiras volúveis ou providas de gavinhas, as quais não conseguem subir nestes elementos. Estas treliças ou latadas, em formato XX ou WW, são fixados a 10-15cm do muro. Ex: jitirana (Ipomoea hederifolia), amor-agarradinho (Antigonom leptopus), cissos (Cissus spp.), cipo-de-são-joão (Pyrostegia venusta), maracujá (Passiflora spp.), etc.;  Troncos de árvores e estipes de palmeiras: árvores com troncos alongados são bons tutores para trepadeiras sarmentosas com raízes auto-fixadoras e espinhos curvos. A unha-de-gato e alguns cipós conseguem subir em árvores e palmeiras, porém devido ao crescimento vigoroso, prejudicam-nas, podendo matá-las por asfixia. Ex: plantas da família Araceae, cipós desde que tenham um suporte de ripas para seu amarrio e direcionamento, Thunbergia alata e viuvinha (Petrea subserrata). O cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta) é ideal para plantas com folhas caducas, pois suas flores avermelhadas aparecem no inverno. O amor-agarradinho (Antigonom leptopus) pode revestir estipes ásperas de certas palmeiras;  Gradil ou cerca de madeira: apropriado para trepadeira volúvel. Quando do uso de cipós verdadeiros, há necessidade de poda inicial para forçar a ramificação lateral. Podem ser Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 73 usados também arbustos escandentes, desde que amarrados. Outros exemplos são as alamandas, jasmim-da-noite, lágrima-de-cristo, clerodendro, madressilva, viuvinha, primavera, roseira-trepadeira, Thunbergia alata;  Latadas: apropriadas para trepadeiras sarmentosas providas de gavinhas e espécies volúveis. Se usadas para arbustos escandentes e cipós, estes devem se plantados junto às colunas. Outros exemplos são o amor-agarradinho, cipó-de-são-joão, cipó-cortina (Cissus sicyoides), cisso, aspargo plumoso, maracujá, flor-de-cera, jitirana, jasmim-de-madagascar, glicínia, roseira-trepadeira, etc. 5.4. PROPAGAÇÃO De forma geral, recomenda-se fazer a multiplicação das espécies trepadeiras no inverno, época em que as plantas entram em repouso; assim, quando chegar a primavera, as reservas serão gastar nas formação do sistema radicular. Para isso, recomenda-se o uso de hastes lenhosas de cerca de 20cm de comprimento. 5.4.1. Plantio e tratos culturais As trepadeiras crescem, geralmente, em locais úmidos e sombreados, como as aráceas, costela-de-adão, singônios, jibóias e certos filodendros. Entretanto, a maioria, ao se desenvolver, emerge da vegetação, procurando um lugar ao sol e, após tornar-se adulta, exige intensa luminosidade, como os cipós. Para o plantio, recomenda-se um local que não seja excessivamente ensolarado, e sim, mais fresco, relativamente úmido e rico em matéria orgânica. As covas devem ser mais largas do que profundas, devido ao sistema radicular abundante e superficial da maioria destas plantas (70x70x50cm), adubada com 500g de calcário dolomítico, 1,0kg de fosfato natural e 20L de esterco de gado bem curtido. Após o pegamento, aplicar 300g de 10-10-10 dividido em duas ou três parcelas durante o período chuvoso. Os arbustos escandentes e cipós precisam ser amarrados a tutores durante as primeiras fases do desenvolvimento, dirigindo os caules para posições mais adequadas. Os cipós podem precisar de alguma poda inicial para forçar a ramificação lateral e impedir o crescimento excessivo em altura. 5.5. ESPÉCIES  Allamanda cathartica; A.violaceae, A.nerrifolia;  Antigonon leptopus; Hedera sp., Pyrostegia venusta (cipó-de-são-joão); Ficus pumila;  Clerodendron thomsonae (lágrima de cristo), Bouganvillea sp.;  Thunbergia grandiflora, T. alata, T. mysorensis, Fuchsia hybrida, Monstera deliciosa, M. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 76 florescimento decorativo. Uso em jardineiras ou locais elevados que permitam o desenvolvimento da ramagem pendente. Propagação por divisão de touceiras;  Peperomia sp. (peperômia) – Piperaceae – Brasil: herbácea perene, de folhagem decorativa, quase acaule, com 20-25cm de altura, folhas grandes, carnosas, brilhantes, em forma de escudo. Uso em vasos mantidos em locais abrigados ou a meia-sombra, bem como em conjunto ou em jardineiras. Propagação por divisão de touceiras;  Pereskia aculeata (trepadeira limão, ora-pro-nobis) – Cactaceae - planta rústica, usada para revestir cercas, e para proteção devido aos espinhos, com flores que exalam cheiro de limão na primavera e verão, com frutos amarelados comestíveis. Por ser pendente, pode ser conduzida em suportes, muros, paredes ou cercas e pode ser plantada mesmo em solos de baixa fertilidade. Esta espécie é bastante tolerante a estiagens prolongadas. Suas folhas são usadas na alimentação (petiscos, acompanhamento de frango, marreco, costelinha, linguiça, bacalhau ou camarão, angu, arroz e torresmo, ou mesmo refogadas), devido ao alto valor nutritivo da espécie, também conhecida como carne-de-pobre (folhas com 20% de proteínas, das quais 85% são facilmente aproveitadas pelo organismo);  Piper nigrum (pimenta-do-reino) – Piperaceae –folhas cordiformes, estreitas nas pontas, com flores em espigas alongadas, frutos esféricos em cachos de 20cm de comprimento. Exigente em clima essencialmente quente e úmido, de pleno sol; multiplicação por estacas de ramos no inverno. 6. SUCULENTAS As plantas suculentas são capazes de armazenar água nos tecidos (parênquima aquífero) de uma ou mais de suas partes (caule, folhas e/ou raízes). As plantas suculentas podem estar presentes em inúmeras famílias, conforme listado a seguir. 6.1. FAMÍLIAS FAMÍLIA GÊNERO Amaryllidaceae Agave sp. Furcraea sp. Begoniaceae Begonia sp. Cactaceae Cereus sp. (mandacaru-brasil) Cephalocereus sp. Opuntia sp. (figo-da-índia) Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 77 Zigocactus sp. (flor-de-maio) Schlumbergera truncata (flor-de-maio) Rhipsalis sp. Crassulaceae Echeveria sp. Portulaca sp. (onze-horas) Crassula sp. Kalanchoe sp. Sedum sp. (dedo-de-moça) Euphorbiaceae Euphorbia lactea (candelabro) Euphorbia tirucalli (avelós) Jatropha sp. Gesneriaceae Episcia cupreata (planta-tapete) Saintpaulia ionantha (violeta) Liliaceae Aloe sp. (babosa) Sansevieria sp. (espada-de-são-jorge) Beaucarnea sp. (pata-de-elefante) Yucca sp. (iúca) Piperaceae Peperomia sp. (peperômia) 6.1.1. AGAVES, YUCAS E BABOSAS Estas plantas formam rosetas com configurações que se combinam harmoniosamente com os mandacarus. As formas são as mais diferentes: folhas torcidas, retas, de bordas onduladas, lisas e ainda manchadas, que apresentam bonitos desenhos. Estes grupos são muito parecidos, mas é possível identificá-los: ♦ Agaves (Amaryllidaceae): são plantas maiores, com folhas compridas e pontiagudas e demoram até 10 anos para mostrar, em alguns casos, a única inflorescência que será exibida durante toda a vida. Ex: ♦ Agave macroacantha (folhas verde escuras); ♦ Agave fourcroides (folhas verde acinzentadas, crescimento mais ereto); ♦ Agave attenuata (planta menor que a anterior, roseta mais aberta); ♦ Agave angustifolia “marginata” (folhas verde claras com as margens amarelas); ♦ Agave americana (nomes comuns: agave, sisal). É uma planta nativa das Américas e Antilhas. Caracteriza-se por uma decorativa roseta de folhas coriáceas, de coloração cinza esverdeadas, e margeadas de espinhos marrons, pontiagudos e resistentes. Possui folhas grandes e suculentas, com formato lanceolado, em cujas bordas está disposta uma fileira Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 78 de espinhos pontiagudos e resistentes. Alcança até 2,5m de diâmetro e 12m de altura, incluindo a haste floral. Pode levar até 15 anos para emitir a inflorescência, que se dá na ponta da longa haste. Morre após a floração (recebem o nome de “Century Plant “ ou planta secular por demorarem a florescer). É uma planta de pleno sol, que se propaga por rebentos, com 7cm à 10cm de altura, plantados em uma mistura de terra argilosa + areia + composto orgânico, sob luz moderada até enraizarem; ♦ Agave americana marginata: possui um colorido mais vivo e uma listra marginal amarelada; ♦ Agave americana striata: apresenta listras brancas, perto do centro das folhas; ♦ Agave americana medio-picta var. alba: roseta densa, com folhas acinzentadas e listra brancas; ♦ Agave stricta: folhas pequenas (36cm), verdes, estreitas e duras, que se afilam. Permanece ereta ou pode encurvar-se, o que faz a extremidade virar-se; ♦ Agave victoriae-reginae: numerosas folhas verde-acinzentadas e com linhas irregulares esbranquiçadas; não produz rebentos. ♦ Yucas (Liliaceae): algumas se parecem muito com os agaves, embora tenham as folhas menos carnosas. Ex: Yucca gloriosa (porte grande, inflorescência terminal branca); ♦ Babosas (Aloe sp. - Liliaceae): apesar das folhas de formatos bem variados, floresce com facilidade no inverno. Ex: Aloe arborescens (porte menor, inflorescência terminal vermelha). 6.1.2. FAMÍLIA CACTACEAE Os cactos são plantas formadas, na maioria das vezes, de caule grosso, esverdeado e com função fotossintesizante; geralmente desprovidos de folhas e cobertos de espinhos. Estes espinhos são, na verdade, folhas que ao longo de sua evolução, foram se modificando para, além de protegerem-nas contra predadores e, em alguns casos, contra o sol forte, e diminuírem a superfície de evaporação, ajudam a reter água em seu interior, já que em algumas espécies têm a função de absorver a água. Na natureza, são normalmente encontrados em ambientes com grande escassez de água. Apresentam como estrutura caulinar:  Cladódio: função fotossintetizante e capacidade de reservar água e nutrientes, sendo responsável pela maior parte estrutural da planta e de onde se desenvolvem as demais estruturas. Difere do filocádio por mostrar crescimento indeterminado; Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 81 A) Família Crassulaceae: Echeveria gigantea (forma de roseta, folhas verde-azuladas); Kalanchöe sp., Crassula argentea (planta levemente pendente, folhas verdes); Sedum pachyphyllum (dedo- de-moça); B) Família Portulaceceae: Portulaca grandiflora (flores vermelho-escarlate, brancas, mescladas e outras); C) Família Aizoaceae: Aptenia cordifolia (rosinha-de-sol), Lampranthus productus (cacto- margarida); D) Família Apocynaneae: a palmeira-de-madagascar (Pachypodium lamerei) é um arbusto suculento, que parece-se mais com uma palmeira. 6.2. PROPAGAÇÃO DE SUCULENTAS Os cactos do tipo figo-da-índia, flor-de-maio e cactos epífitos se propagam por estaquia: basta destacar um pedaço do caule (“folha”), armazenar por um dia à sombra e, em seguida, plantá- la em substrato arenoso. As suculentas também preferem ser propagadas por estaquia de folha, podendo a folha, inclusive ser plantada no local definitivo. Os cactos-bola produzem filhotes ligados à planta-mãe, os quais podem ser destacados e colocados para enraizar, também em substrato arenoso com boa drenagem. A) SEXUAL: cactos e agaves  Substrato: carvão triturado, areia de rio e vermiculita. B) VEGETATIVA:  Divisão de touceiras: Crassuláceas, Cactáceas;  Estacas:  De caule ou ramos: Kalanchoe, Sedum;  De folhas: Echeveria, Kalanchoe, Sansevieria;  De hastes de inflorescências: Crassuláceas.  Filocládios ou cladódios: em cactos;  Mudas produzidas na haste floral: Agaves;  Enxertia: Cactos. Larissa Leandro Pires – Paisagismo e Floricultura 82 6.3. CULTIVO A) Substrato recomendado para cultivo de cactos: 60 % de areia grossa + 30 % de terra comum + 10 % de composto orgânico; B) Adubação no solo: aplicar 5-10-5 duas vezes/ano, sendo 100g/planta em cada aplicação, misturado com a terra ao seu redor; C) Adubação em vasos: 2g de 20-20-20 em 1 L de água, irrigando a cada 15 dias, de setembro a março. Evitar molhar a parte aérea da planta; D) Irrigação: evitar o encharcamento; E) Pragas: pulgões, cochonilhas, lagartas e ácaros. As pragas que mais atacam as suculentas (lagartas, cochonilhas com e sem carapaça e ácaros) devem, na medida do possível, ser removidas manualmente com cotonetes embebidos em álcool. No entanto, por serem bastante susceptíveis a estas pragas, muitas vezes o uso de inseticidas químicos se faz necessário; F) Doenças: apodrecimento causado pelo encharcamento.
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